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Mário Ferreira dos Santos - O problema social - iPhi

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200 MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS<br />

menta de entusiasmo e de responsabilidade. É natural<br />

que tais sociedades exijam liberdade política. Têm por<br />

accionistas consumidores, directos ou indirectos, quer <strong>dos</strong><br />

productos que fabricam, quer <strong>dos</strong> serviços que prestam.<br />

Têm elas as suas portas abertas a novos membros e dão<br />

retornos. Têm assim as características fundamentais das<br />

cooperativas, mas se distinguem dessas pelo facto de serem<br />

as cooperativas sociedades de pessoas e as cooperacionais<br />

sociedades de pessoas e de capital. Não nega, já<br />

o dissemos, o cooperacionismo o valor das cooperativas.<br />

Ao contrário, as exalta e as considera sob muitos aspectos<br />

superiores, mas os factos, ultimamente verifica<strong>dos</strong> na<br />

Europa mostram-nos que novas possibilidades surgem<br />

para a actualização da cooperação.<br />

Novas sociedades sob direcção tripartida (consumidores,<br />

productores, Estado) podem atender com maior<br />

eficiência as necessidades públicas. Vejamos os grandes<br />

exemplos já conheci<strong>dos</strong>: "Le crédit communal de Belgique",<br />

"La societé Nationale des Chemins de fer vicinaux",<br />

"La Societé Nacional des Distributions d'Eaux", "La Societé<br />

Nationale des Habitations et Logements à bon marche",<br />

etc, todas na Bélgica.<br />

Na França temos: "La Compagnie nationale du Rhône",<br />

"L'Energie électrique de la Moyenne Dordogne" e outras;<br />

na Inglaterra, a "Metropolitan Water Board", a organização<br />

<strong>dos</strong> portos de Londres, Liverpool, Melbourne,<br />

Sydney, etc, a "London Passenger Transport Board", a famosa<br />

BBC de Londres, com suas 190 emissoras, as empresas<br />

de electricidade, as grandes companhias modernas<br />

de fornecimento de transporte, luz, etc, das cidades reconstruídas<br />

na Inglaterra e outras. Os exemplos mais<br />

interessantes são os da<strong>dos</strong> pela Bélgica, cujas características,<br />

criadas pelo grande Frei Orban, ministro belga, trouxeram<br />

novas possibilidades. Um estudo dessas experiências<br />

coroadas de êxito nos mostraria que marchamos<br />

O PROBLEMA SOCIAL 201<br />

por um caminho novo que perfeitamente evita os erros<br />

fundamentais <strong>dos</strong> liberais e <strong>dos</strong> marxistas, que não compreenderam<br />

que o mecanismo da producção não forma<br />

uma integral com o mecanismo da distribuição das rendas.<br />

Só as formas cooperacionais evitam as constantes tomadas<br />

de posição, que são frutos apenas de visões unilaterais<br />

<strong>dos</strong> factos económicos, e que ainda perduram nos<br />

estu<strong>dos</strong> de economistas, que não procuram ver nada além<br />

<strong>dos</strong> esquemas que traçaram.<br />

Quanto às normas de funcionamento dessas sociedades<br />

cooperacionais, como apresentam elas uma gama variada<br />

de múltiplas experiências, não é possível, naturalmente,<br />

aqui, dar um esboço. Um estudo, que já fizemos<br />

sobre as diversas modalidades, em face das experiências<br />

deste século até os nossos dias, nos leva a classificar cerca<br />

de 40 tipos de sociedades cooperacionais, que se revestem<br />

das formas variadas. E essa classificação é obtida<br />

considerando-se apenas as invariantes, e virtualizando os<br />

aspectos variantes que as tornariam ainda mais diferentes,<br />

as quais obedecem às influências locais e as coordenadas<br />

de cada função que possui suas peculiaridades.<br />

Oportunamente, quando se torne necessário, faremos<br />

uma síntese das características, e procuraremos ver nessas<br />

diversas modalidades os aspectos invariante, isto é,<br />

os que se repetem, e que lhes dão o verdadeiro cunho<br />

cooperacional.<br />

PARA FINALIZAR<br />

Surge ante os olhos <strong>dos</strong> amigos desta terra, que é<br />

preciso, de uma vez para sempre, acabar-se com essa aventura<br />

paleotécnica, que custou tanta desgraça ao nosso povo,<br />

que empobreceu o campo e não enriqueceu à miséria<br />

de uma das massas mais pobres do mundo. Penetramos

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