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je587agoset09 - Exército

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4<br />

MONUMENTOS COM HISTÓRIA MILITAR<br />

Escultura de Nuno Álvares Pereira,<br />

EPI<br />

As datas conhecidas que balizam a passagem terrena<br />

do Santo Condestável, que terá vivido entre 1360 e<br />

1431, são, evidentemente, bastante antigas, conduzindo-nos<br />

para os caminhos poeirentos das memórias de antepassados<br />

longínquos. No entanto, a precisão das descrições<br />

fisionómicas de D. Nuno Álvares Pereira, tal como atestadas<br />

pelos cronistas carmelitas que lhe elaboraram as primeiras<br />

biografias, são suficientes para termos dele uma imagem quase<br />

nítida. “[O] seu rosto: comprido e branco, nariz afilado, olhos<br />

pequenos e vivos, sobrancelhas arqueadas, rugas na testa,<br />

boca pequena, cabelo e barba ruivos, sendo esta pouco densa<br />

e caída.” 1<br />

Aquela que é considerada a mais verdadeira efígie do<br />

Santo foi um retrato do séc. XV que se encontrava no<br />

espaldar da sacristia do Convento do Carmo, em Lisboa,<br />

onde S. Nuno de Santa Maria era representado a meiocorpo,<br />

vestido como donato carmelita. Infelizmente, a obra<br />

perdeu-se num incêndio resultante do terramoto de 1755.<br />

Porém, subsistem algumas imagens inspiradas naquele<br />

original, como a xilogravura da segunda edição da Crónica<br />

do Condestabre (1554) e dois retratos do séc. XVII<br />

existentes no Museu Nacional de Arte Antiga. Claro que,<br />

a todas as representações os respectivos autores vão<br />

emprestando traços e adereços distintos. Ainda retratado<br />

enquanto religioso, a sua primeira aparição de corpo inteiro<br />

é numa pintura renascentista sobre tábua, onde surge<br />

também como donato carmelita. É com esta indumentária<br />

que o escultor Salvador Barata Feyo eterniza o Condestável<br />

numa colunata, em Fátima.<br />

A mais antiga figura de Nuno Álvares Pereira em traje<br />

guerreiro encontra-se também numa xilogravura na<br />

Crónica do Condestabre, mas na edição de Germão<br />

Galhardo, de 1526. D. Nuno aparece de pé, de corpo inteiro<br />

e já calvo, vestindo uma armadura e segurando em ambas<br />

as mãos uma maça, tendo o elmo aos seus pés.<br />

Recente – inaugurada em 1968 – é a conhecida estátua<br />

equestre do Santo Guerreiro, na Batalha, do escultor<br />

Simões de Almeida. Menos divulgada poderá ser uma<br />

representação de D. Nuno como pagem, que se encontra<br />

no Palácio da Justiça do Porto, num fresco da autoria de<br />

Dórdio Gomes.<br />

Na Escola Prática de Infantaria estão duas esculturas<br />

do Santo. Em ambas surge jovem, guerreiro e de corpo<br />

inteiro.<br />

Numa, em bronze, D. Nuno surge com elmo e couraça,<br />

segurando na mão direita uma espada, sobre o peito, e na<br />

esquerda um escudo ornamentado com a cruz dos Pereiras.<br />

Na outra – que serve de fundo a este texto – S. Nuno<br />

de Santa Maria foi esculpido em madeira de cedro pelo<br />

mestre escultor Domingos Soares Branco. É retratado com<br />

aspecto jovem, sem barba, austero e atlético, envergando<br />

uma longa capa escarlate e armadura completa, sobre a<br />

qual veste uma malha verde. Segura na mão direita o martelo<br />

de armas e, na esquerda, junto à ilharga, o elmo. A escultura<br />

tem proporções humanas e foi concluída em 1971, tendo<br />

sido inaugurada no encerramento do Tirocínio Magalhães<br />

Osório. Na obra, Nuno Álvares Pereira é representado<br />

sobre uma base inspirada no Convento do Carmo, última<br />

morada do Santo Condestável. Esta escultura faz parte da<br />

Colecção da Escola Prática de Infantaria, encontrando-se<br />

ali em exposição permanente.JE<br />

Tenente RC Paulo Moreira (texto e foto)<br />

1 http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=71919

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