erros pré-analíticos no exame de urina de rotina pre analyticals ...
erros pré-analíticos no exame de urina de rotina pre analyticals ...
erros pré-analíticos no exame de urina de rotina pre analyticals ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ERROS PRÉ-ANALÍTICOS NO EXAME DE URINA DE ROTINA<br />
PRE ANALYTICALS ERRORS IN THE ROUTINE URINE ASSAY<br />
Simone Fajardo Vale<br />
Bioquímica – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora<br />
Avenida In<strong>de</strong>pendência, 728/1702, Juiz <strong>de</strong> Fora, MG.<br />
Telefone: (32) 8858-3572<br />
moni_fajardo1@hotmail.com<br />
Profa. Ms. Josete Miranda<br />
Orientadora<br />
Mestre em Psicologia Clínica<br />
josetemiranda@hotmail.com<br />
RESUMO<br />
O <strong>exame</strong> <strong>de</strong> <strong>urina</strong> <strong>de</strong> <strong>rotina</strong> é uma maneira rápida, confiável, <strong>pre</strong>cisa, segura e custo-efetiva<br />
para confirmar o diagnóstico <strong>de</strong> várias patologias, entre elas a infecção do trato urinário.<br />
Além disso, este <strong>exame</strong> po<strong>de</strong> ainda, auxiliar na pesquisa <strong>de</strong> pacientes assintomáticos e <strong>no</strong><br />
acompanhamento da evolução da doença e da eficácia do tratamento. A liberação <strong>de</strong> laudos <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> e seguros é <strong>de</strong> extrema importância para o correto diagnóstico do paciente.<br />
Diversos estudos mostram que é na fase <strong>pré</strong> analítica, a qual é difícil <strong>de</strong> monitorar e controlar,<br />
que ocorre a maior frequencia <strong>de</strong> <strong>erros</strong> laboratoriais. Estes <strong>erros</strong>, provavelmente são oriundos<br />
da elevada rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoal do laboratório, negligência, falta <strong>de</strong> entendimento sobre<br />
boas práticas em laboratório, treinamento ineficiente e falta <strong>de</strong> orientação aos pacientes sobre<br />
os procedimentos que serão realizados. Neste trabalho foram analisadas 1038 amostras <strong>de</strong><br />
<strong>urina</strong> provenientes do Laboratório Biodiagnóstico, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos Dumont, Minas<br />
Gerais, <strong>no</strong> período <strong>de</strong> junho a agosto <strong>de</strong> 2011, sendo 361 amostras <strong>de</strong> junho, 309 <strong>de</strong> julho e<br />
368 <strong>de</strong> agosto. Todas as amostras foram submetidas a uma criteriosa análise na qual foram<br />
observadas se as amostras atendiam a todos os critérios <strong>de</strong> aceitabilida<strong>de</strong>, segundo um<br />
questionário <strong>pré</strong>-estabelecido. Foi observada uma frequencia <strong>de</strong> 7,5% <strong>de</strong> <strong>erros</strong> <strong>pré</strong>-<strong>analíticos</strong>,<br />
os quais comprometeram a análise urinária e geraram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>no</strong>va coleta <strong>de</strong><br />
amostra. A implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> capacitação e treinamento profissional e <strong>de</strong> uma<br />
metodologia mais rigorosa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção, classificação e controle <strong>de</strong>stes <strong>erros</strong> é uma forma<br />
eficiente para a minimização <strong>de</strong>stas irregularida<strong>de</strong>s. Além disso, é importante que haja maior<br />
interesse dos laboratórios clínicos ou instituições <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> em realizar estudos que<br />
i<strong>de</strong>ntifiquem tais <strong>erros</strong>, para que possa haver a formação <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> dados na literatura a<br />
fim <strong>de</strong> discutir melhor o problema.<br />
Unitermos: Exame <strong>de</strong> <strong>urina</strong>. Erros diagnósticos. Fase <strong>pré</strong>-analítica.<br />
SUMMARY<br />
The routine urine assay is a quick, reliable, accurate, secure and cost-effective method to<br />
confirm the diag<strong>no</strong>sis of various diseases, including <strong>urina</strong>ry tract infection. In addition, this<br />
assay can also help in research in asymptomatic patients and in monitoring of disease
progression and treatment efficacy. The liberation of reports and quality assurance is very<br />
important for the right diag<strong>no</strong>sis of the patient. Several studies show that is in the <strong>pre</strong><br />
analytical phase, which is difficult to monitor and control, that is higher frequency of<br />
laboratory errors. These errors are problaby caused for the hight tur<strong>no</strong>ver off staff in<br />
laboratory, negligence, lack of un<strong>de</strong>rstanding about good laboratory practices, training<br />
inefficient and poor guidance to patients about the procedures that will be realized. In this<br />
