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Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

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Durante o período romântico efervescem ainda as Luzes e a crença no poder<br />

exemplar e didático da razão natural, fazendo com que o discurso histórico sofra<br />

mudanças revolucionárias, deixando de ser descritivo para se tornar interpretativo e<br />

formativo. Integra-se ao estudo do desenvolvimento dos povos, de sua cultura erudita e<br />

popular, de seu espírito coletivo e nacional, de suas instituições. “O direito, a moral, a<br />

arte, assim coma a ciência e a filosofia, devem ser explicados a partir de um princípio<br />

único, a razão”. 75 Segundo Bornheim, o direito é, em seu desdobramento histórico, “o<br />

instrumento com que se forja a liberdade”. Desse modo, o progresso das instituições<br />

jurídicas se caracterizaria como o progresso da própria liberdade através da história. E<br />

de acordo com Reynold, o “Romantismo é um movimento muito mais vasto que uma<br />

simples revolução literária.(...) há um romantismo político, social, religioso. Encontra-se<br />

o Romantismo até nas ciências e até na vida econômica. Encontra-se na metafísica,<br />

assim como na psicologia. O Romantismo vai da arte à História.” 76 · Percebemos com<br />

isso a variedade de linguagens e instrumentos envolvidos no projeto romântico,<br />

podendo considerá-lo, sob este aspecto, polifônico.<br />

Enquanto periódico que inaugura a abordagem literária na imprensa mineira, O<br />

<strong>Recreador</strong> <strong>Mineiro</strong> pode ser considerado polifônico não apenas por estar integrado a um<br />

projeto romântico com fortes bases liberais, mas também pelo fato de que a transmissão<br />

do discurso de outrem sem a identificação das respectivas fontes ou sem a remissão ao<br />

sujeitos que enunciaram tais idéias caracteriza o periódico como um suporte para a<br />

transmissão de um discurso polifônico, dotado de uma multiplicidade de vozes que<br />

soam simultaneamente.<br />

75 BORNHEIM, Gerd. Filosofia do Romantismo. In: O Romantismo. São Paulo: Editora Perspectiva,<br />

1978. GUINSBURG, J.(Org) p. 79.<br />

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