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Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

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liberais.” 65 Os homens abandonaram a ociosidade a que os sujeitava o antigo governo,<br />

passando a tomar interesse pelos negócios políticos da sua pátria; e o grande número de<br />

periódicos que eram impressos em Minas Gerais influenciava a juventude mineira a se<br />

instruir e a ser útil aos seus concidadãos. 66 Assim, “o papel das cidades mineiras se faria<br />

sentir nos acontecimentos de 1842 como a confirmação de independência e de<br />

consciência política. (...)” 67 A Revolução de 1842 representa o amadurecimento da<br />

consciência mineira 68 e mostraria a inviabilidade do radicalismo político. A partir de<br />

então seria favorecida a difusão de idéias moderadas e conciliatórias. José Feliciano<br />

Pinto Coelho, chefe dos revoltosos mineiros de 1842, “não parecia muito animado a<br />

deixar-se conduzir pelo radicalismo (...) O movimento de 42 terá mostrado aos<br />

65 MATOS, Raimundo José da Cunha. Corografia Histórica da Província de Minas Gerais (1837). Belo<br />

Horizonte: Ed. Itatiaia. São Paulo: Ed. da USP, 1981. p.89.<br />

66 De acordo com documentos organizados em 1826 e fornecidos pelo Sr. Baptista Caetano de Almeida<br />

(então membro do Corpo Legislativo da Província de Minas Gerais), Cunha Matos avalia o progresso<br />

dos estabelecimentos literários (de ensino) da província e dá a conhecer os que houveram desde 1772 -<br />

quando foram criadas novas aulas pelo fato de se haver começado a receber, desde janeiro desse ano, o<br />

subsídio literário determinado pela Carta Régia de 17 de Outubro de 1773, que teve por base a lei de 06<br />

e o alvará de 10 de Novembro do ano antecedente. Essas novas aulas foram: as de “Primeiras Letras”<br />

em Vila Rica, Mariana, Sabará e São João del-Rei; as de “Gramatica Latina” em Mariana, Vila Rica e<br />

São João del-Rei; e uma de Retórica em Mariana. No ano de 1826 existiam 1.358 alunos nas aulas<br />

públicas da província: 1.107 alunos de Primeiras Letras; 233 de Latim; 09 de Filosofia; 03 de Anatomia<br />

e 06 de Desenho. Nesse mesmo ano existiam nos dois seminários e em aulas particulares: 2.940 alunos<br />

de Primeiras Letras; 68 de Latim; e 07 de Filosofia. Quanto ao Ensino Público em Minas Gerais, Cunha<br />

Matos diz existirem por conta da Fazenda Nacional no ano de 1831: 01 cadeira de Filosofia Racional;<br />

01 de Anatomia; 46 de Primeiras Letras; e 46 de Língua Latina. Os professores de Filosofia e Anatomia<br />

ensinavam em Ouro Preto. Os professores de Latim em Mariana, Ouro Preto, São João del-Rei, Sabará,<br />

Vila do Príncipe, Campanha da Princesa, São José, Pintanguí, Caeté, Baependí, Paracatu, Bom Sucesso<br />

de Minas Novas, Guarapiranga, Conceição do Mato Dentro, São Gonçalo do Rio Preto, Queluz,<br />

Barbacena, Tamanduá, Jacuí, Congonhas do Campo, Santa Bárbara, São Miguel, Curral del-rei,<br />

Sumidouro, Pomba, Catas altas de Mato Dentro, Rio Vermelho, Brejo do Salgado, Inficionado, Tábua<br />

de Mato Dentro, Itaverava, Itabira do Campo, Antonio Dias Abaixo, Tejuco, São José da Barra Longa,<br />

Barra do Bacalhau, Santa Quitéria, São Domingos, Oliveira e Campo Belo. Os que lecionavam<br />

Primeiras Letras, em Ouro Preto, Mariana, Sabará, Campanha, Pitangui, Santa Luzia, Forquim, São<br />

Romão, São João Batista do Presídio e Ponte Nova. Para a educação das meninas haviam duas mestras<br />

de Primeiras Letras em São João del-Rei e Baependí. Havia ainda, pelo sistema mútuo de ensino, no<br />

Seminário de Nossa Senhora Mãe dos Homens da Serra do Caraça, dirigido pelos padres da<br />

Congregação da Missão, professores de Primeiras Letras, Música, Latim, Francês, Filosofia, Geografia,<br />

Matemática e Retórica. A Fazenda Nacional subministrava 100$000rs anuais a esta casa religiosa. Em<br />

1839 foi fundada, em Ouro Preto, a primeira Escola de Farmácia do Brasil.<br />

67 RODRIGUES, José Carlos. Idéias Filosóficas e Plíticas em Minas Gerais no Século XIX .p. 95<br />

68 SOUZA, Washington Peluso Albino de. Ensaios sobre o ciclo do Ouro. Belo Horizonte: Imprensa<br />

Universitária, UFMG, 1978.<br />

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