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Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

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cujo ápice é o Sete de Abril; uma vez que as forças conservadoras retomariam seu<br />

avanço ao alcançarem a vitória da Maioridade. Evento este que encerra o período de<br />

Regência e inaugura uma longa fase do Segundo Império “em que a historiografia<br />

oficial vê sempre a ordem, a democracia, o desenvolvimento, quando, na verdade, foi a<br />

mais apagada, a mais estreita, a mais atrasada de nossa história desde a autonomia.” 56<br />

Portando, Sodré considera então que a grande época, ao contrário do que diz a<br />

historiografia oficial, é aquela de ascensão liberal, na qual os valores nacionais se<br />

afirmaram, que proporcionou a existência de uma imprensa peculiar. É nessa época que<br />

os brasileiros da corrente liberal, que conjuga Independência com Liberdade, levantam-<br />

se contra o perigo corrido pela Independência na primeira fase da regência (Sete de<br />

Setembro a Sete de Abril). “Daí o surto nativista, o ódio ao português, a crítica<br />

implacável, a oposição virulenta.” 57<br />

Nesse sentido, José Murilo de Carvalho considera que as reivindicações<br />

localistas retornaram com força plena após a abdicação de Pedro I, em 1831. “Mais do<br />

que em 1822, era agora o momento para escolher os caminhos da nação.” 58 José Murilo<br />

considera ainda que um grande indicativo das dificuldades em estabelecer um sistema<br />

nacional de dominação com base na solução monárquica encontra-se nas rebeliões<br />

regenciais. Divide as rebeliões do período em dois grandes grupos considerando que a<br />

primeira onda de revoltas 59 ocorreu de 1831 a 1835 e traduziu a inquietação da<br />

55 Idem Ibidem.<br />

56 SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. 4ª ed. [atualizada] Rio de Janeiro: Mauad,<br />

1999. p. 84-6.<br />

57 Idem. p. 85<br />

58 CARVALHO. José Murilo. Pontos e Bordados: escritos de história política. Belo Horizonte: Editora<br />

UFMG, 1998. p.164<br />

59 Seis rebeliões na Corte (Rio de Janeiro, 1831-2); Setembrizada e Novembrada (Recife, 1831); Abrilada<br />

(Pernambuco, 1832); Pinto Madeira (Ceará, 1831-2); Cabanos (Pernambuco/Alagoas, 1832-5); Crise<br />

Federalista (Salvador, 1832-3); Sedição de Ouro Preto (1833, Ouro Preto); Carneirada (Recife, 1834-<br />

5); Revolta dos Malês (Salvador, 1835).<br />

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