Jornal 165 - Mar.o 2011.P65 - Arquidiocese de Florianópolis

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Arquidiocese Jornal da Florianópolis, Março de 2011 Nº 165 - Ano XV “De “De graça graça recebestes, recebestes, de de graça graça dai” dai” (Mt 10,8) Nove anos de episcopado Pedro Paulo, Pedro Alcido e Elisandro foram ordenados pela imposição das mãos de Dom Murilo Seminaristas são ordenados diáconos Ordenação é etapa anterior à presbiteral, que já está definida Em celebração eucarística realizada no dia 12 de fevereiro, na Paróquia São Joaquim, em Garopaba, foram ordenados diá-conos os semi- Celebração abre a CF-2011 na Arquidiocese PÁGINA 03 Participe do Jornal da Arquidiocese Pe. Paulo: fundador do “Missão Jovem”, presbítero há 50 anos PÁGINA 14 naristas Elisandro Scarsi, Pedro Alcido Philipe e Pedro Paulo Alexandre. Dom Murilo Krieger presidiu a celebração, que foi acompanhada Paróquia ganha novo diácono permanente PÁGINA 05 POR CARTA por padres, diáconos e centenas de fiéis. A ordenação presbiteral dos neo-diáconos já tem dia, local e bispo ordenantes. PÁGINA 03 Arquidiocese inicia o ano com 48 seminaristas PÁGINA 08 Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis Em entrevista, Dom Murilo avalia os seus quase nove anos como Arcebispo de Florianópolis Desde que foi empossado arcebispo de Florianópolis, em 27 de abril de 2002, muitas foram as ações de Dom Murilo na condução do seu rebanho. Agora que foi nomeado para a Sé primacial de Salvador, ele faz um balanço da sua passagem pela nossa Arquidiocese. Em entrevista, Dom Murilo fala sobre o que mudou aqui São José, o Guarda do Redentor José é o homem do silêncio, do qual a Bíblia não anotou nenhuma palavra, é o homem justo que na sombra e na simplicidade realiza a obra de Deus. Ele é a corporificação, a personificação de Deus-Pai. Ele manifesta para os cristãos a presença misteriosa do Pai celeste. Assim, no silêncio CEBs realizam trabalho com moradores de rua PÁGINA 11 POR E-MAIL jornal@arquifln.org.br no período em que foi nosso bispo-auxiliar e, depois, nosso arcebispo, do crescimento da Arquidioces nos últimos 10 anos e das suas expectativas para a nova missão. Duas celebrações especiais marcarão a despedida de Dom Murilo Krieger, do povo e do clero de Florianópolis. PÁGINA 09 diante dos mistérios da vida, no cuidado do filho e da esposa, no ocultamento do trabalho cotidiano, na simplicidade e invisibilidade da existência fiel, na santidade das relações familiares e profissionais, José de Nazaré revela o mistério profundo e abissal de Deus-Pai. PÁGINA 04 Índios iniciam curso universitário em Florianópolis PÁGINA 15 PELO SITE www.arquifln.org.br

<strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>Jornal</strong> da<br />

<strong>Florianópolis</strong>, <strong>Mar</strong>ço <strong>de</strong> 2011 Nº <strong>165</strong> - Ano XV<br />

“De “De graça graça recebestes, recebestes, <strong>de</strong> <strong>de</strong> graça graça dai” dai” (Mt 10,8)<br />

Nove anos <strong>de</strong> episcopado<br />

Pedro Paulo, Pedro Alcido e Elisandro foram or<strong>de</strong>nados pela imposição das mãos <strong>de</strong> Dom Murilo<br />

Seminaristas são or<strong>de</strong>nados diáconos<br />

Or<strong>de</strong>nação é etapa anterior à presbiteral, que já está <strong>de</strong>finida<br />

Em celebração eucarística<br />

realizada no dia 12 <strong>de</strong> fevereiro,<br />

na Paróquia São Joaquim,<br />

em Garopaba, foram or<strong>de</strong>nados<br />

diá-conos os semi-<br />

Celebração abre<br />

a CF-2011 na<br />

<strong>Arquidiocese</strong><br />

PÁGINA 03<br />

Participe do<br />

<strong>Jornal</strong> da<br />

<strong>Arquidiocese</strong><br />

Pe. Paulo: fundador do “Missão Jovem”, presbítero há 50 anos PÁGINA 14<br />

naristas Elisandro Scarsi,<br />

Pedro Alcido Philipe e Pedro<br />

Paulo Alexandre.<br />

Dom Murilo Krieger presidiu a<br />

celebração, que foi acompanhada<br />

Paróquia ganha<br />

novo diácono<br />

permanente<br />

PÁGINA 05<br />

POR CARTA<br />

por padres, diáconos e centenas<br />

<strong>de</strong> fiéis. A or<strong>de</strong>nação presbiteral<br />

dos neo-diáconos já tem<br />

dia, local e bispo or<strong>de</strong>nantes.<br />

PÁGINA 03<br />

<strong>Arquidiocese</strong><br />

inicia o ano com<br />

48 seminaristas<br />

PÁGINA 08<br />

Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - <strong>Florianópolis</strong><br />

Em entrevista, Dom Murilo avalia<br />

os seus quase nove anos como<br />

Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

Des<strong>de</strong> que foi empossado<br />

arcebispo <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>,<br />

em 27 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002, muitas<br />

foram as ações <strong>de</strong> Dom<br />

Murilo na condução do seu<br />

rebanho. Agora que foi nomeado<br />

para a Sé primacial<br />

<strong>de</strong> Salvador, ele faz um balanço<br />

da sua passagem pela<br />

nossa <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Em entrevista, Dom Murilo<br />

fala sobre o que mudou aqui<br />

São José,<br />

o Guarda do Re<strong>de</strong>ntor<br />

José é o homem do silêncio,<br />

do qual a Bíblia não anotou<br />

nenhuma palavra, é o<br />

homem justo que na sombra<br />

e na simplicida<strong>de</strong> realiza<br />

a obra <strong>de</strong> Deus. Ele é a<br />

corporificação, a personificação<br />

<strong>de</strong> Deus-Pai. Ele manifesta<br />

para os cristãos a<br />

presença misteriosa do Pai<br />

celeste. Assim, no silêncio<br />

CEBs realizam<br />

trabalho com<br />

moradores <strong>de</strong> rua<br />

PÁGINA 11<br />

POR E-MAIL<br />

jornal@arquifln.org.br<br />

no período em que foi nosso<br />

bispo-auxiliar e, <strong>de</strong>pois, nosso<br />

arcebispo, do crescimento<br />

da Arquidioces nos últimos<br />

10 anos e das suas expectativas<br />

para a nova missão.<br />

Duas celebrações especiais<br />

marcarão a <strong>de</strong>spedida <strong>de</strong><br />

Dom Murilo Krieger, do povo<br />

e do clero <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>.<br />

PÁGINA 09<br />

diante dos mistérios da vida,<br />

no cuidado do filho e da esposa,<br />

no ocultamento do trabalho<br />

cotidiano, na simplicida<strong>de</strong><br />

e invisibilida<strong>de</strong> da existência<br />

fiel, na santida<strong>de</strong> das<br />

relações familiares e profissionais,<br />

José <strong>de</strong> Nazaré revela<br />

o mistério profundo e<br />

abissal <strong>de</strong> Deus-Pai.<br />

PÁGINA 04<br />

Índios iniciam<br />

curso universitário<br />

em <strong>Florianópolis</strong><br />

PÁGINA 15<br />

PELO SITE<br />

www.arquifln.org.br


2<br />

Opinião<br />

Palavra Palavra do do Bispo<br />

Bispo<br />

Palavra do Bispo Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ<br />

Mensalmente, ao longo <strong>de</strong><br />

nove anos, aqui, neste espaço do<br />

<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong>, apresentei<br />

meu ponto <strong>de</strong> vista sobre<br />

os mais diversos assuntos. Nunca<br />

pretendi que alguém concordasse<br />

com todas as minhas<br />

i<strong>de</strong>ias. Desejei, isso sim, que conhecessem<br />

o que penso. Guio-me<br />

pela observação do apóstolo<br />

Pedro: “Estai sempre prontos a<br />

respon<strong>de</strong>r, para vossa <strong>de</strong>fesa, a<br />

todo aquele que vos pedir a razão<br />

<strong>de</strong> vossa esperança” (1Pe 3,15).<br />

Este momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida<br />

po<strong>de</strong>ria parecer uma oportunida<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quada para um balanço <strong>de</strong> minha<br />

presença à frente <strong>de</strong>sta<br />

<strong>Arquidiocese</strong>. Sei, contudo, que é<br />

muito cedo para isso. E, mais ainda:<br />

balanço <strong>de</strong> quê? Para quê? Um<br />

comerciante tem condições <strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

tempos em tempos, avaliar o lucro<br />

“Para Sta. Teresa,<br />

a vida cristã é<br />

relação pessoal<br />

com Jesus, que<br />

culmina na união<br />

com Ele pela graça,<br />

amor e imitação”.<br />

Administrador Apostólico <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> e<br />

Arcebispo eleito <strong>de</strong> São Salvador da Bahia<br />

Obrigado, <strong>Florianópolis</strong>!<br />

Palavra Palavra do do Papa<br />

Papa<br />

que obteve. Um prefeito ou governador<br />

po<strong>de</strong> falar das obras que realizou.<br />

Mas um bispo, que trabalha<br />

no campo da graça divina, como fará<br />

uma avaliação <strong>de</strong> seu trabalho? Há<br />

uma orientação muito clara <strong>de</strong> Jesus<br />

a esse respeito: “Quando<br />

tiver<strong>de</strong>s feito tudo o que vos mandaram,<br />

dizei: ‘Somos simples servos;<br />

fizemos o que <strong>de</strong>víamos fazer’”<br />

(Lc 17,10). A razão <strong>de</strong>ssa advertência<br />

é clara: quem age, toca e transforma<br />

os corações das pessoas, não<br />

somos nós, mas o Espírito Santo.<br />

Portanto, os méritos do resultado<br />

<strong>de</strong> qualquer trabalho na Igreja <strong>de</strong>vem<br />

ser direcionados ao Senhor, e<br />

não a nós, “simples servos”.<br />

Quando Jesus entrou na cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Jericó, uma casa estava fechada<br />

– a <strong>de</strong> Zaqueu. É que seu dono<br />

estava no alto <strong>de</strong> uma árvore porque,<br />

sendo <strong>de</strong> pequena estatura,<br />

Palavra do Papa Bento XVI<br />

Santa Teresa d’Ávila<br />

Não é fácil resumir em poucas<br />

palavras a profunda e minuciosa<br />

espiritualida<strong>de</strong> teresiana.<br />

Gostaria <strong>de</strong> mencionar alguns<br />

pontos essenciais. Em primeiro<br />

lugar, santa Teresa propõe as virtu<strong>de</strong>s<br />

evangélicas como base <strong>de</strong><br />

toda a vida cristã e humana: em<br />

especial, o <strong>de</strong>sapego dos bens<br />

(...); o amor mútuo, como elemento<br />

básico da vida comunitária e<br />

social; a humilda<strong>de</strong>, como amor<br />

à verda<strong>de</strong>; a <strong>de</strong>terminação, como<br />

fruto da audácia cristã; a esperança<br />

teologal, que <strong>de</strong>screve<br />

como se<strong>de</strong> <strong>de</strong> água viva. (...)<br />

Depois, a santa realça como a<br />

oração é essencial; orar, diz, “significa<br />

frequentar com amiza<strong>de</strong>,<br />

porque frequentamos face a face<br />

Aquele que sabemos que nos<br />

ama” (Vida 8, 5). A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> santa<br />

Teresa coinci<strong>de</strong> com a <strong>de</strong>finição<br />

que s. Tomás <strong>de</strong> Aquino dá da carida<strong>de</strong><br />

teologal, como “amicitia<br />

quaedam hominis ad Deum”, um<br />

tipo <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> do ser humano<br />

com Deus, que foi o primeiro a<br />

oferecer a sua amiza<strong>de</strong> ao homem;<br />

a iniciativa vem <strong>de</strong> Deus (cf.<br />

Summa Theologiae II-II, 23, 1). (...)<br />

Outro tema amado pela santa<br />

é a centralida<strong>de</strong> da humanida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Cristo. Com efeito, para<br />

Teresa, a vida cristã é relação<br />

pessoal com Jesus, que culmina<br />

na união com Ele pela graça,<br />

amor e imitação. Daqui a importância<br />

que ela atribui à medita-<br />

ção da Paixão e à Eucaristia,<br />

como presença <strong>de</strong> Cristo na Igreja,<br />

pela vida <strong>de</strong> cada crente e<br />

como centro da liturgia. (...)<br />

Um último aspecto essencial<br />

da doutrina teresiana, que gostaria<br />

<strong>de</strong> frisar, é a perfeição, como<br />

aspiração <strong>de</strong> toda a vida cristã e<br />

sua meta final. A santa tem uma<br />

i<strong>de</strong>ia muito clara da "plenitu<strong>de</strong>"<br />

<strong>de</strong> Cristo, revivida pelo cristão. (...)<br />

Santa Teresa <strong>de</strong> Jesus é verda<strong>de</strong>ira<br />

mestra <strong>de</strong> vida cristã<br />

para os fiéis <strong>de</strong> todos os tempos.<br />

Em nossa socieda<strong>de</strong>, muitas vezes<br />

carente <strong>de</strong> valores espirituais,<br />

santa Teresa ensina-nos a ser<br />

testemunhas incansáveis <strong>de</strong><br />

Deus, da sua presença e ação;<br />

ensina-nos a sentir realmente<br />

essa se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus que existe na<br />

profundida<strong>de</strong> do nosso coração,<br />

esse <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ver a Deus, <strong>de</strong><br />

procurá-lo, <strong>de</strong> dialogar com Ele e<br />

<strong>de</strong> ser seu amigo.<br />

Bento XVI, 02.02.11<br />

<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - <strong>Florianópolis</strong><br />

Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799<br />

E-mail: jornal@arquifln.org.br - Site: www.arquifln.org.br<br />

24 mil exemplares mensais<br />

queria ter uma melhor visão do famoso<br />

Mestre que por ali passaria.<br />

Vendo-o, Jesus se auto-convidou:<br />

“Zaqueu, <strong>de</strong>sce <strong>de</strong>pressa, que hoje<br />

quero entrar em tua casa!” (Lc 19,5).<br />

Escreveu o evangelista Lucas que<br />

aquele cobrador <strong>de</strong> impostos <strong>de</strong>sceu<br />

rapidamente da árvore e recebeu<br />

Jesus em casa, com alegria.<br />

Aberta a porta <strong>de</strong> casa, sentiu a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> abrir a Jesus também<br />

a porta <strong>de</strong> seu coração. O Senhor<br />

nela entrou e sabemos o que aconteceu<br />

em seguida: uma transformação<br />

radical na vida <strong>de</strong>sse novo discípulo<br />

<strong>de</strong> Jesus.<br />

Ao <strong>de</strong>spedir-me da <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, faço um<br />

apelo a todos: <strong>de</strong>ixem sempre<br />

aberta a porta <strong>de</strong> seu coração a<br />

Jesus Cristo, o Filho <strong>de</strong> Deus, o<br />

Salvador, o Mestre, o Irmão, o Amigo.<br />

Ele, como prometeu, estará<br />

Reflexão<br />

Reflexão<br />

“O Senhor Deus plantou um<br />

jardim no É<strong>de</strong>n e nele colocou o<br />

homem que havia formado. O<br />

Senhor Deus o estabeleceu no<br />

jardim do É<strong>de</strong>n para cultivar o<br />

solo e o guardar” (cf. Gn 2, 8.15).<br />

A narração bíblica é plena <strong>de</strong><br />

carinho da parte <strong>de</strong> Deus: planta<br />

um jardim, planta fruteiras, flores,<br />

tudo com uma finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>finida: fazer o homem sentirse<br />

bem e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, preparar o<br />

chão on<strong>de</strong> pisaria seu Filho. Milênios<br />

<strong>de</strong>pois, quando Jesus contempla<br />

as colinas da Galiléia, o<br />

lago <strong>de</strong> Tibería<strong>de</strong>s, a Judéia, o<br />

mar Mediterrâneo, o <strong>de</strong>serto,<br />

lembrará a obra <strong>de</strong> seu Pai, feita<br />

para ele e para todos aqueles<br />

que receberam o sopro divino.<br />

Entretanto, a criação continua<br />

a gerar a vida: a transformação<br />

<strong>de</strong> seus elementos forma o<br />

corpo humano, o faz crescer e o<br />

nutre. Se algum <strong>de</strong> nós quisesse<br />

isolar-se da criação, morreria <strong>de</strong><br />

fome, pois estaria privado da<br />

vida. Somos terra/pó, à terra/pó<br />

retornamos. Sem <strong>de</strong>sespero,<br />

mas na alegria <strong>de</strong> nossos restos<br />

po<strong>de</strong>rem gerar novas vidas.<br />

Ao contemplar a Terra, Deus a<br />

julgou bela-e-boa, muito bela (Gn<br />

1,31), <strong>de</strong> uma beleza-e-bonda<strong>de</strong><br />

extensiva a toda a sua obra. O Senhor<br />

sabe que tudo lhe pertence,<br />

mas tudo partilha. Ele vem para<br />

que tudo tenha vida, recupere a<br />

beleza original. Somente os corações<br />

misericordiosos geram bele-<br />

conosco todos os dias. Nele estaremos<br />

sempre unidos, não importa<br />

a distância geográfica que nos<br />

separa.<br />

Outro apelo: nestes meses <strong>de</strong><br />

espera do novo Arcebispo <strong>de</strong><br />

<strong>Florianópolis</strong>, multipliquem orações<br />

por aquele que o Espírito Santo quer<br />

trazer para cá. On<strong>de</strong> quer que esteja<br />

neste momento, seja ele <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

já particularmente abençoado, para<br />

que, por sua vez, seja fonte <strong>de</strong> bênçãos<br />

para esta <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Obrigado, muito obrigado a todos,<br />

e por tudo! Não especifico nenhum<br />

nome e nenhum grupo, para<br />

não correr o risco <strong>de</strong> me esquecer<br />

<strong>de</strong> alguém. Peço a Deus, que tudo<br />

conhece, que dê uma bênção especial<br />

a cada pessoa que me serviu<br />

nos nove anos <strong>de</strong> minha permanência<br />

nesta <strong>Arquidiocese</strong> como<br />

Arcebispo Metropolitano.<br />

“<br />

Os méritos do<br />

resultado <strong>de</strong><br />

qualquer trabalho<br />

na Igreja <strong>de</strong>vem<br />

ser direcionados<br />

ao Senhor,<br />

e não a nós,<br />

“simples servos”<br />

Fraternida<strong>de</strong> e Vida no Planeta<br />

A criação geme em dores <strong>de</strong> parto<br />

za, porque em tudo sentem a beleza.<br />

Quando Francisco <strong>de</strong> Assis<br />

com carinho <strong>de</strong>positava uma brasa<br />

no chão, para que não se ferisse,<br />

era movido pela misericórdia.<br />

Os animais também sentiam essa<br />

misericórdia e por tudo Francisco<br />

entoa o Canto das Criaturas: tudo<br />

é <strong>de</strong> Deus, tudo canta sua glória.<br />

Misericórdia<br />

que regenera<br />

A misericórdia <strong>de</strong> Jesus, expressa<br />

<strong>de</strong> modo perfeito e <strong>de</strong>finitivo<br />

na Cruz e na Ressurreição,<br />

atinge toda a obra divina e assim<br />

“a criação inteira geme ainda<br />

agora nas dores do parto. E não<br />

só ela: também nós, que possuímos<br />

as primícias do Espírito, gememos<br />

interiormente, esperando<br />

a adoção, a libertação para o<br />

nosso corpo” (Rm 8,22-23).<br />

O gemer da criação abrange<br />

o doloroso estado atual e a espera<br />

<strong>de</strong> um futuro estado glorioso.<br />

O mundo material e inanimado<br />

será associado à glorificação<br />

do corpo humano no Cristo ressuscitado<br />

(TEB). Toda a obra divina<br />

geme, penetrada pelo Espírito,<br />

ao sentir a misericórdia do<br />

Filho. Como po<strong>de</strong>ria resistir indiferente<br />

ao ver suas lágrimas penetrarem<br />

no solo, seu sangue<br />

fecundar o chão do Calvário?<br />

O trabalho e a técnica são o<br />

gran<strong>de</strong> modo <strong>de</strong> nossa colaboração<br />

com Deus na transformação<br />

do mundo. Infelizmente, o Oci-<br />

<strong>Mar</strong>ço 2011 <strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong>nte, na revolução técnico-industrial,<br />

nada tinha em seu<br />

patrimônio espiritual que lhe permitisse<br />

fecundar com a luz<br />

tabórica o lance das ciências e<br />

das técnicas. Esse lance coincidiu<br />

com um verda<strong>de</strong>iro exílio <strong>de</strong><br />

Deus no céu. A insistência do resgate<br />

pelos méritos <strong>de</strong> Cristo e não<br />

pela divinização, no Deus feito<br />

homem, <strong>de</strong> toda a carne da terra,<br />

e a escolástica substancialista<br />

que tornava quase impossível a<br />

percepção das energias divinas<br />

que realmente penetram o universo,<br />

contribuíram para amputar,<br />

no Oci<strong>de</strong>nte, o alcance cósmico<br />

da re<strong>de</strong>nção. A Reforma e a Contra<br />

Reforma tornaram-se a religião<br />

da alma, na linha <strong>de</strong> “Deus e<br />

minha alma” agostiniana, e tornou-se<br />

moral ativa, conquistadora<br />

(época das conquistas, das<br />

<strong>de</strong>struições), sem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

metamorfose ontológica.<br />

Não esquecer: o cristão é chamado<br />

a ser um homem litúrgico.<br />

Não existem fronteiras à irradiação<br />

da liturgia. À medida que lavamos<br />

nossos olhos com as lágrimas<br />

do Senhor, também somos<br />

tomados pela misericórdia e tudo<br />

gemerá, sentindo nosso coração<br />

misericordioso. Nosso coração<br />

não po<strong>de</strong>rá ouvir ou ver qualquer<br />

sofrimento, mesmo na menor criatura,<br />

pois nossa misericórdia será<br />

à imagem da misericórdia divina.<br />

Pe. José Artulino Besen<br />

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Pe. José Artulino<br />

Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. <strong>Mar</strong>lene Bertoldi, <strong>Mar</strong>ia Glória da Silva Luz, Leda Cassol Vendrúscolo,<br />

Daniel Casas, Carlos <strong>Mar</strong>tendal e Fernando Anísio Batista - <strong>Jornal</strong>ista Responsável: Zulmar Faustino<br />

- SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos: Zulmar<br />

Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Gráfica GrafiNorte


<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>Mar</strong>ço 2011<br />

Três seminaristas são or<strong>de</strong>nados diáconos<br />

Presidida por Dom Murilo, or<strong>de</strong>nação é etapa anterior à presbiteral, que já tem datas <strong>de</strong>finidas<br />

Pela imposição das mãos <strong>de</strong><br />

Dom Murilo Krieger, Arcebispo <strong>de</strong><br />

Salvador e Administrador Apostólico<br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, foram or<strong>de</strong>nados<br />

diáconos os seminaristas<br />

Elisandro Scarsi, Pedro Alcido<br />

Philipe e Pedro Paulo Alexandre.<br />

Realizada na Paróquia São<br />

Joaquim, em Garopaba, no dia 12<br />

<strong>de</strong> fevereiro, às 15h, a celebração<br />

contou com a presença <strong>de</strong> 14<br />

padres e 9 diáconos, além <strong>de</strong><br />

muitos fiéis da comunida<strong>de</strong> local,<br />

e das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> origem dos<br />

or<strong>de</strong>nados. O lema <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação<br />

foi: “A quem iremos, Senhor? Tu<br />

tens palavras <strong>de</strong> vida eterna!”.<br />

A celebração teve início com<br />

a saudação do Pe. Alceoni<br />

Berkenbrock, pároco anfitrião.<br />

Dom Murilo agra<strong>de</strong>ceu à comunida<strong>de</strong><br />

pela acolhida e lembrou<br />

que suas primeiras or<strong>de</strong>nações<br />

como arcebispo <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

foram em Garopaba, em 2002,<br />

e estas agora eram as últimas.<br />

No rito <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação, foi solicitado<br />

aos or<strong>de</strong>nandos, até então<br />

junto aos seus familiares, que se<br />

aproximassem do altar. Pe. Vânio<br />

da Silva, reitor do Seminário <strong>de</strong><br />

Teologia Convívio Emaús, e que<br />

acompanhou a formação <strong>de</strong>les,<br />

<strong>de</strong>u o seu testemunho <strong>de</strong> que<br />

eram dignos <strong>de</strong> serem or<strong>de</strong>nados.<br />

Em seguida, na sua homilia, o<br />

Arcebispo falou dos motivos <strong>de</strong><br />

estarmos naquela celebração.<br />

“Estamos aqui porque três jovens<br />

<strong>de</strong> nossa <strong>Arquidiocese</strong> manifestaram<br />

sua disposição <strong>de</strong> consagrar<br />

suas vidas para revelar a outros a<br />

sabedoria <strong>de</strong> Deus, sua Palavra e<br />

seus Mistérios. Preparam-se ao<br />

longo <strong>de</strong> vários anos em nossos<br />

seminários; foram acompanhados<br />

pelos formadores; estudaram<br />

e rezaram, para eles próprios<br />

discernirem a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus”.<br />

“Como diáconos, logo começarão<br />

a proclamar, oficialmente, em<br />

nome da Igreja, o Evangelho. Tudo<br />

o que forem chamados a fazer - presidir<br />

celebrações, pregar, catequizar,<br />

distribuir a comunhão aos fiéis, le-<br />

var a comunhão aos doentes, dar<br />

assistência aos necessitados, ajudar<br />

o celebrante na celebração<br />

eucarística, batizar, assistir a casamentos,<br />

oficiar exéquias etc. - tudo<br />

<strong>de</strong>verá estar sempre envolvido por<br />

um <strong>de</strong>sejo: ajudar as pessoas e<br />

comunida<strong>de</strong>s a <strong>de</strong>scobrirem os segredos<br />

e presentes que Deus preparou<br />

para aqueles que Ele ama, e<br />

os ama porque são seus filhos e<br />

filhas”, explicou Dom Murilo.<br />

Or<strong>de</strong>nação<br />

Seguiu-se o ritual da or<strong>de</strong>nação<br />

diaconal, iniciado com a prostração<br />

dos três or<strong>de</strong>nandos diante<br />

do altar, enquanto se cantava<br />

a ladainha <strong>de</strong> todos os Santos.<br />

Os or<strong>de</strong>nandos fizeram suas promessas<br />

<strong>de</strong> celibato, obediência<br />

e amor à Igreja, receberam a imposição<br />

das mãos do Arcebispo,<br />

e foram revestidos das estolas<br />

diaconais e das dalmáticas, seguindo-se<br />

a recepção do Livro<br />

dos Evangelhos.<br />

Antes da bênção final, o<br />

diácono Elizandro Scarsi fez os<br />

agra<strong>de</strong>cimentos em nome dos<br />

seus colegas. Lembrou todas as<br />

pessoas que <strong>de</strong> alguma forma<br />

contribuíram para a sua formação.<br />

Em especial, a Dom Murilo, pelo<br />

seu pastoreio nos quase nove<br />

anos como nosso Arcebispo. Terminada<br />

a celebração, todos foram<br />

convidados a <strong>de</strong>gustar um coquetel<br />

oferecido pela paróquia.<br />

Alegria na acolhida<br />

Para o Pe. Alceoni Berkenbrock,<br />

pároco, foi uma alegria para<br />

Garopaba sediar a or<strong>de</strong>nação<br />

diaconal dos três jovens. Segundo<br />

ele, a paróquia foi escolhida,<br />

porque os or<strong>de</strong>nados têm alguma<br />

relação com o local. “Elizandro e<br />

Pedro Alcido fizeram aqui seu estágio<br />

pastoral, e Pedro Paulo recebeu<br />

ajuda <strong>de</strong> pessoas da comunida<strong>de</strong>”,<br />

lembrou. A paróquia conta<br />

com um seminarista que este ano<br />

iniciou a sua formação no Seminário<br />

Propedêutico.<br />

Foto JA<br />

Realizada na Igreja Matriz da Paróquia <strong>de</strong> Garopaba, celebração reuniu<br />

centenas <strong>de</strong> fiéis da comunida<strong>de</strong> local e das <strong>de</strong> origem dos or<strong>de</strong>nandos<br />

Geral<br />

Presidida por Dom Murilo, or<strong>de</strong>nação dos seminaristas foram as últimas antes <strong>de</strong> sua saída da <strong>Arquidiocese</strong><br />

Missão pastoral e or<strong>de</strong>nação presbiteral<br />

Ao final da celebração, foi lida<br />

a provisão do diácono Pedro Alcido<br />

Philipe, que exercerá seu ministério<br />

diaconal aí mesmo, em Garopaba,<br />

até sua or<strong>de</strong>nação presbiteral.<br />

O diácono Pedro Paulo Alexandre<br />

exercerá seu ministério na<br />

Catedral, e o diácono Elisandro<br />

Scarsi ficará na Paróquia São<br />

Judas Ta<strong>de</strong>u e São João Batista,<br />

Uma Celebração Eucarística,<br />

no dia 09 <strong>de</strong> março, às<br />

18h15min, na Catedral <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>,<br />

marcará a abertura<br />

da Campanha da Fraternida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 2011, que tem como tema<br />

“Fraternida<strong>de</strong> e Vida no Planeta”,<br />

e lema “A criação geme em<br />

dores <strong>de</strong> parto” (Rm 8, 22).<br />

A celebração será presidida<br />

por Dom Murilo Krieger, Administrador<br />

Apostólico da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Ao final, será realizada<br />

a imposição das Cinzas. Antes,<br />

no mesmo dia, Dom Murilo conce<strong>de</strong>rá<br />

entrevista coletiva à imprensa<br />

no Auditório da Cúria<br />

Metropolitana, sobre a CF-2011.<br />

Olhar a Natureza<br />

Segundo o Pe. Luiz Carlos<br />

Dias, Secretário Executivo Nacional<br />

da Campanha, “a CF-2011<br />

propõe que todos os batizados<br />

e batizadas olhem para a natu-<br />

na Ponte do Imaruim, em Palhoça.<br />

A provisão terá valida<strong>de</strong> até<br />

suas or<strong>de</strong>nações presbiterais, que<br />

já têm data prevista.<br />

A primeira será a do diácono<br />

Pedro Paulo Alexandre, no dia<br />

30 <strong>de</strong> abril, sábado, às 9h30m,<br />

em Leoberto Leal, presidida por<br />

Dom José Negri, Bispo <strong>de</strong><br />

Blumenau. Em seguida, será a<br />

vez do diácono Elisandro<br />

Scarsi, no dia 21 <strong>de</strong> maio, sábado,<br />

às 15h, na Paróquia São Cristóvão,<br />

em Itajaí, presidida também<br />

por Dom José Negri. Já o<br />

diácono Pedro Alcido Philippe<br />

será or<strong>de</strong>nado presbítero no dia<br />

18 <strong>de</strong> junho, sábado, às 16h, em<br />

Antônio Carlos, por Dom Wilson<br />

Jönck, Bispo <strong>de</strong> Tubarão.<br />

Celebração abre a CF-2011<br />

Dom Murilo presidirá a celebração <strong>de</strong> abertura na Catedral<br />

reza e percebam as sérias ameaças<br />

para a vida em geral e a vida<br />

humana em especial”, disse.<br />

Pe. Luiz foi o assessor do Seminário<br />

Regional <strong>de</strong> preparação<br />

para a CF, nos dias 08 a 10 <strong>de</strong><br />

outubro, em Lages. O evento reuniu<br />

70 participantes das 10<br />

dioceses do Estado. A <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> foi representada<br />

por 17 participantes.<br />

Sessão Especial<br />

na ALESC<br />

Uma sessão especial na<br />

Assembleia Legislativa <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina, ALESC, em<br />

