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Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi

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76<br />

MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

os aspectos que estão de acordo com a teoria, daí actualizarem<br />

supinamente o factor económico, sem considerar<br />

o que coopera na formação do mesmo, e que actua conjuntamente<br />

com êle.<br />

Uma análise da filosofia e da economia marxistas, como<br />

fizemos, nos mostra à saciedade quanto os outros<br />

campos da análise decadialéctica oferecem exemplos de<br />

má apreciação, como seja o campo das oposições da<br />

razão, das suas antinomias, que os marxistas não captam,<br />

o das oposições da intuição, o que há de desconhecimento,<br />

etc, que não poderíamos examinar aqui, onde<br />

pretendemos, apenas, dar uma visão ampla dessa doutrina,<br />

dentro do <strong>social</strong>ismo em geral, sem entrar em pormenores,<br />

que implicam citações de passagens, a fim de<br />

justificar as afirmativas que teríamos de fazer.<br />

A análise dialéctica da dialéctica marxista já a fizemos<br />

em nossos livros anteriores e cremos, portanto, que<br />

o estudo <strong>dos</strong> aspectos, que acabamos de realizar, é suficiente<br />

para justificar nossa crítica, cujo intuito não é atacar,<br />

mas apenas mostrar o que há de positivo, a par do<br />

que há de abstracto em uma doutrina, que é defendida por<br />

seus sequazes, como a mais objectiva, a mais realista, a<br />

mais perfeita que o cérebro humano já foi capaz de construir<br />

e até insuperável, perene, eterna. Por isso, não é<br />

de admirar que os marxistas afirmem, com cândida convicção,<br />

que depois deles não há mais caminho para a Filosofia,<br />

que se reduz, dessa forma, apenas a repetir o<br />

que Marx disse. O marxismo assim tende a parar o pensamento,<br />

e a acabar com a sua própria dialéctica, pois<br />

não admite nenhuma contradição em si mesmo. Não se<br />

alterará, não será substituído.<br />

Como fecho final, a própria posição marxista é o desmentido<br />

mais cabal a si mesma. O marxismo, não admitindo<br />

sua superação, nega a sua própria dialéctica.<br />

O PROBLEMA SOCIAL 77<br />

Podem os marxistas fazer os maiores esgares, levantar<br />

a voz, blasfemos e revolta<strong>dos</strong>, arguir os mais subtis<br />

e bizantinos argumentos, mas o marxismo, negando a sua<br />

superação, nega-se a si mesmo.<br />

E se a aceitar, deverá reconhecer que foi uma filosofia<br />

aplicável ao proletariado da paleotécnica, mas insubsistente<br />

e superada para a neotécnica, e ainda mais para<br />

a biotécnica. Podem afirmar que Stálin ou Kruchev superaram<br />

Marx. Bem, isto já é outra coisa.<br />

E aqui, ante tal afirmação, eis que os dissidentes, os<br />

não-estalinistas, os não-kruchevistas, passam a vociferar<br />

uns contra os outros. E quando marxistas vociferam é<br />

melhor fechar os ouvi<strong>dos</strong>. O desaforo substitui a análise<br />

serena, segura e filosoficamente bem fundada. É o que<br />

poderemos esperar, quanto a nós, quando certos marxistas<br />

fanatiza<strong>dos</strong> leiam este livro, e não quanto aqueles que<br />

honestamente aceitam a sua doutrina. Estes meditarão<br />

sobre as nossas palavras, e se forem <strong>social</strong>istas sinceros<br />

e equilibra<strong>dos</strong>, hão de bem compreendê-las.

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