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Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da <strong>PUC</strong>-<strong>Campinas</strong> - 29 e 30 de setembro de 2009<br />

ISSN 1982-0178<br />

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE BARRAS DE CEREIAS DIET<br />

UTILIZANDO COMO AGENTE LIGANTE COLÁGENO<br />

HIDROLISADO<br />

Giovana Lourenção<br />

Faculdade de Nutrição<br />

Centro de Ciências da Vida<br />

giovanalourencao@yahoo.com.br<br />

Resumo: Nos últimos anos tem havido uma demanda<br />

intensa por produtos diet/light e as barras de cereais<br />

não ficaram fora dessa tendência. Também,<br />

devido a uma maior conscientização dos consumidores<br />

quanto à qualidade dos produtos consumidos,<br />

diferentes aspectos passaram a receber atenção especial<br />

por parte dos fabricantes incluindo-se entre<br />

eles a qualidade microbiológica. No caso de barras<br />

de cereais, o uso na produção de grãos inteiros, geralmente<br />

rugosos acaba por reter microrganismos<br />

aderentes à sua superfície. Consequentemente existe<br />

uma grande probabilidade de se ter microrganismos<br />

presentes nos alimentos derivados desses<br />

grãos, de modo que o controle microbiológico tornase<br />

uma necessidade nesses alimentos. Em razão<br />

desses fatos, este trabalho teve por objetivo verificar<br />

através de analise microbiológica se as formulações<br />

de barras de cereais diet desenvolvidas através da<br />

Metodologia de Superfície de Resposta utilizando<br />

como agente ligante colágeno hidrolisado atendiam<br />

aos padrões microbiológicos estabelecidos pela RDC<br />

n o 12. Portanto, neste estudo foram as determinações<br />

coliformes totais com diferenciação para Escherichia<br />

coli, Bacillus cereus e Salmonella. Bolores e<br />

leveduras também foram investigados, embora não<br />

exigidos pela legislação Brasileira para alimentos.<br />

Determinações de pH e de atividade de água foram<br />

realizadas devido a importância desses parâmetros<br />

no desenvolvimento dos microrganismos. Os resultados<br />

das analises microbiológicas para Salmonella, E.<br />

coli e Bacillus cereus mostram que as barras de cereais<br />

analisadas atenderam às determinações legais.<br />

As condições de pH (4,59 - 4,81) e de atividade de<br />

água (0,520 - 0,594), desfavoráveis para o desenvolvimento<br />

desses microrganismos provavelmente favoreceram<br />

a obtenção desses resultados. Conclui-se,<br />

portanto, que as barras de cereais produzidas e analisadas<br />

atenderam às determinações da RDC<br />

nº12/01 estando aptas para o consumo, não apresentando<br />

qualquer risco microbiológico.<br />

Silvana Mariana Srebernich<br />

Controle de Qualidade Microbiológico e Físico-<br />

Químico de Alimentos e Fitoterápicos.<br />

Centro de Ciências da Vida<br />

srebernich@uol.com.br<br />

Palavras-chave: barra de cereais diet, colágeno hidrolisado,<br />

controle microbiológico.<br />

Área do Conhecimento: Ciências Agrárias - Ciência<br />

e Tecnologia de Alimentos - CNPq.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