<strong>Florianópolis</strong>, no dia 14 <strong>de</strong> março,<br />

às 19h, celebrará a Campanha<br />

da Fraternida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

2011. O evento é uma proposição<br />

da equipe <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação<br />

da CF, através do <strong>de</strong>putado<br />

Pe. Pedro Baldissera.<br />

O evento será realizado no<br />

Plenário da Assembleia. “Toda<br />

as li<strong>de</strong>ranças da <strong>Arquidiocese</strong><br />

são convidadas se fazerem presentes<br />

no evento”, disse A<strong>de</strong>lir<br />

da Silva Raup, coor<strong>de</strong>nadora<br />

da CF na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Na oportunida<strong>de</strong>, Dom<br />

Murilo receberá uma homenagem<br />

especial da ALESC, pelos<br />

seus nove anos <strong>de</strong> episcopado<br />

à frente da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

3<br />

Foto JA


4 Tema do Mês <strong>Mar</strong>ço 2011 <strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />

No dia 19 <strong>de</strong> março a Igreja<br />

celebra a solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

José, esposo <strong>de</strong> <strong>Mar</strong>ia e patrono<br />

da Igreja. No dia 1º. <strong>de</strong> maio, Dia<br />

do Trabalhador, celebra-se a memória<br />

<strong>de</strong> São José Operário. A Igreja<br />

reserva dois dias para festejar<br />

o pai adotivo <strong>de</strong> Jesus Cristo que,<br />

segundo os evangelhos, era conhecido<br />

como "filho <strong>de</strong> José" (Lc<br />

3,23; 4,22; Jo 1,45; 6,42) ou "filho<br />

do carpinteiro" (Mt 13,55).<br />

No Evangelho <strong>de</strong> Mateus (cc.1-<br />

2), é José quem recebe, em sonhos,<br />

o anúncio do nascimento<br />

do Messias; é ele quem dá o<br />

nome e, portanto, a legalida<strong>de</strong> da<br />

filiação davídica a Jesus; é ele<br />

quem leva o Menino e sua mãe<br />

na fuga para o Egito e os traz <strong>de</strong><br />

volta para estabilizar-se em<br />

Nazaré. No Evangelho <strong>de</strong> Lucas<br />

(c. 2), por sua <strong>de</strong>scendência<br />

davídica ele <strong>de</strong>ve registrar-se em<br />

Belém, on<strong>de</strong> sua esposa <strong>Mar</strong>ia<br />

dá à luz o Menino Jesus em uma<br />

manjedoura; ele e <strong>Mar</strong>ia levam o<br />

Menino para ser apresentado no<br />

Templo <strong>de</strong> Jerusalém; mais tar<strong>de</strong>,<br />

quando o Menino tinha doze<br />

anos, ao reencontrá-lo no Templo<br />

entre os doutores, recebem a revelação<br />

<strong>de</strong> que seu filho <strong>de</strong>ve<br />

ocupar-se das coisas do Pai celeste.<br />

Graças à <strong>de</strong>scendência <strong>de</strong><br />

José, Jesus é o novo Davi, o verda<strong>de</strong>iro<br />

Rei <strong>de</strong> Israel, o Messias<br />

prometido.<br />

Especialmente a partir da Ida<strong>de</strong><br />

Média, São José está presente<br />

na liturgia, na arte, na literatura,<br />

na <strong>de</strong>voção popular; ele dá<br />

seu nome a cida<strong>de</strong>s, congregações<br />

religiosas, colégios, instituições;<br />

muitas pessoas - como o<br />

atual papa - se orgulham <strong>de</strong> trazer<br />

seu nome, que significa:<br />

“Deus dê aumento”. O papa Leão<br />

XIII (1878-1903) publicou uma<br />

encíclica sobre o seu culto. No<br />

centenário <strong>de</strong>ssa encíclica, em<br />

1989, João Paulo II publicou a<br />

exortação apostólica Re<strong>de</strong>mptoris<br />

Custos, sobre a figura e a<br />

missão <strong>de</strong> São José na vida <strong>de</strong><br />

Cristo e da Igreja. Depois <strong>de</strong> apresentar<br />

São José como o guarda,<br />

custódio e protetor <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />

o papa o trata também como<br />

protetor da Igreja <strong>de</strong> Cristo.<br />

PROTETOR DA IGREJA<br />

Leão XIII justifica o patrocínio<br />

<strong>de</strong> São José sobre a Igreja, escrevendo<br />

que aquele que outrora<br />

socorria a santa família <strong>de</strong><br />

Nazaré, em todo e qualquer acontecimento,<br />

também agora cobre<br />

e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> com seu celeste patrocínio<br />

a Igreja <strong>de</strong> Cristo. E o papa<br />

João Paulo II acrescenta: "Esse<br />

patrocínio <strong>de</strong>ve ser invocado e<br />

continua sempre a ser necessário<br />

à Igreja, não apenas para<br />

<strong>de</strong>fendê-la dos perigos, que continuamente<br />

se levantam, mas<br />

também e, sobretudo, para<br />

confortá-la no seu renovado em-<br />

São José,<br />

o Guarda do Re<strong>de</strong>ntor<br />

Como personificação <strong>de</strong> Deus-Pai, São José manifesta<br />

para os cristãos a presença misteriosa do Pai celeste.<br />

penho <strong>de</strong> evangelização do mundo<br />

e <strong>de</strong> levar adiante a nova<br />

evangelização dos países e nações<br />

on<strong>de</strong> a religião e a vida cristã<br />

foram antes tão prósperas,<br />

mas se encontram hoje submetidas<br />

a dura provação" (RC 29).<br />

São José é patrono da Igreja<br />

também porque é exemplo <strong>de</strong><br />

oração, <strong>de</strong> escuta da Palavra <strong>de</strong><br />

Deus, <strong>de</strong> obediência à vonta<strong>de</strong><br />

salvífica do Pai, <strong>de</strong> colaboração<br />

para a realização dos planos divinos<br />

sobre a humanida<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fesa dos valores familiares.<br />

MODELO PARA<br />

OS PAIS<br />

Diversos estudos atuais apontam<br />

para o fato <strong>de</strong> vivermos numa<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filhos sem pais. Há<br />

um aumento assustador <strong>de</strong> crianças<br />

abandonadas, meninos <strong>de</strong><br />

rua, jovens separados do pai, crianças<br />

educadas só pela mãe. São<br />

<strong>de</strong>vastadores os efeitos da falta<br />

“<br />

No silêncio<br />

diante dos mistérios<br />

da vida,<br />

no cuidado do<br />

filho e da esposa,<br />

José <strong>de</strong><br />

Nazaré revela o<br />

mistério profundo<br />

e abissal <strong>de</strong><br />

Deus-Pai”.<br />

da figura paterna. Doenças atuais<br />

como anorexia, bulimia, toxicomania,<br />

que estão dizimando gerações<br />

<strong>de</strong> jovens, po<strong>de</strong>m ser vinculadas<br />

diretamente - segundo estudos da<br />

psicologia - ao vazio da figura paterna.<br />

Também fenômenos como<br />

o neonazismo, e outras formas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>linquência juvenil, reconduzem<br />

à falta <strong>de</strong> uma figura masculina<br />

positiva, conexa com uma paternida<strong>de</strong><br />

forte. Des<strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong><br />

vista psicanalítico, estar privado<br />

do pai equivale a estar privado da<br />

espinha dorsal. É o pai que, ao<br />

receber o bebê do colo da mãe,<br />

vai lhe dando a própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

e lhe infundindo confiança e<br />

autonomia na condução da vida.<br />

Sem o pai ou uma figura masculina<br />

equivalente, as crianças crescem<br />

na insegurança e na ausência<br />

<strong>de</strong> autoestima.<br />

Nossa geração, emancipada<br />

sob todas as formas, é ao mesmo<br />

tempo uma geração <strong>de</strong> filhos<br />

sem a figura e a presença do pai<br />

e, assim, fortemente maternizados.<br />

A falta do pai nas instituições<br />

<strong>de</strong> base, como a família,<br />

repercute na estrutura social e<br />

política, on<strong>de</strong> também se constata<br />

a ausência <strong>de</strong> figuras<br />

carismáticas, lí<strong>de</strong>res capazes <strong>de</strong><br />

apresentar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r valores <strong>de</strong><br />

consenso na promoção da vida,<br />

na construção <strong>de</strong> estruturas justas,<br />

na edificação <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m<br />

igualitária e fraterna.<br />

O Documento <strong>de</strong> Aparecida<br />

parece ser o primeiro documento<br />

da Igreja que trata especificamente<br />

da figura do homem e do<br />

pai <strong>de</strong> família. Constata que a<br />

indiferença dos homens nas coisas<br />

da religião e da Igreja contribui<br />

para a fragilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les em<br />

resolver conflitos e frustrações,<br />

em resistir às seduções <strong>de</strong> uma<br />

cultura consumista e competitiva,<br />

em enfrentar a tentação da<br />

violência, da infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, do abuso<br />

do po<strong>de</strong>r, da <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong><br />

drogas, do alcoolismo, do<br />

machismo, da corrupção e do<br />

abandono <strong>de</strong> seu papel <strong>de</strong> pais<br />

(DAp 461). Reconhece que muitos<br />

homens se sentem cobrados<br />

na família, no trabalho e na socieda<strong>de</strong>,<br />

são carentes <strong>de</strong> maior<br />

compreensão, acolhida e afeto,<br />

não têm espaços on<strong>de</strong> compartilhar<br />

os sentimentos mais profundos,<br />

são expostos a uma situação<br />

<strong>de</strong> profunda insatisfação que<br />

os <strong>de</strong>ixa à mercê do po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong>sintegrador da cultura atual.<br />

Sugere, enfim, que em todas as<br />

dioceses e paróquias haja uma<br />

especial atenção pastoral para o<br />

pai <strong>de</strong> família (DAp 462).<br />

Nesse campo, a figura <strong>de</strong> São<br />

José, pai e protetor do Menino<br />

Jesus, é mo<strong>de</strong>lo para os pais <strong>de</strong><br />

família que queiram assumir com<br />

vigor o carisma próprio <strong>de</strong> sua<br />

masculinida<strong>de</strong> e paternida<strong>de</strong>.<br />

PERSONIFICAÇÃO<br />

DE DEUS-PAI<br />

Em seu livro São José, personificação<br />

do Pai, Leonardo Boff<br />

intui que a família <strong>de</strong> Nazaré é<br />

na terra um sacramento da família<br />

divina trinitária do céu. O menino-homem<br />

Jesus <strong>de</strong> Nazaré é<br />

a encarnação do Filho eterno <strong>de</strong><br />

Deus; <strong>Mar</strong>ia é o templo e a imagem<br />

do Espírito Santo; José <strong>de</strong><br />

Nazaré é a personificação <strong>de</strong><br />

Deus-Pai. José é o homem do silêncio,<br />

do qual a Bíblia não anotou<br />

nenhuma palavra, é o homem<br />

justo que na sombra e na simplicida<strong>de</strong><br />

realiza a obra <strong>de</strong> Deus. Ele<br />

é a corporificação, a personificação<br />

<strong>de</strong> Deus-Pai. Ele manifesta<br />

para os cristãos a presença misteriosa<br />

do Pai celeste.<br />

Assim, no silêncio diante dos<br />

mistérios da vida, no cuidado do<br />

filho e da esposa, no ocultamento<br />

do trabalho cotidiano, na simplicida<strong>de</strong><br />

e invisibilida<strong>de</strong> da existência<br />

fiel, na santida<strong>de</strong> das relações<br />

familiares e profissionais,<br />

José <strong>de</strong> Nazaré revela o mistério<br />

profundo e abissal <strong>de</strong> Deus-Pai.<br />

Pe. Vitor Galdino Feller<br />

Coord. Arquidiocesano <strong>de</strong> Pastoral,<br />

Prof. <strong>de</strong> Teologia e Diretor do ITESC<br />

Email: vitorfeller@arquifln.org.br


<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>Mar</strong>ço 2011<br />

Geral<br />

Catedral celebra o dia <strong>de</strong> NSra. do Desterro<br />

Celebração marcou o retorno dos padres scalabrinianos, após nove anos, para a <strong>Arquidiocese</strong><br />

Uma Celebração Eucarística<br />

realizada na Catedral <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>,<br />

no dia 17 <strong>de</strong> fevereiro, às<br />

18h15min, marcou o dia <strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora do Desterro, padroeira<br />

da Catedral e da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Floria-nópolis.<br />

A Celebração foi presidida<br />

por Dom Murilo Krieger, e<br />

concelebrada por <strong>de</strong>z padres e<br />

um diácono.<br />

Além do Dia <strong>de</strong> Nossa Senhora<br />

do Desterro, a celebração também<br />

marcou o retorno dos padres<br />

da Congregação dos Missionários<br />

<strong>de</strong> São Carlos - Scalabrinianos,<br />

que têm como missão específica<br />

a Pastoral da Mobilida<strong>de</strong> Humana<br />

e dos Migrantes. A Congregação<br />

já esteve aqui <strong>de</strong> 1997 a<br />

2002, <strong>de</strong>pois os padres vinham<br />

alguns dias por mês.<br />

No início da celebração, Dom<br />

Murilo lembrou as três gran<strong>de</strong>s<br />

intenções que tínhamos para<br />

aquele dia: primeiro, honrar N. Sra.<br />

do Desterro, padroeira da Catedral<br />

e da cida<strong>de</strong>; segundo, rezar por<br />

<strong>Florianópolis</strong>, pois foi em torno da<br />

primeira capela, hoje Catedral,<br />

que ela nasceu e se <strong>de</strong>senvolveu;<br />

terceiro, pelos migrantes, que aqui<br />

esperam acolhida cristã.<br />

Atendimento<br />

aos migrantes<br />

No final da celebração, Dom<br />

Murilo também anunciou o retorno<br />

dos Padres Scalabrinianos para<br />

a <strong>Arquidiocese</strong>. Pe. Dirceu Bortolotti<br />

residirá na Catedral, on<strong>de</strong><br />

assume como vigário paroquial,<br />

com a missão específica <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r<br />

os migrantes, formar leigos<br />

para criar a pastoral nas paróquias<br />

e esten<strong>de</strong>r seu trabalho a todo o<br />

Regional Sul IV da CNBB (SC).<br />

Pe. Dirceu conhece a realida<strong>de</strong><br />

da <strong>Arquidiocese</strong>, a partir do<br />

contato com os padres da Con-<br />

Se você <strong>de</strong>seja trilhar um caminho<br />

<strong>de</strong> escuta da voz <strong>de</strong> Deus,<br />

para discernir sua vocação, venha<br />

participar do encontro vocacional<br />

que a Comunida<strong>de</strong> Católica<br />

Shalom promove no dia 20 <strong>de</strong><br />

março, domingo, no Centro Católico<br />

<strong>de</strong> Evangelização Shalom<br />

(rua Crimpim Mira, 478 - Centro -<br />

<strong>Florianópolis</strong>), a partir das<br />

8h30min.<br />

A Comunida<strong>de</strong> Católica<br />

Shalom, fundada em Fortaleza,<br />

CE, no ano <strong>de</strong> 1982, pelo jovem<br />

Dom Murilo presidiu a celebração que lembrou o dia da padroeira<br />

da Catedral, da <strong>Arquidiocese</strong> e da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

gregação que já trabalharam aqui.<br />

“Minha missão será criar um espaço<br />

fixo <strong>de</strong> atenção ao migrante<br />

e dar continuida<strong>de</strong> ao que já foi<br />

feito”, disse.<br />

A Congregação já esteve presente<br />

na <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong> 1997 a 2002, quando<br />

assumiram a Paróquia<br />

Santa Teresinha do<br />

Menino Jesus, na Prainha,<br />

em <strong>Florianópolis</strong>.<br />

O acordo era permanecer<br />

por seis anos. Após<br />

a saída continuaram a<br />

realizar atendimento<br />

na medida do possível,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Porto Alegre.<br />

Em 2005, os padres<br />

passaram a vir 10 dias<br />

por mês, hospedandose<br />

na Catedral. Inicialmente<br />

com o Pe. Joaquim,<br />

<strong>de</strong>pois com o Pe.<br />

João Corso. “O litoral<br />

catarinense é uma das<br />

regiões do Brasil com<br />

maior número <strong>de</strong> mi-<br />

grantes estrangeiros. O Censo confirmou<br />

o que já sabíamos. O nosso<br />

retorno é importante para dar atendimento<br />

a essas pessoas”, disse<br />

Pe. Adilson Pedro Busin, provincial<br />

dos padres scalabrinianos.<br />

Shalom promove encontro vocacional<br />

Evento é uma oportunida<strong>de</strong> para os jovens<br />

conhecerem um caminho <strong>de</strong> e para a felicida<strong>de</strong><br />

