19.04.2013 Views

Avaliação da proteína de recombinante DnaK (HSP70)

Avaliação da proteína de recombinante DnaK (HSP70)

Avaliação da proteína de recombinante DnaK (HSP70)

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS<br />

INSTITUTO DE BIOLOGIA<br />

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS<br />

AVALIAÇÃO DA PROTEÍNA RECOMBINANTE <strong>DnaK</strong> (<strong>HSP70</strong>) DE Mycoplasma<br />

hyopneumoniae COMO ANTÍGENO VACINAL<br />

TESSÁLIA DINIZ LUERCE<br />

MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas<br />

Campus Universitário s/nº<br />

Caixa-postal 354 CEP 96010-900<br />

Pelotas – RS – Brasil<br />

2007


TESSÁLIA DINIZ LUERCE<br />

AVALIAÇÃO DA PROTEÍNA RECOMBINANTE <strong>DnaK</strong> (<strong>HSP70</strong>) DE Mycoplasma<br />

hyopneumoniae COMO ANTÍGENO VACINAL<br />

PELOTAS, 2007<br />

Monografia apresenta<strong>da</strong> ao curso<br />

<strong>de</strong> Ciências Biológicas <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas<br />

como requisito parcial à<br />

obtenção do título <strong>de</strong> Bacharel<br />

em Ciências Biológica.<br />

Orientador:......................................


BANCA EXAMINADORA<br />

Prof. Dr. Odir Antônio Dellagostin (Orientador)<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas.<br />

Doutoran<strong>da</strong> Simone Simionatto (co-orientadora)<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Biotecnologia Agrícola.<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas.<br />

Prof. Dr. Fabricio Rochedo Conceição<br />

Fun<strong>da</strong>ção Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong>.<br />

Prof a . MSc Daiane Drawanz Hartwig<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas.


DEDICATÓRIA<br />

A Deus Pai, que ofereceu o que tinha <strong>de</strong> mais valioso pela minha vi<strong>da</strong>!<br />

A Jesus pela constante presença, pelo seu gesto <strong>de</strong> amor ao oferecer<br />

sua vi<strong>da</strong> para pagar o preço <strong>da</strong> minha dívi<strong>da</strong>, por ter ressuscitado e<br />

ascendido ao céu, abrindo os portais eternos e nos <strong>da</strong>ndo livre acesso à<br />

presença <strong>de</strong> Deus!<br />

Ao amado Espírito Santo que me ensina e aju<strong>da</strong> a an<strong>da</strong>r na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>!<br />

A esse Deus trino, que é um Deus vivo, um Deus que esta perto. O<br />

criador <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as coisas, que neste trabalho me permitiu conhecer um<br />

pouco mais <strong>da</strong> sua maravilhosa criação!


AGRADECIMENTOS<br />

A Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas pela oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar um curso <strong>de</strong><br />

graduação <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Ao meu orientador, Odir A. Dellagostin, pela orientação, experiência,<br />

ensinamentos, apoio, confiança, exemplo <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação e profissionalismo, que foram<br />

importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho, assim como para minha vi<strong>da</strong> pessoal<br />

e profissional.<br />

Ao Maicon, meu amado esposo, por todo amor, amiza<strong>de</strong> e companheirismo, por<br />

sempre acreditar no meu potencial, sempre me incentivando a crescer e lutar.<br />

Aos meus pais e irmãs por todo esforço e incentivos <strong>da</strong>dos em minha vi<strong>da</strong>.<br />

Aos meus amigos <strong>da</strong> Aliança Bíblica Universitária <strong>de</strong> Pelotas pelos momentos <strong>de</strong><br />

crescimento e <strong>de</strong>scontração.<br />

Aos meus amigos e colegas <strong>de</strong> laboratório <strong>de</strong> Biologia Molecular, Alan, André,<br />

Ângela, Cristina, Daiane, Fabiana, Fabricio, Fernan<strong>da</strong>, Francine, Gustavo, Luciano,<br />

Marcelo, Michel, Michele, Sandra, Sibele, Silvana, Reginaldo, Robson, Valeska,<br />

Vanessa e Vanuza pelo apoio, incentivo e amiza<strong>de</strong>.<br />

A doutoran<strong>da</strong> Simone Simionatto pela especial co-orientação, pela paciência<br />

e por sua constante disposição em compartilhar seus conhecimentos.<br />

Aos colegas, estagiários e amigos do Centro <strong>de</strong> Biotecnologia, pela amiza<strong>de</strong><br />

e convívio agradável.<br />

Ao CNPq pela concessão <strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> iniciação científica.<br />

E a todos que direta ou indiretamente contribuíram <strong>de</strong> alguma forma para a<br />

realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Muito Obriga<strong>da</strong>!


µg – micrograma<br />

µL – microlitro<br />

µm – micrômetro<br />

µM – micro molar<br />

Al(OH) 3 – hidróxido <strong>de</strong> alumínio<br />

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES<br />

BSA – Bovine Sorum Albumin (albumina sérica bovina)<br />

CDRS – Complexo <strong>de</strong> Doenças Respiratórias em Suínos<br />

CIP – Calf Intestine Alkaline Phosphatase (enzima fosfatase alcalina isola<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

intestino <strong>de</strong> bezerro)<br />

C-dnaK – região C-terminal do gene dnaK<br />

DNA – ácido <strong>de</strong>soxirribonucléico<br />

dnaK – gene codificador <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>DnaK</strong><br />

<strong>DnaK</strong> – <strong>proteína</strong> codifica<strong>da</strong> pelo gene dnaK<br />

dNTP – 2’ - <strong>de</strong>soxinucleotí<strong>de</strong>o 5’ – trifosfatos<br />

EDTA – ácido etileno diamino tetracético<br />

ELISA – Enzime-Linked Immunossorbent Assay (ensaio <strong>de</strong> imunoabsorção<br />

enzimática)<br />

h – hora<br />

IL – interleucina<br />

IM – intramuscular<br />

IPTG – isopropil ß-D-tiogalactosí<strong>de</strong>o<br />

kb – kilobase<br />

kDa – kilo<strong>da</strong>lton<br />

LB – Meio Luria - Bertani<br />

M – molar<br />

mA – miliampér<br />

mg – miligrama<br />

MgCl 2 – cloreto <strong>de</strong> magnésio<br />

min – minutos<br />

mL – mililitro<br />

mm – milímetro


mM – milimolar<br />

NaCl – cloreto <strong>de</strong> sódio<br />

NaH 2 PO 4 – dihidrogenofosfato <strong>de</strong> sódio<br />

Ni 2+ – níquel<br />

ng – nanograma<br />

nm – nanômetro<br />

OD – Optical Density (<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> óptica)<br />

pb – pares <strong>de</strong> bases<br />

PBS – tampão fosfato salino<br />

PBS -T – tampão fosfato salino acrescido <strong>de</strong> 0,05% <strong>de</strong> Tween 20<br />

PCR – Polimerase Chain Reaction (reação em ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> polimerase)<br />

PES – Pneumonia Enzoótica Suína<br />

pH – potencial <strong>de</strong> hidrogênio<br />

pMol – picomol<br />

rC-<strong>DnaK</strong> – região c-terminal <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>DnaK</strong> obti<strong>da</strong> por sistema heterólogo <strong>de</strong><br />

expressão<br />

RNApol – RNA polimerase<br />

rpm – rotações por minuto<br />

s – segundos<br />

SDS-PAGE – Sodium Do<strong>de</strong>cyl Sulfate Polyacrylami<strong>de</strong> Gel Electrophoresis<br />

(Eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong> contendo SDS)<br />

SPF – Specific Pathogen Free (livre <strong>de</strong> patógeno específico)<br />

TBE – tampão tris-borato-EDTA<br />

TE – tampão tris-EDTA<br />

TNF- a – tumor necrosis factor-alpha (fator <strong>de</strong> necrose tumoral - alfa)<br />

U – uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enzima<br />

UV – luz ultravioleta<br />

V – volt<br />

vol – volume<br />

x – vezes


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 11<br />

1.1 Pneumonia Enzoótica Suína ................................................................................................ 11<br />

1.2 Agente etiológico................................................................................................................. 11<br />

1.3 Patogenia............................................................................................................................. 12<br />

1.4 Importância econômica........................................................................................................ 13<br />

1.5 Diagnóstico.......................................................................................................................... 14<br />

1.6 Controle <strong>da</strong> Pneumonia Enzoótica Suína............................................................................. 15<br />

1.7 Vacinas <strong>recombinante</strong>s........................................................................................................ 15<br />

1.8 Vacinas <strong>de</strong> subuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e sistemas <strong>de</strong> expressão heteróloga.............................................. 16<br />

1.9 Proteínas <strong>de</strong> choque térmico (HSPs) ................................................................................... 17<br />

1.10 <strong>DnaK</strong> (<strong>HSP70</strong>) como antígeno vacinal................................................................................ 18<br />

2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 19<br />

2.1 Objetivo geral....................................................................................................................... 19<br />

2.2 Objetivo específico .............................................................................................................. 19<br />

3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................... 20<br />

3.1 Cepa e extração <strong>de</strong> DNA ...................................................................................................... 20<br />

3.2 Desenho dos primers........................................................................................................... 20<br />

3.3 Reação em ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> polimerase (PCR) .............................................................................. 20<br />

3.4 Clonagem e expressão <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong>............................................................... 21<br />

3.5 Teste <strong>de</strong> solubili<strong>da</strong><strong>de</strong>........................................................................................................... 23<br />

3.6 Purificação <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> C-<strong>DnaK</strong>.................................................................... 23<br />

3.7 Diálise .................................................................................................................................. 24<br />

3.8 Imunização dos camundongos............................................................................................ 24<br />

3.9 <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> resposta imune humoral................................................................................. 25<br />

3.10 <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> antigenici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> rC-<strong>DnaK</strong> por Western e dot blot...................................... 25<br />

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................... 27<br />

4.1 Seleção <strong>da</strong> região C-temrinal do gene dnaK ........................................................................ 27


4.2 Construção do vetor pAE/C-dnaK ........................................................................................ 27<br />

4.3 <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> expressão <strong>da</strong> rC-<strong>DnaK</strong> em diferentes cepas <strong>de</strong> E. coli................................... 29<br />

4.4 Determinação <strong>da</strong> solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong>.................................................... 29<br />

4.5 Purificação e quantificação <strong>da</strong> rC-<strong>DnaK</strong> .............................................................................. 30<br />

4.6 Resposta imune humoral induzi<strong>da</strong> pela vacina <strong>recombinante</strong> <strong>de</strong> subuni<strong>da</strong><strong>de</strong> .................... 31<br />

4.7 Reconhecimento <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> pelo soro <strong>de</strong> suínos imunizados contra a PES e<br />

suínos naturalmente infectados pelo M. hyopneumoniae ......................................................... 32<br />

5 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 34<br />

6 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 35


RESUMO<br />

LUERCE, Tessália Diniz. <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> <strong>DnaK</strong> (<strong>HSP70</strong>) <strong>de</strong><br />

Mycoplasma hyopneumoniae como antígeno vacinal. 2007. 40f. Monografia –<br />

Ciências Biológicas Bacharelado, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas, Pelotas.<br />

A Pneumonia Enzoótica Suína (PES), causa<strong>da</strong> pelo Mycoplasma<br />

hyopneumoniae, é uma importante doença na criação suinícola brasileira e mundial.<br />

Altamente contagiosa, <strong>de</strong>strói os cílios do trato respiratório, predispondo o animal<br />

infectado a outros patógenos. Atualmente as vacinas disponíveis no mercado são<br />

compostas por bacterinas, as quais além <strong>de</strong> apresentar um elevado custo <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong>vido às dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s no cultivo <strong>de</strong> M. hyopneumoniae, conferem<br />

proteção parcial. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi produzir por sistema <strong>de</strong> expressão<br />

heterólogo em Escherichia coli a fração C-terminal <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>DnaK</strong> (C-<strong>DnaK</strong>),<br />

avaliar sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> imunogênica em camundongos BALB/c e antigenici<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

confrontando com soro <strong>de</strong> suínos imunizados contra PES e também <strong>de</strong> suínos<br />

naturalmente infectados pelo M. hyopneumoniae. O gene foi amplificado por PCR,<br />

inserido no vetor pAE e a <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> expressa em E. coli BL21(DE3)<br />

pLysS, sendo purifica<strong>da</strong> por cromatografia <strong>de</strong> afini<strong>da</strong><strong>de</strong>. A C-<strong>DnaK</strong> <strong>recombinante</strong><br />

(rC-<strong>DnaK</strong>) foi inocula<strong>da</strong> em camundongos e a resposta imune humoral avalia<strong>da</strong> por<br />

ELISA indireto. A <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> foi capaz <strong>de</strong> induzir uma resposta imune<br />

humoral em camundongos. Sendo observa<strong>da</strong> uma absorbância média <strong>de</strong> 0,133,<br />

para rC-<strong>DnaK</strong> testa<strong>da</strong> contra o pool dos soro dos animais inoculados com a<br />

bacterina, indicando haver produção <strong>de</strong> anticorpos contra a rC-<strong>DnaK</strong> na presença do<br />

M. hyopneumoniae. Através <strong>da</strong> técnica <strong>de</strong> Western blot foi observado que suínos<br />

imunizados contra a PES apresentam anticorpos que reconhecem epítopos <strong>da</strong> rC-<br />

<strong>DnaK</strong>. A <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> foi reconheci<strong>da</strong> pelo soro dos suínos naturalmente<br />

infectados pelo M. hyopneumoniae, quando utiliza<strong>da</strong> a técnica não <strong>de</strong>snaturante, dot<br />

blot, sugerindo que esta <strong>proteína</strong> é expressa durante a infecção. Estes resultados<br />

<strong>de</strong>monstram que a rC-<strong>DnaK</strong> constitui um alvo potencial para a utilização em testes<br />

<strong>de</strong> imunoproteção em suínos.<br />

Palavras chave: Vacina Recombinante, Pneumonia Enzoótica Suína, <strong>DnaK</strong>,<br />

Mycoplasma hyopneumoniae.