study, were analysed 1038 samples of urine, from the Biodiagnóstico Laboratory in the city of<br />
Santos Dumont, Minas Gerais, in the period from June to August 2011. We analysed 361<br />
samples in June, 309 in July and 368 in August. All samples were subjected to a thorough<br />
analysis in wich were observed any irregularities according to a <strong>pré</strong> estabilished<br />
questionnaire. We observed a frequency of 7,5% of <strong>pré</strong> analytical errors, wich un<strong>de</strong>rtook the<br />
analysis or urine and nee<strong>de</strong>d new samples. The implementation of training programs and<br />
professional qualification and a more rigorous methodology for <strong>de</strong>tection, classification and<br />
controlo of these errors in na efficient way to minimize these irregularities. On the other hand,<br />
it’s very import that there more interest in clinical laboratories or educational institutes to<br />
conduct studies to i<strong>de</strong>ntify such errors, so it can be possible the formation of databases in the<br />
literature to discuss the problem further.<br />
Keys words: Urine assay. Diag<strong>no</strong>stics errors. Pre analytical phase.<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
O <strong>exame</strong> <strong>de</strong> <strong>urina</strong> foi uma das primeiras análises em<strong>pre</strong>gadas na medicina laboratorial.<br />
Embora não houvesse procedimentos e equipamentos sofisticados para a técnica, os<br />
laboratoristas eram capazes <strong>de</strong> fornecer informações diagnósticas a partir da observação da<br />
cor, aparência, odor, volume e sabor urinários (SOCIEDADE BRASILEIRA DE<br />
PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2010).<br />
Segundo <strong>de</strong>finição do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), o <strong>exame</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>urina</strong> <strong>de</strong> <strong>rotina</strong> é <strong>de</strong>finido como o teste <strong>de</strong> <strong>urina</strong> com procedimentos <strong>no</strong>rmalmente realizados<br />
<strong>de</strong> forma rápida, confiável, <strong>pre</strong>cisa, segura e custo-efetiva (SOCIEDADE BRASILEIRA DE<br />
PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2010).<br />
Devido à simplicida<strong>de</strong>, baixo custo, facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção da amostra e,<br />
principalmente à capacida<strong>de</strong> do <strong>exame</strong> <strong>de</strong> fornecer informações importantes sobre patologias<br />
renais, extra-renais e do trato urinário, o <strong>exame</strong> <strong>de</strong> <strong>urina</strong> é consi<strong>de</strong>rado um <strong>exame</strong> <strong>de</strong> <strong>rotina</strong><br />
(COLOMBELI, 2006).<br />
Este <strong>exame</strong>, quando associado a uma anamnese bem realizada e ao quadro clínico do<br />
paciente, é capaz <strong>de</strong> confirmar o diagnóstico <strong>de</strong> várias patologias, entre elas a infecção do<br />
trato urinário (LOPES; TAVARES, 2005). Além disso, a análise urinária po<strong>de</strong> ainda, auxiliar<br />
na pesquisa <strong>de</strong> pacientes assintomáticos e <strong>no</strong> acompanhamento da evolução da doença e da<br />
eficácia do tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E
MEDICINA LABORATORIAL, 2010).<br />
Atualmente, o <strong>exame</strong> <strong>de</strong> <strong>urina</strong> <strong>rotina</strong> compõe-se <strong>de</strong> três etapas: o <strong>exame</strong> físico, o<br />
químico e a microscopia do sedimento (COSTAVAL et al., 2001). As análises químicas são<br />
realizadas através da utilização <strong>de</strong> tiras reagentes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE<br />
PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2010), capazes <strong>de</strong> tornar o<br />
<strong>exame</strong> mais rápido, sem excluir as características <strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong> e eco<strong>no</strong>mia. As tiras<br />
reagentes mais utilizadas são as que analisam <strong>de</strong>z parâmetros bioquímicos clinicamente<br />
importantes: pH, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, hemoglobina, proteínas, glicose, cetonas, bilirrubina,<br />
urobili<strong>no</strong>gênio, leucócitos e nitrito. Há disponível <strong>no</strong> mercado equipamentos que realizam a<br />
leitura automatizada das fitas, melhorando o grau <strong>de</strong> <strong>pre</strong>cisão ao eliminar a subjetivida<strong>de</strong><br />
inerente à leitura das mudanças <strong>de</strong> cor pelo olho <strong>de</strong> diferentes analistas (COLOMBELI,<br />
2006). O <strong>exame</strong> microscópico também po<strong>de</strong> ser automatizado através do em<strong>pre</strong>go da<br />
citometria <strong>de</strong> fluxo e análise digital <strong>de</strong> imagens (SOCIEDADE BRASILEIRA DE<br />
PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2010).<br />