Móyses Louro <strong>de</strong> Azevedo Filho,<br />

tem como objetivo maior a<br />

evangelização. Em fevereiro <strong>de</strong><br />

2007, a Comunida<strong>de</strong> recebeu o<br />

Reconhecimento Pontifício do<br />

Papa Bento XVI.<br />

Os Estatutos <strong>de</strong>finem que "Somos<br />

uma Comunida<strong>de</strong> constituída<br />

<strong>de</strong> homens e mulheres nos estados<br />

<strong>de</strong> vida do matrimônio, celibato<br />

e sacerdócio, que consagram<br />

suas vidas inteiramente ao<br />

serviço <strong>de</strong> Deus, da Igreja e da<br />

humanida<strong>de</strong>".<br />

Pe. Dirceu terá a missão <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r os<br />

estrangeiros e dinamizar a Pastoral<br />

Foto JA<br />

A missão é ser discípulos e ministros<br />

da Paz. Viver e proclamar a<br />

Paz, e levar com a vida, palavra e<br />

testemunho, o Shalom <strong>de</strong> Deus<br />

aos corações. Ser instrumento <strong>de</strong><br />

reconciliação do mundo com Deus<br />

e anunciar, com todas as forças, a<br />

salvação <strong>de</strong> Jesus Cristo.<br />

Para conhecer mais sobre a<br />

Comunida<strong>de</strong>, acesse www.<br />

comshalom.org. Outras informações<br />

pelo (48) 3223-7801<br />

ou pelo e-mail florianopolis@<br />

comshalom.org.<br />

Foto JA<br />

Vai Vai acontencer...<br />

acontencer...<br />

Or<strong>de</strong>nação Diaconal<br />

No Santuário Sagrado Coração<br />

<strong>de</strong> Jesus, Ingleses, em<br />

<strong>Florianópolis</strong>, no dia 12 <strong>de</strong><br />

março, sábado, haverá a or<strong>de</strong>nação<br />

diaconal <strong>de</strong> Roberto<br />

Guilherme da Costa. Presidida<br />

por Dom Murilo Krieger, administrador<br />

Apostólico da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, a celebração terá<br />

início às 16.00h. Beto, como é<br />

conhecido, é casado há 16<br />

anos e pai <strong>de</strong> dois filhos.<br />

Encontro para casais<br />

em Segunda União<br />

A Pastoral Familiar está promovendo<br />

nos dias 09 e 10 <strong>de</strong><br />

abril um encontro <strong>de</strong> formação<br />

para casais em segunda união.<br />

Realizado na paróquia São<br />

Vicente <strong>de</strong> Paulo, em Itajaí, o evento<br />

contará com a assessoria do<br />

Pe. Roberto Aripe (Padre<br />

Chiru), da diocese <strong>de</strong> São Leopoldo,<br />

RS, e sua equipe. Ele é o<br />

criador da metodologia “O Senhor<br />

é o meu Pastor”, que orienta os<br />

casais em segunda união.<br />

O evento é realizado pelo<br />

décimo ano seguido na paróquia.<br />

Natural <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, ele<br />

resi<strong>de</strong> na comunida<strong>de</strong> da<br />

Vargem do Bom Jesus. É coor<strong>de</strong>nador<br />

dos Grupos Bíblicos<br />

em Família na Comarca da ilha,<br />

e há 14 anos é voluntário do<br />

Lar Recanto da Esperança, que<br />

aten<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes químicos.<br />

Ele concluiu a sua formação na<br />

Escola Diaconal São Francisco<br />

<strong>de</strong> Assis, em 2002, junto com<br />

a 12ª turma, em 2002.<br />

Encontro <strong>de</strong> Comunicadores<br />

A Pastoral da Comunicação<br />

da <strong>Arquidiocese</strong> estará<br />

promovendo no dia 19 <strong>de</strong> março,<br />

a partir das 8h, na Paróquia<br />

São João Evangelista, em<br />

Biguaçu, um encontro para a<br />

equipe ampliada da Pascom.<br />

O evento é <strong>de</strong>stinado a todas<br />

as li<strong>de</strong>ranças da <strong>Arquidiocese</strong><br />

que realizam trabalhos<br />

com comunicação em<br />

suas Paróquias ou movimentos/pastorais.<br />

Também são<br />

convidados a participar todos<br />

aqueles(as) que querem co-<br />

nhecer as experiências em<br />

comunicação realizadas em<br />

nossas comunida<strong>de</strong>s.<br />

Durante o encontro, convidados<br />

falarão sobre suas experiências<br />

nas diferentes mídias<br />

(rádio, TV, jornal, internet,<br />

mídias sociais). Os participantes<br />

também são convidados a<br />

levar os trabalhos impressos<br />

que realizam, para serem colocados<br />

em exposição.<br />

Mais informações pelo email<br />

pascom_arquifloripa@<br />

yahoogrupos.com.br.<br />

Formação para catequistas<br />

Continuam abertas as inscrições<br />

para os interessados em<br />

participar da Escola <strong>de</strong> Formação<br />

para Multiplicadores. Promovido<br />

pela Coor<strong>de</strong>nação Arquidiocesana<br />

<strong>de</strong> Catequese, a Escola<br />

será realizada em sete etapas.<br />

A primeira será no dia 27 <strong>de</strong><br />

março, na paróquia São Francisco<br />

<strong>de</strong> Assis, em Aririú, Palhoça.<br />

As disciplinas são ministradas<br />

por padres e assessores<br />

da <strong>Arquidiocese</strong>, <strong>de</strong> reconhe-<br />

cida capacida<strong>de</strong>. As formações<br />

serão realizadas em dois<br />

locais. Além <strong>de</strong> Aririú, algumas<br />

etapas também acontecerão<br />

na Paróquia Santo Antônio, em<br />

Campinas, São José.<br />

Os interessados po<strong>de</strong>m procurar<br />

o fol<strong>de</strong>r <strong>de</strong> divulgação na<br />

secretaria <strong>de</strong> sua paróquia. Mais<br />

informações com a Coor<strong>de</strong>nação<br />

<strong>de</strong> Catequese, pelo fone<br />

(48) 3224-4799 ou pelo e-mail<br />

marlene@arquifln.org.br.<br />

Ele tem por objetivo acolher os<br />

casais nessa situação e trazê-los<br />

para a comunida<strong>de</strong>, para que se<br />

sintam Igreja como todo cristão.<br />

Todos os casais da <strong>Arquidiocese</strong><br />

são convidados a participar.<br />

Os casais <strong>de</strong> outras cida<strong>de</strong>s<br />

serão acolhidos para pernoitar<br />

em casa <strong>de</strong> famílias. Os interessados<br />

<strong>de</strong>vem entrar em contato<br />

com a paróquia São Vicente<br />

<strong>de</strong> Paulo pelo fone (47) 3241-<br />

2742 ou com o casal referencial<br />

Lieje e Rogério, pelos fones (47)<br />

3241-2455 ou 9967-8589.<br />

5


6 Bíblia<br />

Este é um típico salmo<br />

sapiencial, isto é, salmo <strong>de</strong> sabedoria,<br />

ou seja, <strong>de</strong> reflexão, <strong>de</strong> busca<br />

do sentido da vida. É o primeiro<br />

salmo <strong>de</strong>sse gênero, que encontramos<br />

no Saltério. Essa “sabedoria”<br />

é a que também nos é proposta<br />

nos “livros sapienciais”, especialmente<br />

Jó, Provérbios, Eclesiastes,<br />

Eclesiástico. É a “sabedoria”<br />

que se caracteriza pela crítica severa<br />

dos falsos valores, como a riqueza<br />

insensata, que ilu<strong>de</strong> o ser<br />

humano em vez <strong>de</strong> realizá-lo.<br />

Note-se o grave refrão do v. 13, que<br />

volta, modificado, no final (v. 21) e<br />

que divi<strong>de</strong> o salmo em duas partes,<br />

precedidas <strong>de</strong> uma solene introdução.<br />

Sendo “<strong>de</strong> reflexão”, o<br />

salmo não é expressamente uma<br />

oração, nem <strong>de</strong> súplica nem <strong>de</strong><br />

louvor, e por isso não se dirige a<br />

Deus, embora <strong>de</strong>le fale e lhe reserve,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente, o lugar central.<br />

Ouvi isto, povos todos!<br />

2. Ouvi isto, povos todos,<br />

/ prestai ouvidos, habitantes<br />

do mundo,/<br />

3. nobres e gente simples,<br />

/ ricos e pobres igualmente.<br />

O salmo se abre convocando<br />

como <strong>de</strong>stinatários “os povos todos,<br />

os habitantes do mundo” (v.<br />

2). Como mestre <strong>de</strong> sabedoria, o<br />

autor consi<strong>de</strong>ra-se portavoz <strong>de</strong> um<br />

ensinamento que concerne a todos.<br />

Quando Moisés fala, exorta:<br />

Escuta, Israel (cf Dt 5,1); no primeiro<br />

oráculo do seu livro, Isaías<br />

convoca “céus” e “terra” (Is 1,2);<br />

este salmista não se acanha <strong>de</strong><br />

dirigir-se à humanida<strong>de</strong> toda, sem<br />

discriminar classe social (nobres<br />

e plebeus) nem situação econômica<br />

(ricos e pobres).<br />

Parábola e enigma<br />

4. Minha boca fala a sabedoria,<br />

/ meu coração medita<br />

a inteligência;<br />

5. dareis ouvidos a um<br />

provérbio, / com a cítara explicarei<br />

o meu enigma.<br />

Nesses dois versículos, ainda<br />

introdutórios, o salmista anuncia<br />

que vai falar com “sabedoria” e “inteligência”.<br />

A “sabedoria” é o “saber<br />

fazer” artezanal, a habilida<strong>de</strong>,<br />

por exemplo, do carpinteiro, e é<br />

também o “saber fazer” do próprio<br />

Deus, que a conce<strong>de</strong> aos que a<br />

procuram. E “inteligência” é a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> “ler <strong>de</strong>ntro”, isto é,<br />

enten<strong>de</strong>r o profundo das coisas.<br />

Quanto a “provérbio”, é comparação,<br />

parábola, como as que encontramos<br />

no livro dos Provérbios; enquanto<br />

“enigma” <strong>de</strong>safia o enten-<br />

Conhecendo Conhecendo o o livro livro dos dos Salmos Salmos (35)<br />

(35)<br />

Salmo 49 (48): A solução do enigma<br />

dimento, provoca a adivinhação. É<br />

interessante que o salmista proponha<br />

o enigma “com a cítara”, instrumento<br />

<strong>de</strong> cordas, como o nosso<br />

violão (v.5): é, portanto, um trovador,<br />

um músico popular.<br />

Por que ter medo?<br />

6. Por que ter medo nos<br />

dias tristes, / quando me ro<strong>de</strong>ia<br />

a malda<strong>de</strong> dos maus?<br />

7. Eles confiam na sua força<br />

/ e se orgulham da sua gran<strong>de</strong><br />

riqueza.<br />

A primeira parte do salmo (vv.<br />

6-12) começa com uma pergunta<br />

que o salmista faz a si mesmo,<br />

mas quer que os ouvintes a façam<br />

também, questionando o temor<br />

ante a “malda<strong>de</strong> dos maus”, que<br />

“confiam na sua força e se orgulham<br />

da sua gran<strong>de</strong> riqueza” (v. 7).<br />

Por que ter medo <strong>de</strong>les? É o confronto,<br />

portanto, entre “pobre”(s) e<br />

“ricos malvados”. Na segunda parte<br />

(vv. 14-20), teremos a exortação<br />

“não temas” (v. 17), dirigida ao<br />

ouvinte, logo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o salmista<br />

ter expresso a razão da sua esperança<br />

(v. 16).<br />

O preço da vida<br />

8. Mas ninguém po<strong>de</strong> livrar-se<br />

a si mesmo, / nem pagar<br />

a Deus o seu resgate.<br />

9. Por mais que alguém<br />

pague o preço <strong>de</strong> sua vida, /<br />

jamais po<strong>de</strong>rá bastar<br />

10. para viver sem fim / e<br />

não ver o túmulo.<br />

O enigma escon<strong>de</strong>-se por trás<br />

da imagem do “resgate”, isto é, o<br />

preço a pagar para garantir a vida<br />

<strong>de</strong> um prisioneiro <strong>de</strong> guerra ou libertar<br />

um escravo. Aqui, trata-se<br />

do resgate da própria vida em relação<br />

à morte, resgate que riqueza<br />

alguma, por maior que seja, po<strong>de</strong><br />

garantir. Não há preço algum que<br />

baste para garantir uma vida “sem<br />

fim” e para escapar do “túmulo”<br />

(vv. 9-10). Ora, o horizonte do Antigo<br />

Testamento, por exemplo no livro<br />

do Eclesiastes, restringe-se a<br />

esta vida. Mas então, como ficaria<br />

a justiça divina, se a morte vem do<br />

mesmo modo para “ricos malvados”<br />

e para “justos pobres”?<br />

Morrem sábios<br />

e insensatos<br />

11. Verá morrer os sábios;<br />

/ como também o ignorante<br />

e o insensato, / <strong>de</strong>ixando a<br />

outros suas riquezas.<br />

12. O sepulcro será sua<br />

casa para sempre / sua morada<br />

por todas as gerações, /<br />

embora tenham <strong>de</strong>ixado seu<br />

nome na terra.<br />

13. O ser humano na opulência<br />

não permanece: / é<br />

como os animais que perecem.<br />

Que sábios (pobres) e ricos (insensatos)<br />

tenham que perecer<br />

“como os animais”, é comparação<br />

conhecida, embora não seja supérfluo<br />

recordá-la aos que se empenham<br />

em esquecê-la. Por isso, a<br />

“ecumênica” proclamação do salmo,<br />

no seu início, não faz exceções<br />

(cf. vv. 2-3). É que o ser humano é<br />

mestre em fazer-se ilusões, em<br />

enganosas “confianças”, usando<br />

da própria razão para se enganar.<br />

Se o “ignorante” não enten<strong>de</strong>, o<br />

“rico” não quer enten<strong>de</strong>r. A ignorância<br />

do animal é, no ser humano,<br />

consciente e voluntária. Quanto ao<br />

estribilho (vv. 13 e 21), no texto original<br />

há uma ligeira diferença <strong>de</strong><br />

tradução na frase inicial do v. 13,<br />

“quem é rico não permanece”, em<br />

relação ao v. 21: quem é rico “não<br />

enten<strong>de</strong>”. A maioria das traduções<br />

lê “não enten<strong>de</strong>” nos dois casos.<br />

Como ovelhas,<br />

levadas ao Abismo<br />

14. Esta é a sorte <strong>de</strong> quem<br />

confia em si mesmo / o futuro<br />

<strong>de</strong> quem se compraz nas suas<br />

próprias palavras.<br />

15. Como ovelhas, levadas<br />

ao Abismo, / a morte será<br />

o seu pastor; / <strong>de</strong>scerão empurrados<br />

ao túmulo, / todo o<br />

seu orgulho vai acabar, / o<br />

Abismo será sua morada.<br />

A comparação com os “animais<br />

que perecem” (v. 13) é<br />

explicitada no v. 15: os seres humanos<br />

são “como ovelhas”,<br />

conduzidas não ao matadouro,<br />

mas ao “Abismo”, on<strong>de</strong> a Morte<br />

as apascenta. Impressiona essa<br />

personificação da Morte como<br />

pastora, exatamente ao contrário<br />

do Bom Pastor, que veio para que<br />

as ovelhas “tenham vida, e a tenham<br />

em abundância” (Jo 10,10).<br />

Deus vai resgatar-me<br />

16. Quanto a mim, Deus<br />

vai resgatar-me, / livrando-me<br />

do po<strong>de</strong>r do Abismo / e tomando-me<br />

consigo.<br />

De repente, a “solução do enigma”:<br />

mais forte que o “po<strong>de</strong>r do<br />

Abismo”, mencionado duas vezes<br />

no v. 15, é o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, que<br />

vai “resgatar-me e tomar-me consigo”.<br />

Sem “pagar resgate”, sem<br />

luta, soberanamente, Deus “toma”<br />

ou tira a presa das garras da Morte<br />

e “resgata minha vida”. Note-se o<br />

caráter pessoal da certeza <strong>de</strong> fé<br />

do salmista: “Quanto a mim, Deus<br />

vai resgatar-me... e tomar-me consigo”.<br />

Algo semelhante ao que já<br />

vimos no Sl 16,10, on<strong>de</strong> o salmista<br />

vislumbra a própria imortalida<strong>de</strong> e<br />

a incorruptibilida<strong>de</strong>: “Não entregarás<br />

minha vida ao Abismo, nem<br />

vais <strong>de</strong>ixar que teu santo, teu amigo,<br />

experimente a corrupção”. Evi<strong>de</strong>ntemente,<br />

encontramos aqui, já<br />

formulada, a fé na outra vida, que<br />

se torna explícita nos últimos livros<br />

do Antigo Testamento: Daniel,<br />

2Macabeus, Sabedoria.<br />

Não temas!<br />

17. Quanto a ti, não temas<br />

se alguém enriquecer-se / e se<br />

aumenta a riqueza <strong>de</strong> sua casa.<br />

18. Quando morrer, nada<br />

leva consigo, / nem <strong>de</strong>sce com<br />

ele a sua riqueza.<br />

19. Na sua vida, se achava<br />

felizardo: / “Vão te louvar,<br />

teus negócios vão bem!”<br />

20. Mas vai juntar-se à ge-<br />

O ITESC - INSTITUTO TEOLÓGICO DE SANTA CATARINA, além dos cursos noturnos <strong>de</strong> extensão para leigos/as, nas segundas<br />

feiras à noite (19h30 - 22h), mantém o curso matutino <strong>de</strong> graduação em Teologia, em 4 anos, 8 semestres, aberto<br />

também a leigos/as com formação universitária ou pelo menos 2 o grau completo. A matrícula po<strong>de</strong> ser feita por disciplinas,<br />

com 2 ou 3 ou 4 créditos por semestre. Informações pelo fone (48) 3234-0400 ou o e-mail: secretaria@itesc.org.br<br />

