LITERATURA BRASILEIRA E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
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QUASE HAI KAI<br />
Graça Graúna<br />
Para Cruz e Souza<br />
À cruz do poeta<br />
Doura trêmulas quimeras:<br />
Sempre-vivas sobre a mesa<br />
ACERTO DE COTAS<br />
Landê Onawale<br />
Depois de nos espremermos<br />
sob as pontes<br />
dividindo pedaços de vão<br />
depois de esquentarmos nossos medos<br />
nos limites de cada prisão<br />
e de disputarmos com todos os bichos<br />
buracos no parmesão<br />
é hora de outras partilhas...<br />
distribuir agasalhos, e não o frio<br />
repartir comida, e não a fome<br />
depois dos lares loteados<br />
pelas botas da violência<br />
e dos empregos cotizados<br />
para servir às aparências<br />
depois dos elencos rateados<br />
nos cabendo a subserviência<br />
é tempo de outros papéis<br />
e - por que não? - de anéis...<br />
SE ELA FAZ EU DESFAÇO<br />
Éle Semog<br />
A treze de maio fica decretado<br />
Luto oficial na comunidade negra<br />
E serão vistos com maus olhos<br />
Aqueles que comemorarem festivamente<br />
Esse treze inútil<br />
E fica o lembrete:<br />
Liberdade se toma<br />
Não se recebe<br />
Se toma<br />
Dignidade se adquire<br />
Não se concede.<br />
<br />
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