Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP
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“ 1a A dos que procurão unicamente as luzes da instrucção<br />
considerada em si só; esta classe é pouco numerosa. 2a A dos que<br />
amão a instrucção recreando-se; esta classe é mais numerosa. 3a A dos<br />
que buscão na leitura o tedio, que os domina, e que só se agradão de<br />
materias frivolas; esta classe é com effeito de morbida compleição, e<br />
de difficil restabelecimento. Com tudo, ella não é digna de desamparo;<br />
e talvez, que adquirindo o habito da leitura, possa ganhar o amor dos<br />
conhecimentos solidos, permutando o superficial.” 84<br />
Nas linhas que se seguem à citação acima, declaram que, um periódico de<br />
instrução popular não conseguiria alcançar sua meta se acaso não abarcasse tais classes<br />
de leitores, pois, a terceira classe não comportaria os alimentos da primeira, nem os da<br />
segunda; esta, não só rejeita a tenuidade de que se satisfaz a terceira, como também não<br />
lhe seria possível assimilar ainda os sólidos conhecimentos que nutrem a primeira, a<br />
qual procuraria somente receber a substância na proporção da sua robustez. Disso,<br />
concluem que todo periódico destinado à instrução pública sentiria a perda de seus<br />
esforços se, por ventura, abandonasse a graduada escala da inteligência para percorrer<br />
somente a linha de um nível privativo.<br />
Assim, traçadas as três escalas intelectuais do público e o problema de<br />
contextura e organização com que o <strong>Recreador</strong> <strong>Mineiro</strong> deveria se manifestar perante os<br />
seus leitores, percebe-se que esse periódico tinha por interesse atingir a um público<br />
diverso, atendendo aqueles que valorizavam as luzes da instrução e funcionando como<br />
formador de mentalidade entre aqueles que não encontravam no hábito da leitura o<br />
prazer de se instruírem, intencionando fazer com que estes últimos pudessem um dia<br />
atingir o nível de “inteligência” daqueles primeiros. Por conseguinte, os redatores do<br />
83 Idem. N º1, TomoI. p.02.<br />
84 Ibidem.<br />
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