Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

monarcha da sua presença d’espirito, houve por bem deferir á sua
pretenção.”
Nesse artigo percebemos que o tempo é também compreendido como um
“campo”, um espaço a ser utilizado e trabalhado para a produção de riquezas financeiras
e intelectuais.
Quanto aos princípios do Liberalismo Econômico, expresso nas obras dos
fisiocratas e na obra clássica A Riqueza das Nações de Adam Smith, podemos aqui citar
o artigo intitulado “Desperdício de Capital e Trabalho”, no qual os redatores consideram
que:
(...) Em quanto os homens não estiverem convencidos que poderão
trabalhar [em todos os sentidos] debaixo da protecção de boas leis
administrativas, applicadas por magistrados rectos, e inflexiveis, de
certo que trabalharão debil, e improficuamente.
(...) Desde o momento em que a industria Européa principiou a
trabalhar com segurança, e que o capital, e o trabalho se applicárão
unidos, senão perfeitamente, ao menos em união, relativo ao grande
fim da producção, trabalhou-se progressivamente com menor despeza,
e desperdicio; continuou-se a trabalhar com mais proveito á proporção
que se ia trabalhando com maior sciencia. (...) Principaes, Estadistas,
Prelados, Philosophos, todos ignoravão o que comduz á permanente
felicidade das nações, e o que causava a ruina dellas. Bastava-lhes
haver o sufficiente para o consumo, não se dignando observar, e muito
menos assistir a direcção da producção.
(...)Desta maneira é que os interesses da agricultura se ligão
essencialmente com os das fabricas, e com os do commercio; que o
commercio livre é igualmente essencial aos reaes e permanentes
interesses da agricultura, e das fabricas; que o capital e o trabalho são
igual, e necessariamente unidos em seus interesses, sejão elles
applicados á agricultura, ás fabricas ou ao commercio; que o
productor, e o consumidor são igualmente unidos nos seus mais
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