19.04.2013 Views

diversidade e densidade ictiofaunística em lagos de várzea da ...

diversidade e densidade ictiofaunística em lagos de várzea da ...

diversidade e densidade ictiofaunística em lagos de várzea da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

estratificação térmica não ser persistente e as inversões térmicas ser<strong>em</strong> comuns (HENDERSON,<br />

1999; JUNK et al, 1983).<br />

SÁNCHEZ-BOTERO et al (2001) analisando a concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvido e a<br />

t<strong>em</strong>peratura nas águas <strong>de</strong> <strong>lagos</strong> <strong>da</strong> região Ati-Paraná Solimões no período <strong>de</strong> Cheia (julho/2000),<br />

registraram valor mínimo <strong>de</strong> 0,10mg/l e máximo <strong>de</strong> 8,40 mg/l para concentração <strong>de</strong> oxigênio, e<br />

24,4°C a t<strong>em</strong>peratura mínima e máxima <strong>de</strong> 30,6 °C. Os <strong>da</strong>dos mostram um valor máximo <strong>de</strong><br />

oxigênio b<strong>em</strong> superior ao registrados neste estudo, no entanto os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura indicam<br />

uma similari<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

As variações na concentração <strong>de</strong> oxigênio dissolvido forçaram as espécies <strong>de</strong> peixes a<br />

<strong>de</strong>senvolver<strong>em</strong> a<strong>da</strong>ptações para suportar<strong>em</strong> os períodos <strong>de</strong> hipóxia e até anoxia. SOARES (1993)<br />

afirma que quando o oxigênio atinge valores menores que 0,5mg/l os peixes exib<strong>em</strong> respostas<br />

a<strong>da</strong>ptativas à hipóxia. Sabe-se também que durante os períodos <strong>de</strong> hipóxia os peixes comumente<br />

exploram macrófitas aquáticas utilizando o oxigênio eliminado pelas raízes na água (JEDICKE et<br />

al, 1989)<br />

Os baixos valores <strong>de</strong> pH registrados no período <strong>de</strong> cheia/05 pod<strong>em</strong> estar relacionados com<br />

a discreta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e duração <strong>da</strong> cheia <strong>de</strong> 2004, uma vez que à medi<strong>da</strong> que o input <strong>de</strong> água<br />

para os <strong>lagos</strong> é pequena, o potencial <strong>de</strong> redução é baixo <strong>de</strong>vido a alta <strong>de</strong>composição <strong>da</strong> matéria<br />

orgânica (CARVALHO et al, 2001, PAGIORO & TOMAZ, 1999), isso também se aplica para os<br />

períodos <strong>de</strong> seca, enchente e vazante. Em contraparti<strong>da</strong>, os altos valores <strong>de</strong> pH registrados na<br />

cheia 2006 reflete a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> água dos rios Solimões e Japurá nos <strong>lagos</strong> estu<strong>da</strong>dos.<br />

A baixa variação registra<strong>da</strong> nos valores <strong>de</strong> condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mostra que <strong>em</strong>bora 2005 tenha<br />

sido o ano <strong>em</strong> que os <strong>lagos</strong> passaram mais t<strong>em</strong>po isolados do canal principal, isso não foi<br />

suficiente para que a condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> aumentasse consi<strong>de</strong>ravelmente nos três <strong>lagos</strong> (Bolsinha,<br />

Juruá Gran<strong>de</strong> e Taracoá). É possível que a água dos rios que entra nos <strong>lagos</strong> carreie uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

similar <strong>de</strong> nutrientes que a registra<strong>da</strong> no interior dos <strong>lagos</strong> no período seco, não sendo portanto<br />

suficiente para causar diferenças significativas nos valores <strong>de</strong> condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Pois é sabido que a<br />

enchente traz consigo uma gigantesca quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentos <strong>da</strong>s encostas dos An<strong>de</strong>s com uma<br />

enorme concentração <strong>de</strong> nutrientes associa<strong>da</strong> às argilas <strong>em</strong> suspensão (QUEIROZ, 2005). São esses<br />

alagamentos, e a conseqüente <strong>de</strong>posição anual <strong>de</strong>sses sedimentos, que <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> a geomorfologia <strong>da</strong><br />

<strong>várzea</strong>, a sua fauna e flora, a sua biogeografia e mesmo os seus padrões <strong>de</strong> ocupação humana (SIOLI,<br />

1984; AYRES, 1993).<br />

54

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!