1 INTRODUÇÃO<br />

1.1 Pneumonia Enzoótica Suína<br />

A Pneumonia Enzoótica Suína (PES), causa<strong>da</strong> primariamente pelo<br />

Mycoplasma hyopneumoniae, é uma doença respiratória altamente contagiosa, <strong>de</strong><br />

distribuição cosmopolita, caracteriza<strong>da</strong> por alta morbi<strong>da</strong><strong>de</strong>, baixa mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>, tosse<br />

crônica, retardo do crescimento (OBOEGBULEN, 1981), formação <strong>de</strong> hiperplasia<br />

<strong>da</strong>s células epiteliais e aumento perivascular e peribronquiolar com acúmulo <strong>de</strong><br />

células mononucleares (KOBISCH, FRIIS 1996). A instalação do M. hyopneumoniae<br />

promove a <strong>de</strong>struição dos cílios do tecido epitelial ao longo do trato respiratório,<br />

reduzindo sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa e permitindo a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> patógenos<br />

secundários (CHOI et al., 2006) agravando, assim, o quadro clínico do animal<br />

(ARAÚJO, 2004) e aumentando os prejuízos (TRACKER et al., 1999).<br />

A disseminação <strong>da</strong> PES em um rebanho po<strong>de</strong> ocorrer através do contato<br />

direto dos animais sadios com as secreções do aparelho respiratório do suíno<br />

infectado ou por aerossóis eliminados durante a tosse. Entre plantéis po<strong>de</strong> ocorrer<br />

por via aerógena, visto que os aerossóis po<strong>de</strong>m atingir até 3,5 km, ou serem leva<strong>da</strong>s<br />

por veículos <strong>de</strong> transporte (RAUTIAINEN, WALLGREN, 2001; BARGEN, 2004). Ou<br />

ain<strong>da</strong>, acontecer a transmissão passiva, através do compartilhamento <strong>de</strong> utensílios<br />

com granjas contamina<strong>da</strong>s (FANO et al., 2005). A existência <strong>de</strong> ventilação<br />

ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> animais no criatório, ausência <strong>de</strong> controle <strong>da</strong><br />

temperatura, mistura <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> várias i<strong>da</strong><strong>de</strong>s e origens, favorecem a instalação<br />

<strong>da</strong> pneumonia enzoótica suína e sua permanência no rebanho. A PES afeta suínos<br />

<strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s, porém sua forma clínica é mais comum em animais <strong>da</strong> fase <strong>de</strong><br />

crescimento e terminação (SOBESTIANSKY et al., 1999).<br />

1.2 Agente etiológico<br />

O M. hyopneumoniae é uma bactéria pertencente à classe Mollicutes, que<br />

não apresenta pare<strong>de</strong> celular, que lhe confere a forma pleomórfica, resistência a<br />

antibióticos, que interferem na síntese <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> celular, como as penicilinas,<br />

cefalosporinas e vancomicinas, além <strong>de</strong> não corar-se pelo método <strong>de</strong> Gram, sendo<br />

recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s as colorações Giemsa, Castañe<strong>da</strong>, Dienes e novo azul <strong>de</strong> metileno<br />

(CONCEIÇÃO; DELLAGOSTIN, 2006; MONTAGNER et al., 2006). Além disso,


possui uma membrana trilaminar simples composta <strong>de</strong> <strong>proteína</strong>s, glico<strong>proteína</strong>s,<br />

glicolipí<strong>de</strong>os, fosfolipídios e colesterol, sendo este último responsável pela rigi<strong>de</strong>z e<br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> osmótica <strong>da</strong> membrana (CONCEIÇÃO; DELLAGOSTIN, 2006).<br />

Apresenta suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a lise por choque osmótico, pelo uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergentes,<br />

álcool, por anticorpos específicos ligados ao complemento (VERONESI, FOCACCIA,<br />

1996) e não resiste á variações bruscas <strong>de</strong> pH e temperatura.<br />

Seu tamanho varia entre 400-1200 nm, sendo consi<strong>de</strong>rado pequeno quando<br />

comparado a outras bactérias e possui um dos menores genomas (920,079 Kb) não-<br />

virais conhecidos, apresentando baixo conteúdo <strong>de</strong> guanina e citosina (28%)<br />

(VASCONCELOS et al., 2005; ARRAES et al., 2007).<br />

Um reflexo <strong>de</strong>ste genoma conciso é seu caráter fastidioso, suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

nutricionais e sua limita<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> biossintética (STAATS et al., 2007), <strong>de</strong> modo<br />

que, a manutenção <strong>de</strong>ste estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, exigiu a adoção <strong>de</strong> um comportamento<br />

parasitário, explorando nutrientes não sintetizados e evoluindo para invadir e<br />

permanecer em seus hospe<strong>de</strong>iros (VAN HAM et al., 2003). Devido a estas<br />

características, apenas uma parcela mínima dos micoplasmas existentes na<br />

natureza já foi cultiva<strong>da</strong> in vitro. Embora o M. hyopneumoniae participe <strong>de</strong>ssas<br />

limitações, é possível cultivá-lo utilizando meios líquidos e sólidos extremamente<br />

enriquecidos, porém, cresce pouco e lentamente mesmo nos melhores meios<br />

disponíveis. Quando cultivado em meio sólido, sua colônia apresenta-se<br />

morfologicamente semelhante ao um “ovo frito”.<br />

A presença <strong>de</strong> seqüências repeti<strong>da</strong>s em regiões gênicas e intergênicas,<br />

cria<strong>da</strong>s por “<strong>de</strong>rrapagens” durante o processo <strong>de</strong> replicação, levanta a suspeita <strong>de</strong><br />

que o M. hyopneumoniae utiliza o mecanismo <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> fase para aumentar a<br />

variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suas <strong>proteína</strong>s como estratégia para explorar ain<strong>da</strong> mais seu<br />

genoma reduzido, embora não tenha sido observa<strong>da</strong> nenhuma <strong>proteína</strong> que vali<strong>de</strong><br />

essa suspeita (FERREIRA, CASTRO, 2007).<br />

1.3 Patogenia<br />

O “Complexo <strong>de</strong> Doenças Respiratórias em Suínos” (CDRS), composto por<br />

patógenos <strong>de</strong> origem bacteriana ou viral, que po<strong>de</strong>m causar infecções<br />

concomitantemente, é uma ameaça à saú<strong>de</strong> dos rebanhos, sendo o M.<br />

hyopneumoniae um dos principais agentes <strong>de</strong>ste complexo (TRACKER, 2006). O<br />

agente <strong>da</strong> PES se fixa aos cílios <strong>da</strong> traquéia, brônquios e bronquíolos, paralisando-


os e <strong>de</strong>struindo-os. Park et al. (2002) levantam a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta fixação induzir<br />

o aumento <strong>de</strong> cálcio livre intracelular nas células epiteliais e ser o responsável pela<br />

per<strong>da</strong> dos cílios. Este <strong>da</strong>no <strong>de</strong>sestrutura o principal mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa<br />

inespecífica do trato respiratório, o elevador mucociliar, tornando o animal suscetível<br />

a patógenos secundários (CIPRIAN et al., 1988; MORRIS et al., 1995; YOUNG et al.,<br />

2000).<br />

O M. hyopneumoniae expõe vários epítopos simultaneamente causando uma<br />

resposta imune localiza<strong>da</strong>, interagindo com macrófagos alveolares e linfócitos,<br />

estimulando-os a produzir citocinas pró-inflamatórias (TNF- a, IL -1 e IL -6) que, além<br />

<strong>de</strong> produzirem as lesões pulmonares, hiperplasia linfói<strong>de</strong> perivascular e<br />

peribrônquica (RODRIGUEZ et al., 2004; SOBESTIANSKY et al., 1999), são<br />

responsáveis pela redução do crescimento (WILKIE, MALLARD, 1999), aumentando<br />

o prazo para abate. Além disso, um processo <strong>de</strong> imunossupressão generaliza<strong>da</strong> é<br />

<strong>de</strong>senvolvido.<br />

Nos estágios iniciais <strong>da</strong> doença observa-se per<strong>da</strong> <strong>de</strong> cílios, esfoliação,<br />

discreto acúmulo <strong>de</strong> neutrófilos ao redor <strong>da</strong>s vias aéreas; e, com a evolução <strong>da</strong><br />

doença, há um aumento no número <strong>de</strong> linfócitos nos espaços peribrônquiais,<br />

peribronquiolares e perivasculares. As lesões pulmonares <strong>de</strong>senvolvem-se<br />

principalmente nas porções anteroventral ou apical dos lobos pulmonares, seguindo<br />

o caminho que o ar faz ao entrar nos pulmões. Visualmente bem <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s, <strong>de</strong><br />

consistência firme, as lesões variam <strong>da</strong> coloração vermelho púrpura ao castanho<br />

acinzentado (RIBEIRO et al., 2004; CONCEIÇÃO; DELLAGOSTIN, 2006). Depois <strong>de</strong><br />

infectado o suíno leva entre 10 a 16 dias para manifestar os primeiros sinais <strong>da</strong><br />

doença (MAES et al., 2007).<br />

1.4 Importância econômica<br />

A carne suína é uma <strong>da</strong>s mais consumi<strong>da</strong>s no mundo. Em duas déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

pesquisa foi possível a obtenção <strong>de</strong> uma carne mais saudável, com redução <strong>de</strong> 31%<br />

<strong>da</strong> gordura, 10% do colesterol e 14% <strong>da</strong>s calorias, promovendo um aumento do<br />

consumo no país. Atualmente, a carne suína é a terceira mais consumi<strong>da</strong> pelos<br />

brasileiros, com um consumo <strong>de</strong> 12,7 kg/habitante/ano, em alguns países europeus<br />

que chega à 76 kg/habitante/ano (SCOFANO, 2006). Em quarto lugar no ranking<br />

mundial sobre produção e exportação <strong>de</strong> carne suína, o Brasil, em 2006, atingiu 2,86<br />

milhões <strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s, exportando 18%.