Divulgação/JA<br />

<strong>Mar</strong>ço 2011 <strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />

ração <strong>de</strong> seus pais, / que nunca<br />

mais verão a luz.<br />

O salmista se volta agora para<br />

os pobres (vv. 17-20), interpelandoos<br />

na segunda pessoa do singular:<br />

“Não temas” (v. 17), com o sentido<br />

<strong>de</strong> “não invejes”. Notar que, na introdução<br />

do salmo, no v. 3, encontramos<br />

a contraposição entre “pobres<br />

e ricos”. A contraposição continua,<br />

só que aqui o rico é apresentado<br />

como insensato, que põe toda a<br />

sua esperança na riqueza material.<br />

O pobre é convidado a não repetir<br />

essa loucura. A teologia da retribuição,<br />

ou seja, da prosperida<strong>de</strong>, insistia<br />

em que a riqueza é bênção e<br />

proteção <strong>de</strong> Deus. Como Jó, porém,<br />

este sábio pobre, músico e poeta<br />

popular, reage com firmeza, questionando<br />

essa teologia.<br />

Como enten<strong>de</strong>r?<br />

21. O ser humano na opulência<br />

não compreen<strong>de</strong>: / é<br />

como os animais que perecem.<br />

Quem “não enten<strong>de</strong>” é inconsciente,<br />

faz parelha com os “ignorantes<br />

e insensatos” (v. 11), não<br />

consegue participar da consciência<br />

do sábio. Para ele, fica fechado<br />

o enigma e continua encerrado<br />

na comparação. A riqueza não lhe<br />

serviu para compreen<strong>de</strong>r, mas pelo<br />

contrário o induziu à cegueira ou<br />

ao engano intelectual. Um ser humano<br />

que não raciocina não é racional;<br />

por muito que possua, é<br />

como os animais. Renunciou ao<br />

seu privilégio <strong>de</strong> “imagem e semelhança<br />

<strong>de</strong> Deus” (cf Gn 1,26). Entretanto,<br />

o enigma do salmo resolve-se<br />

<strong>de</strong> maneira inesperada: o<br />

homem Jesus dá o resgate, dá-se<br />

em resgate, e o Pai liberta seus filhos<br />

pela ação vivificante do Espírito.<br />

Tal é o resgate perdurável, ou<br />

seja, a “re<strong>de</strong>nção eterna” <strong>de</strong> que<br />

fala a carta aos hebreus (Hb 9,12).<br />

Pe. Ney Brasil Pereira<br />

Professor <strong>de</strong> Exegese Bíblica no ITESC<br />

email: ney.brasil@itesc.org.br<br />

Para refletir:<br />

1) Por que é que o salmista,<br />

apesar da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong><br />

entre ricos e pobres, não<br />

tem medo?<br />

2) De que enigma se trata, e<br />

qual a perspectiva <strong>de</strong> solução?<br />

3) Como expressa o salmista<br />

a sua solução do enigma?<br />

4) E como, logo após manifestar<br />

sua fé, ele interpela<br />

os pobres?<br />

5) Explique <strong>de</strong> que modo o<br />

Senhor Jesus “paga o nosso<br />

resgate”, dando-se em<br />

resgate? (cf Mc 10,45)


<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>Mar</strong>ço 2011<br />

Juventu<strong>de</strong><br />

PJ promove retiro para li<strong>de</strong>ranças<br />

Realizado em Palhoça, retiro arquidiocesano será voltado aos coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> grupos<br />

Nos dias 25, 26 e 27 <strong>de</strong> março<br />

<strong>de</strong> 2011, será realizada a segunda<br />

experiência do Retiro<br />

Arquidiocesano para Coor<strong>de</strong>nadores<br />

<strong>de</strong> Grupos <strong>de</strong> Jovens da Pastoral<br />

da Juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa<br />

<strong>Arquidiocese</strong>. O evento será na<br />

Casa <strong>de</strong> Retiros Caminho <strong>de</strong><br />

Nazaré, na Enseada <strong>de</strong> Brito, em<br />

Palhoça.<br />

O objetivo <strong>de</strong>sse retiro é proporcionar<br />

aos jovens, que são<br />

coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> grupos, um<br />

momento <strong>de</strong> reflexão, troca <strong>de</strong><br />

experiências e cultivo <strong>de</strong> sua<br />

espiritualida<strong>de</strong>. Ele terá como<br />

tema “Eu sou o bom pastor. E o<br />

bom pastor dá a vida por suas<br />

ovelhas” (Jo 10, 11) e lema: “Jesus<br />

teve o seu retiro, você coor<strong>de</strong>nador<br />

<strong>de</strong>ve ter o seu”.<br />

O retiro terá o custo <strong>de</strong> R$<br />

75,00 reais, on<strong>de</strong> está inclusa a<br />

hospedagem e ali-<br />

Como Como falar falar ao ao jovem jovem sobre... sobre...<br />

sobre...<br />

Se tivermos uma missão<br />

como esta, <strong>de</strong> levar a vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sonhar, pressupomos que o<br />

inverso esteja em questão. O<br />

que falar a um jovem que está<br />

<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> sonhar? Começar<br />

a sonhar pressupõe que resolvamos<br />

nossos monstros, nossos<br />

medos e nossas feridas,<br />

em um processo conjunto <strong>de</strong><br />

sonhar e trabalhar as próprias<br />

dificulda<strong>de</strong>s.<br />

Falar aos jovens sobre “sonhos”<br />

é algo tão importante<br />

quanto a própria vida. Sim,<br />

quantos jovens hoje em dia têm<br />

<strong>de</strong>sistido <strong>de</strong> viver e se entregam<br />

ao crime, Às drogas e mesmo<br />

cometem suicídio? Quem sonha<br />

não <strong>de</strong>siste <strong>de</strong> viver, não vê findar<br />

possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Importante falar <strong>de</strong> sonhos<br />

aos jovens, com exemplos.<br />

Quem foram os gran<strong>de</strong>s sonhadores<br />

que po<strong>de</strong>mos lhes apresentar?<br />

Somente gran<strong>de</strong>s sonhadores<br />

tiveram gran<strong>de</strong>s feitos.<br />

Se você sonha em ser<br />

cabelereiro, seja um gran<strong>de</strong><br />

profissional. Sonhe alto, bus-<br />

Sonhar<br />

mentação. Estão abertas duas<br />

vagas por paróquia, sendo que,<br />

no caso <strong>de</strong> sobra <strong>de</strong> vagas, po<strong>de</strong>rão<br />

se inscrever mais <strong>de</strong> dois jovens.<br />

O período <strong>de</strong> Inscrições é<br />

até o dia 21 <strong>de</strong> março.<br />

Em 2010, o retiro foi realizado<br />

no mesmo local e reuniu 45 coor<strong>de</strong>nadores<br />

<strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> jovens. A<br />

assessoria ficou com a Irmã Silvia<br />

Aparecida da Silva, que tratou<br />

do tema “A pessoa <strong>de</strong> Jesus<br />

Cristo e a espiritualida<strong>de</strong> do coor<strong>de</strong>nador”,<br />

e lema “Jesus Cristo,<br />

Bom Pastor”.<br />

Participe você também <strong>de</strong>ste<br />

importante evento <strong>de</strong> espiritualida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> partilha!<br />

Mais informações na Secretária<br />

da Pastoral da Juventu<strong>de</strong> (48)<br />

3224-4799 ou através do e-mail<br />

Msn: pjnomsn@hotmail.com<br />

que cursos, investimentos, inove<br />

e seja o melhor dos cabeleireiros.<br />

A força do pensamento e<br />

dos sonhos transforma vidas.<br />

Gandhi comentou: “O que<br />

pensais, passais a ser”, e <strong>de</strong><br />

fato, levar o jovem a sonhar e<br />

buscar formas <strong>de</strong> realizar faz<br />

com que ele mesmo se veja<br />

como vencedor e autor <strong>de</strong> sua<br />

própria história.<br />

Mas nesse percurso <strong>de</strong> sonhos<br />

e realizações, nos <strong>de</strong>paramos<br />

com as dificulda<strong>de</strong>s. Desistir?<br />

Augusto Cury escreveu<br />

que “errar é uma etapa do inventar,<br />

falhar são <strong>de</strong>graus do<br />

criar”. No dicionário chamado<br />

“sonho”, a palavra “<strong>de</strong>sistir”<br />

não encontra significado.<br />

São precisos gran<strong>de</strong>s sonhos<br />

para enfrentar a vida e<br />

superar os medos e as dificulda<strong>de</strong>s.<br />

Só assim um jovem sai<br />

da lista dos frustrados e entra<br />

no caminho real da felicida<strong>de</strong>.<br />

Guilherme Pontes<br />

Seminarista da <strong>Arquidiocese</strong><br />

Em 2010, 45 coor<strong>de</strong>nadores participaram do retiro realizado na Casa <strong>de</strong> Retiros “Caminho <strong>de</strong> Nazaré”<br />

Juventu<strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong> em em ação<br />

ação<br />

Coor<strong>de</strong>nação se reúne para iniciar os trabalhos<br />

No dia 03 <strong>de</strong> fevereiro as<br />

19horas, na paróquia Santo An-<br />

Santa Catarina registrou um<br />

aumento <strong>de</strong> 157,9% no número<br />

<strong>de</strong> homicídios <strong>de</strong> jovens <strong>de</strong><br />

15 a 24 anos entre 1998 e<br />

2008. O Estado ocupa a 10ª<br />

colocação entre as unida<strong>de</strong>s da<br />

fe<strong>de</strong>ração que tiveram maior<br />

tonio, centro <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, a<br />

coor<strong>de</strong>nação arquidiocesana da<br />

Equipe é a responsável por <strong>de</strong>finir as linhas <strong>de</strong> ação da Pastoral<br />

Foto JA<br />

PJ se reuniu para discutir a melhor<br />

maneira <strong>de</strong> construir este ano<br />

<strong>de</strong> trabalho, que tem um calendário<br />

cheio <strong>de</strong> tarefas e <strong>de</strong>safios<br />

para a pastoral.<br />

Estavam presentes os coor<strong>de</strong>nadores:<br />

Daniel Schmidt Casas,<br />

Felipe Candim dos Santos, Leonardo<br />

Contin da Costa e João<br />

Batista Sartori, e também os assessores:<br />

Hélio Rodak, José<br />

Rodrigo Rangel e Gislene <strong>Mar</strong>ia<br />

Nunes Saad.<br />

É um trabalho <strong>de</strong>safiante e<br />

exigente, mas a nova coor<strong>de</strong>nação<br />

está entusiasmada para o<br />

inicio dos trabalhos, e promete<br />

fazer <strong>de</strong>ste ano um ano <strong>de</strong> muitas<br />

conquistas para a Pastoral<br />

da Juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda a <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Assassinato <strong>de</strong> jovens cresce 158% em 10 anos<br />

crescimento <strong>de</strong> assassinatos<br />

nesta faixa etária durante a década<br />

analisada pelo Mapa da<br />

Violência 2011 – Os Jovens do<br />

Brasil.<br />

Santa Catarina é um dos estados<br />

que contribuíram para a<br />

Divulgação/JA<br />

elevação dos índices nacionais.<br />

No primeiro ano do estudo, foram<br />

registrados 107 homicídios em<br />

cida<strong>de</strong>s catarinenses. Passados<br />

10 anos, houve um salto para<br />

276 casos.<br />

(fonte: Diário Catarinense)<br />

7<br />

Arquivo/JA


8 Geral<br />

<strong>Mar</strong>ço 2011 <strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />

Freis Carmelitas assumem paróquia<br />

Frei Edimilson tomou posse na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, em <strong>Florianópolis</strong><br />

Uma Celebração Eucarística,<br />

à noite <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> fevereiro, sábado,<br />

marcou a entrega da paróquia<br />

NSra. da Boa Viagem, em <strong>Florianópolis</strong>,<br />

aos Carmelitas da Or<strong>de</strong>m<br />

dos Irmãos da B.V.M. do Monte<br />

Carmelo – Ocarm. A igreja matriz<br />

estava lotada <strong>de</strong> fiéis <strong>de</strong> todas as<br />

comunida<strong>de</strong>s da paróquia.<br />

Presidida pelo Pe. Siro Manoel<br />

<strong>de</strong> Oliveira, que nos últimos<br />

quatro meses foi o administrador<br />

paroquial, no início foi lida a provisão<br />

que empossou o Pe. Frei<br />

Edimilson Borges <strong>de</strong> Carvalho<br />

como o novo pároco. Ele foi apresentado<br />

à comunida<strong>de</strong> junto com<br />

os outros três freis, ainda seminaristas,<br />

que o auxiliarão no trabalho:<br />

Edimar Fernando Moreira,<br />

Tiago Evaristo do Vale Santos e<br />

Wagner Alexandrino Nicola.<br />

Segundo Frei Edimilson, já era<br />

o <strong>de</strong>sejo da Or<strong>de</strong>m vir para <strong>Florianópolis</strong>.<br />

Pois, pretendiam diversificar<br />

os estudos teológicos dos<br />

fra<strong>de</strong>s. “Conversamos com Dom<br />

Murilo, e ele ofereceu esta paróquia,<br />

por conta da necessida<strong>de</strong> e<br />

proximida<strong>de</strong> com o Instituto Teológico<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina”, disse.<br />

Os três carmelitas já iniciaram<br />

os estudos no ITESC.<br />

Com 49 anos, Frei Edimilson é<br />

religioso há 27 anos e padre há 23.<br />

A Paróquia São Cristóvão,<br />

em Cor<strong>de</strong>iros, Itajaí, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia<br />

30 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2011 passou<br />

a ser administrada pela Congregação<br />

dos Padres do Sagrado<br />

Coração <strong>de</strong> Jesus. A Missa, na<br />

qual tomou posse o Pe. Nelson<br />

Tachini, SCJ, foi iniciada<br />

às 19h30min, e presidida por<br />

Frei Edimilson (esq.) contará com o apoio <strong>de</strong> três freis seminaristas<br />