A utilização <strong>de</strong> metodologias automatizadas contribui para a padronização e rapi<strong>de</strong>z<br />
da liberação dos resultados, <strong>no</strong> entanto, a gran<strong>de</strong> maioria dos laboratórios ainda em<strong>pre</strong>ga a<br />
leitura das tiras reagentes por analistas e a microscopia quantitativa através <strong>de</strong> contagem em<br />
câmaras ou sedimento padronizado e contagem semi-quantitativa por campo (MACHADO et<br />
al., 2003).<br />
O principal objetivo <strong>de</strong> um laboratório <strong>de</strong> análises clínicas é garantir resultados exatos,<br />
<strong>pre</strong>cisos (COLOMBELI, 2006) e confiáveis, a fim <strong>de</strong> contribuir para a correta tomada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisões dos médicos em relação à conduta clínica dos doentes (GUIMARÃES et al., 2011).<br />
Estima-se que cerca <strong>de</strong> 60 a 70% das <strong>de</strong>cisões médicas mais importantes são baseadas <strong>no</strong>s<br />
resultados laboratoriais (PLEBANI, 2006). Dessa forma, os <strong>erros</strong> diagnósticos ameaçam a<br />
segurança dos pacientes comprometendo o tratamento, o que po<strong>de</strong> causar um agravamento do<br />
quadro clínico (GUIMARÃES et al., 2011).<br />
Uma gran<strong>de</strong> parte das atuais reivindicações judiciais <strong>no</strong>s Estados Unidos é <strong>de</strong>vida a<br />
<strong>erros</strong> <strong>de</strong> diagnósticos. Dessa maneira, a <strong>pre</strong>ocupação dos laboratórios em investir em<br />
qualida<strong>de</strong> a fim <strong>de</strong> minimizar estes <strong>erros</strong>, disponibilizando laudos com eficácia e segurança<br />
para o médico e para o paciente tem sido uma priorida<strong>de</strong> constante (GUIMARÃES et al.,<br />
2011).<br />
O século XX po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado “O século da qualida<strong>de</strong>” <strong>de</strong>vido à evolução da<br />
<strong>pre</strong>ocupação das em<strong>pre</strong>sas em <strong>pre</strong>star serviços que atendam às necessida<strong>de</strong>s e expectativas<br />
dos clientes, <strong>de</strong> forma eficaz e segura. A qualida<strong>de</strong> <strong>no</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve, ainda, garantir
e <strong>pre</strong>servar, em sua integrida<strong>de</strong>, os direitos fundamentais dos indivíduos (MORITA et al.,<br />
2010).<br />
A fase <strong>pré</strong> analítica <strong>de</strong> um <strong>exame</strong> laboratorial é extremamente importante para o<br />
sucesso do resultado final <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (BONINI et al., 2002; BRANDÃO,<br />
2010). Esta fase inicia-se com a solicitação do <strong>exame</strong>, seguida <strong>de</strong> correta orientação do<br />
paciente a respeito do procedimento que será realizado, obtenção da amostra biológica,<br />
i<strong>de</strong>ntificação, armazenamento, transporte até o laboratório e recebimento das amostras<br />
(MORITA et al., 2010). Esta fase termina ao se iniciar a análise laboratorial (GUIMARÃES<br />
et al., 2011).<br />
Os fatores <strong>pré</strong>-<strong>analíticos</strong> são difíceis <strong>de</strong> monitorar e controlar, uma vez que gran<strong>de</strong><br />
parte <strong>de</strong>stes ocorre fora do laboratório (LOPES, 2003). Por isso, esta fase é tão <strong>de</strong>licada e<br />
exige uma atenção e <strong>de</strong>dicação constantes (BRANDÃO, 2010).<br />
Trabalhos recentes tem <strong>de</strong>monstrado que é na fase <strong>pré</strong>-analítica que ocorre a maior<br />
parte dos <strong>erros</strong>, os quais, <strong>no</strong>rmalmente são oriundos da elevada rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoal do<br />
laboratório, negligência, falta <strong>de</strong> entendimento sobre boas práticas em laboratório,<br />
treinamento ineficiente (PLEBANI, 2006; GUIMARÃES et al., 2011) e falta <strong>de</strong> orientação<br />
aos pacientes sobre os procedimentos que serão realizados. Alguns estudos constataram que a<br />
fase <strong>pré</strong>-analítica é a mais vulnerável a <strong>erros</strong>, sendo responsável por, aproximadamente, 60 a<br />
90% dos <strong>erros</strong> laboratoriais em conseqüência da falta <strong>de</strong> padronização (GUIMARÃES et al.,<br />
2011).<br />
No <strong>exame</strong> <strong>de</strong> <strong>urina</strong> <strong>rotina</strong>, um erro ou <strong>de</strong>scuido na fase <strong>pré</strong>-analítica po<strong>de</strong><br />
comprometer toda a fase analítica e a inter<strong>pre</strong>tação final do resultado. Alguns <strong>erros</strong> potenciais<br />
que po<strong>de</strong>m ocorrer nesse <strong>exame</strong> são: inter<strong>pre</strong>tação errônea da requisição médica, i<strong>de</strong>ntificação<br />
incorreta da amostra biológica, <strong>pre</strong>paração ina<strong>de</strong>quada do paciente, horário incorreto <strong>de</strong><br />