A PES é uma <strong>da</strong>s mais importantes doenças <strong>da</strong> indústria suinícola brasileira e<br />

mundial (RAUTIEN, WALLGREN, 2001; CONCEIÇÃO et al., 2006; MAES et al.,<br />

2007). Rebanhos infectados pela pneumonia enzoótica apresentam retardo no prazo<br />

do abate dos suínos, e possíveis mortes <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s infecções secundárias,<br />

gerando gran<strong>de</strong>s per<strong>da</strong>s econômicas. Segundo Morris et al. (1995) esse prejuízo<br />

po<strong>de</strong> atingir o alto índice <strong>de</strong> 44%.<br />

Pesquisas realiza<strong>da</strong>s em matadouros <strong>de</strong> vários países, tem revelado a<br />

ocorrência <strong>de</strong> lesões típicas <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> em 30% à 80% dos animais abatidos.<br />

No Brasil, constatou-se que 55% dos suínos <strong>de</strong> abate apresentavam lesões<br />

sugestivas e 100% dos rebanhos examinados estavam afetados (SOBESTIANKY et<br />

al., 1999). A doença promove per<strong>da</strong>s econômicas que po<strong>de</strong>m chegar a 20% sobre a<br />

conversão alimentar e até 30% sobre o ganho <strong>de</strong> peso, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s lesões e <strong>da</strong>s infecções secundárias (SOBESTIANYSK et al., 1999).<br />

O alto índice <strong>de</strong> PES em criadouros comerciais no mundo todo e,<br />

especialmente no Brasil, on<strong>de</strong> se estima estar presente na totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s granjas,<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam per<strong>da</strong>s econômicas que requerem novas estratégias <strong>de</strong> controle para<br />

a doença.<br />

1.5 Diagnóstico<br />

A PES po<strong>de</strong> ser diagnostica<strong>da</strong> com base nos sinais clínicos <strong>da</strong> doença,<br />

observação <strong>de</strong> lesões macroscópicas e análises histopatológicas (RIBEIRO et al.,<br />

2004; SCOFANO, 2006). Porém, outras doenças po<strong>de</strong>m provocar sinais clínicos e<br />

lesões semelhantes. Além disso, as lesões causa<strong>da</strong>s pela PES po<strong>de</strong>m apresentar-<br />

se modifica<strong>da</strong>s quando o animal estiver acometido <strong>de</strong> infecções secundárias.<br />

Diagnóstico por métodos sorológicos como Hemoaglutinação Indireta,<br />

Fixação <strong>de</strong> Complemento e ELISA, po<strong>de</strong>m ser realizados no rebanho nove dias<br />

após a observação <strong>de</strong> tosse nos animais, quando já é possível <strong>de</strong>tectar a<br />

soroconversão. Quando utilizado o ELISA <strong>de</strong>ve-se utilizar métodos complementares<br />

para <strong>de</strong>terminar o diagnóstico, porque, embora apresente alta sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, este<br />

teste é limitado pela reação cruza<strong>da</strong> com Mycoplasma flocculare.<br />

O método <strong>de</strong> isolamento do M. hyopneumoniae, a partir <strong>de</strong> tecido<br />

pulmonar, permite i<strong>de</strong>ntificar o agente em um processo rápido <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente


67 h, porém, a presença <strong>de</strong> M. hyorhinis po<strong>de</strong> gerar um resultado falso positivo.<br />

Como complemento a esta técnica é realizado um PCR multiplex seguido <strong>de</strong> Nested<br />

PCR para diferenciar M. hyopneumoniae <strong>de</strong> M. hyorhinis (LIN et al., 2006).<br />

Em animais com baixo nível <strong>de</strong> contaminação o Nested PCR tem sido uma<br />

boa alternativa para <strong>de</strong>tectar a presença do agente <strong>da</strong> PES (Referência). Ca<strong>da</strong><br />

procedimento possui uma parcela <strong>de</strong> precisão e subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo necessário<br />

combinar métodos para uma <strong>de</strong>terminação segura do diagnóstico, a fim <strong>de</strong> se evitar<br />

resultado inconclusivo e controverso.<br />

1.6 Controle <strong>da</strong> Pneumonia Enzoótica Suína<br />

Tradicionalmente, o controle <strong>da</strong> infecção causa<strong>da</strong> pelo M. hyopneumoniae é<br />

realizado através do uso <strong>de</strong> antibióticos. Porém, a crescente prevalência <strong>de</strong> cepas<br />

resistentes tem aumentado o risco <strong>de</strong> reinfecção (CHEN et al., 2003), e além <strong>de</strong>ste<br />

tratamento ter custo elevado, dificilmente elimina a pneumonia enzoótica do rebanho<br />

e os resíduos do medicamento po<strong>de</strong>m ain<strong>da</strong> comprometer a carne suína.<br />

A vacinação é mais efetiva para erradicar ou controlar a infecção, que o uso<br />

<strong>de</strong> antibióticos (CONCEIÇÃO et al., 2006). Atualmente, o mercado dispõe <strong>de</strong> vacinas<br />

compostas pelo microrganismo inativado (bacterinas). Sua produção apresenta<br />

elevado custo <strong>de</strong>vido à dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cultivar o M. hyopneumoniae, que cresce<br />

pouco e lentamente em meios enriquecidos, fato este, que torna a vacina contra a<br />

PES o medicamento <strong>de</strong> maior custo <strong>da</strong> suinocultura, além <strong>de</strong> promover apenas<br />

proteção parcial. Estes fatos <strong>de</strong>spertam o interesse por vacinas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s<br />

através <strong>da</strong> tecnologia <strong>de</strong> DNA <strong>recombinante</strong>, uma vez que o cultivo do agente em<br />

larga escala não é requerido.<br />

1.7 Vacinas <strong>recombinante</strong>s<br />

O progresso obtido na pesquisa na área imonológica, bioquímica e <strong>da</strong> biologia<br />

molecular, tem disponibilizado novas estratégias para a obtenção e produção <strong>de</strong><br />

vacinas (ADA, RAMSHAW, 2003). As vacinas <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> geração são basea<strong>da</strong>s<br />

em uma seleção racional do antígeno a ser produzido via tecnologia do DNA<br />

<strong>recombinante</strong>.<br />

Dominantes até a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, as vacinas <strong>de</strong> primeira geração, basea<strong>da</strong>s<br />

principalmente em células inteiras dos patógenos mortos ou atenuados, vem sendo<br />

substituí<strong>da</strong>s gradualmente pelas vacinas <strong>da</strong> nova geração (LUPI, 2003).


As vacinas <strong>recombinante</strong>s po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> três tipos: (1) vacinas <strong>de</strong> DNA,<br />

contém genes ou fragmentos <strong>de</strong> genes relacionados à virulência ou patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> agentes infecciosos, inseridos em um pequeno DNA circular (plasmí<strong>de</strong>o) que, ao<br />

ser introduzido no organismo, utilizam o maquinário celular <strong>de</strong>ste para codificar<br />

essas <strong>proteína</strong>s e promover a imunização; (2) vacinas vetoriza<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong> organismos<br />

como bactérias e vírus carream genes do patógeno e expressam estes genes <strong>de</strong>ntro<br />

do hospe<strong>de</strong>iro; (3) vacinas <strong>de</strong> subuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, que são compostas por <strong>proteína</strong>s,<br />

frações <strong>de</strong> <strong>proteína</strong>s ou <strong>proteína</strong>s combina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> um patógeno, produzi<strong>da</strong>s em um<br />

sistema heterólogo <strong>de</strong> expressão (KREUZER; MASSEY, 2002).<br />

1.8 Vacinas <strong>de</strong> subuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e sistemas <strong>de</strong> expressão heteróloga<br />

Vacinas <strong>recombinante</strong>s <strong>de</strong> subuni<strong>da</strong><strong>de</strong> utilizam apenas a porção antigênica<br />

do patógeno, não apresentando risco infeccioso. Obti<strong>da</strong>s por sistemas heterólogos<br />

<strong>de</strong> expressão, on<strong>de</strong> são produzi<strong>da</strong>s eleva<strong>da</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>proteína</strong>s à um menor<br />

custo, em substituição às dispendiosas purificações convencionais (HOCKNEY,<br />

1994).<br />

A vacina contra o vírus <strong>da</strong> hepatite B é um exemplo <strong>de</strong> vacina <strong>recombinante</strong><br />

<strong>de</strong> subun<strong>da</strong><strong>de</strong> disponível no mercado, anteriormente obti<strong>da</strong> através <strong>da</strong> purificação<br />

do plasma humano, teve o gene HBs foi inserido em um plasmí<strong>de</strong>o e expresso em<br />

levedura (Saccharomyces cerevisae), com gran<strong>de</strong> rendimento. Diferente <strong>da</strong>s vacinas<br />

compostas por microrganismos inativados ou mortos que expõe o sistema a<br />

inúmeras moléculas não conheci<strong>da</strong>s, a vacina <strong>de</strong> subuni<strong>da</strong><strong>de</strong> é composta por<br />

partículas não infecciosas, não sendo observado nenhum efeito colateral. Esta po<strong>de</strong><br />

ser administra<strong>da</strong> em pessoas imunossuprimi<strong>da</strong>s e mulheres grávi<strong>da</strong>s, sem risco e<br />

com eficiência.<br />

A segurança <strong>da</strong>s vacinas <strong>recombinante</strong>s <strong>de</strong> subuni<strong>da</strong><strong>de</strong> fez com que esta<br />

fosse o único tipo <strong>de</strong> vacina <strong>recombinante</strong> a conseguir a licença pelos orgãos <strong>de</strong><br />

regulação competentes. A produção <strong>de</strong>stes antígenos po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong> em vários<br />

sistemas heterólogos <strong>de</strong> expressão mediados tanto por organismos procariotos<br />

como eucariotos. As vantagens e <strong>de</strong>svantagens apresenta<strong>da</strong>s por esses sistemas<br />

<strong>de</strong>vem ser leva<strong>da</strong>s em consi<strong>de</strong>ração para ca<strong>da</strong> antígeno a ser expresso.<br />

A expressão <strong>de</strong> <strong>proteína</strong>s em E. Coli, apesar <strong>de</strong> não realizar modificações<br />

pós traducionais, apresenta fácil crescimento, possui várias cepas com genótipo<br />

conhecido, vários plasmí<strong>de</strong>os comerciais disponíveis em processo <strong>de</strong> baixo custo.


Estas muitas vantagens <strong>de</strong> E. coli tem mantido-a como um microorganismo<br />

importante para a produção <strong>de</strong> <strong>proteína</strong>s <strong>recombinante</strong>s (MAKRIDES, 1996).<br />

1.9 Proteínas <strong>de</strong> choque térmico (HSPs)<br />

Em resposta às súbitas mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong>s condições ambientais, muitos<br />

organismos apresentam um aumento imediato na síntese <strong>de</strong> um pequeno grupo <strong>de</strong><br />

<strong>proteína</strong>s que preservam as funções celulares, estas <strong>proteína</strong>s são <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s<br />

<strong>proteína</strong>s <strong>de</strong> choque térmico (Heat Shock Proteíns - HSP), sendo assim chama<strong>da</strong>s<br />

porque foram primeiramente observa<strong>da</strong>s após um estresse térmico (SCHERM et al,<br />

2002). As HSPs po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>da</strong>s em seis famílias <strong>de</strong> acordo com o seu peso<br />

molecular aparente: HSP100, HSP90, <strong>HSP70</strong>, HSP60, HSP40 e HSP10 (VAN<br />

EDEN, 2005).<br />

Encontra<strong>da</strong>s em todos os procariotos e eucariotos, as HSPs são <strong>proteína</strong>s<br />

altamente conserva<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>stacando-se as famílias HSP60 e <strong>HSP70</strong>. As HSPs<br />

po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>da</strong>s na porção cistólita, na pare<strong>de</strong> celular ou como <strong>proteína</strong><br />

exporta<strong>da</strong> (GULLO, TEOH, 2004). Têm por função a modulação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

protéica por alteração <strong>de</strong> conformação, promovendo agrupamento/<strong>de</strong>sagrupamento<br />

<strong>de</strong> complexos multiprotéicos, regulando a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> <strong>proteína</strong>s no percurso do<br />

proteossoma e facilitando a translocação <strong>de</strong> <strong>proteína</strong>s por membranas (TAKAYAMA<br />

et al., 2003).<br />

Em condições <strong>de</strong> estresse celular o aumento <strong>da</strong> síntese <strong>da</strong>s HSPs é<br />

justificado pela maior concentração <strong>de</strong> <strong>proteína</strong>s expressas ain<strong>da</strong> não enovela<strong>da</strong>s<br />

ou <strong>de</strong>snatura<strong>da</strong>s, gera<strong>da</strong>s em resposta ao estresse sofrido, <strong>de</strong> modo que sua<br />

atuação confere resistência ao <strong>da</strong>no celular e a apoptose. O estresse enfrentado<br />

pelas bactérias patogênicas durante o processo <strong>de</strong> colonização do hospe<strong>de</strong>iro e<br />

instalação <strong>da</strong> doença, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia a expressão <strong>de</strong> HPS em altos níveis (MADSEN<br />

et al., 2006).<br />

A resposta imunológica <strong>de</strong> hospe<strong>de</strong>iros contra Borrelia burgdorferi, Chlamidia<br />

trachomatis, Helicobacter pylori, Mycobacterium leprae, M. tuberculosis, Yersinia<br />

enterocolitica, Leishmania donovani, Toxoplasma gondii, Plasmodium falciparum,<br />

Candi<strong>da</strong> albicans, Trichophyton mentagrophytes entre outros, está associa<strong>da</strong> ao<br />

reconhecimento <strong>de</strong> HSPs <strong>de</strong>stes patógenos (RAŠKA, WEIGL, 2005). Importantes<br />

imunógenos <strong>da</strong> infecção, as HSPs são antígenos a<strong>de</strong>quados para a utilização em<br />

novas vacinas (RAŠKA, WEIGL, 2005; VAN EDEN, 2005).


