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je587agoset09 - Exército

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com vários pretendentes à Coroa nacional, sendo<br />

de destacar D. João Mestre de Avis, filho de D.<br />

Pedro I, que contava com o apoio do povo e de<br />

alguma nobreza, entre os quais D. Nuno, e D. Juan<br />

I, pelo casamento com D. Beatriz, com o apoio da<br />

alta nobreza.<br />

Ao longo do período de crise foram vários os<br />

confrontos e escaramuças<br />

entre os partidários<br />

das duas partes,<br />

mas a primeira batalha<br />

digna desse nome ocorreu<br />

perto de Portalegre,<br />

em Fronteira, Atoleiros,<br />

a 6 de Abril de 1384.<br />

Nesta Batalha, o<br />

nosso patrono comandou,<br />

com mestria, um<br />

exército manifestamente<br />

inferior ao castelhano,<br />

colocando em prática os<br />

ensinamentos retirados<br />

de Crecy e Poitier. Neste<br />

sentido, D. Nuno escolheu<br />

o terreno que<br />

mais lhe convinha para<br />

combater, usou de forma<br />

criteriosa o armamento de<br />

que dispunha, dispondo<br />

superiormente os seus<br />

besteiros e arqueiros e<br />

fazendo apear a sua<br />

cavalaria. Enfim, soube<br />

adaptar a sua força ao<br />

terreno, tirando proveito<br />

das suas vantagens.<br />

Após três investidas<br />

castelhanas, todas<br />

mal sucedidas, a hoste<br />

Portuguesa pôde cantar<br />

vitória, fazendo ressaltar a primazia da infantaria<br />

ligeira, ágil, fazendo frente a uma Cavalaria robusta<br />

e móvel, mas com pouca flexibilidade e utilidade<br />

num terreno que lhe era desfavorável.<br />

“[...] Do ponto de vista político, Atoleiros foi o<br />

primeiro sinal claro da determinação de defender<br />

Portugal e de que o partido do Mestre de Avis não<br />

se tratava de um conjunto de revoltosos<br />

desorganizados, mas sim de uma força com<br />

identidade nacional;<br />

Do ponto de vista psicológico, provou aos<br />

portugueses que os castelhanos não eram<br />

invencíveis e contribuiu para reforçar a ideia de<br />

que a legitimidade e a justiça estavam do lado do<br />

Mestre de Avis;<br />

In História do <strong>Exército</strong> Português, General Ferreira Martins<br />

Do ponto de vista militar, foi a primeira<br />

experiência portuguesa nos campos de batalha da<br />

Europa. A infantaria, armada de piques, em formação<br />

cerrada e com um adequado aproveitamento do<br />

terreno, conseguia ser um adversário à altura da<br />

cavalaria pesada;<br />

Do ponto de vista do comando, a acção de D.<br />

Nuno revelou-se intocável, conseguindo quebrar<br />

as opiniões mais cépticas de que se tratava de um<br />

jovem inconsciente e um pouco alucinado,<br />

reforçando a sua imagem como comandante militar<br />

de ciência e de valor.” 7<br />

A invasão Castelhana<br />

e a Batalha de Aljubarrota<br />

Após as derrotas de Atoleiros e de Trancoso,<br />

D. Juan decide invadir Portugal para colocar um<br />

ponto final nesta contenda. Assim, em Julho de<br />

1385, entra no território nacional, à frente de um<br />

poderoso exército, em direcção a Lisboa,<br />

encontrando-se a sua Armada ao largo da capital<br />

desde o mês de Junho. O seu avanço processou-se<br />

naturalmente e em 7 de Agosto já se encontrava a<br />

sul de Coimbra.<br />

A hoste nacional, sob o comando do Mestre de<br />

Avis, encontrava-se em Abrantes, onde foi reunido<br />

um Conselho de Guerra para decidir sobre a<br />

modalidade a adoptar: fazer frente a D. Juan,<br />

impedindo-o de chegar a Lisboa, ou atacar a sua<br />

retaguarda, em território castelhano.<br />

A primeira opção, do agrado do Condestável,<br />

foi posta de parte pelo Conselho, levando a que D.<br />

Nuno tomasse uma decisão inesperada,<br />

abandonando o Conselho e partindo com os seus<br />

homens ao encontro de D Juan I. Esta acção, muito<br />

discutida, levou a que o Rei voltasse atrás na sua<br />

decisão e seguisse o seu Condestável, provocando<br />

uma dramática batalha real, que colocaria em jogo a<br />

sua própria Coroa.<br />

[...] À semelhança de Atoleiros, D. Nuno<br />

começou por escolher o terreno que lhe era mais<br />

conveniente, resultado de um reconhecimento<br />

minuciosamente conduzido. Esta foi, talvez, a<br />

decisão mais consequente que terá tomado, dada a<br />

clara vantagem que o terreno conferia à hoste<br />

Lusitana. Demonstrando um elevado conhecimento<br />

da forma de actuar do seu adversário, antevê a sua<br />

manobra e, numa operação de decepção, dá a<br />

entender que pretende enfrentar o seu adversário<br />

por norte, quando na realidade já havia mandado<br />

preparar o terreno para um ataque por sul.<br />

Organizou as suas forças para o combate,<br />

adoptando “uma formação de quadrado a duas azes<br />

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