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Laranja-da-China - Unama

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www.nead.unama.br<br />

mundo não acaba amanhã. Antigamente — heim Sinhara? — antigamente não era<br />

assim. Tratem de casar primeiro. Afinal de contas não há mal nenhum. Aproveitar a<br />

moci<strong>da</strong>de. Sair antes do fim. É o último dia também. Olhe o remorso mais tarde.<br />

To<strong>da</strong> a gente se diverte. São tantas as tristezas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Bom. Mas que seja pela<br />

primeira e última vez. Que gozo.).<br />

No alto <strong>da</strong> esca<strong>da</strong> dois sujeitos bastante antipáticos (um até mal-encarado)<br />

contando dinheiro e o aviso de que o convite custava dez mil-réis, mas as <strong>da</strong>mas<br />

acompanha<strong>da</strong>s de cavalheiros não pagavam entra<strong>da</strong>.<br />

Tal seria. Crispiniano rebocado pelo sultão e o<strong>da</strong>liscas aproximou-se já<br />

arrependido de ter vindo.<br />

— O convite, faz favor?<br />

— Está aqui. Duas entra<strong>da</strong>s.<br />

O mal-encarado estranhou:<br />

— Duas? Mas o cavalheiro não pode entrar.<br />

Ah! Isso era o cúmulo dos cúmulos.<br />

— Não posso? Não posso por quê?<br />

— Fantasia obrigatória.<br />

E esta agora? O sultão entrou com a sua influência de primo do segundo<br />

vice-presidente. Sem nenhum resultado. Crispiniano quis virar valente. Que é que<br />

adiantava? Fifi reteve com dificul<strong>da</strong>de umas lágrimas sinceras.<br />

— Eu só digo isto: sozinhas vocês não entram!<br />

O que não era mal-encarado sugeriu amável:<br />

— Por que o senhor não aluga aqui ao lado uma fantasia?<br />

Crispiniano passou a língua nos lábios. As o<strong>da</strong>liscas não esperaram mais<br />

na<strong>da</strong> para estremecer com pavor <strong>da</strong> explosão. Todos os olhares bateram em<br />

Crispiniano B. de Jesus. Porém Crispiniano sorriu. Riu mesmo. Riu. Riu mesmo. E<br />

disse com voz trêmula:<br />

cruz).<br />

— Mas se eu estou fantasiado!<br />

— Como fantasiado?<br />

— De Cristo!<br />

— Que brincadeira é essa?<br />

— Não é brincadeira: é ver-<strong>da</strong>-de!<br />

E fez uma cara tal que as portas do salão se abriram como braços (de uma<br />

O LÍRICO LAMARTINE<br />

(Desembargador Lamartine de Campos)<br />

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