1.10 <strong>DnaK</strong> (<strong>HSP70</strong>) como antígeno vacinal<br />

Tanto <strong>HSP70</strong> quanto HSP60 são antígenos imunodominantes em uma gran<strong>de</strong><br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> bactérias patogênicas. Em Mycoplasma fermentans, M. genitalium e M.<br />

pneumoniae foi <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> a expressão <strong>da</strong> HSP60 em resposta ao estresse térmico.<br />

Porém, em M. hyopneumoniae o gene codificador para HSP60 está ausente no<br />

genoma, sendo sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> atribuí<strong>da</strong> ao complexo <strong>DnaK</strong>-DnaJ-GrpR (MINION et<br />

al., 2004).<br />

A <strong>DnaK</strong> foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como a <strong>proteína</strong> mais expressa pelo M.<br />

hyopneumoniae durante o estresse térmico. Pertencente a família <strong>HSP70</strong>, possui<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> chaperona, enovelando <strong>proteína</strong>s a partir do dobramento correto <strong>da</strong>s<br />

ca<strong>de</strong>ias polipeptídicas, assim que estas emergem do ribossomo, se ligando aos<br />

resíduos hidrofóbicos expostos na conformação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong> estrutura protéica.<br />

Estas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s são realiza<strong>da</strong>s juntamente com as co-chaperonas DnaJ e GrpR e<br />

utiliza energia obti<strong>da</strong> pela hidrólise do ATP (MINION et al., 2004 e MADSEN et al.,<br />

2006; WALKER et al., 2007).<br />

Analisando as seqüências dos genomas <strong>de</strong> M. hyopneumoniae cepas J, 7448<br />

e 232, FERRREIRA & CASTRO (2007), <strong>de</strong>signaram a <strong>proteína</strong> <strong>DnaK</strong> como um fator<br />

<strong>de</strong> virulência. Atribuíram-na as seguintes características: (i) provavelmente<br />

localiza<strong>da</strong> na membrana ou secreta<strong>da</strong>, (ii) relaciona<strong>da</strong> ao estresse ambiental, (iii)<br />

ortóloga a fatores <strong>de</strong> virulência bacterianos anteriormente <strong>de</strong>scritos e (iv) i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong><br />

como possível componente <strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> ou mecanismos relacionados. Sendo<br />

assim, a <strong>DnaK</strong> (<strong>HSP70</strong>) <strong>de</strong> M. hyopneumoniae mostra-se uma candi<strong>da</strong>ta potencial<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma nova vacina contra a pneumonia enzoótica suína.


2 OBJETIVOS<br />

2.1 Objetivo geral<br />

- Produzir a porção C-terminal <strong>da</strong> <strong>DnaK</strong> através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

expressão heterólogo em E. coli e avaliar seu potencial imunogênico e<br />

antigênico.<br />

2.2 Objetivo específico<br />

- Construir um vetor <strong>de</strong> expressão em procarioto contendo a região C-<br />

terminal do gene dnaK;<br />

- Expressar a <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> em 5 diferentes cepas <strong>de</strong> E. coli<br />

BL21(DE3) (pLysS, Codon Plus RP, DE3, Star e SI), e selecionar<br />

aquela que apresentar melhor <strong>de</strong>sempenho para realizar a produção;<br />

- Purificar a rC-<strong>DnaK</strong>;<br />

- Inocular camundongos com a <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> e monitorar a<br />

resposta imune humoral específica por ELISA;<br />

- Avaliar a antigenici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> através <strong>de</strong> Western<br />

blot utilizando soro <strong>de</strong> suínos imunizados contra a PES e <strong>de</strong> suínos<br />

infectados com M. hyopneumoniae.


3 MATERIAIS E MÉTODOS<br />

3.1 Cepa e extração <strong>de</strong> DNA<br />

M. hyopneumoniae cepa 7448 (VASCONCELOS et al., 2005) foi cedido pelo<br />

Cbiot/UFRGS, na forma <strong>de</strong> pellet. Para extração do DNA genômico foi utilizado<br />

GFX Genomic Blood DNA Purification Kit (Amersham Biosciences, UK), segundo<br />

especificações do fabricante.<br />

3.2 Desenho dos primers<br />

A análise do gene dnaK para <strong>de</strong>senho dos primers foi realiza<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong><br />

seqüência do genoma do M. hyopneumoniae, cepa 7448, disponível no GenBank®,<br />

número <strong>de</strong> acesso NC_007332, utilizando o programa Vector NTI 8.0 (Informax). Os<br />

primers foram <strong>de</strong>senhados para amplificar a maior região em pares <strong>de</strong> bases (pb) <strong>de</strong><br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> hidrofílica e com ausência <strong>de</strong> códons TGAs. Ao primer forward foi<br />

adicionado o sítio para a enzima <strong>de</strong> restrição BamHI<br />

(CGGGATCCATTACAACGGTTTCAGCAAAAG) e ao primer reverse o sítio para a<br />

enzima HindIII (CCAAGCTTTTAATCCTGCTTGATTTCAGCA).<br />

3.3 Reação em ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> polimerase (PCR)<br />

A reação <strong>de</strong> PCR foi realiza<strong>da</strong> para um volume final <strong>de</strong> 25 µL contendo 200<br />

µM <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> dNTP, 2,0 mM MgCl 2 , 10% <strong>de</strong> Tampão 10x, 0,4 pmol <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> primer<br />

(MWG Biotech, USA), 50 ng <strong>de</strong> DNA genômico e 1U <strong>da</strong> enzima Taq DNA polimerase<br />

<strong>recombinante</strong> (Invitrogen).<br />

A reação foi realiza<strong>da</strong> em termociclador Mastercycler Gradient (Eppendorf)<br />

sendo submeti<strong>da</strong> às etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>snaturação inicial, a 94°C por 2 min, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30<br />

ciclos <strong>de</strong> <strong>de</strong>snaturação, a 94°C por 1 min, hibridização em quatro temperaturas<br />

diferentes 45/50/55/60°C por 1 min, extensão a 72°C por 1,5 min e, ao término dos<br />

ciclos, a reação foi submeti<strong>da</strong> a uma extensão final <strong>de</strong> 72°C por 7 min.<br />

A amplificação foi checa<strong>da</strong> em gel <strong>de</strong> agarose 1%, aplicando-se 4 ?L do<br />

produto <strong>de</strong> PCR e 2 ?L <strong>de</strong> 6X tampão <strong>de</strong> amostra (0,25% azul <strong>de</strong> bromofenol, 40%<br />

glicerol). A eletroforese foi realiza<strong>da</strong> em cuba horizontal (BioRad) com tampão TBE<br />

0,5X pH 8,3 (45 mM Tris, 45 mM ácido bórico, 1 mM EDTA) à 140V por 30 minutos e


visualiza<strong>da</strong> em um translaminador UV. O gel foi fotografado com câmera digital<br />

Olympus Camedia C-4000 zoom.<br />

3.4 Clonagem e expressão <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong><br />

A ligação do gene foi realiza<strong>da</strong> mediante modificações do protocolo <strong>de</strong>scrito<br />

por SAMBROOK, RUSSEL (2001). A região amplifica<strong>da</strong> foi liga<strong>da</strong> ao vetor pAE<br />

(RAMOS et al., 2004), <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> um vetor comercial pRSETA-Invitrogen, que<br />

possui as seguintes características: origem <strong>de</strong> replicação em E. coli, sítio <strong>de</strong> múltipla<br />

clonagem, gene <strong>de</strong> resistência ao antibiótico ampicilina, operador lac e promotor do<br />

fago T7, que possui a vantagem <strong>de</strong> induzir a transcrição pela T7 RNApol que<br />

apresenta alta especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> a sua região promotora, não promovendo a expressão<br />

<strong>de</strong> <strong>proteína</strong>s <strong>da</strong> célula bacteriana, além disso, este vetor acrescenta à <strong>proteína</strong><br />

<strong>recombinante</strong> seis resíduos <strong>de</strong> histidina na porção N-terminal, como estratégia para<br />

purificação <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> em coluna <strong>de</strong> cromatografia <strong>de</strong> afini<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O produto <strong>de</strong> PCR, purificado utilizando o GFX TM<br />

PCR DNA and Gel Band<br />

Purification Kit, seguindo orientações do fabricante (Amersham Biosciences) e o<br />

plasmí<strong>de</strong>o, foram digeridos em uma reação contendo cinqüenta microlitros <strong>de</strong> DNA,<br />

1 µL <strong>da</strong> enzima HindIII, 4 µL <strong>de</strong> água, 6µL <strong>de</strong> 10x tampão <strong>de</strong> reação e incuba<strong>da</strong>s em<br />

banho-maria a 37°C overnight. Após, a digestão foi submeti<strong>da</strong> à temperatura <strong>de</strong><br />

65°C por 20 min, para inativação <strong>da</strong> enzima.<br />

Uma nova reação <strong>de</strong> digestão, agora com a enzima BamHI, foi realiza<strong>da</strong>,<br />

on<strong>de</strong> foram acrescidos 1 µL <strong>da</strong> enzima, 7µL do 10x tampão <strong>de</strong> reação e 2 µL <strong>de</strong><br />

água, e incubados em banho-maria por uma hora.<br />

O vetor foi tratado com fosfatase alcalina (CIP) (Boehringer Mannheim) para<br />

evitar a recircularização. O plasmí<strong>de</strong>o cipado e o inserto foram purificados com<br />

GFX TM<br />

PCR DNA and Gel Band Purification Kit (Amersham Biosciences) e<br />

quantificados por comparação com o marcador 1Kb DNA lad<strong>de</strong>r (Invitrogen) à 50<br />

ng/µL em gel <strong>de</strong> agarose 1%.<br />

A reação <strong>de</strong> ligação foi realiza<strong>da</strong> mediante relação equimolar 3:1, entre<br />

inserto e vetor, na presença <strong>da</strong> enzima T4 DNA ligase (Invitrogen) a 8°C, overnight.<br />

Um microlitro do produto <strong>da</strong> ligação foi adicionado a uma alíquota <strong>de</strong> 50 µL <strong>de</strong><br />

células E. coli TOP10 (Tabela 1) eletrocompetentes. Esta mistura foi homogeneiza<strong>da</strong><br />

e transferi<strong>da</strong> para uma cubeta <strong>de</strong> eletroporação (BioRad Laboratories) resfria<strong>da</strong> e


submeti<strong>da</strong> a 25 µFD <strong>de</strong> capacitância, 200 Ohms <strong>de</strong> resistência e a 2,5 kV <strong>de</strong><br />

voltagem em um eletroporador (Bio-Rad Laboratories). Imediatamente após a<br />

eletroporação, 450 µL do caldo Luria-Bertani (LB) foram adicionados as células,<br />

estas foram manti<strong>da</strong>s a 37°C sob agitação <strong>de</strong> 220 rpm por 1 h. Transcorrido este<br />

tempo, o produto <strong>da</strong> transformação foi semeado em ágar LB, acrescido <strong>de</strong> 100<br />

µg/mL <strong>de</strong> ampicilina e mantido em estufa a 37°C, overnight.<br />

