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Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi

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140 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

tarmente, tão poderoso que poderá enfrentar, como tem<br />

enfrentado, potências maiores, oferecendo aos que acaso<br />

pensem em atacá-los, a certeza de que lhes custaria imensamente<br />

caro qualquer tentativa neste respeito. Aqueles<br />

que afirmam que as grandes organizações de serviços públicos,<br />

como: Correios e Telégrafos, Energia Eléctrica,<br />

Estradas de Ferro, companhias de navegação, seguros sociais<br />

que só o Estado é capaz de mantê-los, são rotundamente<br />

desmenti<strong>dos</strong> pelos exemplos que se verificam na<br />

Bélgica, onde as Estradas de Perro são de gestão directa,<br />

na Suécia, onde os outros setores também são de gestão<br />

directa, podendo ainda, se quiséssemos citar os exemplos<br />

da Finlândia, Suíça, Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, Islândia, Nova Zelândia,<br />

etc.<br />

É, portanto, mister que o homem de hoje, depois de<br />

ter assistido ao ignominioso espetáculo do totalitarismo,<br />

da acção maléfica do Estado todo-poderoso, <strong>dos</strong> estragos<br />

e da corrupção promovidas intensa e extensivamente pela<br />

política, a incompetência proverbial <strong>dos</strong> homens públicos<br />

e a sua rara honestidade, que não se tome consciência<br />

de uma verdade palpável: a gestão indirecta é a<br />

fonte <strong>dos</strong> maiores males sociais e a grande promotora <strong>dos</strong><br />

conflitos internacionais e das guerras destructivas, ao lado<br />

da degradação do homem, da ofensa à sua dignidade,<br />

estimuladora do desespero moral e ético, que avassala as<br />

consciências humanas. E então, após esta tomada de<br />

consciência, vem a certeza, de modo eloquente e decisivo<br />

de que a gestão directa é a mais hábil para promover o<br />

bem colectivo, pelas seguintes razões: 1 — por ser mais<br />

eficiente e mais rápida; 2 — por ser a menos dispendiosa,<br />

e como tal não ser um factor de encarecimento da vida,<br />

como é o Estado que, com seu imenso exército de funcionários,<br />

na maior parte inúteis e improductivos, além<br />

de,bem pagos, gozando de privilégios quase divinos, arrebanha,<br />

apossa-se de uma parte imensamente grande da<br />

O PROBLEMA SOCIAL 141<br />

producção total para cobertura de suas despesas. Todo<br />

aquele que trabalha, que produz, não deve esquecer que<br />

tem de produzir, não só para atender os ganhos <strong>dos</strong> factores<br />

de producção, como para sustentar o grande exército<br />

parasitário <strong>dos</strong> beneficia<strong>dos</strong> pelo poder e pela administração<br />

pública; 3 — porque é a gestão directa eticamente<br />

a mais digna, pois dá a cada um a consciência do seu dever<br />

e da sua responsabilidade <strong>social</strong>, para que cada um<br />

não tenha os olhos volta<strong>dos</strong> apenas para os seus interesses<br />

pessoais, familiares ou de grupo, mas que se lembre que<br />

faz parte duma comunidade, cujos direitos deve respeitar,<br />

consolidar, e ampliar; 4 — por ser ela uma escola de<br />

administração e estimular a preocupação pelos <strong>problema</strong>s<br />

sociais e, dessa maneira, permitir maior desenvolvimento<br />

da cultura e a consciência de que é um ser útil à<br />

sociedade e não apenas um aproveitador da mesma, de<br />

visão unilateral e egoística.

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