coleta, volume e/ou acondicionamento impróprios <strong>de</strong> amostra, contaminações e ausência <strong>de</strong><br />
informações sobre o uso <strong>de</strong> medicamentos (BRANDÃO, 2010).<br />
Uma requisição <strong>de</strong> <strong>exame</strong> <strong>pre</strong>enchida <strong>de</strong> forma incompleta, ilegível ou incorreta po<strong>de</strong><br />
levar a uma inter<strong>pre</strong>tação errônea, por parte do laboratório <strong>de</strong> análises clínicas, dos <strong>exame</strong>s a<br />
serem executados, comprometendo a correta realização da análise. A ausência <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> uma amostra biológica ou a i<strong>de</strong>ntificação incorreta po<strong>de</strong> levar à troca <strong>de</strong><br />
amostras por outra <strong>de</strong> paciente diferente e análise laboratorial incoerente com a solicitada.<br />
Muitos pacientes comparecem ao laboratório <strong>de</strong>sacompanhados e, por falta <strong>de</strong><br />
conhecimento ou <strong>de</strong>satenção, não enten<strong>de</strong>m as explicações fornecidas pelo laboratorista a<br />
cerca do <strong>pre</strong>paro para a coleta do material, o que po<strong>de</strong> levar a uma <strong>pre</strong>paração imprópria do
paciente, horário incorreto da coleta, volume e acondicionamento ina<strong>de</strong>quado, além <strong>de</strong><br />
contaminações. A higiene rigorosa do aparelho genital é essencial para evitar a contaminação<br />
do material coletado. As informações sobre o uso <strong>de</strong> medicamentos são muito importantes<br />
para a análise e inter<strong>pre</strong>tação do resultado, mas a maior parte dos pacientes não relata se<br />
encontra-se em uso <strong>de</strong> terapia medicamentosa.<br />
Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>stes <strong>erros</strong>, quando percebidos, gera a rejeição da amostra e necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>no</strong>va coleta. Além <strong>de</strong> gerarem da<strong>no</strong>s, constrangimentos e insatisfações ao paciente, estes<br />
<strong>erros</strong> causam insegurança e <strong>de</strong>sconfiança ao médico e custos <strong>de</strong>snecessários ao laboratório.<br />
Além disso, a liberação do laudo atrasa, assim como o tratamento do doente, po<strong>de</strong>ndo causar<br />
perda da credibilida<strong>de</strong> <strong>no</strong> laboratório (GUIMARÃES et al., 2011).<br />
Apesar da freqüência <strong>de</strong> <strong>erros</strong> diagnósticos ocorridos na fase <strong>pré</strong> analítica, poucos<br />
dados sobre o assunto são encontrados na literatura. Por isso, é <strong>de</strong> extrema importância a<br />
realização <strong>de</strong> estudos mais abrangentes, os quais possam <strong>de</strong>tectar os <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong> mais<br />
comuns e procurar medidas <strong>pre</strong>ventivas a fim <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> dos laudos<br />
laboratoriais.<br />
2 MATERIAIS E MÉTODOS<br />
Foram analisadas 1038 amostras <strong>de</strong> <strong>urina</strong> provenientes do Laboratório Biodiagnóstico,<br />
localizado na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos Dumont, Minas Gerais, <strong>no</strong> período <strong>de</strong> junho a agosto <strong>de</strong> 2011,<br />
sendo 361 amostras <strong>de</strong> junho, 309 <strong>de</strong> julho e 368 <strong>de</strong> agosto.<br />
As amostras estudadas foram coletas <strong>de</strong> <strong>urina</strong> recente, do tipo jato médio,<br />
acondicionadas, na maioria das vezes, em frasco <strong>de</strong> poliestire<strong>no</strong> cedidos aos pacientes pelo<br />
próprio laboratório. Estas amostras, após entregues ao laboratório, ficavam armazenadas em<br />
temperatura ambiente (21-25ºC) e as análises eram realizadas em me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 2 horas após a<br />
coleta.<br />
Antes <strong>de</strong> iniciadas as análises foram observadas se as amostras atendiam a todos os<br />
critérios <strong>de</strong> aceitabilida<strong>de</strong>: <strong>pre</strong>enchimento a<strong>de</strong>quado das requisições <strong>de</strong> <strong>exame</strong>s, i<strong>de</strong>ntificação<br />
correta do tipo <strong>de</strong> amostra e dos dados dos pacientes, <strong>pre</strong>paro correto do paciente para a coleta<br />
da amostra, informações sobre o uso <strong>de</strong> algum medicamento, horário da coleta e<br />
acondicionamento a<strong>de</strong>quados, volume suficiente <strong>de</strong> amostra, armazenamento da amostra em<br />
temperatura correta. Durante a análise foram ainda observadas as <strong>pre</strong>senças <strong>de</strong> contaminação<br />
com fezes, papel higiênico ou outros materiais e também a contaminação da amostra por<br />
ausência ou falha <strong>de</strong> assepsia urogenital.