Antes, foi pároco na Diocese <strong>de</strong> Ji<br />

Paraná, em Rondônia, por oito<br />

anos; provincial por seis; diretor <strong>de</strong><br />

colégio por sete; e nos últimos dois<br />

anos era pároco em Curitiba.<br />

Ele conhece pouco <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>,<br />

que veio algumas vezes a turismo.<br />

Mas o que mais o impressionou<br />

foram os leigos. “Encontramos<br />

muita receptivida<strong>de</strong> e já percebemos<br />

o protagonismo dos leigos, que<br />

fazem <strong>de</strong>sta paróquia uma Igreja<br />

viva”, disse Frei Edimilson.<br />

A Or<strong>de</strong>m dos Carmelitas está<br />

presente em todo o território nacional,<br />

através <strong>de</strong> três províncias.<br />

Cor<strong>de</strong>iros é administrada pelos Dehonianos<br />

Dom Murilo Krieger, nosso Administrador<br />

Apostólico.<br />

A Congregação está presente<br />

na <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1905,<br />

quando assumiram a paróquia<br />

São Luiz Gonzaga, em Brusque.<br />

Além <strong>de</strong>la, também estão presentes<br />

nas paróquias: São José, em<br />

Botuverá; N.Sra. <strong>de</strong> Guadalupe,<br />

No Estado, além <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009 estão com a Paróquia<br />

NSra. dos Navegantes, em<br />

Nave-gantes. Na <strong>Arquidiocese</strong> já<br />

temos padres Carmelitas, que<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1972 administram a Paróquia<br />

NSra. do Carmo, em <strong>Florianópolis</strong>,<br />

mas pertencentes a outro<br />

ramo da Or<strong>de</strong>m.<br />

Para mais informações sobre<br />

os Freis Carmelitas, acesse o site<br />

www.freiscarmelitas.com.br.<br />

Para mais fotos da celebração, entre<br />

no site da <strong>Arquidiocese</strong> (www.<br />

arquifln. org.br) e clique no link<br />

“Álbum <strong>de</strong> fotos”.<br />

em <strong>Florianópolis</strong>; e N.Sra. do Perpétuo<br />

Socorro, em Guabiruba.<br />

Antes <strong>de</strong> assumir a nova missão,<br />

Pe. Nelson Tachini trabalhou<br />

na Paróquia São José, em<br />

Botuverá e, por último, era vigário<br />

paroquial <strong>de</strong> N.Sra. <strong>de</strong><br />

Guadalupe, em Canasvieiras,<br />

<strong>Florianópolis</strong>.<br />

Morre Pe. Eloy Dorvalino Koch, SCJ<br />

Comunicamos o falecimento<br />

do Pe. Eloy Dorvalino Koch,<br />

ocorrido na noite do dia 15 <strong>de</strong><br />

fevereiro. O corpo foi velado na<br />

capela do Convento do Sagrado<br />

Coração <strong>de</strong> Jesus, em Brusque,<br />

on<strong>de</strong> residia. Em seguida, foi<br />

transladado para a Igreja Matriz<br />

da Paróquia São Luiz Gonzaga,<br />

on<strong>de</strong> foi realizada a Missa <strong>de</strong><br />

Corpo presente, às 17h, presidida<br />

por Dom Murilo Krieger. Em<br />

seguida, houve o sepultamento<br />

no cemitério “Parque da Sauda<strong>de</strong>”,<br />

em Azambuja, Brusque.<br />

Pe. Eloy tinha 90 anos, celebrados<br />

em 15 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />

2010, com missa no Santuário<br />

<strong>de</strong> Azambuja. Natural <strong>de</strong> Orleans,<br />

on<strong>de</strong> nasceu a 15 <strong>de</strong> novembro<br />

<strong>de</strong> 1920, ingressou ainda jovem<br />

na Congregação dos Padres do<br />

Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus -<br />

Dehonianos, on<strong>de</strong> realizou a sua<br />

formação presbiteral.<br />

Em setembro <strong>de</strong> 2010, uma<br />

celebração em Azambuja marcou<br />

os 90 anos <strong>de</strong> vida do Pe. Eloy<br />

Divulgação/JA<br />

Mestre e Doutor em Filosofia<br />

e História, realizou ativida<strong>de</strong>s<br />

pastorais em diferentes regiões<br />

do Estado. Mas foi em Brusque<br />

que realizou seu pastoreio mais<br />

fecundo. Ali chegou ainda jovem,<br />

em 1942, contribuindo muito<br />

para a cida<strong>de</strong>.<br />

Foi professor da Unifebe, fundador<br />

do Arquivo Provincial Padre<br />

Lux - APPAL, regente do Coral São<br />

Luiz Gonzaga, integrou a comissão<br />

organizadora dos festejos do Centenário<br />

<strong>de</strong> Brusque, escreveu a<br />

obra “Catolicismo no Centenário <strong>de</strong><br />

Brusque”, em 1960.Recebeu o título<br />

<strong>de</strong> Cidadão Honorário <strong>de</strong><br />

Brusque, e foi também empossado<br />

como Conselheiro Honorário <strong>de</strong><br />

Cultura da cida<strong>de</strong>. Foi autor <strong>de</strong> inúmeras<br />

obras abordando História,<br />

Cultura e Religião.<br />

Foto JA<br />

ITESC inicia ano letivo<br />

Aula inaugural foi proferida por<br />

Dom Wilson, bispo <strong>de</strong> Tubarão<br />

O Instituto Teológico <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina – ITESC, <strong>de</strong>u início<br />

no dia 14 <strong>de</strong> fevereiro ao ano<br />

letivo. O evento teve início com<br />

a aula inaugural proferida por<br />

Dom Wilson Ta<strong>de</strong>u Jönck,<br />

SCJ, bispo <strong>de</strong> Tubarão, e contou<br />

com a presença dos alunos,<br />

professores e formadores<br />

dos seminários.<br />

Com o tema “Vida, Mistério,<br />

Eternida<strong>de</strong>”, Dom Wilson fez<br />

uma explanação sobre cada um<br />

<strong>de</strong>sses conceitos e as suas relações.<br />

“Se a vida per<strong>de</strong>r o mistério,<br />

a dimensão da eternida<strong>de</strong>,<br />

ela per<strong>de</strong> o sentido”, disse.<br />

“Vivemos uma época <strong>de</strong><br />

secularismo que reduz a realida<strong>de</strong><br />

à dimensão terrena. Para<br />

a pessoa que tem fé, a vida se<br />

transforma”, afirmou Dom Wilson.<br />

Segundo ele, o homem <strong>de</strong><br />

hoje e <strong>de</strong> sempre não é só um<br />

problema (objeto da ciência),<br />

mas também um mistério (objeto<br />

da fé). À conferência, seguiu-se<br />

animado <strong>de</strong>bate. A<br />

Neste ano, 11 seminaristas estão realizando a formação teológica<br />

Dos cerca <strong>de</strong> 55 seminaristas<br />

que estarão realizando sua<br />

formação teológica no ITESC,<br />

11 <strong>de</strong>les são da <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>. No ano passado,<br />

três concluíram o curso.<br />

Este ano, cinco iniciaram a formação<br />

teológica.<br />

O Seminário Metropolitano<br />

Nossa Senhora <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s, em<br />

Azambuja, Brusque, iniciou o<br />

ano com 29 seminaristas: 12 no<br />

Menor, voltado àqueles que estão<br />

realizando o segundo grau; e<br />

17 na Filosofia. O início do ano<br />

letivo foi em datas diferentes.<br />

No Menor foi no dia 07 e a Filo-<br />

manhã concluiu-se coma Celebração<br />

Eucarística, presidida<br />

por Dom Wilson.<br />

Segundo Pe. Vitor Feller,<br />

diretor do ITESC, a escolha <strong>de</strong><br />

Dom Vilson para a aula inaugural<br />

foi por ser um dos novos bispos<br />

do Regional Sul IV da<br />

CNBB (Santa Catarina). O ITESC<br />

iniciou o ano letivo com cerca<br />

<strong>de</strong> 60 alunos, entre seminaristas,<br />

religiosos (as), e leigos(as).<br />

Dom Wilson também presidiu<br />

a celebração <strong>de</strong> abertura<br />

<strong>Arquidiocese</strong> inicia ano<br />

com 48 seminaristas<br />

sofia no dia 14 <strong>de</strong> fevereiro.<br />

No Seminário Propedêutico<br />

“Monsenhor Valentin Loch”, em<br />

Camboriú, oito jovens ingressaram<br />

neste ano. O início das ativida<strong>de</strong>s<br />

dos jovens que já têm o<br />

segundo grau, ou formação superior,<br />

foi no dia 16 <strong>de</strong> fevereiro.<br />

“É um bom número <strong>de</strong> seminaristas,<br />

comparando com os anos<br />

anteriores”, disse Pe. Josemar<br />

Silva, reitor do Propedêutico.<br />

Ele lembrou que, neste ano,<br />

sete seminaristas que fizeram o<br />

Propedêutico no ano passado,<br />

acabam <strong>de</strong> ingressar na Filosofia,<br />

etapa seguinte da formação.<br />

Foto JA<br />

Foto A


<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>Mar</strong>ço 2011<br />

Geral<br />

Dom Murilo avalia o seu episcopado<br />

Em entrevista, ele falta dos nove anos como arcebispo da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

No dia 27 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2002, em<br />

um ritual que reuniu gran<strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> fiéis, padres e diáconos, no<br />

Ginásio <strong>de</strong> Esportes do Colégio<br />

Catarinense, Dom Murilo Krieger<br />

iniciou seu ministério na <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>. Agora,<br />

passados quase nove anos, foi nomeado<br />

para a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />

Salvador. A nova posse será no<br />

dia 25 <strong>de</strong> março, sexta, às 19h, na<br />

Catedral Basílica, no Centro Histórico<br />

da capital baiana. Em entrevista,<br />

Dom Murilo fala da visita que<br />

fez a Salvador e avalia seu<br />

pastoreio entre nós.<br />

<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> -<br />

No início <strong>de</strong> fevereiro, o senhor<br />

visitou a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> Salvador.<br />

Quais as suas impressões<br />

sobre a sua futura missão?<br />

Dom Murilo - Fiquei impressionado<br />

com o crescimento <strong>de</strong> Salvador.<br />

Nem em Balneário Camboriú<br />

se vêem tantas novas construções.<br />

Isso é sinal claro <strong>de</strong> que<br />

aquela capital continua atraindo<br />

gente do interior da Bahia e <strong>de</strong> outros<br />

Estados. Se é verda<strong>de</strong> que a<br />

cida<strong>de</strong> tem inúmeras igrejas - brincando,<br />

o povo diz que tem 365... ,<br />

elas estão na região central. Alguns<br />

blocos <strong>de</strong> edifícios abrigarão milhares<br />

<strong>de</strong> pessoas, sem que, ali por<br />

perto, seja possível adquirir terrenos<br />

para a construção <strong>de</strong> igrejas. Como<br />

dar condições a todo esse povo <strong>de</strong><br />

participar da vida comunitária? Por<br />

outro lado, tocou-me a acolhida que<br />

me <strong>de</strong>ram. Percebi que a fama que<br />

o povo <strong>de</strong> Salvador tem, <strong>de</strong> ser um<br />

povo acolhedor, é justificada.<br />

JA - O que mudou na<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

entre os anos em que o senhor<br />

foi nosso Bispo auxiliar (1985-<br />

1991) e nos anos em que foi nosso<br />

Arcebispo (2002-2011)?<br />

Dom Murilo - A maior mudança<br />

foi quanto à intensida<strong>de</strong> do trabalho.<br />

Pois, ao retornar, encontrei<br />

novos bairros, fruto não <strong>de</strong> um crescimento<br />

normal, mas do processo<br />

migratório. Por vários motivos, a região<br />

da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

continua atraindo muita gente.<br />

Não tem crescido, na mesma<br />

proporção, o número <strong>de</strong> presbíteros,<br />

<strong>de</strong> religiosos e religiosas, <strong>de</strong> seminaristas,<br />

<strong>de</strong> igrejas etc. O que tem<br />

crescido significativamente é o número<br />

<strong>de</strong> leigos e leigas que se<br />

engajam nas mais diversas frentes<br />

pastorais. Espero que, fruto <strong>de</strong>ssa<br />

<strong>de</strong>dicação pela Igreja, nasçam, nessas<br />

mesmas famílias, muitas vocações<br />

sacerdotais e religiosas.<br />

JA - A <strong>Arquidiocese</strong> cresceu<br />

28% nos últimos <strong>de</strong>z anos. Que é<br />

preciso fazer para acolher essa<br />

população, formada sobretudo<br />

por migrantes?<br />

Dom Murilo - É preciso <strong>de</strong>senvolver<br />

um senso <strong>de</strong> acolhida,<br />

da parte <strong>de</strong> todos. Quem chega,<br />

vem preocupado, inseguro. Se<br />

encontrar pessoas que os acolham,<br />

o engajamento na comunida<strong>de</strong><br />

será rápido e benéfico.<br />

JA - Nesses quase nove anos<br />

como nosso Arcebispo o senhor<br />

criou oito paróquias e uma<br />

Resultado <strong>de</strong> nove anos como nosso Arcebispo<br />

Nesses nove anos como nosso<br />

Arcebispo, muitas foram as realizações<br />

<strong>de</strong> Dom Murilo. Certamente,<br />

muitas ficarão eternizadas<br />

em nossas memórias. Aqui<br />

registramos algumas das mais<br />

significativas.<br />

- Em seu ministério, a<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

Dom Murilo foi empossado no dia 27/04/2002 no Ginásio <strong>de</strong> Esportes<br />

do Colégio Catarinense, em <strong>Florianópolis</strong>, com milhares <strong>de</strong> fiéis<br />

No dia 02 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2006, Dom Murilo presidiu a celebração<br />

que or<strong>de</strong>nou presbítero Leandro Rech. Em nove anos na<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, foram 36 or<strong>de</strong>nações diáconais e 20 presbiterais<br />

Arquivo/JA<br />

sediou o XV Congresso Eucarístico<br />

Nacional (2006);<br />

- Realizou as celebrações pelo<br />

centenário <strong>de</strong> criação da Diocese<br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> (2008);<br />

- Or<strong>de</strong>nou 36 diáconos permanentes<br />

e 20 padres;<br />

- Criou oito novas paróquias e<br />

uma capelania;<br />

- Promoveu uma reestruturação<br />

do Seminário Metropolitano<br />

Nossa Senhora <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s,<br />

em Azambuja, e o retorno, para<br />

aquele local, dos seminaristas da<br />

Filosofia;<br />

- Criou o Seminário Propedêutico<br />

“Monsenhor Valentim<br />

Loch”, em Camboriú;<br />

Arquivo/JA<br />

Duas celebrações<br />

marcam a <strong>de</strong>spedida<br />

Na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Dom<br />

Murilo se <strong>de</strong>spedir <strong>de</strong> cada paróquia,<br />

pastoral, movimento,<br />

associação, comunida<strong>de</strong> religiosa,<br />

organismo, foram programadas<br />

duas Celebrações<br />

Eucarísticas antes <strong>de</strong> sua partida<br />

para São Salvador da<br />

Bahia. As Missas serão presididas<br />

por ele e concelebradas<br />

pelos presbíteros presentes:<br />

- Dia 16 <strong>de</strong> março (quartafeira),<br />

às 20h, no Centro <strong>de</strong><br />

Evangelização Angelino Rosa,<br />

o CEAR, em Governador Celso<br />

Ramos. Com capacida<strong>de</strong> para<br />

até cinco mil pessoas sentadas<br />

e toda a infraestrutura necessária<br />

para acolher esse nú-<br />

capelania. A criação <strong>de</strong> novas<br />

comunida<strong>de</strong>s é a alternativa para<br />

melhor aten<strong>de</strong>r a fiéis?<br />

Dom Murilo - Costumo dizer,<br />

brincando, que é facílimo criar uma<br />

paróquia, pois em três ou quatro<br />

minutos se prepara o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong><br />

criação e se assina. Claro que, para<br />

se criar uma paróquia, é preciso<br />

levar em conta uma série <strong>de</strong> condições.<br />

No caso das paróquias que<br />

criei, foi muito importante que tal<br />

criação foi fruto <strong>de</strong> um trabalho das<br />

comarcas: elas é que apontaram<br />

ao Conselho Presbiteral que paróquias<br />

<strong>de</strong>veriam ser criadas.<br />

JA - Pelo tamanho da <strong>Arquidiocese</strong><br />

em extensão territorial e<br />

população, dividi-la não seria a<br />

alternativa para facilitar a aproximação<br />

com o povo?<br />

Dom Murilo - No Paraná há<br />

três dioceses com menos <strong>de</strong> duzentos<br />

mil habitantes. Nem por isso<br />

vivem uma situação i<strong>de</strong>al. O que<br />

ajudará o governo da <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> é a presença <strong>de</strong><br />

