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Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi

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212 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

Nada tem manchado a História de páginas mais negras<br />

e de momentos mais trágicos e hedion<strong>dos</strong>, que o monopólio<br />

do poder, a omnipotência de alguns separa<strong>dos</strong> do<br />

conjunto da colectividade humana.<br />

O monopólio de poder tem sido a causa, a força motriz,<br />

que tem impedido a união <strong>dos</strong> homens pelo amor, e<br />

os tem afastado pelo ódio.<br />

O poder não pode pertencer a uns, mas a to<strong>dos</strong>.<br />

O Estado somos to<strong>dos</strong> nós. Marchamos e devemos<br />

marchar para a pantarquia, para todo poder a to<strong>dos</strong>.<br />

O poder de to<strong>dos</strong>, por to<strong>dos</strong> pelo bem de to<strong>dos</strong>.<br />

Nada de representantes, mas delega<strong>dos</strong> com funções<br />

delimitadas rigidamente, e móveis, constantemente móveis,<br />

contra todo carreirismo político, contra toda habitualidade<br />

do poder, corruptor de consciências.<br />

Desse modo, afastaremos para sempre o perigo <strong>dos</strong><br />

demagogos, <strong>dos</strong> cesariocratas. Quando um canalha vir<br />

ao povo e lhe disser que precisa de todo o poder para realizar<br />

o bem do povo, esmagai o canalha!<br />

Ninguém, nem nenhum partido, desses que partem a<br />

sociedade, que seccionam as consciências, que afastam<br />

os homens uns <strong>dos</strong> outros, tem o direito a todo o poder.<br />

O poder é de to<strong>dos</strong> nós.<br />

Abramos as portas ao mérito, desde os simples núcleos<br />

de bairro. Que os verdadeiros valores possam erguer-se<br />

pela sua actuação, pela sua competência comprovada,<br />

sem necessidade da publicidade desenfreada, nem<br />

do apoio <strong>dos</strong> poderosos.<br />

Quem quer admitir que um homem de dignidade vá<br />

para o meio das multidões para incensá-las, para bafejadas<br />

de elogios, para atirar-lhes epítetos cheios de adula-<br />

O PROBLEMA SOCIAL 213<br />

ção, que estão nos lábios e não no cérebro e muito menos<br />

nos corações, para poder assumir postos de mando?<br />

Abramos as portas aos homens dignos, permitamos<br />

que os mais nobres e mais justos possam prestar serviços<br />

ao bem público, sem necessidade de se humilharem<br />

na adulação das massas de eleitores.<br />

Só a pantarquia, a democracia directa, poderá unir<br />

as consciências, evitar o viciamento do poder, afastar os<br />

ambiciosos, e revelar os melhores para as melhores funções.<br />

A democracia directa é uma prática já comprovada<br />

em povos de alta cultura. Já mostrou quantos frutos benéficos<br />

pode dar, e como é fácil afastar os ambiciosos, os<br />

torpes, os patifes, os ladrões encasaca<strong>dos</strong>, os incompetentes,<br />

os débeis mentais, cuja única inteligência é a astúcia.<br />

É esse o único caminho que pode realizar plenamente<br />

o que de mais positivo tem o homem. Tudo o mais<br />

tem sido apenas brutalidade e sórdida mentira.<br />

105) Lutemos, assim, por estes princípios básicos,<br />

fundamentais de nossa cultura, que poderão assegurar a<br />

plenitude constante do homem, a verdadeira revolução,<br />

a da humanidade, a revolução permanente da ascenção<br />

humana:<br />

1) A transcendência do pensamento cristão.<br />

2) A moral cristã sem os excessos da virtude viciosa,<br />

como bem mostrava Tomás de Aquino.<br />

3) Amar o Ser Supremo acima de todas as coisas,<br />

porque está êle acima de todas as coisas, e aos nossos<br />

semelhantes como a nós mesmos, realizando o apoio-mútuo,<br />

a cooperação de to<strong>dos</strong> em benefício de cada um e<br />

de to<strong>dos</strong>.

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