Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

23 de Janeiro de 1821, reabre o Seminário de Mariana, no período em que Frei José da
Santíssima Trindade assume a diocese, nomeando, entre outros, os seguintes
professores: Frei Manuel do Espírito Santo, professor de Moral; Frei Antonio da
Conceição, Professor de Filosofia e Teologia Dogmática.
Nota-se, após a chegada da Coroa Portuguesa no Rio de Janeiro e a abertura dos
portos, o fim da proibição aos veículos de comunicação e a criação de institutos que
visavam resgatar, construir e documentar a história do país. Pela necessidade de criação
na colônia de pontos de apoio para o funcionamento das instituições, D.João VI
promove, segundo Antonio Cândido, a nossa “Época das Luzes”; a qual acarretou
conseqüências importantes para o desenvolvimento da cultura intelectual, artística e da
literatura, em particular. Nessa mesma época, D.João VI traz para o Brasil a Missão
Francesa, com o intuito de implementar o ensino das artes e ofícios no país e de
documentar, por meios pictóricos, as imagens do Brasil.
Até 1808, a Coroa controla com rigor a entrada de estrangeiros no Brasil. O
mundo pouco conhece desta colônia. Porém, a mudança da Corte e a abertura dos portos
invertem a situação, passando a Coroa a incentivar a presença de estrangeiros. Além de
diplomatas, comerciantes e artesãos, vários foram os estrangeiros que viajaram pelo
Brasil escrevendo relatos que se constituíram como os primeiros estudos sistemáticos
acerca da flora, da geologia, dos costumes, das artes e, conseqüentemente, do estado em
que se encontravam a sociedade e o pensamento dos indivíduos que viviam no Brasil;
local que, no imaginário europeu, seria uma terra de mistérios e maravilhas. 24 Tais
24 Os alemães Freireyss (zoólogo) e Sellow (botânico), atraídos por von Langsdorff (barão germânico,
médico, Cônsul da Rússia no Rio de Janeiro desde 1813 e colecionador de objetos históricos e naturais)
e, viajando por Minas Gerais entre 1813 e 1814, formaram a primeira expedição científica pelo Brasil.
Freyreiss morre em 1825 na colônia Leopoldina, que fundara com outros alemães no sul da Bahia.
Sellow envia vasto material ao museu de Berlim. M. von Neuwied, príncipe renano, percorre em 1815,
com Freyreiss e Sellow, o litoral ao norte da Província do Rio de Janeiro e o sertão baiano. Estuda
povos indígenas: Camacãs, Puris, Pataxós e, sobretudo, os temidos Botocudos (Aimorés), das ainda
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