As amostras que a<strong>pre</strong>sentaram alguns <strong>de</strong>stes <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong> que comprometem as<br />
análises foram separadas e, incluídas em um questionário mo<strong>de</strong>lo (ANEXO1) a fim <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificar e quantificar os <strong>erros</strong> a<strong>pre</strong>sentados.<br />
As análises das <strong>urina</strong>s que estavam em condições <strong>de</strong> aceitabilida<strong>de</strong> foram realizadas e<br />
as <strong>urina</strong>s rejeitadas por falhas na fase <strong>pré</strong> analítica foram <strong>de</strong>scartadas e foram solicitadas<br />
<strong>no</strong>vas amostras aos pacientes.<br />
3 RESULTADOS<br />
Das 1038 amostras testadas (Tabela 1), observou-se que 78 (7,5%) a<strong>pre</strong>sentaram<br />
algum erro <strong>pré</strong> analítico que comprometeu a análise urinária. Também <strong>no</strong>tou-se que 2 <strong>de</strong>stas<br />
78 amostras (2,6%) a<strong>pre</strong>sentaram mais <strong>de</strong> um erro na fase <strong>pré</strong> analítica, simultaneamente.<br />
na Tabela 2.<br />
A distribuição mensal e classificação dos principais <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong> são mostradas<br />
Tabela 1: Distribuição mensal das amostras testadas.<br />
Mês Número <strong>de</strong> amostras testadas<br />
Junho 361<br />
Julho 309<br />
Agosto 368<br />
Tabela 2: Distribuição mensal e classificação dos principais <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong>.<br />
ERROS PRÉ<br />
ANALÍTICOS<br />
Preparo<br />
ina<strong>de</strong>quado do<br />
paciente:<br />
Horário incorreto<br />
<strong>de</strong> coleta :<br />
Volume <strong>de</strong><br />
amostra<br />
insuficiente:<br />
Acondicionamento<br />
ina<strong>de</strong>quado da<br />
amostra:<br />
JUNHO JULHO AGOSTO<br />
3 1 5<br />
0 O O<br />
2 1* 0<br />
26 17* 9
Ausência/ Falha na<br />
i<strong>de</strong>ntificação da<br />
amostra:<br />
Amostra sem<br />
refrigeração:<br />
Ausência <strong>de</strong><br />
assepsia da região<br />
urogenital:<br />
Amostra<br />
contaminada com<br />
fezes, papel<br />
higiênico ou<br />
outros materiais:<br />
Ausência <strong>de</strong><br />
informações sobre<br />
o uso <strong>de</strong> drogas<br />
ou medicamentos:<br />
0 0 0<br />
0 0 0<br />
5 1 5<br />
0 0 0<br />
3 1 1<br />
*a amostra que a<strong>pre</strong>sentou volume insuficiente também a<strong>pre</strong>sentou um acondicionamento ina<strong>de</strong>quado.<br />
Em relação à frequencia dos <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong>, <strong>no</strong>tou-se um <strong>pre</strong>domínio <strong>de</strong> <strong>erros</strong><br />
quanto ao acondicionamento a<strong>de</strong>quado das amostras (66,7%).<br />
estudado.<br />
A Tabela 3 mostra a frequencia total <strong>de</strong> cada erro <strong>pré</strong> analítico em cada período<br />
Tabela 3: Frequencia mensal <strong>de</strong> <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong>.<br />
ERROS PRÉ<br />
ANALÍTICOS<br />
Preparo<br />
ina<strong>de</strong>quado do<br />
paciente:<br />
Volume <strong>de</strong><br />
amostra<br />
insuficiente:<br />
Acondicionamento<br />
ina<strong>de</strong>quado da<br />
amostra:<br />
Ausência <strong>de</strong><br />
assepsia da região<br />
urogenital:<br />
JUNHO JULHO AGOSTO TOTAL<br />
3 (3,8%) 1 (1,3%) 5 (6,4%) 9 (11,5%)<br />
2 (2,6%) 1 (1,3%) 0 3 (3,9%)<br />
26 (33,3%) 17 (21,8%) 9 (11,5%) 52 (66,%)<br />
5 (6,4%) 1 (1,3%) 5 (6,4%) 11 (14,1%)
Ausência <strong>de</strong><br />
informações sobre<br />
o uso <strong>de</strong> drogas<br />
ou medicamentos:<br />
4 DISCUSSÃO<br />
3 (3,8%) 1 (1,3%) 1 (1,3%) 5 (6,4%)<br />
Atualmente, a utilização <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> pelos laboratórios <strong>de</strong> análises<br />
clínicas é cada vez mais comum e necessária, a fim <strong>de</strong> se minimizar ou mesmo evitar a<br />
ocorrência <strong>de</strong> <strong>erros</strong> que comprometam a qualida<strong>de</strong> e segurança do resultado final do <strong>exame</strong><br />
(MORITA et al., 2010).<br />
No entanto, ainda é gran<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> <strong>erros</strong> cometidos por laboratórios clínicos, o<br />
que vem aumentado, proporcionalmente, o número <strong>de</strong> processos judiciais contra estes<br />
estabelecimentos (GUIMARÃES et al., 2011).<br />
