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Ao longo dos anos anteriores, a indústria automobilística mantinha certa defasagem tec-
nológica em relação aos países mais desenvolvidos, mesmo porque não podia importar
componentes e, com isso, não havia como incorporar aos veículos inovações como a
chamada eletrônica embarcada. Com a abertura das importações, essa situação mudou
rapidamente. O processo de modernização do setor foi acelerado e os carros brasileiros,
pejorativamente chamados de “carroças” em 1990 pelo presidente Collor, passaram a
ter um padrão elevado, acompanhando o que de mais moderno se fazia no mundo.
Enquanto isso ocorria, a liberação das importações trouxe ao país um grande número de
veículos prontos, das mais diversas marcas. Várias delas consolidaram sua presença no
Brasil nos anos seguintes e, entre elas, algumas decidiram implantar fábricas para produzir
localmente seus veículos, como a Honda, a Renault, a Mercedes-Benz e a Audi. A criação
do Mercosul também repercutiu no setor, possibilitando às montadoras e a seus fornece-
dores defi nir estratégias de atuação regional.
As mudanças no setor automobilístico envolveram ainda o estímulo à produção de
carros populares, a partir da redução de impostos para modelos com motores abaixo de
mil cilindradas. Em pouco tempo, os carros 1.0 lideravam as vendas. Como resultado de
toda essa movimentação, a indústria automobilística superaria em 1997 a marca recorde
de 2 milhões de veículos produzidos.
1989-1998
No transporte de carga, o período consolidou o avanço da profi ssionalização, ao mesmo
tempo em que as montadoras colocavam no mercado uma diversifi cada linha de cami-
nhões com mais tecnologia, maior capacidade e adequados às mais diferentes fi nalidades.
A modernização envolveu também a forma de produzir os veículos, com a inauguração,
em 1996, da primeira fábrica totalmente modular do mundo: a Volkswagen Caminhões,
em Resende (RJ), que introduziu um novo e bem sucedido conceito no segmento.
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