LITERATURA BRASILEIRA E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
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Tópico 1 – Cadernos Negros e outras poéticas<br />
A nossa fala desvela, delata, relata, invade quem ouvi-la ou lê-la.<br />
Ela é a própria personificação de negro sendo, re-sendo,<br />
mudando, re-mudando, sentindo, re-sentindo<br />
<br />
Miriam Alves<br />
Em São Paulo, um grupo de escritores afro-brasileiros se<br />
organiza e publica textos voltados para a condição social do<br />
negro no Brasil, com a colaboração financeira de cada um dos<br />
integrantes. Surgiam, assim, os Cadernos Negros em 1978. A<br />
idéia de se fazer uma antologia, para publicação de poemas e<br />
contos negros, surge no CECAN – Centro de Cultura e Arte<br />
Negra, espaço onde jovens se reuniam e participavam de<br />
discussões políticas. A estudante de Letras, no artigo “Uma<br />
história que está apenas começando” contextualiza o momento<br />
histórico em que a juventude negra paulista se voltava para a<br />
criação dos próprios meios de comunicação, como estratégia<br />
de luta contra o racismo e propagação de imagens positivas do<br />
negro:<br />
Jovens como Jamu Minka se envolviam cada vez mais<br />
com mídias alternativas: “Eu vinha de uma experiência<br />
alternativa, um tablóide muito famoso na época: Versos.<br />
Era um tablóide de esquerda que criticava todas as<br />
ditaduras do Cone Sul. Em seguida fui para o CECAN<br />
para fazer o jornal dessa entidade, o Jornegro”.<br />
(...)<br />
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