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LITERATURA BRASILEIRA E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA

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modos como os escravos são descritos, acrescenta-se o fato de ser a primeira escritora<br />

mulher e mulata.<br />

Com base nos recortes, propor discussões em classe, pesquisa sobre o século XIX, a<br />

escravidão; pensar como as novelas de época, filmes, materiais publicitários representam os<br />

escravos na atualidade. Será que a representação de Macedo ficou lá, no século XIX, ou<br />

ainda é possível encontrarmos sua reprodução atualmente? Outra possibilidade é a<br />

realização de oficina de produção textual, em que o(a) aluno(a) é estimulado(a) a escrever<br />

sobre o período escravocrata. No momento reservado à leitura oral dos textos, observar e<br />

registrar os diferentes tipos de narração, como foram descritos os corpos e as ações da<br />

população negra.<br />

Na educação infanto-juvenil, recontar histórias é sempre bem<br />

aceito e estimula a criatividade. Como sugestão, recriar a história<br />

de Tia Nastácia, personagem de Monteiro Lobato que, quando<br />

não é ofendida e humilhada pela boneca-falante Emília, é<br />

destituída de qualquer ligação com sua origem africana para ser<br />

evocada e apresentada como princesa. A seguir, o trecho do livro<br />

Reinações de Narizinho:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Tia Nastácia não sei se vem. Está com vergonha,<br />

coitada, por ser preta.<br />

— Que não seja boba e venha — disse Narizinho<br />

— eu dou uma explicação ao respeitável público...<br />

— Respeitável público! tenho a honra de apresentar<br />

(...) a Princesa Anastácia. Não reparem<br />

ser preta. É preta só por fora, e não de nascença.<br />

Foi uma fada que um dia a pretejou,<br />

condenando-a a ficar assim até que encontre<br />

um certo anel na barriga de um certo peixe.<br />

Então, o encanto quebrar-se-á e ela virará<br />

uma linda princesa loura. (LOBATO, 1931, p. 206)<br />

Sugerir que os(as) alunos(as), a partir de uma provocação (“Nastácia a heroína negra”, “As<br />

aventuras de Nastácia em África”, ou outro qualquer), criem uma nova história, que pode ser<br />

uma produção coletiva, sob a condução e orientação do(a) professor(a), atentando para as<br />

falas da narrativa de modo que “Tia” Nastácia saia do contexto de submissão dos textos de<br />

Monteiro Lobato, que não precise negar sua identidade. Enfim, não mais ser tolerada via a<br />

condição de um dia aparecer uma fada madrinha que a transforme numa princesa loura.<br />

Para os menores, selecionar histórias infantis que contemplem a diversidade étnica<br />

brasileira, além dos materiais didáticos como: livros, cartazes, bonecos, entre outros.<br />

A cada Unidade são disponibilizados, no tópico “Textos literários”, alguns poemas e contos<br />

que podem ajudar a viabilizar práticas afirmativas na educação. Os poemas selecionados<br />

<br />

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