Algumas colônias foram submeti<strong>da</strong>s a uma triagem rápi<strong>da</strong> utilizando o<br />

protocolo Microprep (JOUGLARD et al., 2002), para i<strong>de</strong>ntificação dos clones<br />

<strong>recombinante</strong>s. Os prováveis <strong>recombinante</strong>s foram cultivados em caldo LB,<br />

contendo 100 µg/mL <strong>de</strong> ampicilina, à 37°C sob agitação <strong>de</strong> 220 rpm, overnight,<br />

estes tiveram seu DNA extraído, e foram submetidos a uma digestão com as<br />

mesmas enzimas <strong>de</strong> restrição utiliza<strong>da</strong>s na clonagem.<br />

Tabela 1– Características <strong>da</strong> cepa bacteriana <strong>de</strong> clonagem E. coli TOP10.<br />

E. coli TOP 10<br />

Cepa Genótipo Referência<br />

F - mcrA ?(mrr-hsdRMS-<br />

mcrBC) f 80lacZ?M15<br />

?lacX74 recA1 ara ?139<br />

?(araleu) 7697 galU galK<br />

rpsL (Str R ) endA1 nupG<br />

Grant et al., 1990<br />

Casa<strong>da</strong>ban, Cohen, 1980<br />

O gene clonado foi verificado integri<strong>da</strong><strong>de</strong> do gene clonado foi verificado<br />

mediante seqüenciamento automático <strong>de</strong> DNA por eletroforese capilar utilizando di-<br />

<strong>de</strong>oxi-nucleotí<strong>de</strong>os marcados em um seqüenciador MegaBACE 500 (Amershan<br />

Biosciences), a seqüência gera<strong>da</strong> foi analisa<strong>da</strong> utilizando os seguintes programas <strong>de</strong><br />

bioinformática: ContigExpress (Informax Inc) e Basic Local Alignment Search Tool<br />

(BLAST), localizados no National Center for Biotechnology Information (NCBI)<br />

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/).<br />

O plasmí<strong>de</strong>o <strong>recombinante</strong> foi <strong>de</strong>nominado pAE/C-dnaK sendo transformado<br />

nas cepas <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> E. coli subtipos BL21 (DE3) pLysS, BL21 (DE3), BL21<br />

(DE3) Star, BL21 (DE3) Codon Plus RP e BL21 (DE3) SI, sendo as primeiras<br />

cultiva<strong>da</strong>s em 10 mL <strong>de</strong> caldo LB contendo 100 µg/mL <strong>de</strong> ampicilina, em agitador<br />

orbital a 250 rpm a 37°C e a última em ausência <strong>de</strong> sal. Após atingir <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> ótica


a 600 nm (OD 600 ) entre 0,5 e 0,7, uma amostra foi coleta<strong>da</strong> para servir como controle<br />

não induzido. Em segui<strong>da</strong> foi adicionado 300 mM <strong>de</strong> NaCl na cepa SI e 1 mM <strong>de</strong><br />

IPTG nas <strong>de</strong>mais cepas para induzir a expressão <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> heteróloga. O cultivo<br />

foi mantido ain<strong>da</strong> por três horas sob agitação e ao final uma amostra foi retira<strong>da</strong> para<br />

observação. As amostras não-induzi<strong>da</strong>s e induzi<strong>da</strong>s dos cultivos foram processa<strong>da</strong>s<br />

e submeti<strong>da</strong>s à eletroforese em gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong> segundo metodologia <strong>de</strong>scrita<br />

por Sambrook & Russel (2001).<br />

3.5 Teste <strong>de</strong> solubili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

O pellet <strong>de</strong> 4 mL do cultivo induzido por 2 h, foi ressuspendido em 1 mL do<br />

tampão PBS 1x, sonicado em 3 ciclos (3 x <strong>de</strong> 10 s, à 20 kHz), tendo uma alíquota <strong>de</strong><br />

500 µL separa<strong>da</strong> e centrifuga<strong>da</strong> por 2 minutos a 14000 rpm. Ao pellet formado foram<br />

adicionados 40 µL <strong>de</strong> tampão <strong>de</strong> amostra SDS 5x, 160 µL <strong>de</strong> TE 1x pH 8,0 (10 mM<br />

tris; 1 mM EDTA) e ao sobrena<strong>da</strong>nte (40 µL) foram acrescidos 10 µL <strong>de</strong> tampão <strong>de</strong><br />

amostra SDS 5x, sendo aplicados no gel <strong>de</strong> poliacrilami<strong>da</strong> 15% uma amostra <strong>de</strong> 5<br />

µL do pellet e 15 µL do sobrena<strong>da</strong>nte. Como controle foram aplicado 4 µL do cultivo<br />

induzido acrescido <strong>de</strong> 1 µL <strong>de</strong> tampão <strong>de</strong> amostra SDS 5x.<br />

3.6 Purificação <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> C-<strong>DnaK</strong><br />

Um cultivo <strong>de</strong> E.coli BL21 (DE3) pLysS pAE/C-dnaK em 5 mL <strong>de</strong> caldo LB<br />

contendo 100 µg/mL <strong>de</strong> ampicilina crescido em agitador orbital a 250 rpm a 37°C,<br />

overnight, foi expandido para um volume <strong>de</strong> 500 mL <strong>de</strong> caldo LB. Ao atingir a<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> ótica a 600 nm (OD 600 ), uma amostra do cultivo não induzido foi coleta<strong>da</strong><br />

para servir como controle. Em segui<strong>da</strong> foi adicionado 1 mM <strong>de</strong> IPTG e, ao final <strong>de</strong> 3<br />

h foi coleta<strong>da</strong> uma alíquota para análise.<br />

O cultivo induzido foi centrifugado a 4°C, 7000 rpm por 30 minutos, tendo seu<br />

pellet congelado overnight e posteriormente ressuspendido em 60 mL <strong>de</strong> solução <strong>de</strong><br />

lavagem (200 mM NaH2PO4; 500 mM NaCl; 5 mM imi<strong>da</strong>zol; pH 8,0) sob agitação, à<br />

4°C por 2 h. Em segui<strong>da</strong> o material foi sonicado em 3 ciclos (3 x <strong>de</strong> 10 s, à 20 kHz),<br />

filtrado em filtro 0,8 µm (Millipore) e submetido ao processo <strong>de</strong> purificação.<br />

A <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> foi purifica<strong>da</strong> mediante um processo <strong>de</strong><br />

cromatografia <strong>de</strong> afini<strong>da</strong><strong>de</strong> através <strong>de</strong> uma coluna <strong>de</strong> Ni 2+ -Sepharose, a qual<br />

promove a captura <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> heteróloga através <strong>da</strong> ligação dos seis resíduos <strong>de</strong>


histidina adicionados à <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> pelo vetor utilizado, enquanto as<br />

outras <strong>proteína</strong>s <strong>de</strong> E. coli ficam livres, sendo facilmente retira<strong>da</strong>s com a passagem<br />

<strong>da</strong> solução <strong>de</strong> lavagem. A <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> é eluí<strong>da</strong> <strong>da</strong> coluna quando<br />

submeti<strong>da</strong> a uma solução <strong>de</strong> eluição (200 mM NaH2PO4; 500 mM NaCl; 500 mM<br />

Imi<strong>da</strong>zol pH 8,0).<br />

3.7 Diálise<br />

Após a purificação a <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> foi dialisa<strong>da</strong> em processo rápido,<br />

sendo transferi<strong>da</strong> para um saco <strong>de</strong> celulose (25 mm x 16 mm) (Sigma), que retém a<br />

<strong>proteína</strong> ao mesmo tempo em que seus poros permitem a troca <strong>de</strong> íons e sais em<br />

solução, o qual foi submerso em um becker contendo 1 L <strong>de</strong> PBS com 0,05% Triton<br />

X–100 e mantido à 4°C sob agitação por 12 horas. A ca<strong>da</strong> 3 h, 500 mL do PBS <strong>da</strong><br />

diálise era substituído por um novo PBS. A <strong>proteína</strong> dialisa<strong>da</strong> foi armazena<strong>da</strong> a -<br />

20°C com adição <strong>de</strong> glicerina 10%. A concentração <strong>da</strong> rC-<strong>DnaK</strong> foi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> por<br />

comparação com uma curva padrão <strong>de</strong> albumina sérica bovina (BSA) em gel <strong>de</strong><br />

poliacrilami<strong>da</strong> 15%.<br />

3.8 Imunização dos camundongos<br />

A <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> purifica<strong>da</strong> foi utiliza<strong>da</strong> na inoculação <strong>de</strong><br />

camundongos BALB/c fêmeas (Biotério Central, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas,<br />

RS, Brasil) <strong>de</strong> 5 a 7 semanas <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os animais foram dispostos em três grupos<br />

<strong>de</strong> cinco animais ca<strong>da</strong>, sendo os grupos: (1) imunizados com a <strong>proteína</strong><br />

<strong>recombinante</strong> C-<strong>DnaK</strong>, (2) vacinados com a bacterina comercial (RespiSure ®<br />

)<br />

(controle positivo) e (3) administrados com PBS 1x acrescido <strong>de</strong> 15% <strong>de</strong> hidróxido<br />

<strong>de</strong> alumínio [PBS/Al(OH)3] (controle negativo). Foram inocula<strong>da</strong>s duas doses, por via<br />

intramuscular (IM), distantes em 21 dias.<br />

Ca<strong>da</strong> dose <strong>da</strong> vacina <strong>de</strong> subuni<strong>da</strong><strong>de</strong> foi administra<strong>da</strong> na concentração <strong>de</strong> 50<br />

µg, juntamente com 15% do adjuvante Al(OH)3 e um volume <strong>de</strong> 100 µL <strong>da</strong> bacterina<br />

e 100 µL PBS 1x/Al(OH)3 foram aplicados em ca<strong>da</strong> animal dos grupos controles. As<br />

coletas <strong>de</strong> sangue foram realiza<strong>da</strong>s no dia 0 (zero), 21, 42, 63, 84, 105 e 112 dias,<br />

sendo o sangue obtido via plexo venoso retro-ocular.


Para obtenção do soro, o sangue foi estocado a 37°C por 1 h, seguido <strong>de</strong><br />

uma outra incubação à 4°C por 1 h e posteriormente realiza<strong>da</strong> uma centrifugação<br />

por 10 min a 4000 rpm. O soro foi separado e estocado a -20°C até sua utilização.<br />

3.9 <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> resposta imune humoral<br />

A resposta humoral foi monitora<strong>da</strong> por ELISA indireto a partir do pool dos<br />

soros <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo. Um ensaio preliminar foi realizado para i<strong>de</strong>ntificar as<br />

concentrações mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> antígeno, soro e anticorpo conjugado a serem<br />

usados no teste.<br />

O protocolo estabelecido foi o seguinte: sensibilizar a placa <strong>de</strong> microtitulação<br />

(Cral) adicionando 5 µg/mL <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> diluí<strong>da</strong> em 50 mM tampão<br />

carbonato bicarbonato (pH 9,8) a 4°C, overnight. Adicionar 200 µL <strong>de</strong> BSA 0,5%,<br />

incubado a 37°C por 1 h. Incubar o soro (diluído 1:50 em PBS-T 1x) a 37°C por 1 h.<br />

Adicionar o conjugado IgG anti-mouse para peroxi<strong>da</strong>se (Sigma Aldrich) diluído em<br />

PBS-T 1x 1:2000, a 37°C por 1 h. Entre ca<strong>da</strong> etapas a placa foi lava<strong>da</strong> 3 vezes com<br />

PBS-T 1x por 1 min. Posteriormente foi acrescido 100 µL <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> enzima<br />

substrato/cromógeno (H2O2/ortophenylenediamine) em tampão citrato-fosfato pH 4,0<br />

e armazenado durante 15 min a temperatura ambiente em local com ausência <strong>de</strong><br />

luz. A leitura foi realiza<strong>da</strong> em leitor <strong>de</strong> ELISA Multiskan MCC/340 (Titertek) filtro 450<br />

nm. Os testes foram realizados para ca<strong>da</strong> amostra em duplicata.<br />

3.10 <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> antigenici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> rC-<strong>DnaK</strong> por Western e dot blot<br />

