je587agoset09 - Exército
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desempenho de acções arriscadas, revelandose<br />
combatentes temíveis, nomeadamente em<br />
África. O recurso a mercenários, prática<br />
generalizada na Europa a partir de finais do<br />
século XIII, consistia no recrutamento de<br />
elementos especializados além fronteiras.<br />
Para além da reestruturação operada ao nível da<br />
hoste real, D. Dinis nacionaliza as Ordens Militares<br />
cujas perceptorias respondem ante mestres<br />
instalados fora de Portugal. Os freires de Palmela<br />
(Santiago), são os primeiros, obtendo D.<br />
Dinis uma bula papal que autoriza os<br />
espatários por- tugueses a<br />
elegerem mes- tre próprio. A<br />
Ordem de Avis (fundada por D.<br />
Afonso Henriques<br />
como Ordem<br />
de Évora,<br />
mas sujeita ao<br />
mestrado castelhano<br />
de Calatrava)<br />
não é<br />
tão célere.<br />
Entretanto,<br />
num<br />
golpe<br />
Fonte: Michele Byam, Armas e armaduras, Editorial Verbo, 1997.<br />
Besteiro do séc XIV.<br />
diplomático de génio, obtém autorização papal<br />
para criar, partir das cinzas da Ordem do Templo<br />
(extinta por Clemente V, em 1312), a Ordem de<br />
Cristo, que marcaria a navegação portuguesa<br />
nos anos vindouros, dando corpo a uma<br />
estratégia naval.<br />
É ainda D. Dinis que regulamenta as seguintes<br />
funções/cargos militares: adaíl, chefe de troço da<br />
cavalaria vilã e dos batedores de terreno, a quem<br />
compete estudar o terreno e o inimigo e<br />
desenvolver acções de peonagem; coudel, que<br />
tem a tarefa de zelar pela boa organização da<br />
cavalaria vilã e da peonagem no seu distrito;<br />
coudel-mor, que fiscaliza esse serviço em todo o<br />
reino; anadel, o responsável pela organização e<br />
treino dos besteiros em cada concelho; anadelmor,<br />
que superintende ao alistamento e<br />
organização dos besteiros de conto em todo o<br />
reino (o anadel-mor e o coudel-mor são<br />
nomeados pelo Rei enquanto os anadeis e os<br />
coudéis pelos concelhos); mantiveram-se os<br />
altos cargos de alferes-mor, fronteiro-mor e<br />
alcaide.<br />
O sistema de convocação dos acontiados<br />
dos concelhos, que abrange as localidades<br />
não sujeitas aos direitos senhoriais, está<br />
regulamentado, cabendo ao coudel-mor e<br />
aos coudéis zelar pela mecânica do<br />
processo. Assim, o coudel avalia os<br />
bens de fortuna de cada residente para<br />
participar nas campanhas com o<br />
armamento e o equipamento prescritos. Esta<br />
informação, permanentemente actualizada,<br />
é passada ao coudel-mor, o responsável<br />
régio pela gestão dos recursos<br />
concelhios. Sempre que necessário, o<br />
coudel concentra os acontiados procedendo ao<br />
alardo (revista).<br />
Em termos de ordem de batalha, a hoste é<br />
organizada em três partes: dianteira, costaneiras<br />
e saga. A unidade táctica é a lança, que<br />
compreende um cavaleiro, um escudeiro, um ou<br />
dois besteiros e um pagem. 150 lanças formam<br />
uma companhia com pendão,<br />
comandada pelo capitão. Em<br />
marcha, a hoste deveria fazê-lo<br />
numa só coluna, não devendo a<br />
dianteira afastar-se mais que um tiro<br />
de besta. A escolha do terreno é tarefa<br />
dos guias que, sob o comando do adaíl,<br />
orienta a hoste. Porém, a orientação geral<br />
efectuada por estes guias é completada pelos<br />
almogávares, que têm o dever de “descobrir a<br />
terra dos inimigos por segurança da hoste”<br />
(Ordenações Afonsinas).<br />
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