A fase <strong>pré</strong>-analítica <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> análise é a que a<strong>pre</strong>senta maior frequencia <strong>de</strong><br />
<strong>erros</strong>, provavelmente por ser a etapa mais vulnerável a sofrer influência <strong>de</strong> fatores exter<strong>no</strong>s ao<br />
laboratório, como <strong>pre</strong>paro do paciente, por exemplo. É uma fase <strong>de</strong>licada, difícil <strong>de</strong> monitorar<br />
e controlar e extremamente importante para a qualida<strong>de</strong> final do resultado <strong>de</strong> <strong>exame</strong> (LOPES,<br />
2003).<br />
Apesar da importância da i<strong>de</strong>ntificação e correção dos <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong>, ainda é<br />
bastante escasso o número <strong>de</strong> trabalhos publicados na literatura sobre este tema. É provável<br />
que uma das razões <strong>de</strong>ste fato seja a dificulda<strong>de</strong> dos laboratórios em relatar e registrar estes<br />
<strong>erros</strong>. No entanto, é cada vez maior o número <strong>de</strong> estudos sobre a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>no</strong>s<br />
laboratórios clínicos (BONINI et al., 2002).<br />
Neste estudo, observou-se que 7,5% das amostras analisadas a<strong>pre</strong>sentaram algum erro<br />
<strong>pré</strong>-analítico que comprometia a qualida<strong>de</strong> final do <strong>exame</strong>.<br />
Na literatura pesquisada, foram encontrados diferentes valores para a frequencia dos<br />
<strong>erros</strong> <strong>pré</strong>-<strong>analíticos</strong>, como por exemplo, <strong>no</strong>s trabalhos realizados por Plebani e colaboradores<br />
<strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 1997, 2006 e 2007, <strong>no</strong>s quais as frequencias encontradas foram, respectivamente,<br />
<strong>de</strong> 49,2%, 46 a 68,2% e 52,6% (PLEBANI, 2006; GUIMARÃES; et al., 2011).<br />
No entanto, estes trabalhos analisaram a frequencia dos <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong> em<br />
comparação com os <strong>de</strong>mais <strong>erros</strong> corridos nas fases analítica e pós analítica. Não foram<br />
encontrados, na literatura pesquisada, trabalhos cujo objetivo tenha sido a observação da
frequencia <strong>de</strong> <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong> em <strong>de</strong>terminadas amostras, como amostras <strong>de</strong> <strong>urina</strong>. Dessa<br />
forma, não há como estabelecer um parâmetro <strong>de</strong> comparação para a frequencia <strong>de</strong> 7,5%<br />
encontrada neste estudo.<br />
Há trabalhos que mostram que os valores encontrados para as frequencias po<strong>de</strong>m<br />
variar <strong>de</strong> acordo com a metodologia <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados adotada pelos pesquisadores. Quando<br />
a coleta <strong>de</strong> dados é baseada nas reclamações <strong>de</strong> pacientes ou na <strong>de</strong>scoberta ocasional <strong>de</strong><br />
algum erro, a frequencia é relativamente baixa. No entanto, quando utiliza-se como<br />
metodologia uma revisão criteriosa <strong>de</strong> todo processo <strong>de</strong> trabalho, como foi realizado nesse<br />
estudo, a frequencia aumenta substancialmente (BONINI et al., 2002).<br />
Neste estudo, a maior proporção <strong>de</strong> <strong>erros</strong> <strong>pré</strong>-<strong>analíticos</strong> foi quanto ao<br />
acondicionamento ina<strong>de</strong>quado da amostra (66%). Possíveis razões para esta ocorrência po<strong>de</strong>m<br />
ser a utilização <strong>de</strong> frascos para armazenamento que não aqueles cedidos pelo laboratório ou<br />
mesmo a <strong>de</strong>satenção quanto à observação da correta maneira <strong>de</strong> fechar o frasco.<br />
O acondicionamento ina<strong>de</strong>quado da amostra compromete o relato do volume correto<br />
coletado e também po<strong>de</strong> contaminar a amostra com flora bacteriana, fungos entre outras<br />
coisas. Estas ocorrências <strong>pre</strong>judicam análise e forçam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma <strong>no</strong>va coleta.<br />
Além disso, o acondicionamento ina<strong>de</strong>quado po<strong>de</strong> causar outro erro <strong>pré</strong>-analítico, o<br />
volume insuficiente <strong>de</strong> amostra, uma vez que é necessário um volume mínimo <strong>de</strong> 10mL para<br />
a análise do sedimento. Neste trabalho foi observado que 1 amostra, em julho, foi<br />