um Bispo Auxiliar. Justamente neste<br />

ano, após consultas feitas no<br />

ano passado, íamos introduzir o<br />

Vigário Episcopal, segundo proposta<br />

incentivada pelo Conselho<br />

Presbiteral. Seria nomeado um<br />

para a região <strong>de</strong> Itajaí e Brusque.<br />

Com a minha nomeação para Salvador,<br />

achei que não seria o momento<br />

indicado para isso.<br />

JA - A <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Florianópolis</strong> tem hoje 48 seminaristas,<br />

poucos, para as suas<br />

dimensões. O senhor promoveu<br />

mudanças nos seminários, que<br />

contribuíram para melhor formação.<br />

O que falta para <strong>de</strong>spertar<br />

nos jovens o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar<br />

mero <strong>de</strong> fiéis, o local é i<strong>de</strong>al<br />

para que os fiéis se <strong>de</strong>speçam<br />

<strong>de</strong> Dom Murilo;<br />

- Dia 18 <strong>de</strong> março, às<br />

19h30, na Catedral <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>,<br />

com a presença dos padres<br />

e diáconos da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Com espaço bastante reduzido,<br />

limitar-se-á o número <strong>de</strong><br />

fiéis. Nessa celebração, será<br />

<strong>de</strong>dicado o novo altar da Catedral,<br />

e Pe. Paulo <strong>de</strong> Coppi, PIME,<br />

celebrará seu Jubileu <strong>de</strong> Ouro<br />

<strong>de</strong> Or<strong>de</strong>nação Sacerdotal. Após<br />

a celebração, serão inaugurados<br />

o espaço museológico e a<br />

nova sacristia da Catedral, que<br />

faz parte do projeto <strong>de</strong> restauração,<br />

iniciado em 2005.<br />

sua vida ao serviço <strong>de</strong> Deus?<br />

Dom Murilo - A experiência<br />

<strong>de</strong> outras dioceses, e mesmo da<br />

nossa, tem-nos feito ver que, on<strong>de</strong><br />

e quando se trabalha pelas vocações,<br />

elas aparecem e se multiplicam.<br />

Nesse campo, são <strong>de</strong> importância<br />

fundamental a colaboração<br />

da família, para criar um clima<br />

vocacional, e a <strong>de</strong>dicação do<br />

pároco e dos vigários paroquiais.<br />

Não po<strong>de</strong>mos aceitar o quadro<br />

atual: paróquias excelentes, com<br />

famílias santas e jovens entusiastas,<br />

mas que passam anos e anos<br />

sem um seminarista.<br />

JA - Somos a diocese brasileira<br />

com maior número <strong>de</strong><br />

diáconos. Como o senhor avalia<br />

o trabalho realizado por eles?<br />

Dom Murilo - Hoje nem dá<br />

para imaginar a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Florianópolis</strong> sem os seus<br />

diáconos. Penso que o próximo<br />

passo em sua atuação já começou<br />

a ser dado: eles estão assumindo<br />

vários encargos diocesanos.<br />

Será bom para eles, será<br />

bom para a <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

JA - Na sua opinião, qual o<br />

maior <strong>de</strong>safio do seu sucessor?<br />

Dom Murilo - <strong>Florianópolis</strong>,<br />

por ter, como Diocese, mais <strong>de</strong><br />

cem anos; por ser capital <strong>de</strong> Estado;<br />

por atrair muita gente <strong>de</strong><br />

outras regiões do país; por ser<br />

formada por um povo dinâmico<br />

etc., é uma <strong>Arquidiocese</strong> exigente.<br />

É complexa, não complicada...<br />

Complexa pelo tamanho <strong>de</strong> sua<br />

população, pelo contínuo crescimento<br />

industrial, comercial e portuário,<br />

pelas exigências do trabalho<br />

evangelizador etc. De uma<br />

coisa tenho certeza: meu sucessor<br />

terá trabalho, muito trabalho.<br />

9


10 Ação Social<br />

ASA realiza encontro com ações sociais paroquiais<br />

Durante encontro, participantes representando 12 Ações Sociais <strong>de</strong>bateram novas formas <strong>de</strong> atuação<br />

Na tar<strong>de</strong> do dia 17 <strong>de</strong> fevereiro<br />

<strong>de</strong> 2011, 12 ações sociais<br />

filiadas à Ação Social Arquidiocesana<br />

– ASA, participaram <strong>de</strong> um<br />

encontro para conhecer a proposta<br />

<strong>de</strong> Desenvolvimento e Organização<br />

Comunitária.<br />

A proposta apresentada é fruto<br />

do amadurecimento do processo<br />

<strong>de</strong> assessoria e acompanhamento<br />

às ações sociais paroquiais<br />

nos últimos cinco anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

formalização <strong>de</strong>ssas entida<strong>de</strong>s<br />

como membros da ASA. Nesse processo,<br />

foram realizados dois diagnósticos<br />

que i<strong>de</strong>ntificaram a realida<strong>de</strong><br />

das ações sociais, além da<br />

construção do Planejamento Estratégico<br />

da ASA para os próximos cinco<br />

anos. Verificou-se que o processo<br />

<strong>de</strong> acompanhamento das ações<br />

sociais <strong>de</strong>ve respeitar os níveis <strong>de</strong><br />

organização <strong>de</strong> cada entida<strong>de</strong>.<br />

A base <strong>de</strong>sta proposta é o fortalecimento<br />

das Re<strong>de</strong>s Locais, tendo<br />

como tarefa a integração das<br />

ações em <strong>de</strong>terminada comunida<strong>de</strong><br />

e o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> iniciativas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento comprometido<br />

com o protagonismo e<br />

a organização <strong>de</strong> seus moradores,<br />

especialmente aqueles em maior<br />

vulnerabilida<strong>de</strong> social.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento comunitário<br />

proposto anseia pela conquista<br />

<strong>de</strong> melhores condições <strong>de</strong> vida nas<br />

comunida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> forma integral.<br />

Para isso, não basta acrescentar<br />

bens e serviços públicos, ou mesmo<br />

criar alternativas <strong>de</strong> trabalho e<br />

renda. É necessário criar processos<br />

sociais que transformem os sujeitos<br />

envolvidos, fortalecendo seu<br />

sentimento <strong>de</strong> pertença à comunida<strong>de</strong><br />

em que vivem.<br />

Para dar seqüência ao <strong>de</strong>bate,<br />

cada ação social realizará discussão<br />

com sua diretoria e <strong>de</strong>finirá<br />

sobre a a<strong>de</strong>são ou não à proposta.<br />

No dia 10 <strong>de</strong> março haverá uma<br />

nova reunião para a <strong>de</strong>finição dos<br />

próximos passos do programa.<br />

Formação para dirigentes das Ações Sociais<br />

Durante encontro, eles apren<strong>de</strong>rão sobre as a<strong>de</strong>quação das ações sociais<br />

paroquiais às normativas da Política Nacional <strong>de</strong> Assistência Social<br />

A Assistência Social, enquanto<br />

política pública <strong>de</strong> direito dos<br />

cidadãos, política à qual as Ações<br />

Sociais estão vinculadas, tem<br />

passado por uma trajetória <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s mudanças, nos últimos<br />

anos. Vive-se um momento especial<br />

para a sua consolidação<br />

como política <strong>de</strong> proteção social,<br />

no âmbito da segurida<strong>de</strong> social e<br />

como política <strong>de</strong> Estado.<br />

Em 2004 foi elaborada a nova<br />

Política Nacional da Assistência<br />

Social (PNAS) e o Sistema Único<br />

da Assistência Social (SUAS), com<br />

intensa contribuição da socieda<strong>de</strong>.<br />

Em continuida<strong>de</strong>, foi construída<br />

a Norma Operacional Básica<br />

reguladora do SUAS (NOB-SUAS),<br />

o Plano Nacional Decenal: “SUAS-<br />

Plano 10”, além <strong>de</strong> vários <strong>de</strong>cretos<br />

e resoluções com o objetivo<br />

<strong>de</strong> regulamentar as questões ligadas<br />

a essa Política Pública.<br />

Em 2009, o Conselho Nacional<br />

<strong>de</strong> Assistência Social- CNAS,<br />

através da Resolução nº 109,<br />

aprovou a Tipificação Nacional<br />

dos Serviços Socioassistenciais,<br />

organizando-os a partir dos níveis<br />

<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>: Proteção<br />

Social Básica e Proteção Social<br />

Especial <strong>de</strong> Média e Alta Complexida<strong>de</strong>.<br />

Des<strong>de</strong> 2008, a ASA tem <strong>de</strong>senvolvido<br />

<strong>de</strong>bates e formação<br />

específica sobre a PNAS, suas<br />

normativas e em especial as novas<br />

exigências para a<strong>de</strong>quação<br />

dos serviços <strong>de</strong>senvolvidos pelas<br />

entida<strong>de</strong>s, para que pu<strong>de</strong>ssem<br />

ser reafirmadas enquanto entida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Assistência Social. Contudo,<br />

o CNAS, bem como os Conselhos<br />

Municipais, ainda não tinha<br />

<strong>de</strong>finido os parâmetros e prazos<br />

para essa a<strong>de</strong>quação. Em maio<br />

<strong>de</strong> 2010, o Conselho Nacional regulamentou,<br />

por resolução, esses<br />

parâmetros.<br />

Portanto, as entida<strong>de</strong>s não<br />

po<strong>de</strong>m mais obter o registro junto<br />

aos CMAS, se estiverem em<br />

<strong>de</strong>sacordo com as normativas<br />

que orientam a PNAS. Sem o registro<br />

no referido Conselho, as<br />

entida<strong>de</strong>s não obterão recursos<br />

através <strong>de</strong> convênios, subvenções<br />

e outras fontes oficiais para<br />

execução <strong>de</strong> seus projetos.<br />

Para discutir esses e outros<br />

aspectos, e estruturar um cronograma<br />

para o reor<strong>de</strong>namento das<br />

entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Assistência Social,<br />

a ASA realizará uma tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos<br />

com os dirigentes das<br />

Ações Sociais conforme segue:<br />

Região Data Local Horário Quem Participa<br />

NORTE 29/03/11<br />

SUL 31/03/11<br />

Itajaí - Paróquia<br />

São João<br />

Estreito -<br />

Paróquia NSra.<br />

<strong>de</strong> Fátima<br />

13h30 às<br />

17h30min<br />

- Coor<strong>de</strong>nador/a ou<br />

Presi<strong>de</strong>nte;<br />

- Animador, articulador<br />

dos trabalhos sociais.<br />

Em 2009, a ASA promoveu encontro <strong>de</strong> formação para o Clero<br />

A Ação Social Arquidiocesana<br />

(ASA) é entida<strong>de</strong><br />

filiada à Cáritas Brasileira<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005, comungando<br />

com seus objetivos<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das suas ações. Assumindo<br />

seu compromisso e em<br />

parceria com a Cáritas<br />

Brasileira Regional Santa<br />

Catarina, a ASA realizará<br />

Formação para Conselheiros,<br />

dando continuida<strong>de</strong> a<br />

um processo formativo<br />

que já acontece <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2008, on<strong>de</strong> ampliou o <strong>de</strong>bate<br />

com sua Re<strong>de</strong> sobre<br />

as Políticas Públicas e a<br />

participação nos espaços<br />

<strong>de</strong> controle social.<br />

A formação tem por objetivo<br />

qualificar a representação da socieda<strong>de</strong><br />

civil nos espaços <strong>de</strong> controle<br />

social, já que os Conselhos<br />

têm por competência <strong>de</strong>liberar<br />

sobre as políticas públicas,<br />

normatizar e regular a prestação<br />

<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> natureza pública e<br />

privada, apreciar e aprovar propostas<br />

orçamentárias, entre outras.<br />

A temática será <strong>de</strong>senvolvida<br />

em 4 Módulos, sendo eles: Estado<br />

e Governo, Democracia, Direitos<br />

e Cidadania (história do Brasil;<br />

direitos civis, políticos e sociais;<br />

cidadania; <strong>de</strong>mocracia);<br />

Movimentos Sociais, Socieda<strong>de</strong><br />

Civil e Políticas Públicas (papel da<br />

socieda<strong>de</strong> civil, políticas públicas);<br />

Controle Social e Conselhos<br />

<strong>Mar</strong>ço 2011 <strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />

Encontro reuniu os representantes da Ações Sociais na Paróquia Santo Antônio, em São José<br />

Divulgação/JA<br />

Foto JA<br />

Re<strong>de</strong> ASA nos espaços <strong>de</strong><br />

Participação e Controle Social<br />

Divulgação/JA<br />

Li<strong>de</strong>ranças participam <strong>de</strong> curso para<br />

formação <strong>de</strong> dirigentes<br />

Sociais (conceito, papel, mecanismos,<br />

participação popular,<br />

conselhos setoriais); e Debate<br />

sobre política específica (assistência<br />

social, saú<strong>de</strong>, educação,<br />

criança e adolescente, etc). Serão<br />

50 vagas, dando priorida<strong>de</strong><br />

para as Ações Sociais que já possuem<br />

representação nos Conselhos<br />

<strong>de</strong> Políticas Públicas.<br />

A primeira etapa acontecerá<br />

em 17/03/2011, quinta, das<br />

08h30 às 17h30min, na paróquia<br />

São João Evangelista em<br />

Biguaçu. A data e horário dos outros<br />

módulos serão <strong>de</strong>finidos entre<br />

os participantes.<br />

Esperamos contar com a participação<br />

da Re<strong>de</strong> ASA e contribuir<br />

efetivamente com a Política<br />

Pública <strong>de</strong> Assistência Social.


<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>Mar</strong>ço 2011<br />

CEBs dão dignida<strong>de</strong> a moradores <strong>de</strong> rua<br />

Doação <strong>de</strong> comida supre a primeira necessida<strong>de</strong> e é um passo para as próximas conquistas<br />

