LITERATURA BRASILEIRA E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
LITERATURA BRASILEIRA E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
LITERATURA BRASILEIRA E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
sociais e étnicas, através do tom exótico ao representar o nativo 4 ,<br />
concebido como o antepassado mítico dos brasileiros.<br />
A face conservadora do indianismo romântico pode ser<br />
apreendida quando se percebe que a visão européia restringiu a<br />
representação do índio, definindo-a segundo parâmetros da<br />
imaginação do ocidente.<br />
Assim, de modo semelhante ao mecanismo da (re)invenção dos<br />
selvagens pelos cronistas europeus do século XVI, reafirma-se,<br />
com o indianismo, a visão exógena, comprometida com a<br />
perspectiva européia de mundo. Além disso, ignora a presença de<br />
africanos nessa imaginação de nação brasileira. Perpetua-se,<br />
portanto, o racismo, já que, no plano da imaginação literária,<br />
naturalizam-se relações sociais desiguais, injustas e baseadas,<br />
inclusive, no extermínio físico, cultural e imaginário de grupos<br />
étnico-raciais subalternizados. A partir do que foi demonstrado,<br />
pode-se perceber que a passagem da literatura colonial para a<br />
pós-colonial, no Brasil, não significou mudança radical de<br />
enfoque, pois a medida e o olhar continuaram ainda a ser<br />
europeus.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Acreditando na existência de diferenças ontológicas entre as<br />
etnias, capazes de determinarem as características físicas e<br />
psicológicas dos seres humanos — cuja divisão hierárquica<br />
tomava como parâmetro a etnia branco-européia — estudiosos<br />
brasileiros responsabilizavam, por um lado, a união de diferentes<br />
<br />
13