Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi
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224 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />
guns na. assjm> uma SUper-natureza, é sobrenatu-<br />
Outros, acovara.1izar Q que nenhum ser natural finito é<br />
mo passivo negat cad& um realiza dentro <strong>dos</strong> iimites<br />
dia humana. Outi itada> enquanto êle realiza segundo a<br />
rão suas forças par. por isgo> ^ pode re&lizar Q que<br />
Nós queremos no.de uma coisa. E se nas coisas<br />
aos que não se acovardie ultrapasse a sua natureza, ela<br />
que sentem crescer em aeiro, porque, do contrário, tedesafia<strong>dos</strong><br />
para o mais ingeabsurdo.<br />
temem os golpes do provoca, . .<br />
a cosmovisao de nossa cul-<br />
Os que se abismam, impoue não podem alcançá-lo,<br />
o temor do combate, que se afívida, pela descrença, ou<br />
para o outro lado, que se deixema ignorância, não são<br />
como folhas soltas ao sabor dasitingi-lo. A dúvida os<br />
Os que desejam combater pela simorância os aniquila,<br />
sigam ao nosso lado, que conosco seguiu resolver qualbate,<br />
e que tenham a certeza de que lente, ela cria maiomas<br />
pelo homem que afirma a si (em dúvida, julgar<br />
deve ser seu galardão de honra, a racide de aporias que<br />
a racionalidade concreta. filosofar é aquela<br />
Será esta que lhe permitirá no esti nao se consegue<br />
sualizar os meios de vencer as contingfl ue explica tudo<br />
aos olhos de muitos como uma necessiridículo explicar<br />
vel, e que desejam convencer-nos de quês fêz", como die<br />
sempre, o producto <strong>dos</strong> acontecimentos da natureza",<br />
„ , , ,. is da energia",<br />
Conhecendo, como o fizemos, o que , , 7<br />
, , ,. , „, da estructura<br />
mentos e sabendo que dispomos de me<br />
os óbices e dirigir a nós mesmos, estamos e c "' 1 uan ° a<br />
zar a grande e a maior façanha do hom r eneidade de<br />
°S<br />
nao e reduzir<br />
da sua liberdade, que será o poder capaz*<br />
destino com as próprias mãos num acto d^ ue c0 °P eram<br />
íac ^ P eca P° r<br />
acto plenamente humano.<br />
o basta dizer<br />
manifestação<br />
nada há sem<br />
O PROBLEMA SOCIAL 227<br />
a cooperação fundamental do Ser Primeiro e Supremo,<br />
os factos heterogéneos, que sucedem, são productos próximos<br />
de inúmeras causas, de diversos factores, de muitas<br />
condições, que cooperam para que sucedam.<br />
Nada conseguiu de melhor o homem ocidental, desligando-se<br />
da Fonte da Vida. Não obteve nada de melhor<br />
com a descrença. Abismando-se na descrença, não pode<br />
nela conter-se, porque se tornou todo angústia, desespero,<br />
náusea, mágoa, nostalgia. Basta olharmos o espectáculo<br />
<strong>dos</strong> descrentes, suas palavras, suas queixas, seu<br />
desespero, sua intranquilidade, sua morbidez, sua damnação.<br />
É tudo miséria, tudo trevas, tudo abismos, tudo<br />
mau cheiro. Não há luz que brilhe, mas trevas que tudo<br />
encobrem; não há o ar fresco e sadio das montanhas, mas<br />
o fétido hálito <strong>dos</strong> pântanos.<br />
O homem descrente já cansou de descrer. Seu desespero<br />
é cansaço, sua angústia é lassidão, sua náusea é<br />
derrota.<br />
Não é possível que avancemos, não é possível que nos<br />
integremos num estágio mais alto, sem que nos religuemos<br />
outra vez à Fonte de nossa vida, à razão primeira e<br />
última de sermos. Que penetrem dentro de si mesmos,<br />
que tenham fortes narinas e bons estômagos para poderem<br />
respirar por entre o nauseabundo vapor que se desprende<br />
deles mesmos, para que, afinal, vendo a miséria<br />
que os avassala, o inferno que os envolve, possam outra<br />
vez correrem em busca do ponto de partida, clamando:<br />
quero luz, quero ar puro!<br />
Estamos no momento da Grande Decisão. E o primeiro<br />
passo é afirmarmos outra vez o hierático em nós.<br />
Sem essa afirmação nos abismaremos na decadência e na<br />
derrocada final.<br />
Estamos outra vez desafia<strong>dos</strong>. Ou voltamos a crer<br />
em algo que nos ultrapassa, ou nos afogaremos no pân-