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Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi

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196 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

de productos, financiamento da producção, portanto, indirecto,<br />

estimulador e sem falsear o equilíbrio cooperacional<br />

<strong>dos</strong> valores.<br />

(O operário brasileiro, em geral, não tem fé nas cooperativas.<br />

Foi, por diversas vezes, enganado em várias<br />

experiências para acreditar em outras novas. Além disso,<br />

a cooperativa exige capitais, e o nosso trabalhador não<br />

tem poupança. E onde esta não existe, é difícil realizar<br />

cooperativas. Querer que nossos operários tirem de seu<br />

necessário algo para entregar às cooperativas é querer o<br />

impossível. Mas há outras soluções).<br />

Há meios de o Estado cooperar no financiamento<br />

das cooperativas na proporção do capital subscrito.<br />

b) Consequentemente, há necessidade de melhorar<br />

a técnica para atender às necessidades do consumo, o que<br />

pode permitir um financiamento específico.<br />

c) Estímulo ao trabalhador, que vê a utilidade colectiva<br />

e individual de seu esforço, em primeiro lugar por<br />

ser consumidor e, em segundo lugar, por ser estimulado<br />

por um salário de rendimento a ser instituído o mais autonomamente<br />

possível entre emprega<strong>dos</strong> e empregadores,<br />

sobre o aumento de producção e participação também no<br />

movimento total da producção.<br />

d) O financiamento das cooperativas de producção<br />

também pode ser feito pelas cooperativas de consumo, para<br />

fornecimento de mercadorias a curto prazo, isto é, a<br />

crédito vinculado.<br />

O financiamento directo das cooperativas de producção<br />

deve vincular-se ao fornecimento de géneros às cooperativas<br />

de consumo ou às "Sociedades cooperativas distributivas".<br />

I) Estas se fundariam com inscrição na Junta Comercial<br />

e registro do Departamento Nacional de Cooperação<br />

(futuro Ministério da Cooperação), constituídas, de<br />

O PROBLEMA SOCIAL<br />

197<br />

um mínimo de membros, com ampla liberdade de entrada<br />

de associa<strong>dos</strong> e de aumento de capital, com a finalidade<br />

de distribuir bens de consumo ao público em geral, com<br />

aumento mínimo do custo, a ser regulado e controlado<br />

pelo DNC, com leve imposto sobre a venda, para distribuição<br />

aos organismos públicos (federal, estadual e municipal).<br />

II) Essas sociedades receberiam bens de consumo<br />

das Cooperativas de Producção. Quando financiadas por<br />

organismos de crédito, este teria direito ao redesconto.<br />

Não havendo bens a fornecer por parte das cooperativas<br />

de producção, receberiam de unidades capitalistas, que<br />

fizessem parte das "Associações Cooperacionais de Produção<br />

e Consumo", que seriam constituídas de cooperativas,<br />

sociedades cooperacionais e empresas capitalistas,<br />

dispostas a cooperarem para o bem comum. O estatuto<br />

de funcionamento dessas Associações será estructurado,<br />

obedecendo aos princípios fundamentais do cooperacionismo,<br />

mas com plena autonomia no restante.<br />

III) Essas Associações resolveriam a melhor distribuição<br />

das producções aos postos de abastecimento organiza<strong>dos</strong><br />

pelas cooperativas ou pelas sociedades cooperacionais<br />

distributivas, cabendo uma parte das sobras ao<br />

fundo da Associação, além de uma contribuição fixa para<br />

atender suas despezas de organização.<br />

Decorre daí efeitos de ordem moral, graças à acção<br />

cooperacional, que estimulará relações directas entre empregador<br />

e empregado, com o consequente estímulo para<br />

a culturalização, organização de obras sociais, com o emprego<br />

de parte <strong>dos</strong> proventos cooperacionais. Daria essa<br />

obra um entusiasmo ao trabalhador, que sentir-se-ia<br />

como constructor de si mesmo, de seu país e de seu futuro.<br />

Quando <strong>dos</strong> momentos anormais de uma guerra, são<br />

compreensíveis e justos to<strong>dos</strong> os sacrifícios. Demos à

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