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Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi

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230 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

manchar a ética e proclamar a grandeza de suas imundas<br />

atitudes. Não é possível que deixemos à solta aquelas<br />

que mancham o nome sagrado da família, que a transformam<br />

apenas na promiscuidade, animais cúpi<strong>dos</strong>, aguilhoa<strong>dos</strong><br />

pelas paixões mais vorazes, que afrontam os<br />

costumes com suas obscenas atitudes, que lançam sobre<br />

os que têm vergonha na cara a peçonha da sua covardia<br />

moral.<br />

O homem é um ser que se supera e deve superar-se.<br />

É um ser que deve escolher o caminho da Humanidade<br />

e vencer as suas fraquezas, realizar-se na plenitude de si<br />

mesmo. O homem tem em si um brio, e ninguém tem<br />

o direito de destruí-lo ou viciá-lo. Sermos cada vez melhores<br />

tem de ser o ideal humano, porque nada melhor<br />

lhe corresponde que isso. Como admitir-se que homens<br />

de proceder imundo sujem o nome da aristocracia com<br />

os seus infames doestos? Aristocracia não é a <strong>dos</strong> almanaques,<br />

não é a das árvores genealógicas, mas a das atitudes,<br />

de alma viril e digna. Essa aristocracia houve e<br />

sempre haverá, e não é admissível que imun<strong>dos</strong> morais<br />

lancem sobre ela a ofensa infame.<br />

Cada um de nós deve fazer um exame de consciência.<br />

Buscar dentro de si o que realmente tem valor, o que<br />

realmente é digno de ostentarmos como seres humanos.<br />

É mister que outra vez valorizemos o melhor em to<strong>dos</strong> os<br />

nossos actos, em to<strong>dos</strong> os nossos momentos. Devemos<br />

ter o amor de sermos sempre cada vez melhores, de fazer<br />

cada vez melhor o que fazemos hoje, e superarmos amanhã<br />

a nós mesmos. Devemos amar o nosso amanhã, que<br />

deve ser a superação de nosso hoje. Devemos erguer-<br />

-nos acima de nós mesmos, e afirmarmos que não somos<br />

coisas, mas homens, que não somos apenas accidentes no<br />

caminho da vida, mas pessoas, cuja vida deve ser um<br />

exemplo para os outros e cujos gestos devem ser o nosso<br />

galardão.<br />

O PROBLEMA SOCIAL 231<br />

Negar a verdade aristocrática é negar o homem, é envilecê-lo,<br />

é lançá-lo no pântano fétido. Sejamos sempre<br />

superiores a nós mesmos, ou, então, melhor fora não<br />

termos nascido. Ou nos superamos ou nos demitiremos<br />

da humanidade. Basta de valorizações de patifes, de canalhas,<br />

de peculatários, de covardes morais, de criminosos<br />

assanha<strong>dos</strong>. Basta de baixarmos os nossos olhos<br />

para essas excrescências da nossa sub-humanidade. Ergamos<br />

nossos olhos para as grandes acções, imitemos aqueles<br />

que se elevaram entre os homens, tomemos como<br />

exemplos os vitoriosos de si mesmos, os grandes, os virtuosos,<br />

os fortes, os que não trepidam em combater o mal<br />

em si e nos outros, os que souberam levar bem alto o<br />

estandarte da honra (da honra, senhores, dessa palavra<br />

tão pouco ouvida, dessa palavra que já silenciou em tantos<br />

lábios e em tantos corações) que os levaram ao mais<br />

alto, aos picos mais altos das montanhas, que devem<br />

ser a moradia <strong>dos</strong> homens de pensamento elevado e de<br />

querer forte!<br />

* * *<br />

Esta é outra verdade que não podemos esquecer:<br />

A Grande Decisão se aproxima e a renovação moral será<br />

realizada ou nos aniquilaremos na decadência imunda, na<br />

demissão de nós mesmos.<br />

Aceitemos aqui também o bom combate. Temos razões<br />

sólidas, argumentos irretorquíveis para provar a validez<br />

da ética cristã; temos argumentos capazes de rebater<br />

a todas as infâmias e a denunciar todas as covardias<br />

morais. Marchemos para o combate, desafiemos nossos<br />

inimigos para o campo de batalha e se não quiserem vir,<br />

vamos às suas tocas para os arrancarmos de lá e vencê-<br />

-los no mais belo <strong>dos</strong> combates, na mais sublime de todas

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