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je587agoset09 - Exército

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Análise da Batalha<br />

O Salado é uma batalha que demonstra que a maior<br />

quantidade de meios e a boa escolha do terreno<br />

nem sempre são suficientes para a vitória. Da<br />

análise da batalha sobressai a importância da<br />

argúcia e da capacidade de liderança dos<br />

comandantes que, conjugadas eficazmente com a<br />

fundamental ponderação dos restantes factores de<br />

decisão – Missão, Inimigo, Terreno e Meios<br />

(humanos, materiais e de tempo) –, permitem<br />

Carga durante a batalha.<br />

Fonte: http://www.tarifaweb.com<br />

produzir resultados decisivos e alcançar uma vitória<br />

tão significativa.<br />

A vitória da coligação cristã encontra explicações<br />

diversas em factores de ordem táctica que<br />

resultaram da correcta visão e interpretação das<br />

variáveis de combate presentes. Se é certo que a<br />

aliança muçulmana possuía um contingente<br />

superior e colocou as suas tropas num terreno<br />

aparentemente mais vantajoso, apoiado por<br />

obstáculos naturais, a falta de apoio mútuo entre os<br />

dois exércitos, ampliada pela não organização<br />

defensiva do terreno e pela crença desmesurada na<br />

vitória, criaram as condições suficientes para que os<br />

cristãos explorassem da melhor forma as brechas do<br />

dispositivo inimigo. Efectivamente, a escolha da<br />

manobra cristã permitiu a capacidade para criar,<br />

aumentar e explorar as vulnerabilidades<br />

muçulmanas, ao encontrar os intervalos (fraquezas<br />

no sistema defensivo adversário) e,<br />

46<br />

consequentemente, penetrar, envolver e destruir o<br />

dispositivo inimigo.<br />

Inicialmente, a forma de ataque escolhido pelos<br />

cristãos (frontal), tirando partido da falta de apoio<br />

mútuo dos muçulmanos, que o terreno<br />

proporcionava, permitiu fixar a parte central de um<br />

dispositivo adversário com fraco poder de<br />

protecção. Estavam, então, criadas as<br />

circunstâncias para o envolvimento múltiplo do<br />

adversário, materializado num tridente devastador:<br />

Afonso XI ataca o flanco esquerdo de Abu-l-<br />

Hasan, D. Afonso IV efectua um envolvimento<br />

profundo pela direita, acometendo o dispositivo<br />

granadino e, simultaneamente, Afonso de<br />

Benavides desorganiza e provoca o caos na<br />

retaguarda do sultão com a sua infiltração vinda de<br />

Tarifa. Obrigados a combater em diversas frentes,<br />

sem capacidade para alterar o decurso da batalha,<br />

mais não resta aos muçulmanos que a fuga<br />

Torre de la Peña.<br />

Fonte: http://farm1.static.flickr.com<br />

desordenada. Apesar de uma já reduzida<br />

capacidade de apoio logístico, a perseguição<br />

sangrenta e a exploração do sucesso táctico<br />

levadas a cabo pelos cristãos, resultaram na derrota<br />

humilhante e destruição dos exércitos muçulmanos,<br />

com importantes consequências nos seus planos<br />

de reocupação da Península.<br />

Enfim, esta vitória permite aquilatar da presença e<br />

importância dos princípios das operações,<br />

fundamentais para o sucesso militar; realçam-se os<br />

do objectivo, da flexibilidade, da iniciativa, da<br />

surpresa e, principalmente, os da cooperação e da<br />

unidade de esforços. De facto, além do excelente<br />

resultado provocado pelo ardil criado em Tarifa e da<br />

iniciativa do envolvimento da hoste de D. Afonso<br />

IV, o sincronismo ocorrido nas diversas acções<br />

permitiu às forças cristãs coligadas a reunião das<br />

sinergias necessárias para arremeter um adversário<br />

numericamente superior.

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