je587agoset09 - Exército
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Descrição da Batalha<br />
Quando o sultão benimerine desembarca em<br />
Algeciras, a 14 de Agosto de 1340 e junta esforços<br />
avultados à intenção do rei granadino de cercar<br />
Tarifa em meados de Setembro, Afonso XI de<br />
Castela solicita apoio, contando com o concurso<br />
de Aragão e de Portugal. Uma frota naval<br />
aragonesa e uma armada de 10 galés portuguesas<br />
seguem, assim, para o Estreito de Gibraltar.<br />
Ao mesmo tempo, D. Afonso IV levanta um<br />
exército, auxiliado pelas sinergias, entre outros,<br />
do prior do Hospital, D. Álvaro Gonçalves<br />
Pereira, do Mestre de Santiago, D. Garcia Peres e<br />
do Mestre de Avis, D. Frei Gonçalo Vaz.<br />
Enquanto os homens convocados na<br />
Estremadura, no Alentejo e no Algarve se<br />
concentram em Elvas, os recrutados em Trás-os-<br />
Montes e Entre Douro-e-Minho seguem<br />
directamente para Sevilha, ponto de reunião dos<br />
efectivos portugueses e castelhanos. Para aí se<br />
dirige também D. Afonso IV, a partir de Évora, ao<br />
encontro do rei de Castela.<br />
Em Sevilha, os monarcas cristãos reúnem com os<br />
seus conselheiros e decidem combater os<br />
muçulmanos, enviando para o efeito “carta de<br />
desafio”. Deste modo, a 16 de Outubro, saem de<br />
Sevilha e marcham para Tarifa, demorando no<br />
percurso 15 dias, durante os quais recebem a<br />
aceitação em dar batalha pelos exércitos inimigos.<br />
Na manhã de 29 Outubro, as hostes cristãs<br />
chegam a Peña del Ciervo, uma pequena serra,<br />
com 400 metros de elevação, a cerca de 4 Km de<br />
Tarifa, onde bivacam, em segurança e a coberto<br />
das vistas inimigas. Neste local, de onde<br />
observam o colossal exército muçulmano, ocorre<br />
um novo conselho de guerra, onde a força<br />
combinada de 18000 cavaleiros e cerca de 40000<br />
peões (os números são muito varáveis consoante<br />
as fontes), maioritariamente castelhanas, onde se<br />
incluem 1000 lanças portuguesas e contingentes<br />
aragoneses e genoveses, é organizada para a<br />
batalha.<br />
Do lado muçulmano, alertados pela marcha do<br />
exército cristão, estes decidem-se pela batalha,<br />
antevendo que a derrota do inimigo não só lhes<br />
garantiria a posse de Tarifa como a necessária<br />
liberdade de acção para uma posterior ofensiva<br />
em larga escala na Península. Apoiam a sua fé na<br />
vitória no poder do número, três vezes superiores<br />
e na escolha do campo de batalha, um terreno<br />
dominante a nordeste de Tarifa, que tinha no rio<br />
Salado uma excelente OAZR, caso a iniciativa de<br />
ataque pertencesse aos cristãos, como<br />
aconteceu. Abu-l-Hasan e Yusûf I<br />
posicionam as suas forças ocupando uma frente<br />
de cerca de cinco quilómetros por dois de<br />
profundidade. No flanco esquerdo, perto do mar,<br />
os benimerines e no flanco direito, na serra, os<br />
granadinos. Enquanto aqueles devem fixar a<br />
frente inimiga e sustentar a posição, estes<br />
atacariam de flanco para envolver os cristãos, se<br />
tentassem forçar passagem pelo rio. No entanto,<br />
separados por um cotovelo do rio Salado, os dois<br />
exércitos carecem de apoio mútuo, além de não<br />
manifestarem preocupações de trabalho<br />
defensivo, o que se estranha num “grupo de<br />
exércitos” que concede a iniciativa da batalha ao<br />
adversário. Como se verificará, o dispositivo<br />
instalado obrigará os exércitos de Granada e<br />
benimerino a combater separados, como se cada<br />
um travasse a sua própria batalha, situação<br />
aproveitada tacticamente pela coordenação de<br />
esforços cristãos.<br />
Ainda na noite de 29 de Outubro, os cristãos<br />
desenvolvem um ardil destinado fragilizar a<br />
capacidade militar moura, enviando um troço<br />
“oculto” de 1 000 cavaleiros e 4 000 infantes pela<br />
linha de costa, que se infiltra em Tarifa. A praça é,<br />
assim, reforçada e sem disso ter conhecimento, o<br />
sultão berbere tem um considerável efectivo<br />
adversário nas suas costas.<br />
Na aurora de 30 de Outubro inicia-se, então, a<br />
Batalha do Salado, com uma ofensiva cristã<br />
coordenada. Afonso XI efectua um ataque<br />
frontal ao dispositivo de Abu-l-Hasan,<br />
secundando a vanguarda comandada pelo<br />
infante de Castela Juan Manuel e apoiado no<br />
flanco direito pelas embarcações fundeadas no<br />
Mediterrâneo, que desembarcam tropas na área.<br />
Complementando a ofensiva, D. Afonso IV,<br />
ataca a cavalaria de Granada, reforçado com a<br />
hoste do príncipe D. Pedro (herdeiro do trono de<br />
Castela) e as cavalarias de Calatrava e do mestre<br />
de Alcântara.<br />
Numa primeira fase, enquanto a vanguarda de<br />
Juan Manuel é travada pela centro dos<br />
benimerines, envolvendo-se em sangrentos<br />
combates corpo-a-corpo nas margens do<br />
Salado, Afonso XI procura forçar passagem<br />
mediante uma reiteração de esforços e D. Afonso<br />
IV, pese a resistência encontrada, consegue<br />
atravessar o rio e fixa as forças da parte central<br />
do dispositivo de Granada. Possibilita assim que<br />
Afonso XI, procurando resolver o impasse na<br />
sua zona de acção, manobre à retaguarda da<br />
vanguarda, que continua empenhada e sem<br />
capacidade de progressão, e ataque o flanco<br />
esquerdo de Abu-l-Hasan. É nesta fase que<br />
Afonso de Benavides, aproveitando a manobra