Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

Catas Altas, Inficcionado e grande número de outras povoações dos distritos
auríferos de Minas Gerais que (segundo o próprio Auguste de Saint-Hilaire, foram
edificadas com muito mais esmero do que a maioria das que se vêem na França, e
mesmo na Alemanha) foram outrora ricas e prósperas, mas não apresentavam então
“como toda sua zona circunjacente, senão o espetáculo do abandono e da decadência”.
Desse modo, as vilas e arraiais mineiros que possuíam uma estrutura econômica
e comercial mais desenvolvida encontravam-se na Comarca do Rio das Mortes. Desde a
chegada do Rei D. João VI ao Rio de Janeiro, Juiz de Fora, que anteriormente
compreendia apenas um pequeno número de casas situadas à margem do caminho,
recebera um considerável acréscimo populacional:
“Mais de quatrocentos homens livres com mais outros tantos escravos
aí vieram estabelecer-se de diferentes partes da Província das Minas,
atraídos pela fertilidade das terras, pelas vantagens que oferece a
vizinhança da capital, e a de não pagar nenhuma taxa, morando além
do registro de Matias Barbosa.” 22
O antigo Arraial da Igreja Nova (que não passava de uma povoação)
impressionara o Visconde de Barbacena por sua posição vantajosa. E este, na condição
de Governador da Província, fez erigir tal povoação em vila por um decreto no ano de
1791, concedeu-lhe vantagens, deu-lhe seu nome e atraiu para lá habitantes. Assim,
segundo Saint-Hilaire, por volta de 1816 encontravam-se na Vila de Barbacena cerca de
duzentas casas em ótimo estado de conservação e uma população de duas mil almas – e
avaliava-se toda a paróquia em nove ou dez mil almas em um raio de aproximadamente
dez léguas. Saint-Hilaire julgava que Barbacena não apresentaria mais que “uma
reunião de míseras choupanas” e ficou agradavelmente surpreso ao encontrar “uma
22 Ibidem Ibidem p.50.
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