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Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi

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164 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

Nem um nem outro! É a exclamação de to<strong>dos</strong>. É<br />

a exclamação que há de ecoar pelo mundo inteiro. Queremos,<br />

sim, os benefícios da neotécnica já apoiada no<br />

cooperacionismo da biotécnica, nas relações humanas positivas,<br />

na aproximação entre os homens, na ampla colaboração<br />

de to<strong>dos</strong> os esforços, nas sociedades poderosas<br />

de Producção e Consumo, que unirão a to<strong>dos</strong>, sem sacrifício<br />

de ninguém, e que fundarão o respeito à dignidade<br />

humana. A cooperação não tira nada de ninguém, não<br />

trabalha com relações sociais opositivas. Apenas quer<br />

fundar, graças aos progressos da técnica, as sociedades<br />

que virão unir os homens, término do capítulo das competições<br />

para abrir o da grande cooperação económica<br />

<strong>dos</strong> povos. Podemos e devemos competir onde a competência<br />

não é destructiva: no mundo das ideias, porque aí<br />

o vencido ganha pelo menos um novo conhecimento. No<br />

mundo da economia, a cooperação natural do homem não<br />

pode ser impedida. Graças aos grandes inventos, graças<br />

a esse imenso factor da história moderna, que é a Técnica<br />

(que é uma unidade harmónica da inteligência e do trabalho),<br />

oferece-se para o mundo uma solução pacífica <strong>dos</strong><br />

grandes <strong>problema</strong>s sociais. E esse caminho tem e deve<br />

ser trilhado.<br />

O capitalismo paleotécnico e o bolchevismo são verdadeiras<br />

excrescências, dois anacronismos na época presente.<br />

Ante a luz poderosa das novas ideias e das novas<br />

práticas, ambos, com sua visão deformada pelo ódio e<br />

pela concupiscência, só trouxeram males e ainda ameaçam<br />

trazer maiores à humanidade.<br />

O MEDO AO GRANDIOSO<br />

Se nos lembrarmos de como Leonardo da Vinci imaginava<br />

o vôo humano, se recordarmos tudo quanto o homem<br />

já sonhou, podemos afirmar sem receio, que a mais<br />

O PROBLEMA SOCIAL 165<br />

escaldante imaginação do homem antigo, a mais audaz<br />

ficção, o sonho mais quimérico estão muito aquém do que<br />

a humanidade realizou através da aviação, graças à ciência.<br />

Não é essa a primeira vez que a realidade supera a<br />

imaginação. Não é essa a primeira vez que o homem<br />

realiza o que seria loucura, se relatado em certas épocas.<br />

E não é preciso ir muito longe. O homem da época napoleônica,<br />

o homem da guerra de 70, entre a Alemanha e<br />

a França, nunca poderia imaginar o avião moderno super-<br />

-sônico.<br />

Assim tais factos nos mostram como é quase sempre<br />

ingénua a atitude <strong>dos</strong> que, funda<strong>dos</strong> na sua "realidade",<br />

na sua experiência, querem negar a possibilidade de novas<br />

formas e de novas experiências. Ora, sucede que a<br />

cooperação já provou através <strong>dos</strong> tempos muito das suas<br />

possibilidades, e pode realizar muito mais do que a mais<br />

escaldante e atrevida imaginação pode criar. O medo ao<br />

grandioso, o medo ao extraordinário, devora muitas constituições<br />

mesquinhas. O medo de ultrapassar a si mesmo<br />

impede a muitos de empreenderem a marcha superior.<br />

Pois é dado o momento de aprendermos com a História,<br />

e não termos medo de superar-nos.<br />

Temos do nosso lado a técnica científica, e hoje, sem<br />

grande esforço, por uma hábil aplicação <strong>dos</strong> nossos conhecimentos,<br />

podemos assegurar a to<strong>dos</strong>, sem excepção:<br />

moradia, roupa, alimentos, instrução, educação e divertimentos.<br />

O <strong>problema</strong> da solvabilidade popular (isto é, da capacidade<br />

acquisitiva da população) mereceu estu<strong>dos</strong> especiais,<br />

respeitando as nossas condições, e as soluções<br />

podem ser imediatamente aplicadas, as quais diferem das<br />

velhas práticas que só arrastam ao aumento do custo da<br />

vida e ao consequente estagnamento da producção.<br />

* * *

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