Uma amostra <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> foi submeti<strong>da</strong> a 15% SDS-PAGE<br />

utilizando o sistema <strong>de</strong> mini gel (BioRad). Após a corri<strong>da</strong>, o gel <strong>de</strong> policrilami<strong>da</strong> foi<br />

sobreposto a uma membrana <strong>de</strong> nitrocelulose (GE Healthcare), estes foram<br />

acoplados a um ”Bio-Rad Trans-Blot cell”, submerso em tampão <strong>de</strong> transferência e<br />

mantidos a 150 V, 400 mA, por 1 h, para eletrotransferir a <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong><br />

para a membrana.<br />

Posteriormente, a membrana foi bloquea<strong>da</strong> com PBS-T 1x acrescido <strong>de</strong> 5%<br />

<strong>de</strong> caseína, overnight a 4°C. Após o bloqueio, a membrana foi lava<strong>da</strong> com PBS-T 1x<br />

(3x <strong>de</strong> 5 min por lavagem) e incuba<strong>da</strong> individualmente com soro 1:100 dos animais<br />

imunizados, livres <strong>de</strong> patógenos ou acometidos pela Pneumonia Enzoótica, por 1 h a<br />

temperatura ambiente,o anticorpo anti-Pig IgG conjugado com peroxi<strong>da</strong>se (Sigma<br />

Aldrich) diluido 1:2000 foi adicionado a membrana e incubado por 1 h. Para reduzir o


ackground, os soros foram previamente adsorvidos com extrato <strong>de</strong> E. coli antes <strong>de</strong><br />

serem utilizados. O soro <strong>de</strong> animais livre <strong>de</strong> patógenos foi utilizado como controle<br />

negativo e o extrato <strong>de</strong> M. hyopneumoniae cepa 7448 como controle positivo.<br />

As ban<strong>da</strong>s <strong>de</strong> imunoreação <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> foram <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s com 0,005% (peso /<br />

vol) 4-cloro-1-naftol-0,015% (vol / vol) hidrogênio peroxi<strong>da</strong>se em PBS 1x.<br />

Um dot blot foi realizado para avaliar a interação do soro dos animais<br />

infectados com a <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> com seus epítopos conformacionais<br />

mantidos.


4 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

4.1 Seleção <strong>da</strong> região C-temrinal do gene dnaK<br />

A análise do gene dnaK com auxilio do programa Vector NTI 8.0 <strong>de</strong>monstrou<br />

que sua região C-terminal (C-dnaK) apresentava o maior fragmento (441 pb)<br />

<strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> códon TGA. Este códon é utilizado pelos micoplasmas para codificar<br />

o aminoácido triptofano, enquanto que outros organismos, po<strong>de</strong>m o reconhecer<br />

como códon <strong>de</strong> terminação <strong>da</strong> tradução. Além disso, analise apontou que este<br />

fragmento era hidrofílico, característica esta que ten<strong>de</strong> a facilitar o processo <strong>de</strong><br />

purificação e sua manutenção na forma solúvel.<br />

Portanto, a seqüência <strong>de</strong> 441 pb que codifica do aminoácido 455 ao 601 do<br />

gene dnaK aten<strong>de</strong>u satisfatoriamente aos critérios, sendo escolhi<strong>da</strong> para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do estudo.<br />

4.2 Construção do vetor pAE/C-dnaK<br />

Para otimizar a reação <strong>de</strong> PCR foram testa<strong>da</strong>s as seguintes temperaturas <strong>de</strong><br />

anelamento 45, 50, 55 e 60°C. Na Figura 1 po<strong>de</strong> ser visualizado a amplificação do<br />

C-dnaK nestas diferentes temperaturas, <strong>de</strong>monstrando que mesmo frente a uma<br />

variação <strong>de</strong> 15°C, os primers anelaram com a mesma especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>, mantendo<br />

homogêneo o rendimento <strong>da</strong>s reações.<br />

Figura 1 – Gel <strong>de</strong> agarose <strong>de</strong>monstrando a amplificação do C-dnaK utilizando<br />

diferentes temperaturas <strong>de</strong> anelamento dos primers. Coluna 1 - 1 kb DNA lad<strong>de</strong>r;<br />

colunas 2-5 – produto <strong>de</strong> PCR usando as temperaturas <strong>de</strong> anelamento: 45°C, 50°C,<br />

55°C e 60°C, respectivamente.<br />

O gene <strong>de</strong> interesse foi clonado com sucesso no vetor pAE. Na Figura 2 está<br />

representado o mapa do vetor construído.<br />

M 1 2 3 4<br />

506 pb 457 pb


pUC ori<br />

AmpR<br />

pAE/C-dnaK<br />

3237 bp<br />

pT7<br />

6x His<br />

Bam HI (137)<br />

dnaK - HSP 70<br />

HindIII (584)<br />

Figura 2 - Mapa do vetor pAE/C-dnaK gerado pelo programa Vector NTI 8.0<br />

(Informax).<br />

As colônias obti<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> clonagem do plasmí<strong>de</strong>o pAE/C-dnaK em E.<br />

coli, foram submeti<strong>da</strong>s a uma triagem rápi<strong>da</strong>. O perfil <strong>de</strong> ban<strong>da</strong>s dos plasmí<strong>de</strong>os dos<br />

clones <strong>recombinante</strong>s obtidos pela transformação, foram observados e comparados<br />

ao padrão <strong>de</strong> ban<strong>da</strong>s do vetor pAE. Os clones <strong>recombinante</strong>s <strong>de</strong>verão apresentar<br />

uma ban<strong>da</strong> maior que a do controle, uma vez que, além do vetor pAE, os clones<br />

<strong>recombinante</strong>s possuem o C-dnaK inserido. Na Figura 3, o resultado <strong>da</strong> triagem<br />

po<strong>de</strong> ser visualizado.<br />

Figura 3 – Triagem dos clones <strong>recombinante</strong>s em gel <strong>de</strong> agarose 1%. Coluna 1,<br />

pAE; coluna 2-11, plasmí<strong>de</strong>os provenientes <strong>da</strong> clonagem do pAE/C-dnaK em E. coli.<br />

Os plasmí<strong>de</strong>os <strong>da</strong>s colunas 2, 3, 5, 6, 8 e 10 apresentaram o padrão<br />

esperado para clones <strong>recombinante</strong>s. Estes foram submetidos à digestão com as<br />

mesmas enzimas utiliza<strong>da</strong>s na clonagem, <strong>de</strong> modo que os plasmí<strong>de</strong>os<br />

f1 ori<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11


ecombinantes liberaram dois fragmentos, um <strong>de</strong> 447 pb e outro <strong>de</strong> 2790 pb,<br />

referentes, respectivamente, ao inserto e ao vetor. Na Figura 4 observamos que<br />

todos os plasmí<strong>de</strong>os analisados eram <strong>recombinante</strong>s.<br />

Figura 4 – Gel <strong>de</strong> agarose 1% para confirmação dos clones <strong>recombinante</strong>s. Coluna<br />

1, 1 kb DNA lad<strong>de</strong>r; coluna 2- 7 clones <strong>recombinante</strong>s liberando o padrão esperado<br />

(447 pb e 2790 pb).<br />

A integri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> região gênica clona<strong>da</strong> foi verifica<strong>da</strong> comparando o produto<br />

do seqüenciamento do plasmí<strong>de</strong>o <strong>recombinante</strong> construído com a seqüência <strong>da</strong> C-<br />

dnaK do M. hyopneumoniae (7448) disponível no GenBanK®. A análise feita<br />

utilizando os programas <strong>de</strong> bioinformática ContigExpress (Informax) e Basic Local<br />

Alignment Search Tool (BLAST) <strong>de</strong>monstrou i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 100% entre as<br />

seqüências.<br />

3054 pb<br />

506 pb<br />

1 2 3 4 5 6 7<br />

4.3 <strong>Avaliação</strong> <strong>da</strong> expressão <strong>da</strong> rC-<strong>DnaK</strong> em diferentes cepas <strong>de</strong> E. coli<br />

O vetor pAE/C-dnaK foi clonado nas cepas <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> E. coli BL21<br />

(DE3) subtipos pLysS, BL21 (DE3), BL21 (DE3) Star, BL21 (DE3) Codon Plus RP e<br />

BL21 (DE3) SI, <strong>de</strong>monstrando uma maior produção <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> rC-<strong>DnaK</strong> (17.9 kDa)<br />

nos subtipos pLysS, DE3 e Codon Plus (<strong>da</strong>dos não mostrados). De acordo com<br />

estes resultados a cepa escolhi<strong>da</strong> para continuar o processo <strong>de</strong> produção <strong>da</strong><br />

<strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> foi a cepa pLysS, pois apresentou, além <strong>da</strong> alta produção <strong>de</strong><br />

<strong>proteína</strong>, um controle na regulação <strong>da</strong> expressão mais efetivo.<br />

4.4 Determinação <strong>da</strong> solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong><br />

2790 pb<br />

447 pb<br />

Células bacterianas induzi<strong>da</strong>s a produzir a rC-<strong>DnaK</strong> foram lisa<strong>da</strong>s e<br />

centrifuga<strong>da</strong>s, permanecendo no sobrena<strong>da</strong>nte as <strong>proteína</strong>s solúveis (hidrofílicas) e


no pellet aquelas insolúveis (hidrofóbicas). Uma amostra do sedimento e do<br />

sobrena<strong>da</strong>nte foram submetidos à eletroforese em gel <strong>de</strong> policrilami<strong>da</strong> 15%, on<strong>de</strong> foi<br />

possível verificar que a <strong>proteína</strong> rC-<strong>DnaK</strong> <strong>de</strong> 17.9 kDa é expressa na forma solúvel,<br />

uma vez que esta encontra-se presente no sobrena<strong>da</strong>nte e não no pellet, conforme<br />

po<strong>de</strong>mos visualizar na Figura 5.<br />

Figura 5 – Teste <strong>de</strong> solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> rC-<strong>DnaK</strong>, em SDS-PAGE 15% corado<br />

com Comassie Blue. Coluna 1, Marcador <strong>de</strong> Massa Molecular; coluna 2, cultivo <strong>de</strong><br />

E.coli BL21 (DE3) pAE/C-dnaK induzido; coluna 3, amostra do pellet do cultivo E.coli<br />

BL21 (DE3) pAE/C-dnaK induzido; coluna 4, amostra do sobrena<strong>da</strong>nte do cultivo<br />

E.coli BL21 (DE3) pAE/C-dnaK induzido.<br />

4.5 Purificação e quantificação <strong>da</strong> rC-<strong>DnaK</strong><br />

Devido ao seu caráter hidrofílico e ausência <strong>de</strong> corpúsculos <strong>de</strong> inclusão<br />

<strong>de</strong>monstrado no teste <strong>de</strong> solubili<strong>da</strong><strong>de</strong>, adotou-se um protocolo <strong>de</strong> purificação para<br />

<strong>proteína</strong>s solúveis. Na Figura 6 é possível visualizar a <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong><br />

purifica<strong>da</strong>.<br />

40 kDa<br />

31 kDa<br />

20 kDa<br />

14 kDa<br />

40 kDa<br />

31 kDa<br />

25 kDa<br />

14 kDa<br />

1 2 3 4<br />

17.9 kDa<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

17.9 kDa


Figura 6 – Purificação <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> rC-<strong>DnaK</strong> em gel <strong>de</strong> Policrilami<strong>da</strong> 15% corado<br />

com Comassie Blue. Coluna 1, Marcador <strong>de</strong> Massa Molecular; coluna 2 – 10,<br />

frações eluí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> coluna <strong>de</strong> cromatografia.<br />

As frações que apresentaram maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>proteína</strong> (Figura 6; colunas<br />

6, 7 e 8) foram mistura<strong>da</strong>s e dialisa<strong>da</strong>s. A concentração <strong>da</strong> rC-<strong>DnaK</strong> foi <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />

por comparação a uma curva padrão <strong>de</strong> BSA (Figura 7) que <strong>de</strong>monstrou que esta<br />

estava na concentração <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 1,0 mg/mL. A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> obti<strong>da</strong> foi<br />

suficiente para realizar a inoculação dos camundongos e para utilização nos teste <strong>de</strong><br />

caracterização imunológica.<br />

Figura 7 – Quantificação <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> utilizando curva padrão <strong>de</strong> BSA,<br />

em SDS-PAGE 15% corado com Comassie Blue. Coluna 1-5, BSA nas<br />

concentrações 0,5; 1,0; 2,0; 3,0 e 4,0 µg respectivamente; coluna 6, 10 µL <strong>da</strong> rC-<br />