O consumo e a demanda de alimentos saudáveis,<br />

nutritivos e seguros vem crescendo mundialmente. A<br />

ingestão de uma dieta balanceada é a maneira mais<br />

eficaz e segura de se evitar ou até mesmo corrigir os<br />

problemas de saúde como diabetes, desnutrição, obesidade,<br />

cardiopatias entre outros [5].<br />

Desta forma, com a crescente preocupação da população<br />

em melhorar a qualidade de vida, principalmente<br />

os hábitos alimentares, e de modo a atender esta<br />

tendência de alimentos seguros e nutritivos, as barras<br />

de cereais adquiriram grande espaço no mercado<br />

por substituir outros alimentos de menor valor nutricional,<br />

se apresentar em embalagens individuais de<br />

fácil manuseio podendo ser consumida em diversos<br />

lugares (fácil consumo), apresentar sabor leve e agradável<br />

alem de ser fonte de vitaminas, minerais,<br />

fibras, proteínas e carboidratos complexos [8;10;13].<br />

Os principais aspectos considerados na elaboração<br />

desse produto incluem: a escolha do cereal (aveia,<br />

arroz, milho, centeio, trigo e cevada), normalmente<br />

na forma de grãos, nos quais a estrutura não foi alterada<br />

pelo processo de refinação; a seleção do carboidrato<br />

apropriado, de modo a preservar a vida de<br />

prateleira; o enriquecimento com vários nutrientes e<br />

sua estabilidade no processamento. Assim, a integridade<br />

de seus nutrientes (fibras, vitaminas e minerais)<br />

é mantida [4, 6, 14].<br />

Portanto, no caso de barras de cereais, o uso na produção<br />

de grãos inteiros, geralmente rugosos acaba<br />

por reter microrganismos aderentes à sua superfície.<br />

Consequentemente existe uma grande probabilidade<br />

de se ter microrganismos presentes nos alimentos<br />

derivados desses grãos, de modo que o controle mi-


crobiológico torna-se uma necessidade nesses alimentos.<br />

Assim, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária,<br />

órgão que estabelece a Legislação Brasileira para<br />

Alimentos, determina através da Resolução RDC<br />

nº12, que se faça em barras de cereais o controle<br />

microbiológico de Bacillus cereus, coliformes termotolerantes<br />

e Salmonella, não sendo estabelecido nenhum<br />

controle obrigatório para fungos (leveduras e<br />

bolores). O controle do Bacillus cereus, é feito devido<br />

as suas características de disseminação, resistência<br />

de esporos e patogenicidade que assume importância<br />

expressiva quando os produtos contaminados<br />

são destinados a grande número de pessoas [10].<br />

A presença de coliformes totais nos alimentos é uma<br />

indicação de que determinado alimento está contaminado,<br />

evidenciando falta de higiene e sanificação.<br />

A Escherichia coli é o melhor indicador de contaminação<br />

fecal em alimentos “in natura”. É o patógeno<br />

mais importante para o homem podendo causar graves<br />

doenças intestinais e extra-intestinais e até atingir<br />

certos órgãos [11].<br />

A Salmonella se multiplica no alimento até atingir a<br />

dose infectante e entram no organismo pela via oral.<br />

Ao se instalar no ser infectado provoca febre tifóide,<br />

febres entéricas (Salmonella typhi) e enterocolites<br />

(Salmonella paratyphi).<br />

As barras podem ser contaminadas pelos fungos<br />

presentes nos cereais, pois as altas concentrações<br />

de carboidratos as transformam em “locais” estratégicos<br />

para seu crescimento e conseqüente produção<br />

de toxinas (fungos filamentosos) [2]. Assim, é muito<br />

importante verificar se estes fungos estão presentes<br />

na matéria prima assim como nos produtos oriundos<br />

da mesma.<br />

A presença de leveduras pode indicar se houve utilização<br />

de medidas higiênico-sanitárias corretas durante<br />

a fabricação. Por sua vez, as pessoas que manipulam<br />

alimentos podem representar uma importante<br />

fonte de transmissão de patógenos.<br />

Em razão desses fatos, este trabalho teve por objetivo<br />

verificar através de analise microbiológica se as<br />

formulações de barras de cereais diet desenvolvidas<br />

através da Metodologia de Superfície de Resposta<br />

utilizando como agente ligante colágeno hidrolisado<br />

atendiam aos padrões microbiológicos estabelecidos<br />

pela RDC n o 12.<br />

2. MÉTODOS<br />

As barras obtidas, num total de 19 formulações, foram<br />

submetidas às determinações atividade de água<br />

(leitura direta à 20ºC no medidor de atividade de á-<br />

Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da <strong>PUC</strong>-<strong>Campinas</strong> - 29 e 30 de setembro de 2009<br />

