Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi
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214 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />
4) A Liberdade plena de manifestação de todas as<br />
ideias que levem o homem ao mais alto, e tornem-no<br />
mais pujante, com o respeito ao direito de to<strong>dos</strong>. E sobretudo<br />
permitir que as ideias positivas possam ter as<br />
mesmas condições e facilidades de veiculação como as<br />
têm as más e destructivas.<br />
5) Valorização do que dignifica o homem, e luta<br />
contra tudo quanto explore a sua fraqueza moral, a sua<br />
morbidez, a sua concupiscência.<br />
6) Nobreza nas atitudes, nos gestos, nas palavras,<br />
no modo de proceder.<br />
7) Lutar pelo bem estar em benefício de to<strong>dos</strong>, iniciando-se<br />
pela luta enérgica contra a miséria e a ignorância.<br />
8) Honrar a prestação de serviços e a retribuição<br />
justa, e o dever de to<strong>dos</strong> de trabalhar pelo bem <strong>social</strong>.<br />
9) Dar a toda riqueza uma função <strong>social</strong>, evitando<br />
que alguns enriqueçam à custa das carências alheias.<br />
10) Dar responsabilidade a to<strong>dos</strong> em benefício de<br />
to<strong>dos</strong>, e que to<strong>dos</strong> participem da actividade pública.<br />
Este é o bom combate.<br />
Para êle, convoquemos to<strong>dos</strong> os bons guerreiros de<br />
um ideal humano superior.<br />
A SUBLIMAÇÃO DAS POLARIDADES INEVITÁVEIS<br />
À proporção que os fundamentos teocráticos sofrem<br />
as deformações que decorrem da acção corruptiva <strong>dos</strong><br />
aristocratas, <strong>dos</strong> empresários utilitários e, sobretudo, dós<br />
cesariocratas, <strong>dos</strong> estatólatras impenitentes, a confusão<br />
nas ideias cresce na sociedade em questão.<br />
Há sempre, no homem, uma grande oposição entre<br />
a sua sensibilidade e afectividade, de origem mais animal,<br />
e a intelectualidade que nele se desenvolve aos poucos,<br />
a ponto de dar-lhe a ciência, o saber culto. São observáveis<br />
os seguintes aspectos:<br />
a) o homem, considerado em sua formação biológica,<br />
é um animal, mas possuidor de uma intelectualidade,<br />
pela qual estructurou um pensamento culto, a ciência, a<br />
demonstração;<br />
b) há manifestações inequívocas de um ímpeto para<br />
ascender na escala animal, pela incorporação definitiva<br />
na humanidade, e ímpetos de retorno às raízes animais,<br />
à sensibilidade, através da afectividade;<br />
c) esses retornos acompanham constantemente a<br />
vida humana, e tomam maior vulto em certos estágios<br />
do ciclo cultural. Têm sempre seus cultores, como se vê<br />
precisamente no movimento romântico, no ocidente (e<br />
em to<strong>dos</strong> os movimentos análogos).<br />
Pela delineação que acima fizemos, podemos estabelecer<br />
uma série de comentários oportunos, pois não só