<strong>DnaK</strong> dialisa<strong>da</strong>.<br />

4.6 Resposta imune humoral induzi<strong>da</strong> pela vacina <strong>recombinante</strong> <strong>de</strong><br />

subuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

A inoculação <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> rC-<strong>DnaK</strong> em duas doses <strong>de</strong> 50 µg ca<strong>da</strong> foi capaz<br />

<strong>de</strong> induzir uma resposta imune humoral nos animais. Vinte e um dias após a primeira<br />

dose já foi possível observar por ELISA (Enzime-linked immunossorbent assay)<br />

indireto, que o pool dos soros dos animais vacinados com a rC-<strong>DnaK</strong> apresentaram<br />

maior imunogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> que o pool dos grupos controles. Apresentando valores<br />

crescentes <strong>de</strong> absorbância, chegando a ser observado valor <strong>de</strong> 0,3184 no 112º dia.<br />

Sendo, que o soro dos animais imunizados com a rC-<strong>DnaK</strong>, apresentaram<br />

níveis <strong>de</strong> anticorpos em média duas vezes maior que os produzidos pela bacterina<br />

comercial ao longo do experimento.<br />

1 2 3 4 5 6<br />

17.9 kDa


Quando testa<strong>da</strong> a rC-<strong>DnaK</strong> contra o pool dos soro dos animais inoculados<br />

com a bacterina, foi observado uma absorbância média <strong>de</strong> 0,133, indicando haver<br />

produção <strong>de</strong> anticorpos contra a rC-<strong>DnaK</strong> na presença do M. hyopneumoniae.<br />

Absorbância<br />

0,35<br />

0,3<br />

0,25<br />

0,2<br />

0,15<br />

0,1<br />

0,05<br />

0<br />

0 21 42 63 84 105 112<br />

Dias<br />

rC-<strong>DnaK</strong><br />

Bacterina<br />

PBS/Al(OH)3<br />

Figura 8 – Resposta imune humoral <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> a partir do pool dos soros dos<br />

animais inoculados com a rC-<strong>DnaK</strong>, PBS/Al(OH) 3 e bacterina, por ELISA indireto. A<br />

medi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s respostas imunes está expressa em absorbância.<br />

4.7 Reconhecimento <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> pelo soro <strong>de</strong> suínos<br />

imunizados contra a PES e suínos naturalmente infectados pelo M.<br />

hyopneumoniae<br />

Houve forte reconhecimento <strong>da</strong> rC-<strong>DnaK</strong> pelo soro hiperimune, porém<br />

algumas ban<strong>da</strong>s inespecíficas foram observa<strong>da</strong>s (Figura 9).


Figura 9 – Western blot confrontando o antígeno <strong>recombinante</strong> com o soro <strong>de</strong><br />

suínos imunizados contra a PES. Coluna 1, extrato <strong>de</strong> M. hyopneumoniae; coluna 2,<br />

rC-<strong>DnaK</strong>.<br />

No dot blot, a rC-<strong>DnaK</strong> foi reconheci<strong>da</strong> pelos 3 soros <strong>de</strong> suínos doentes<br />

testados. Porém quando estes soros foram testados no Western blot somento 1 soro<br />

foi capaz <strong>de</strong> reconhecer a <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong>, como po<strong>de</strong> ser observado na<br />

Figura 10, coluna 2.<br />

1 2<br />

1 2 3<br />

17.9 kDa<br />

Reconhecimento <strong>da</strong><br />

rC-<strong>DnaK</strong><br />

17.9 kDa<br />

Figura 10 – Dot e Western blot confrontando o antígeno <strong>recombinante</strong> com o soro<br />

<strong>de</strong> suínos naturalmente infectados pelo M. hyopneumoniae. Colunas 1-3, rC-<strong>DnaK</strong>,<br />

sendo na porção superior com a conformação protéica manti<strong>da</strong> (dot blot) e na<br />

porção inferior <strong>de</strong>snatura<strong>da</strong> (Western blot).<br />

Estes resultados sugerem: (1) que a <strong>proteína</strong> <strong>DnaK</strong> é expressa pelo M.<br />

hyopneumoniae durante o processo <strong>de</strong> infecção, (2) a presença <strong>de</strong> anticorpos<br />

específicos contra rC-<strong>DnaK</strong> po<strong>de</strong> contribuir para a proteção do suíno contra a PES.


5 CONCLUSÃO<br />

- Foi possível construir um vetor <strong>de</strong> expressão em procarioto, contendo a<br />

região C-terminal do gene dnaK;<br />

- O antígeno <strong>recombinante</strong> foi expresso em diferentes cepas <strong>de</strong> E. coli,<br />

sendo que o subtipo BL21 (DE3) pLysS produziu a <strong>proteína</strong> em maior<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e com controle <strong>de</strong> expressão mais efetivo;<br />

- Foi possível purificar a <strong>proteína</strong> rC-<strong>DnaK</strong> na forma solúvel, através <strong>da</strong><br />

cromatografia <strong>de</strong> afini<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

- A inoculação <strong>da</strong> <strong>proteína</strong> rC-<strong>DnaK</strong> em duas doses <strong>de</strong> 50 µg ca<strong>da</strong> foi<br />

capaz <strong>de</strong> induzir uma resposta imune humoral nos camundongos;<br />

- Após a primeira dose já os animais vacinados com a rC-<strong>DnaK</strong><br />

apresentaram maior imunogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> que os grupos controles;<br />

- O soro dos animais imunizados com a rC-<strong>DnaK</strong>, apresentam níveis <strong>de</strong><br />

anticorpos em média duas vezes maior que os produzidos pela<br />

bacterina comercial;<br />

- Quando testa<strong>da</strong> a rC-<strong>DnaK</strong> contra o soro dos animais inoculados com<br />

a bacterina, foi observado uma absorbância média <strong>de</strong> 0,133, indicando<br />

haver produção <strong>de</strong> anticorpos contra a rC-<strong>DnaK</strong> na presença do M.<br />

hyopneumoniae;<br />

- A rC-<strong>DnaK</strong> foi reconheci<strong>da</strong> pelo soro <strong>de</strong> animais naturalmente<br />

infectados com o M. hyopneumoniae, sugerindo que esta <strong>proteína</strong> é<br />

expressa durante a infecção;<br />

- A reação ocorri<strong>da</strong> entre a <strong>proteína</strong> <strong>recombinante</strong> e o soro <strong>de</strong> animais<br />

imunizados com a cepa patogênica <strong>de</strong> M. hyopneumoniae 7448,<br />

sugere que anticorpos específicos para rC-<strong>DnaK</strong> são produzidos,<br />

constituindo esta <strong>proteína</strong> como um alvo potencial para a utilização em<br />

testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio em suínos.


6 REFERÊNCIAS<br />

ADA, G.; RAMSHAW, I. DNA vaccination. Expert Opinion Emerging Drugs. 8, 27-<br />

35, 2003.<br />

ARAÚJO, A. O. W. Abscessos pulmonares em suínos abatidos industrialmente:<br />

bacteriologia, anatomopatologia e relação entre portas <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> e lesões<br />

macroscópicas. Acta Scientiae Veterinariae. 32, 2, 163-164, 2004.<br />

ARRAES, F. B. M.; CARVALHO, M. J. A.; MARANHÃO, A. Q.; BRÍGIDO, M. M.;<br />

PEDROSA, F. O.; FELIPE, M. S.S. Differential metabolism of Mycoplasma species<br />

as revealed by their genomes Genetics and Molecular Biology. 30, 1,182-189,<br />

2007.<br />

ASEA, A. Stress Proteins and Initiation of Immune Response: Chaperokine activity of<br />

Hsp72. Exercise Immunology Review. 11:34–45, 2005<br />

ASEA, A. Mechanisms of HSP72 release. Journal Bioscience. 32, 579–584, 2007.<br />

BARGEN, L.E. A system response to an outbreak of enzootic pneumonia in<br />

grow/finish pigs. The Canadian Veterinary Journal. 45,10, 56-859, out, 2004.<br />

BORGES, C. L.; PARENTE, J. A.; PEREIRA, M.; SOARES, C. M. A. I<strong>de</strong>ntification of<br />

the GTPase superfamily in Mycoplasma synoviae and Mycoplasma hyopneumoniae.<br />

Genetics and Molecular Biology. 30, 1, 212-218, 2007.<br />

CASADABAN, M.J.; COHEN, S.N. Analysis of gene control signals by DNA fusion<br />

and cloning in Escherichia coli. Journal of Molecular Biology. 138(2) 179-207.<br />

Apr, 1980.<br />

CHEN, Y. L.; WANG, S. N.; YAHNG, W. J.; CHEN, Y.J.; LIN, H. H.; SHIUAN, D.<br />

Expression and immunogenicity of Mycoplasma hyopneumoniae Heat Shock Protein<br />

antigen P42 by DNA vaccination. Infection and Immunity. 1155-1160, Mar, 2003.


CHOI, C.; KWON, D.; JUNG, K.; HA, Y.; LEE, Y.H.; KIM, O.; PARK, H. K.; KIM, S.H.;<br />

HWANG, K.-K.; CHAE, C. Expression of inflammatory cytokines in pigs<br />

experimentally infected with Mycoplasma hyopneumoniae. Journal of Comparative<br />

Pathology. 134, 40–46, 2006.<br />

CIPRIAN, A.; PIJOAN, C.; CRUZ, T.; CAMACHO, J.; TÓRTORA, J.;<br />

COLMENARES, G.; LÓPEZ-REVILLA, R.; DE LA GARZA, M. Mycoplasma<br />

hyopneumoniae increases the susceptibility of pigs to experimental Pasteurella<br />

multoci<strong>da</strong> pneumonia. Canadian Journal of Veterinary Research. 52, 434-438,<br />

1988.<br />

CONCEIÇÃO, F.R.; MOREIRA, A. N.; DELLAGOSTIN, O. A. A recombinant chimera<br />

composed of R1 reapet region of Mycoplasma hyopneumoniae P97 adhesin with<br />

Escherichia coli heat-labile enterotoxin B subunit elicits immune response in mice.<br />

Vaccine. 04.036.2006.<br />

CONCEIÇÃO, F. R.; DELLAGOSTIN, O. A. Etiopatogenia e imunoprofilaxia <strong>da</strong><br />

pneumonia enzoótica suína. Ciência Rural. 36, 3, mai-jun, 2006.<br />

FANO, E.; PIJOAN, C.; DEE, S. Dynamics and persistence of Mycoplasma<br />

hyopneumoniae infection in pigs. The Canadian Journal of Veterinary Research.<br />

69:223-228, 2005.<br />

FANO, E.; PIJOAN, C.; DEE, S.; DEEN, J. Effect of Mycoplasma hyopneumoniae<br />

colonization at weaning on disease severity in growing pigs. The Canadian Journal<br />

of Veterinary Research. 71:195–200, 2007<br />

FERREIRA, H. B.; CASTRO, L.A. A preliminary survey of M. hyopneumoniae<br />

virulence factors based on comparative genomic analysis. Genetics and Molecular<br />

Biology. 30, 1, 245-255, 2007.<br />

GRANT, S.G.; JESSEE, J.; BLOOM, F.R.; HANAHAN, D. Differential plasmid rescue<br />

from transgenic mouse DNAs into Escherichia coli methylation-restriction mutants.<br />

Proceedings of the National Aca<strong>de</strong>my Of Sciences USA 87(12) 4645-9. Jun, 1990.


