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Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi

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216 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

nos favorecem a melhor compreensão <strong>dos</strong> factos históricos<br />

como sobretudo nos auxiliam a ter uma visão mais<br />

nítida do momento que vivemos.<br />

Podemos, assim, estabelecer algumas propriedades<br />

de cada aspecto extremo: o extremo animal e o extremo<br />

humano de sua influência na actividade e na criação humana.<br />

EXTREMO ANIMAL EXTREMO HUMANO<br />

Valorização da sensibilidade e da<br />

afectividade.<br />

Valorização <strong>dos</strong> instintos já perdi<strong>dos</strong>,<br />

mas julga<strong>dos</strong> recuperáveis.<br />

Valorização da sem-razão, como<br />

vemos nos românticos, nos irracionalistas,<br />

intuitivistas, etc.<br />

Valorização da incoerência.<br />

Valorização exclusiva da realidade,<br />

do nexo <strong>dos</strong> entes reais<br />

entre si, sem valorização <strong>dos</strong><br />

nexos ideais.<br />

Valorização da criação espontânea,<br />

da catharsis estética, do<br />

ímpeto criador.<br />

Não é ao belo que se procura,<br />

mas à expressão com beleza,<br />

emotiva.<br />

Valorização das emoções, das<br />

paixões, do Pathos.<br />

A sensibilidade e a afectividade<br />

embora de valor vital, são apenas<br />

pontos de partida para o<br />

conhecimento.<br />

Os instintos são irrecuperáveis,<br />

e o homem tem de ascender,<br />

seguindo os rumos que lhe dão<br />

a inteligência e, sobretudo, a<br />

razão, rectamente conduzida.<br />

Valorização da coerência, do nexo<br />

formal que há entre os<br />

factos; ou seja, valorização da<br />

idealidade da realidade.<br />

Valorização <strong>dos</strong> nexos ideais.<br />

Valorização da criação estética,<br />

conduzida pela intelectualidade.<br />

A catharsis deve ser despojada<br />

<strong>dos</strong> excessos monstruosos, e<br />

atingir ao belo.<br />

Valorização da Razão, da Vontade<br />

dominadora das paixões<br />

e das emoções; em suma, do<br />

Logos.<br />

O PROBLEMA SOCIAL 217<br />

ROMANTICISMO CLASSICISMO<br />

A fidelidade a si mesmo é correspondente<br />

sempre aos impulsos<br />

à proporção que surgem.<br />

Valorização do acto animal, sensível,<br />

das reacções da sensibilidade.<br />

Nossa afectividade é valorizadora<br />

ou não <strong>dos</strong> factos.<br />

O oculto, o místico, o simbólico,<br />

o híbrido exaltam, estimulam<br />

a imaginação.<br />

Opina-se aqui. ..<br />

A felicidade humana alcança-se<br />

na fusão cósmico-animal.<br />

A verdade é alcançada apenas<br />

pela experiência. Surge ela da<br />

captação imediata, intuitiva.<br />

Valorização da doía.<br />

Nós somos o que somos.<br />

A conquista da humanidade está<br />

em não falseá-la em suas<br />

origens.<br />

Dionisismo.<br />

O génio é o criador espontâneo,<br />

e apenas isso.<br />

A fidelidade a si mesmo consiste<br />

no conhecer-se a si mesmo,<br />

no perscrutar seus ímpetos, e<br />

saber como dirigi-los para a<br />

própria elevação.<br />

Valorização do acto humano e<br />

sua vitória sobre as emoções<br />

que a viciam.<br />

Só a intelectualidade é capaz de<br />

apreciar justamente os valores.<br />

Estimulam eles a mente na busca<br />

das razões ocultas, das causas<br />

desconhecidas, na formulação<br />

<strong>dos</strong> nexos.<br />

Demonstra-se aqui...<br />

A felicidade humana obtém-se<br />

pela tranquilidade da mente<br />

ao alcançar a verdade.<br />

A verdade é alcançada, partindo-se<br />

da experiência, mas obtida<br />

pela adequação <strong>dos</strong> conteú<strong>dos</strong><br />

noemáticos aos factos.<br />

Valorização da episteme.<br />

Nós somos o que nós podemos<br />

fazer de nós.<br />

A conquista da humanidade está<br />

em alcançarmos a sua superação<br />

pelo acto genuinamente<br />

humano.<br />

Apolinismo.<br />

O génio é o criador, atendido e<br />

estimulado pelo trabalho perseverante<br />

e pela paciência sem<br />

fim.

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