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LITERATURA BRASILEIRA E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA

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peça Palmares, de Stella Leonardos. Quando decide<br />

empreender um espetáculo próprio constata que não há, na<br />

dramaturgia brasileira, textos que sirvam aos seus objetivos.<br />

Abdias do Nascimento descobre em O Imperador Jones, de<br />

Eugene O'Neill, o retrato mais aproximado da situação do<br />

negro após a abolição da escravatura. O espetáculo, dirigido<br />

por Abdias do Nascimento, estréia em maio de 1945 no<br />

Theatro Municipal do Rio de Janeiro e obtém boa<br />

receptividade, com elogios ao protagonista, Aguinaldo<br />

Camargo.<br />

Com montagens teatrais até fins da década de 50, o Teatro<br />

Experimental do Negro nunca atingiu o prestígio que pretendia<br />

em seu tempo. Mas, em termos de história do teatro, significou<br />

uma iniciativa pioneira, que mobilizou a produção de novos<br />

textos, propiciou o surgimento de novos atores e grupos e<br />

semeou uma discussão que permaneceria em aberto: a<br />

questão da ausência do negro na dramaturgia e nos palcos e,<br />

posteriormente, nas telenovelas de um país de maioria negra.<br />

Contemporaneamente, grupos de performance teatral negra<br />

buscam ainda furar o cerco da exclusão. Destacam-se o Grupo<br />

de Teatro do Olodum (Salvador – década de 90) e Cia dos<br />

Comuns (Rio de Janeiro - 2001), que, através de textos que<br />

conjugam o cotidiano com memórias africanas ancestrais, têm<br />

produzido belos e críticos espetáculos.<br />

Elenco de Bakulo, encenado em 2005 pela Cia dos Comuns<br />

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