GULLO, C.A.; TEOH, G. Heat shock proteins: to present or not, that is the question.<br />

Immunology Letters. 94, 1-2, 1-10, 15 June, 2004.<br />

HOCKNEY, R. C. Recent Developments in Heterologous Protein-Production in<br />

Escherichia coli. Trends in Biotechnology. 12, 456-463, 1994.<br />

JOUGLARD, S. D.; MEDEIROS, M. A.; VAZ, E. K.; BASTOS, R. G.; CUNHA, C. W.;<br />

ARMOA, G. R. G.; DELLAGOSTIN, O. A. An Ultra-Rapid and Inexpensive Plasmid<br />

Preparation Method for Screening Recombinant Colonies. Abstracts American<br />

Society for Microbiology. H 71, 234, 2002.<br />

KREUZER, H.; MASSEY, A. Engenharia Genética e Biotecnologia. 2ª ed., Porto<br />

Alegre: Artmed, 434 p., 2002.<br />

KOBISCH, M.; FRIIS, N. F. Swine mycoplasmoses. Revue Scientifique Et<br />

Technique 15(4):1569-605. Dec, 1996.<br />

LANCASTER, G.I.; FEBBRAIO, M. A. Mechanisms of stress-induced cellular HSP72<br />

release: implications for exercise-induced increases in extracellular HSP72. Exercise<br />

Immunology Review. 11, 46-52, 2005.<br />

LIN, J.H.; WENG, C.N.; LIAO, C.W.; YEH, K.S.; PAN, M.J. Protective effects of oral<br />

microencapsuled Mycoplasma hyopneumoniae vaccine prepared by co-spray drying<br />

method. Journal of Veterinary Medicine Science. 65, 69-74, 2003.<br />

LIN, J.H.; CHEN, S.P.; YEH, K. S.; WENG, C.N. Mycoplasma hyorhinis in Taiwan:<br />

diagnosis and isolation of swine pneumonia pathogen. Veterinary Microbiology.<br />

15;115(1-3):111-6, Jun, 2006.<br />

LUPI, O. Imunoprofilaxia anti-herpética utilizando vírus geneticamente modificado:<br />

vacina DISC*Antiherpetic immunoprophylaxy with genetically modified virus: DISC<br />

vaccine. Anais Brasileiros <strong>de</strong> Dermatologia, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 78(3):345-353,<br />

maio/jun, 2003.


MAES, D.; SEGALES, J.; MEYNS, T.; SIBILA, M.; PIETERS, M.; HAESEBROUCK,<br />

F. Control of Mycoplasma hyopneumoniae infections in pigs. Veterinary<br />

Microbiology. 2007.<br />

MAKRIDES, S. C. Strategies for Achieving High-Level Expression of Genes in<br />

Escherichia coli. Microbiological Reviews. 60, 512-538. 1996.<br />

MINION, F.C. LEFKOWITZ, E.J.; MADSEN, M.L.; CLEARY, B.J.; SWARTZELL,<br />

S.M.; MAHAIRAS, G.G. The genome sequence of Mycoplasma hyopneumoniae<br />

strain 232, the agent of swine mycoplasmosis. Journal of Bacteriology. 186, 7123-<br />

7133, 2004.<br />

MONTAGNER, C.; CRUZ, C. F.; ALBANI, C. A.; HOMER, R.; BERNARDI, P.<br />

Prevalence of cases Mycoplasma hominis and Ureaplasma urealyticum in<br />

endocervical secretions and first jet of urine in a laboratory of clinic analysis in<br />

Brusque – SC. Revista Brasileira <strong>de</strong> Análises Clínicas. 39(2): 83-88, 2007.<br />

MORRIS, C.R.; GERDNER, I.A.; HIETALA, S.K.; CARPENTER,T.E.; ANDERSON,<br />

R.J.; PARKER, K.M. Seroepi<strong>de</strong>miologic study of natural transmission of Mycoplasma<br />

hyopneumoniae in a swine herd. Preventive Veterinary Medicine. 21, 323-337,<br />

1995.<br />

OBOEGBULEN, S.I. Enzootic pneumonia of pigs: a review. Bulletin of Animal<br />

Health and Production in Africa. v.29, p.269- 274, 1981.<br />

PARK, S.C.; YIBCHOK-ANUN, S.; CHENG, H.; YOUNG, T.F.; THACKER, E.L.;<br />

MINION, F.C.; ROSS, R.F.; HSU, W.H. Mycoplasma hyopneumoniae increases<br />

intracellular calcium release in porcine ciliated tracheal cells. Infection and<br />

Immunity. 70(5):2502-6. May, 2002.<br />

RAMOS, C.R.R.; ABREU, P.A.E.; NASCIMENTO, A.L.T.O.; HO, P.L. A high-copy T7<br />

Escherichia coli expression vector for the production of recombinant proteins with a


minimal N-terminal His-tagged fusion pepti<strong>de</strong> Brazilian Journal of Medical and<br />

Biological Research. 37:1103-1109, 2004.<br />

RAŠKA, M.; WEIGL, E. Heat shock proteins in autoimmune diseases. Biomed Pap<br />

Med Fac Univ Palacky Olomouc Czech Repub.149(2):243–9, 2005.<br />

RAUTIAINEN, E.; WALLGREN, P. Aspects of the transmission of protection against<br />

Mycoplasma hyopneumoniae from sow to offspring. J Vet Med B Infect Dis Vet<br />

Public Health. 48(1):55-65. Feb, 2001.<br />

RAZIN, S.; YOGEV, D. ; NAOT, Y. Molecular biology and pathogenicity of<br />

Mycoplasmas. Microbiology and Molecular Biology Reviews. 62, 1094-1156,<br />

1998.<br />

RIBEIRO, F.C.; SILVA, J.C.P.; SANTOS, J.L.; PONTES, K.C.S. Diagnóstico <strong>da</strong><br />

pneumonia enzoótica suína pela técnica <strong>da</strong> imunoperoxi<strong>da</strong>se. Arquivo Brasileiro <strong>de</strong><br />

Medicina Veterinaria e Zootecni. 56, 6, 709-714, 2004<br />

RODRÍGUEZ, F.; RAMÍREZ, G.A.; SARRADELL, J.; ANDRADA, M.; LORENZO, H.<br />

Immunohistochemical Labelling of Cytokines in Lung Lesions of Pigs Naturally<br />

Infected with Mycoplasma hyopneumoniae. Journal of Comparative Pathology.<br />

130, 306-312, 2004.<br />

SAMBROOK, J.; RUSSEL, D. W. Molecular Cloning – A laboratory Manual. ed.<br />

Cold Spring Harbor, New York, 2001.<br />

SCOFANO, A. S. Pneumonia Enzoótica Suína: diagnóstico anatopatológico,<br />

prevalência e efeitos sobre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> carcaça. Dissertação (Mestrado).<br />

Programa <strong>de</strong> pós-graduação em Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico<br />

<strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> origem Animal – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense. 51f. 2006.<br />

SILVA, C.L. The potential use of heat-shock proteins to vaccinate against<br />

mycobacterial infections. Microbes and Infection. 429-435, 1999.


STAATS, C.C.; BOLDO, J.; BROETTO, L.; VAINSTEIN, M.; SCHRANK, A.<br />

Comparative genome analysis of proteases, oligopepti<strong>de</strong> uptake and secretion<br />

systems in Mycoplasma spp. Genetics and Molecular Biology. 30, 1, 225-229,<br />

2007.<br />

TAKAYAMA, S.; REED, J. C.; HOMMA, S. Heat-shock proteins as regulators of<br />

apoptosis. Nature – Oncogene. 22, 9041–9047, 2003.<br />

THACKER, E.L.; HALBUR, P. G.; ROSS, R. F.; THANAWONGNUWECH, R.;<br />

THACKER, B. J. Mycoplasma hyopneumoniae potentiation of porcine reproductive<br />

and respiratory syndrome virus-induced pneumonia. Journal Clinical of<br />

Microbiology. 37, 620-627, 1999.<br />

THACKER, E.L.; HOLTKAMP, D.J.; KHAN, A.S.; BROWN, P.A.; DRAGHIA -AKLI, R.<br />

Plasmid-mediated growth hormone-releasing hormone efficacy in reducing disease<br />

associated with Mycoplasma hyopneumoniae and porcine reproductive and<br />

respiratory syndrome virus infection. Journal of Animal Science. 84(3):733-42. Mar,<br />

2006.<br />

VAN EDEN, W.; VAN DER ZEE, R.; PRAKKEN, B. Heat-shock proteins induce t-cell<br />

regulation of chronic inflammation. Nature Reviews – Immunology. 5, april, 2005.<br />

VAN HAM, E.H.; VAN ANHOLT, R.D.; KRUITWAGEN, G.; IMSLAND, A.K.; FOSS,<br />

A.; SVEINSBØ, B.O.; FITZGERALD, R.; PARPOURA, A.C.; STEFANSSON, S.O.;<br />

BONGA, S.E. Environment affects stress in exercised turbot. Comparative<br />

Biochemistry And Physiology. Part A, Molecular & Integrative Physiology.<br />

136(3):525-38. Nov, 2003.<br />

VASCONCELOS, A.T.; FERREIRA, H.B.; BIZARRO, C.V.; BONATTO, S.L.;<br />

CARVALHO, M.O.; PINTO, P.M.; ALMEIDA, D.F.; ALMEIDA, L.G.; ALMEIDA, R.;<br />

ALVES-FILHO, L.; ASSUNÇÃO, E.N.; AZEVEDO, V.A.; BOGO, M.R.; BRIGIDO,<br />

M.M.; BROCCHI, M.; BURITY, H.A.; CAMARGO, A.A.; CAMARGO, S.S.; CAREPO,<br />

M.S.; CARRARO, D.M.; DE MATTOS CASCARDO, J.C.; CASTRO, L.A.;<br />

CAVALCANTI, G.; CHEMALE, G.; COLLEVATTI, R.G.; CUNHA, C.W.;


DALLAGIOVANNA, B.; DAMBRÓS, B.P.; DELLAGOSTIN, O.A.; FALCÃO, C.;<br />

FANTINATTI-GARBOGGINI, F.; FELIPE, M.S.; FIORENTIN, L.; FRANCO, G.R.;<br />

FREITAS, N.S.; FRÍAS, D.; GRANGEIRO, T.B.; GRISARD, E.C.; GUIMARÃES, C.T.;<br />

HUNGRIA, M.; JARDIM, S.N.; KRIEGER, M.A.; LAURINO, J.P.; LIMA, L.F.; LOPES,<br />

M.I.; LORETO, E.L.; MADEIRA, H.M.; MANFIO, G.P.; MARANHÃO, A.Q.;<br />

MARTINKOVICS, C.T.; MEDEIROS, S.R.; MOREIRA, M.A.; NEIVA, M.; RAMALHO-<br />

NETO, C.E.; NICOLÁS, M.F.; OLIVEIRA, S.C.; PAIXÃO, R.F.; PEDROSA, F.O.;<br />

PENA, S.D.; PEREIRA, M.; PEREIRA-FERRARI, L.; PIFFER, I.; PINTO, L.S.;<br />

POTRICH, D.P.; SALIM, A.C.; SANTOS, F.R.; SCHMITT, R.; SCHNEIDER, M.P.;<br />

SCHRANK, A.; SCHRANK, I.S.; SCHUCK, A.F.; SEUANEZ, H.N.; SILVA, D.W.;<br />

SILVA, R.; SILVA, S.C.; SOARES, C.M.; SOUZA, K.R.; SOUZA, R.C.; STAATS,<br />

C.C.; STEFFENS, M.B.; TEIXEIRA, S.M.; URMENYI, T.P.; VAINSTEIN, M.H.;<br />

ZUCCHERATO, L.W.; SIMPSON, A.J.; ZAHA, A. Swine and poultry pathogens: the<br />

complete genome sequences of two strains of Mycoplasma hyopneumoniae and a<br />

strain of Mycoplasma synoviae. Journal of Bacteriology. 187(16):5568-77. Aug,<br />

2005.<br />

VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado <strong>de</strong> infectologia. São Paulo: editora Atheneu,<br />

p.533-535, 1996.<br />

WALKER, K.B.; KEEBLE, J.; COLAC, C. Mycobacterial heat shock proteins as<br />

vaccines - a mo<strong>de</strong>l of facilitated antigen presentation. Current Molecular Medicine.<br />

7(4):339-50. Jun, 2007.<br />

WILKIE, B.; MALLARD, B. Selection for high immune response: an alternative<br />

approch to animal health maintenance? Veterinary Immunology and<br />

Imunopatology. V.72, p. 231-235. 1999.<br />

YOUNG, T. F.; TRACKER, E. L.; ERICKSON, B. Z.; ROSS, R. F. A tissue culture<br />

system to study respiratory ciliary epithelial adherence of selected swine<br />

mycoplasmas. Veterinary Micobiology. V. 71, p. 269-279. 2000.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!