acondicionada <strong>de</strong> maneira ina<strong>de</strong>quada e, consequentemente, a perda <strong>de</strong> amostra foi gran<strong>de</strong> o<br />
bastante para causar o erro <strong>pré</strong> analítico <strong>de</strong> volume insuficiente.<br />
A ausência <strong>de</strong> assepsia da região urogenital também a<strong>pre</strong>sentou uma alta frequencia <strong>de</strong><br />
ocorrência (14,1%). Este erro é comum <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> explicação, por parte do laboratório,<br />
sobre a maneira correta <strong>de</strong> coleta ou por falta <strong>de</strong> entendimento do procedimento pelo paciente.<br />
Durante o <strong>exame</strong> <strong>de</strong> <strong>urina</strong> <strong>rotina</strong>, a ausência <strong>de</strong> assepsia da região urogenital, gera<br />
amostras com gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> células e po<strong>de</strong> levar a um crescimento bacteria<strong>no</strong> que, em<br />
condições <strong>de</strong> correta higiene não estaria <strong>pre</strong>sente. Dessa maneira, caso o <strong>exame</strong> fosse<br />
realizado nestas condições, o laudo final do <strong>exame</strong> emitido pelo laboratório provavelmente<br />
não correspon<strong>de</strong>ria ao quadro clínico do paciente.<br />
Das 1038 amostras analisadas, 9 (11,5%) a<strong>pre</strong>sentaram erro <strong>no</strong> <strong>pre</strong>paro do paciente,<br />
sendo 6 <strong>de</strong>stas amostras (66,7%) <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> pacientes mulheres que encontravam-se <strong>no</strong><br />
período menstrual durante a coleta do material. Estes <strong>erros</strong> po<strong>de</strong>m ter ocorrido por falta <strong>de</strong><br />
orientação por parte do laboratório clínico ou por urgência na realização do <strong>exame</strong>, o que leva<br />
estas pacientes a não mencionarem, inicialmente, o fato <strong>de</strong> estarem menstruadas. No entanto,
um <strong>pre</strong>paro ina<strong>de</strong>quado gera a inter<strong>pre</strong>tações errôneas na análise e, consequentemente um<br />
diagnóstico incorreto.<br />
Outro erro encontrado durante o estudo foi a ausência <strong>de</strong> informações sobre o uso <strong>de</strong><br />
drogas ou medicamentos (6,4%). Todas as amostras i<strong>de</strong>ntificadas nesta classe <strong>de</strong> <strong>erros</strong> não<br />
a<strong>pre</strong>sentavam informações sobre o uso <strong>de</strong> antimicrobia<strong>no</strong>s. Assim, mesmo tendo sido<br />
observada a <strong>pre</strong>sença <strong>de</strong> flora bacteriana aumentada <strong>no</strong> <strong>exame</strong> <strong>de</strong> sedimentoscopia <strong>de</strong>stas<br />
amostras, quando estas eram submetidas à cultura microbiológica não havia crescimento<br />
bacteria<strong>no</strong>, levando a dúvidas na liberação final do resultado, sendo necessária <strong>no</strong>va coleta <strong>de</strong><br />
material.<br />
Tendo em vista que o objetivo maior <strong>de</strong> um laboratório clínico, assim como <strong>de</strong> todo<br />
estabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é a liberação <strong>de</strong> resultados confiáveis, seguros e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> é<br />
sem<strong>pre</strong> importante a minimização e até mesmo erradicação das ocorrências <strong>de</strong> <strong>erros</strong>, os quais<br />
possam <strong>pre</strong>judicar este objetivo.<br />
5 CONCLUSÃO<br />
Diversos trabalhos confirmam a maior proporção <strong>de</strong> <strong>erros</strong> laboratoriais ocorrendo na<br />
fase <strong>pré</strong>-analítica (BONINI et al., 2002; LOPES, 2003; PLEBANI, 2006; GUIMARÃES et<br />
al., 2011). Esta fase, por com<strong>pre</strong>en<strong>de</strong>r etapas externas ao laboratório clínico, é extremamente<br />
difícil <strong>de</strong> controlar, necessitando <strong>de</strong> um maior cuidado, atenção e <strong>de</strong>dicação dos profissionais<br />
envolvidos nesta etapa.<br />
A erradicação completa <strong>de</strong> qualquer erro é muito difícil, <strong>no</strong> entanto, <strong>de</strong>ve-se, sem<strong>pre</strong>,<br />
encontrar medidas que diminuam os <strong>erros</strong>. A implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> capacitação e<br />
treinamento profissional e <strong>de</strong> uma metodologia mais rigorosa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção, classificação e<br />
