LITERATURA BRASILEIRA E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
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arro. Nunca mais tocou na massa, mas continuava cantando muito, como no tempo em<br />
que as duas entoavam juntas as canções. Cantava as cantigas de sua infância, aquelas<br />
que tinha aprendido dos mais velhos, no tempo em que era criança. Cantava as que tinha<br />
aprendido com a mãe e que tinha oferecido depois, mais tarde, à filha. E nessas canções<br />
havia muitas que eram dialogadas e quando chegava na parte em que entraria a voz da<br />
filha, a mãe de Ponciá se calava. (p. 85)<br />
SOU NEGRO D+ PRA VOCÊ<br />
Thaíde e Dj Hum<br />
Irmão, Irmã, assuma a sua mente<br />
Eu sei que você é inteligente<br />
Infelizmente tem um par de Judas por<br />
[aí<br />
Mesmo não querendo eles vão ter que<br />
[me ouvir<br />
viver intensamente é o meu objetivo<br />
Se sou feliz assim, como sou, é porque<br />
[tenho motivo<br />
Meu instinto guerreiro tá no sangue<br />
Pra mim não basta apenas ter a cor<br />
[predominante<br />
Não, não tem como fugir daquilo que a<br />
[gente é<br />
Se aceite ou seja escravo pra sempre, se você quiser (...)<br />
(http://vagalume.uol.com.br/thaide-dj-hum/sou-negro-d-pra-voce.html)<br />
DE MÃE<br />
Conceição Evaristo<br />
O cuidado da minha poesia<br />
aprendi foi de mãe<br />
mulher de pôr reparo nas coisas<br />
e de assuntar a vida<br />
A brandura de minha fala<br />
na violência dos meus ditos<br />
ganhei de mãe<br />
mulher prenhe de dizeres<br />
fecundados na boca do mundo<br />
Foi de mãe todo o meu tesouro,<br />
veio dela todo o meu ganho,<br />
mulher sapiência, yabá<br />
do fogo tirava água<br />
do pranto criava consolo.<br />
Foi de mãe esse meio riso<br />
dado para esconder<br />
alegria inteira<br />
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