Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi
Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi
Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
206 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />
j) nenhum delegado deverá ser nomeado para mais<br />
de duas assembleias, a fim de evitar-se o carreirismo político,<br />
e nenhum perceberá nada mais do que ganha em sua<br />
função <strong>social</strong>, além de uma ajuda de custas quanto à viagem<br />
e estada.<br />
k) Os poderes deverão ser harmonicamente dispostos:<br />
a) o técnico, ao qual cabe a formulação de planificações<br />
técnicas, no qual se acham os delega<strong>dos</strong> escolhi<strong>dos</strong>,<br />
através da selecção técnica desde os bairros ou pequenas<br />
colectividades, bem como pelas organizações de<br />
classes respectivas.<br />
b) O científico, formado de delega<strong>dos</strong> escolhi<strong>dos</strong> do<br />
mesmo modo.<br />
c) O económico, formado de delega<strong>dos</strong> também do<br />
mesmo escolhido.<br />
d) O judiciário, com delega<strong>dos</strong> confirma<strong>dos</strong> por<br />
eleição directa por seus pares, e vitalícios.<br />
e) O legislativo, com delega<strong>dos</strong> apenas eleitos pelo<br />
voto popular.<br />
f) O executivo indirecto, será constituído por um<br />
conselho de homens de comprovada estatura moral, cuja<br />
presidência será provisória, de modo que to<strong>dos</strong> passem<br />
pela mesma. Seus membros serão vitalícios, e não poderão<br />
ter idade inferior a 60 nem superior a 80 anos. Serão<br />
substituí<strong>dos</strong> por selecção realizada desde os grupos<br />
fundamentais.<br />
Os poderes técnicos, científico e económico poderão<br />
propor normas e leis, que serão aprovadas pelo legislativo<br />
e postas em vigor pelo executivo. Ao judiciário, caberá<br />
as mesmas funções que se observam em todo o mundo.<br />
O PROBLEMA SOCIAL 207<br />
102) Uma organização <strong>social</strong> pantarquista será para<br />
muitos impossível de ser alcançada, porque os interesses<br />
cria<strong>dos</strong> obstaculizam um evento dessa espécie. Sem<br />
dúvida que sabemos que é assim. Mas sabemos, também,<br />
que não sendo assim, o homem viverá sempre os<br />
mesmos ciclos, as mesmas odisseias, as mesmas contingências.<br />
Ou faremos a História, ou seremos feitos por<br />
ela. Cabe-nos escolher. Os que julgam que é impossível,<br />
que encolham os ombros e se afastem. Os que desejam<br />
combater pelo que é possível de realizar, e de certo<br />
modo já se realizou em países de maior progresso, como<br />
a Suíça, a Suécia, a Noruega, etc, que não desanimem e<br />
ponham-se em luta. O imprevisto também acontece na<br />
História, apesar daqueles que, acovarda<strong>dos</strong>, não desejam<br />
lutar pelo melhor.<br />
Muitos desfalecerão nessa luta, sem dúvida, como<br />
muitos, apesar das dificuldades, prosseguirão lutando.<br />
Não importa. O principal é saber-se que há homens qu a<br />
não trepidam em lutar por uma superação humana.<br />
O seu esforço será o maior título de glória às gerações<br />
futuras. E temos certeza disso, pela simples razão<br />
seguinte: seguindo o rumo que ora percorremos, chegaremos,<br />
inevitavelmente, à mais destructiva das guerras, e<br />
talvez ao fim da humanidade. Se queremos evitar essa<br />
destruição, devemos lutar por essa superação.<br />
Não precisamos convocar ninguém. Cada um, dentro<br />
de si, que examine e escolha o caminho que desejar<br />
seguir.