Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

liberdade e a propriedade de cada um, é necessário que exista o Estado, o qual deve
oferecer aos homens proteção e segurança.
No século XVIII, o desenvolvimento do pensamento iluminista passa a ser
ingrediente fundamental para o desenvolvimento do pensamento liberal. Surgem, então,
as críticas ao controle excessivo do Estado sobre a economia (nos moldes
mercantilistas) e ao Estado Absolutista que, baseado no pensamento religioso, ia contra
a liberdade dos homens; ao mesmo tempo, surgem argumentações a favor da
instauração de regimes constitucionais. Desse modo, as leis coletivas só deveriam
existir com o objetivo de garantir a liberdade individual; quando não cumpre esse papel,
o governo deixa de exercer suas funções e se torna usurpador.
Embora os princípios dessa corrente de pensamento remontem ao século XVII, a
expressão “liberalismo” só se tornou conhecida no século XIX. Acreditava-se, com base
no pensamento de Locke, que a “liberdade” é um dos direitos naturais do homem. O
indivíduo é livre por natureza, e tudo deve ser feito para preservar sua liberdade, seus
direitos individuais. Locke defendia também o direito de propriedade, tanto da própria
vida quanto dos bens que cada indivíduo conseguiria adquirir por meio do esforço e do
exercício da liberdade.
Segundo José Carlos Rodrigues, no livro Idéias Filosóficas e Políticas em Minas
Gerais no Século XIX:
“Em Locke, principalmente no Segundo Tratado sobre o Governo, se
delineiam os fundamentos do Liberalismo Político-Jurídico (...). Com
Kant e Rousseau, teremos os princípios do Liberalismo Ético e,
finalmente, o Liberalismo Econômico expresso nas obras dos
fisiocratas e na obra clássica A Riqueza das Nações de Adam Smith.
O Liberalismo Político-Jurídico que será abraçado pela consciência
política mineira se desenvolve a partir da formulação teórica sobre a
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