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Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

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profundo acatamento e respeito para com suas excellencias ou<br />

senhorias, de quem não ficão sendo, nem sào respitosos veneradores,<br />

humildes e reverentes criados. Em hum paiz, onde os minutos são tão<br />

preciosos, é muito natural que se apreciem os instrumentos, que os<br />

medem; dahi vem o fazerem-se os melhores Chronometros na<br />

Inglaterra. Cada operario, cada trabalhador possue hum relogio tão<br />

necessario para elle como os seus melhores utensilios. Os conductores<br />

das postas dos correios tem chronometros, que valem mais de mil<br />

francos, tanto para elles é grave a obrigação de chegar a huma hora<br />

fixa. A menor demora faria esperar os parentes, os amigos, os criados,<br />

exactos em virem ao lugar certo receberem, huns os viajantes, outros<br />

as suas malas. Esta economia de tempo, que nos parecerá talvez<br />

minuciosa, concebe-se necessaria em hum paiz, onde tantas rodas<br />

concorrem separadamente para o movimento geral da machina”. 95<br />

Percebe-se que o tempo é visto como uma propriedade capaz de produzir<br />

riquezas, rendimentos. Faz-se também perceptível o fato de que o capital deve circular<br />

para movimentar a economia, uma vez que o inglês não é avarento do seu dinheiro.<br />

Contudo, notemos que o artigo faz referência à economia de um país como a Inglaterra<br />

através dos costumes nele existentes, relacionando então o tempo com a produção de<br />

riquezas e, por conseguinte, a economia com o uso que se faz do tempo. Além disso, as<br />

normas de boas maneiras aqui se fazem novamente presentes ao se tratar do<br />

cumprimento dos horários estabelecidos para os compromissos. Nota-se então a<br />

referência à tão famosa pontualidade inglesa (ou britânica). Até mesmo a Língua<br />

Inglesa, considerada pelos redatores como monossilábica, é vista como um indício da<br />

economia que se faz do tempo, bem como da precisão e objetividade da comunicação<br />

entre eles. Por fim, observando a preciosidade do tempo para os ingleses e remetendo<br />

aos instrumentos utilizados para sua medida, os redatores do referido artigo evidenciam<br />

95 Economia do tempo na Inglaterra. In: O <strong>Recreador</strong> <strong>Mineiro</strong>. p.380.<br />

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