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Livro - O Recreador Mineiro - ICHS/UFOP

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4- Considerações finais<br />

No momento romântico, o discurso polifônico do <strong>Recreador</strong> <strong>Mineiro</strong> se<br />

configurou como ilustrado e liberal, evidenciando o rompimento com a tradição ibérica;<br />

o que ocorre em conformidade com os interesses políticos e com o ideário romântico de<br />

instauração de uma identidade nacional. Conclui-se portanto que O <strong>Recreador</strong> <strong>Mineiro</strong>,<br />

como meio de comunicação impresso, interagiu na complexidade do contexto das<br />

transformações dos espaços públicos, da modernização política e cultural das<br />

instituições após o processo de independência do Brasil e durante a construção do<br />

Estado Nacional, procurando delinear uma nova identidade cultural e política sob o<br />

prisma da doutrina liberal.<br />

Devemos ainda, nesta conclusão ao presente estudo, indicar os elementos<br />

envolvidos na difusão de uma doutrina. Para tal tomaremos como referencia algumas<br />

considerações feitas por Foucault em A Ordem do Discurso 221 . Foucault observa que há<br />

discursos que “estão na origem de certo número de aos novos de fala que os retomam,<br />

os transformam ou falam deles, ou seja, os discursos que, idefinidamente, para além de<br />

sua formulação, são ditos, permanecem ditos e estão ainda por dizer.” 222 Assim,<br />

percebamos que a doutrina é um desses tipos de discurso que estão para além de sua<br />

formulação:<br />

“A doutrina (...) tende a difundir-se, e é pela partilha de um só e<br />

mesmo conjunto de discursos que indivíduos, tão numerosos quanto se<br />

queira imaginar, definem sua pertença recíproca. (...) – pertença de<br />

classe, de status social ou raça, de nacionalidade ou de interesse, de<br />

luta, de revolta, de resistência ou de aceitação. (...) a doutrina realiza<br />

221 FOUCAULT. Michel. A Ordem do Discurso. (tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio) 10ª ed.<br />

São Paulo: Edições Loyola, 2004.<br />

222 Idem. p.22<br />

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