ISSN 1982-0178<br />

gua AquaLab modelo CX-2Aw), pH [6] e avaliação<br />

microbiológica. As determinações de coliformes totais<br />

com diferenciação para E. coli e de Bolores e<br />

Leveduras foram feitas através de métodos rápidos<br />

empregando-se Petrifilm 6410 e Petrifilm 6407 respectivamente<br />

[11]. As determinações de Bacillus cereus<br />

e Salmonella foram feitas segundo metodologias<br />

descritas no Manual de Métodos de Análise Microbiológica<br />

de Alimentos [11]. As barras (19 formulações<br />

conforme delineamento experimental) foram<br />

preparadas no Laboratório de Técnica Dietética da<br />

<strong>PUC</strong>-<strong>Campinas</strong>, Campus II, de acordo com fluxograma<br />

apresentado na Figura 1.<br />

Mistura de aspartame, suco de maçã, sal e xarope<br />

de sorbitol<br />

↓<br />

Dissolução de inulina à mistura<br />

↓<br />

Adição de colágeno hidrolisado<br />

↓<br />

Adição de maltodextrina<br />

↓<br />

Aquecimento da mistura até 70º C<br />

↓<br />

Adição de maçã desidratada<br />

↓<br />

Adição dos aromas<br />

↓<br />

Adição da mistura dos ingredientes secos<br />

(flocos de arroz, aveia em flocos, maçã moída e canela<br />

em pó)<br />

↓<br />

Homogeneização<br />

↓<br />

Deposição da massa em molde seguida<br />

de compactação por rolo<br />

↓<br />

Armazenamento na geladeira por 15 minutos<br />

↓<br />

Retirada do molde<br />

↓<br />

Embalagem em filme de polietileno<br />

Figura 1. Fluxograma de obtenção de barras de cereais<br />

diet contendo colágeno hidrolisado.<br />

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Os resultados apresentados na Tabela 1 relativos às<br />

análises microbiológicas para Salmonella, Bacillus<br />

cereus e coliformes totais com diferenciação para E.


coli se mostraram de acordo com a Resolução RDC<br />

n o 12/01 [1] estando às barras próprias para o<br />

consumo, pois todos os resultados se apresentaram<br />

negativos para o crescimento de colônias. Resulta-<br />

dos semelhantes aos apresentados na Tabela 1<br />

foram obtidos por Gutkoski et al. [5].<br />

Tabela 1. Resultados de análises microbiológica, atidade<br />

de água e pH das amostras de barras<br />

de cereais com adição de colágeno hidrolisado<br />

como agente ligante.<br />

Ensaio Salmonella B. cereus E. coli* Fungos Aw pH<br />

1 - - - - 0,547 4,73<br />

2 - - - - 0,520 4,70<br />

3 - - - - 0,560 4,67<br />

4 - - - - 0,551 4,70<br />

5 - - - - 0,590 4,66<br />

6 - - - - 0,594 4,64<br />

7 - - - - 0,572 4,78<br />

8 - - - - 0,550 4,72<br />

9 - - - - 0,551 4,59<br />

10 - - - - 0,536 4,61<br />

11 - - - - 0,556 4,71<br />

12 - - - - 0,556 4,68<br />

13 - - - - 0,577 4,74<br />

14 - - - - 0,563 4,81<br />

15 - - - - 0,543 4,70<br />

16 - - - - 0,556 4,74<br />

17 - - - - 0,548 4,69<br />

18 - - - - 0,553 4,71<br />

19 - - - - 0,551 4,73<br />

* Coliformes totais com diferenciação para E. coli; Aw =<br />

atividade de água; (-) sem crescimento microbiano.<br />

Provávelmente estes resultados tenham sido influen-<br />

ciados pelas condições de atividade de água (0,520 -<br />

0,594) e de pH (4,59 - 4,81) que não se mostraram<br />

favoráveis ao desenvolvimento desses microrganismos<br />

alem da qualidade da matéria prima empregada e<br />

dos cuidados higiênicos tomados no preparo das<br />

barras. Esteller [4] e Gutkoski [5], afirmam também<br />

que as barras de cereais apresentam baixa atividade<br />

de água possuindo alta estabilidade no armazena-<br />

mento. Entretanto, como os grãos de cereais são<br />

potenciais portadores de microrganismos, mesmo<br />

que precauções higiênico-sanitárias sejam observa-<br />

das no decorrer do processo produtivo existe a<br />

possibilidade de ocorrer contaminação do produto.<br />

Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da <strong>PUC</strong>-<strong>Campinas</strong> - 29 e 30 de setembro de 2009<br />

ISSN 1982-0178<br />

Quanto às análises de bolores e leveduras, mesmo<br />

não havendo legislação especifica para as mesmas,<br />

estas foram realizadas. Os resultados se mostraram<br />

negativos para todas as amostras analisadas (Tabela<br />

1) evidenciando ter sido a elaboração das barras devidamente<br />

feita dentro dos parâmetros de limpeza e<br />

sanitização.<br />

4. CONCLUSÃO<br />

As barras de cereais produzidas e analisadas neste<br />

estudo atenderam às determinações da RDC nº12/01<br />

[1] estando, portanto, aptas para o consumo, não<br />

apresentando assim qualquer risco microbiológico.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

