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LITERATURA BRASILEIRA E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA

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De Jesus herdou o nome<br />

E a coragem<br />

Foi jogada na favela<br />

Esperta que era<br />

Tirou proveito dela<br />

Relatando os tropeços<br />

Nasceu então o quarto de despejo<br />

ANCESTRAL<br />

Landê Onawale<br />

Para Lindi e Abdias<br />

Em mim falam vozes ancestrais<br />

Que conversam mais, se calo,<br />

Ou a alma silencia<br />

- ainda que em meio à algaravia.<br />

Carrego por dentro abismos<br />

Onde ecoam os mais leves sussurros,<br />

Canyons mergulhados por pássaros<br />

De guinchos e vôos atemporais...<br />

Assim é que, do meu canto,<br />

Surgem versos de improviso;<br />

No meu grito.<br />

Ecos de quilombos e porões;<br />

Em minhas teses, tramas dos canaviais.<br />

Sei a oração que princípio,<br />

Mas não onde o desejo dos verbos acaba:<br />

São incertos os ventos<br />

Que sopram as velas do meu destino.<br />

CUMPLICIDADE<br />

Graça Graúna<br />

Agora pela hora da minha agonia<br />

louvo Trindade e Jorge de Lima<br />

cantando, catando as duras penas, só.<br />

- De onde vem, Solano, esta agonia?<br />

- Vem de longe, nega, muito longe!<br />

De Afroamérica sonhada.<br />

lá, donde crece la palma<br />

plantada em versos de alma,<br />

del hombre José Martí.<br />

- De onde vem, Solano, esta agonia?<br />

- De muito longe, nega.<br />

Do comecinho das coisas;<br />

de muito longe, minha nega, muito<br />

longe...<br />

<br />

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