controle <strong>de</strong>stes <strong>erros</strong> é uma forma eficiente para a minimização <strong>de</strong>stas irregularida<strong>de</strong>s.<br />
A utilização <strong>de</strong> auditorias internas também po<strong>de</strong> ser uma boa maneira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />
problemas organizacionais <strong>no</strong> laboratório, os quais possam interferir na qualida<strong>de</strong> final dos<br />
resultados.<br />
Neste trabalho foi encontrada uma frequencia <strong>de</strong> <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong> <strong>de</strong> 7,5% e, apesar<br />
<strong>de</strong> não terem sido encontrados trabalhos semelhantes para que houvesse um parâmetro <strong>de</strong><br />
comparação, po<strong>de</strong>-se dizer que o valor encontrado foi suficiente para causar algum<br />
<strong>de</strong>sconforto ao paciente, seja por atraso <strong>no</strong> resultado ou seja pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>no</strong>va coleta.<br />
Estes <strong>erros</strong>, também po<strong>de</strong>-se dizer, geraram mais custos ao laboratório que teve que fornecer<br />
<strong>no</strong>vo material para coleta e refazer as análises. Portanto, <strong>de</strong>ve-se pensar em uma das
alternativas a<strong>pre</strong>sentadas anteriormente para minimizar estes <strong>erros</strong> e melhorar a qualida<strong>de</strong> do<br />
serviço oferecido e o resultado final do <strong>exame</strong>.<br />
Também é importante que haja maior interesse dos laboratórios clínicos ou<br />
instituições <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> em realizar estudos que i<strong>de</strong>ntifiquem tais <strong>erros</strong>, para que possa haver a<br />
formação <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> dados na literatura a fim <strong>de</strong> discutir melhor o problema.<br />
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
BONINI, P.; et al. Erros em laboratório clínico. Clinical Chemistry, v. 48, n.5, p. 691-698,<br />
2002.<br />
BRANDÃO, A. Controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> na fase <strong>pré</strong> analítica. Revista Pharmacia Brasileira,<br />
v. março-abril, p. 12-15, 2010.<br />
COLOMBELI, A.S.S. Avaliação do potencial <strong>de</strong> interferência analítica <strong>de</strong> fármacos na<br />
análise química do <strong>exame</strong> <strong>de</strong> <strong>urina</strong>. 2006. Dissertação (Mestrado em Farmácia) – Curso <strong>de</strong><br />
Pós Graduação em Farmácia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina, Florianópolis, 2006.<br />
COSTAVAL, J.A.; et al. Qual o valor da sedimentoscopia em <strong>urina</strong>s com características<br />
físico-químicas <strong>no</strong>rmais? Jornal Brasileiro <strong>de</strong> Patologia, v. 37, n.4, p. 261-265, 2001.<br />
GUIMARÃES, A.C.; et al. O laboratório clinico e os <strong>erros</strong> <strong>pré</strong> <strong>analíticos</strong>. Revista do<br />
Hospital das Clínicas <strong>de</strong> Porto Alegre, v. 31, n.1, p. 66-72, 2011.<br />
LOPES, H.J.J. Garantia e controle da qualida<strong>de</strong> <strong>no</strong> laboratório clínico. Manual Gold Analisa<br />
Diagnóstica Ltda, Belo Horizonte, 2003.<br />
LOPES, H.V.; TAVARES, W. Diagnóstico das infecções do trato urinário. Revista da<br />
Associação Médica Brasileira, v.51, n. 6, p. 301-312, 2005.<br />
MACHADO, M.H.T.; et al. Automação do <strong>exame</strong> <strong>de</strong> <strong>urina</strong>: comparação do Urisys 2400 com<br />
a <strong>rotina</strong> manual (Microscopia do sedimento urinário). Revista Brasileira <strong>de</strong> Análises<br />
Clínicas, v. 35, n.4, p. 165-167, 2003.<br />
MORITA, M.L.M.; et al. Avaliação da qualida<strong>de</strong> da informação nas requisições e condições<br />
das amostras biológicas <strong>no</strong>s Laboratórios <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública Lapa e Ipiranga do município <strong>de</strong><br />
São Paulo. Boletim Epi<strong>de</strong>miológico Paulista, v. 7, n.79, p. 12-22, 2010.<br />
PLEBANI, M. Errors in clinical laboratories or errors in laboratory medicine? Clinical<br />
Chemistry Laboratorial of Medicine, v. 44, n.6, p. 750-759, 2006.<br />
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA<br />
LABORATORIAL. Gestão da fase <strong>pré</strong> analítica, 2010. Im<strong>pre</strong>sso especial. Disponível:<br />
http://www.sbpc.org.br/upload/publicacao/fb9d6b6cbb6dcb5b63309885a5b6e6f8.pdf. Acesso em:<br />
14/08/2011 às 18 horas e 30 minutos.