A <strong>PUC</strong>-<strong>Campinas</strong>, FAPIC/Reitoria pela bolsa oferecida.<br />

5. REFERÊNCIAS<br />

[1] BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional<br />

de Vigilância Sanitária, Resolução - RDC n o 12, de 02<br />

de janeiro de 2001. Dispõe sobre o regulamento técnico<br />

sobre padrões microbiológicos para alimentos.<br />

Diário Oficial da República Federativa do Brasil:<br />

Brasília, 10 de janeiro de 2001.<br />

[2] BLACK, J.G. Microbiologia: Fundamentos e<br />

Perspectivas. 4ºed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,<br />

2002. p.192<br />

[3] ESCOBAR, B. A.; ESTÉVEZ, A. M.; TEPPER, A.<br />

L.; AGUAYO, M. R. Características nutricionales de<br />

barras de cereales y maní. Archivos Latino Americanos<br />

de Nutricion, v. 48, n. 2, p. 156-159, 1998.<br />

[4] ESTELLER, M. S. et al. Uso de açúcares em produtos<br />

panificados. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 24, n.<br />

4, p. 602-607, 2004.<br />

[5] GUTKOSKI, L.C.; BONAMIGO, J.M.A.; TEIXEIRA,<br />

D.M.F.; PEDÓ, I. Desenvolvimento de barras de cereais<br />

a base de aveia com alto teor de fibra alimentar.<br />

Ciênc. Tecnol. Aliment., Jun 2007, vol.27, no.2,<br />

p.355-363. ISSN 0101-2061. <strong>Campinas</strong>, abr.-jun.<br />

2007.<br />

[6] FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Microbiologia<br />

dos Alimentos. 1996. 215p. São Paulo: Editora<br />

Atheneu.


[7] FREITAS, D.G.F. et al. Barras de cereais elaboradas<br />

com proteína de soja e gérmen de trigo,<br />

características físico-químicas e textura durante<br />

armazenamento. SCIELO. [online]. set. 2005, vol.55,<br />

no.3, p.299-304. Disponível em:<br />

. ISSN 0004-0622> Acesso em: 20 jan. 2008.<br />

[8] INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas<br />

do Instituto Adolfo Lutz. v.1. Métodos químicos e<br />

físicos para análise (Norma 4.7.2), 2 ed. 1976, S.P.<br />

Brasil.<br />

[9] IZZO, M. & NINESS, K. Formulating Nutrition Bars<br />

with Inulin and Oligofructose. Cereal Foods World,<br />

v. 46, n. 3, p. 102-105, 2001.<br />

[10] MENDES, R.A. et al. Contaminação ambiental<br />

por Bacillus cereus em unidade de alimentação e<br />

nutrição. Revista Nutrição, <strong>Campinas</strong>, v.17, n.2, p.<br />

1-2, junho, 2003.<br />

[11] SILVA, N. da; JUNQUEIRA, V.C.A; SILVEIRA,<br />

N.F.A. Manual de Métodos de Análise Microbiológica<br />

de Alimentos. São Paulo, 2001.<br />

Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da <strong>PUC</strong>-<strong>Campinas</strong> - 29 e 30 de setembro de 2009<br />

ISSN 1982-0178<br />

[12] SKLIUTAS, A. R. Estudo do desenvolvimento<br />

de barra dietética de cereais e goiaba desidratada<br />

pelo processo de osmose à vácuo com utilização<br />

de frutooligossacarídeo. 2002. 116 f. Dissertação<br />

(Mestrado em Tecnologia de Alimentos), Faculdade<br />

de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual<br />

de <strong>Campinas</strong>, UNICAMP, <strong>Campinas</strong>.<br />

[13] STELLA, R. Barrinhas de saúde. Disponível<br />

em:. Acesso em: 08 dez.2007.<br />

[14] WEIDENBÖRNER, M.; KUNZ, B. Microflora of<br />

cereal flakes. Journal of Food Protection, v.58, n.7,<br />

p.809-812, 1994.

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