Vitor Sandi, 40 anos, era um<br />

promissor fotógrafo <strong>de</strong> Porto Alegre.<br />

Profissional da área há 22<br />

anos, tinha estúdio e uma boa clientela.<br />

Trabalhava muito e ganhava<br />

bem. Não tinha do que reclamar<br />

da vida. O problema é que,<br />

com o dinheiro, vieram as más<br />

companhias. E com elas, as drogas.<br />

Foi enfeitiçado.<br />

Por causa das drogas, per<strong>de</strong>u<br />

o estúdio, a clientela e os<br />

amigos. Passou a morar na rua.<br />

Há três anos veio para<br />

<strong>Florianópolis</strong> morar na casa <strong>de</strong><br />

parentes. Não teve jeito. As drogas<br />

falaram mais alto. Sustenta<br />

o seu vício fazendo pequenos<br />

bicos <strong>de</strong> fotógrafo com a sua<br />

inseparável Nikon, com a qual<br />

sustenta o seu vício.<br />

A história <strong>de</strong> Vitor é uma entre<br />

as mais <strong>de</strong> 120 pessoas que<br />

moram nas ruas <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>.<br />

A maioria <strong>de</strong>las, vítimas<br />

das drogas. São pessoas que<br />

durante a semana se viram pedindo<br />

dinheiro para os transeuntes<br />

ou comida nos restaurantes.<br />

Mas que aos domingos não têm<br />

o que comer, já que o centro da<br />

cida<strong>de</strong> pára.<br />

Percebendo essa triste realida<strong>de</strong>,<br />

a Comunida<strong>de</strong> Eclesial<br />

<strong>de</strong> Base (CEB) do Monte<br />

Serrat, no Centro, <strong>de</strong>cidiu fazer<br />

algo para modificá-la. Foi assim<br />

que, há cerca <strong>de</strong> três anos, passaram<br />

fazer a doação <strong>de</strong> almoços<br />

aos domingos. O trabalho é<br />

realizado por duas equipes: uma<br />

prepara os alimentos e outra faz<br />

a distribuição.<br />

<strong>Mar</strong>ia Cardoso Varela é<br />

uma das voluntárias na preparação<br />

da comida. Ela tem participação<br />

ativa na igreja. Quando soube<br />

da proposta, se voluntariou. “Dar<br />

dinheiro, não é certo. Um prato <strong>de</strong><br />

comida sempre é bom”, disse, no<br />

alto da sua simplicida<strong>de</strong>.<br />

A cada semana é preparado<br />

um cardápio diferente. Risoto,<br />

estrogonofe, macarronada, todos<br />

<strong>de</strong> carne ou <strong>de</strong> frango. Há a preocupação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o mais molhado<br />

possível e com a carne bem<br />

picada. “Muitos <strong>de</strong>les têm a <strong>de</strong>ntição<br />

bastante prejudicada, o que<br />

dificulta o mastigar”, informou<br />

Sônia <strong>Mar</strong>ia <strong>de</strong> Jesus Barbosa,<br />

outra voluntária no preparo<br />

da comida.<br />

Os alimentos vêm <strong>de</strong> doadores<br />

e são preparados na se<strong>de</strong> do<br />

Centro Cultural Escrava Anastácia,<br />

no Monte Serrat. Crianças da<br />

comunida<strong>de</strong> também realizam<br />

gincanas no <strong>de</strong>correr do ano e o<br />

dinheiro arrecadado ajuda na<br />

compra da carne.<br />

Além <strong>de</strong> um prato <strong>de</strong> comida,<br />

todos os moradores <strong>de</strong> rua recebem<br />

um copo <strong>de</strong> suco ou refrige-<br />

rante, e sobremesa (frutas ou iogurte).<br />

A equipe <strong>de</strong> distribuição<br />

também fica encarregada <strong>de</strong>ssa<br />

parte do trabalho.<br />

Dignida<strong>de</strong><br />

Inicialmente a distribuição era<br />

realizada na Praça XV. Depois,<br />

passou a ser nas escadarias da<br />

Catedral, agora ocupa o salão paroquial.<br />

“Aqui, eles po<strong>de</strong>m lavar<br />

as mãos, sentar-se e comer com<br />

dignida<strong>de</strong>”, disse Pe. Vilson<br />

Groh, um dos gran<strong>de</strong>s incentivadores<br />

do trabalho.<br />

Antes da refeição, todos ficam<br />

comportadamente em silêncio e<br />

fazem oração. Algumas vezes,<br />

um voluntário faz a leitura <strong>de</strong> algum<br />

texto motivacional. Depois,<br />

em fila, um a um recebe o seu<br />

prato <strong>de</strong> comida. Em média são<br />

atendidas 65 pessoas por almoços,<br />

com direito a repetir.<br />

Para Cláudio Luiz Sales<br />

Pache, um dos voluntários na<br />

distribuição, os participantes do<br />

projeto têm ciência <strong>de</strong> que dar a<br />

comida não é tudo. “É a primeira<br />

necessida<strong>de</strong>. Suprindo essa,<br />

po<strong>de</strong>-se buscar outras coisas”,<br />

disse. Segundo ele, aos domingos,<br />

nem os pombos têm o que<br />

comer no centro <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>.<br />

GBF<br />

11<br />

Fichamento,<br />

associação e albergue<br />

Como passo seguinte ao trabalho<br />

<strong>de</strong> distribuição dos alimentos,<br />

a CEB do Monte Serrat preten<strong>de</strong><br />

realizar um fichamento <strong>de</strong><br />

todos eles. Posteriormente, será<br />

criada uma associação <strong>de</strong> moradores<br />

<strong>de</strong> rua e busca-se um espaço<br />

para abrir albergue.<br />

Já foram realizados contatos<br />

com a Prefeitura <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

em vista da cessão <strong>de</strong> espaço<br />

para o albergue e estão em negociação.<br />

“Além <strong>de</strong> um local para<br />

que comam, tomem banho e durmam<br />

dignamente, a proposta é<br />

que seja um espaço <strong>de</strong> passagem,<br />

formação profissional, acolhida<br />

e recuperação da dignida<strong>de</strong>”,<br />

disse Pe. Vilson.<br />

Entre os moradores <strong>de</strong> rua, há<br />

muitos profissionais qualificados:<br />

artesãos, advogados, veterinários,<br />

profissionais da construção civil.<br />

Mas como Vitor, foram seduzidos<br />

pelas drogas. São pessoas que, se<br />

tiverem uma oportunida<strong>de</strong>, certamente<br />

vão se reerguer e se tornar<br />

cidadãos <strong>de</strong>centes e produtivos<br />

para a socieda<strong>de</strong>.<br />

Os interessados em obter mais<br />

informações ou contribuir com o<br />

Projeto po<strong>de</strong>m entrar em contato<br />

pelo fone (48) 3224-1151.<br />

As conquistas dos GBFs na <strong>Arquidiocese</strong><br />

Trabalho da equipe <strong>de</strong> redação foi <strong>de</strong>cisivo para o crescimento que os grupos tiveram nos últimos anos<br />

Os Grupos Bíblicos em Família<br />

– GBFs, são hoje uma gran<strong>de</strong> força<br />

da Igreja na <strong>Arquidiocese</strong>. Estão<br />

presentes em todas as 70 paróquias,<br />

com cerca <strong>de</strong> 2.500 grupos<br />

e <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas<br />

que semanalmente se reúnem<br />

para refletir sobre a Bíblia na vida.<br />

Eles utilizam como subsídio<br />

os livretes que a equipe <strong>de</strong> redação<br />

produz anualmente. Um,<br />

para cada um dos três tempos<br />

litúrgicos. A história <strong>de</strong> sucesso<br />

dos GBFs é recente e se <strong>de</strong>ve,<br />

sobretudo, graças ao trabalho<br />

<strong>de</strong>ssa equipe.<br />

São pessoas com histórico <strong>de</strong><br />

caminhada na Igreja, com formação,<br />

e que emprestam seus dons<br />

para elaborar os subsídios. Voluntariamente<br />

eles(as) se reúnem<br />

todas as tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> quinta-feira<br />

para <strong>de</strong>finir os temas, elaborar os<br />

encontros e corrigir o material<br />

que <strong>de</strong>pois será editado, impresso<br />

e distribuído.<br />

Os grupos já tiveram várias fa-<br />

ses e nomes. Aqui, existem <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a década <strong>de</strong> 60. Eram formados<br />

por membros <strong>de</strong> associações,<br />

movimentos ou pastorais, que se<br />

reuniam para refletir sobre a Bíblia,<br />

“círculos bíblicos”. “Utilizávamos<br />

como subsídio o evangelho<br />

do fim <strong>de</strong> semana, ou algum<br />

material que vinha <strong>de</strong> fora”, lem-<br />

bra Jupira Silva da Costa.<br />

A partir <strong>de</strong> 1996, com o Projeto<br />

<strong>de</strong> Evangelização “Rumo ao<br />

Novo Milênio”, foi constituída uma<br />

equipe que passou a elaborar os<br />

livretes para os encontros <strong>de</strong> Natal<br />

e do Tempo Comum. “Nessa<br />

época eles foram adotados pela<br />

gran<strong>de</strong> maioria dos grupos exis-<br />

Equipe <strong>de</strong> redação dos GBF se reúne todas as semanas, quando<br />

<strong>de</strong>finem os temas, elaboram os encontros e corrigem o material<br />

Em fila e organizados, cada um recebe o seu prato <strong>de</strong> comida. Por<br />

domingo, em média, 65 pessoas são atendidas pelo projeto<br />

tentes na <strong>Arquidiocese</strong>”, lembra<br />

<strong>Mar</strong>ia Angelina da Silva.<br />

Priorida<strong>de</strong> Pastoral<br />

Percebendo a importância dos<br />

Grupos Bíblicos em Família, eles<br />

passaram a ser assumidos como<br />

verda<strong>de</strong>ira priorida<strong>de</strong> pastoral<br />

a partir <strong>de</strong> 1999. A Coor<strong>de</strong>nação<br />

Arquidiocesana <strong>de</strong> Pastoral assumiu<br />

o trabalho e passou-se a ter<br />

uma pessoa liberada para coor<strong>de</strong>nar<br />

a equipe, organizar encontros<br />

comarcais e arquidiocesanos,<br />

e promover formações.<br />

Até 2005, eles eram conhecidos<br />

como Grupos <strong>de</strong> Reflexão.<br />

Mas, em Assembleia Arquidiocesana,<br />

foi aprovada a mudança<br />

para Grupos Bíblicos em Família<br />

(GBF). A proposta pretendia<br />

e preten<strong>de</strong> enfatizar a<br />

centralida<strong>de</strong> da Bíblia e o espírito<br />

<strong>de</strong> família dos grupos.<br />

Segundo <strong>Mar</strong>ia Glória da<br />

Silva Luz, os GBF ganharam impulso<br />

quando a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong><br />

Foto JA<br />

Pastoral os assumiu como priorida<strong>de</strong><br />

da <strong>Arquidiocese</strong> “com uma<br />

equipe <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação, uma pessoa<br />

liberada, página no <strong>Jornal</strong> da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> e programa na Rádio<br />

Cultura, tudo contribuindo para<br />

o seu crescimento”, acredita.<br />

Para Silvia Togneri, membro<br />

da equipe, além <strong>de</strong> ser um material<br />

que ajuda as pessoas a refletir e<br />

a rezar os textos bíblicos, os livretes<br />

criam laços e firmam os participantes<br />

em suas comunida<strong>de</strong>s. “Unidas<br />

e integradas, as pessoas passam<br />

a perceber os problemas da sua<br />

comunida<strong>de</strong> e dos outros, participantes<br />

ou não dos grupos, e buscam<br />

resolvê-los”, explicou.<br />

Para o Diácono Wilson Fábio<br />

<strong>de</strong> Castro, a partir dos Grupos<br />

Bíblicos em Família, surgem<br />

muitas li<strong>de</strong>ranças. “Nos encontros,<br />

elas criam gosto pela leitura<br />

da Bíblia, têm consciência da sua<br />

fé e assumem o seu papel como<br />

cristãos e cidadãos na socieda<strong>de</strong>”,<br />

disse.


12 Artigos<br />

Fre<strong>de</strong>rico Hobold nasceu<br />

em São Ludgero em 28 <strong>de</strong> março<br />

<strong>de</strong> 1916, filho <strong>de</strong> Bernardo Hobold<br />

e Cecília Locks Hobold. Aluno do<br />

Seminário <strong>de</strong> Azambuja, turma<br />

1927, foi or<strong>de</strong>nado presbítero em<br />

31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1939, na Catedral<br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>.<br />

Passou o ano <strong>de</strong> 1940 como<br />

vigário paroquial <strong>de</strong> Sombrio. Em<br />

10 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1941 foi<br />

provisionado vigário paroquial da<br />

Catedral <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> e Oficial<br />

da Cúria, permanecendo na<br />

capital até a morte, ligado à Catedral<br />

e à Cúria Metropolitana.<br />

Em 10 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1942 acumula<br />

o trabalho <strong>de</strong> Secretário do<br />

Arcebispado <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>.<br />

Tem início a série <strong>de</strong> nomeações<br />

que o levam ao centro da vida<br />

arquidiocesana: sereno, obediente<br />

e fiel, foi o homem certo para<br />

o rigor e zelo do arcebispo Dom<br />

Joaquim Domingues <strong>de</strong> Oliveira,<br />

e ponte entre esse e o Clero. Fez<br />

jus à confiança nele <strong>de</strong>positada.<br />

Atuação em<br />

<strong>Florianópolis</strong><br />

De 28 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1946<br />

a 1966 passou a ser o centro da<br />

vida católica em <strong>Florianópolis</strong>,<br />

com sua nomeação a Cura da<br />

Catedral. Num trabalho <strong>de</strong> 20<br />

anos, seu nome foi sinônimo <strong>de</strong><br />

Catedral: seus modos finos, bela<br />

estatura, voz harmoniosa, trato<br />

educado, o fizeram amado e respeitado<br />

por todos. A partir <strong>de</strong><br />

Nós, batistas brasileiros, reunidos<br />

na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Niterói (RJ),<br />

em janeiro <strong>de</strong> 2011<br />

CREMOS que o Universo e o<br />

ser humano foram criados por<br />

Deus para a sua glória; a vida e o<br />

Universo, em todos os sentidos,<br />

foram dados ao ser humano<br />

como um presente <strong>de</strong> Deus; o<br />

Universo foi dado ao ser humano<br />

para a sua morada, sustento e<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua<br />

história <strong>de</strong> vida; o ser humano foi<br />

criado como um ser livre, mas,<br />

ao mesmo tempo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da soberania <strong>de</strong> Deus; Deus <strong>de</strong>legou<br />

ao ser humano a gestão<br />

sábia, criativa e sustentável <strong>de</strong><br />

sua vida e da natureza; <strong>de</strong>pois<br />

da queda e rebeldia após a criação,<br />

o ser humano <strong>de</strong>svirtuou-se<br />

dos propósitos divinos da criação<br />

e passou a gerir sem sabedoria a<br />

sua vida e a natureza, sem se<br />

preocupar com a sua sustentabilida<strong>de</strong>;<br />

cremos que o Evange-<br />

1966 passou a residir na<br />

residência arquiepiscopal,<br />

pois até essa data a Cúria<br />

metropolitana funcionava<br />

nas <strong>de</strong>pendências da Catedral.<br />

Privava da confiança<br />

irrestrita <strong>de</strong> Dom Joaquim<br />

e sabia on<strong>de</strong> pisava em<br />

cada situação. Para as<br />

pesquisas na história da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, no tocante<br />

às cartas <strong>de</strong> Dom Joaquim,<br />

<strong>de</strong>ve-se ter presente:<br />

há cartas que Dom Joaquim<br />

escreve e assina;<br />

cartas que escreve e o Vigário<br />

Geral assina; cartas<br />

que ele escreve e algum<br />

padre que passa por lá<br />

assina sob o nome <strong>de</strong> secretário<br />

substituto. Dependia<br />

do assunto e da dureza<br />

do tom.<br />

Com tantos cargos, as honrarias<br />

também <strong>de</strong>viam ser multiplicadas,<br />

sinal da confiança do Arcebispo:<br />

em 16 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong><br />

1951 – Monsenhor Camareiro<br />

Secreto, com bula assinada por<br />

J. Baptista Montini, Substituto da<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado (<strong>de</strong>pois<br />

papa Paulo VI); em 19 <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 1955 – Monsenhor Prelado<br />

Doméstico (hoje Prelado <strong>de</strong><br />

Honra <strong>de</strong> Sua Santida<strong>de</strong>); em 15<br />

<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1962 – Monsenhor<br />

Protonotário Apostólico. A capital<br />

catarinense também o homenageia:<br />

em 23 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

lho <strong>de</strong> Jesus Cristo traz não somente<br />

a restauração espiritual do<br />

ser humano, mas uma nova vida<br />

e esperança à humanida<strong>de</strong>; e<br />

que os i<strong>de</strong>ais do Evangelho <strong>de</strong><br />

Jesus Cristo recuperam os i<strong>de</strong>ais<br />

originais da criação, reconciliando-a<br />

com o Criador.<br />

Nesse sentido, DECLARAMOS<br />

que, ao longo da história, o ser<br />

humano ultrapassou os limites da<br />

gestão sustentável da natureza e<br />

que, por conta <strong>de</strong>ssa atitu<strong>de</strong>, o<br />

Planeta Terra está em perigo; já<br />

não é possível mais o ser humano<br />

continuar a ser um consumidor<br />

da realida<strong>de</strong>, da vida e do Planeta<br />

Terra; os dilemas ambientais<br />

e ecológicos não afetam apenas<br />

o cosmo, mas também a nature-<br />

Centenário entenário<br />

1964 recebe o título <strong>de</strong> Cidadão<br />

Honorário <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>.<br />

A Ação Católica e a<br />

renovação da Igreja<br />

O final da década <strong>de</strong> 50 do<br />

século passado foi marcado por<br />

uma ímpar efervescência pastoral,<br />

impulsionada pela Ação Católica,<br />

máxime pela JOC e JUC.<br />

<strong>Florianópolis</strong> tornara-se centro<br />

universitário e uma nova juventu<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> formação e entusiasmo<br />

católicos, queria oferecer sua<br />

colaboração. Em 1960 surgiu um<br />

conflito com a Ação Católica, especialmente<br />

a JUC – Juventu<strong>de</strong><br />

Ecumenismo<br />

Ecumenismo<br />

za humana e, nesse sentido, o ser<br />

humano como um micro-cosmo<br />

também tem prejudicado a sua<br />

saú<strong>de</strong> física, mental-emocional,<br />

social e espiritual, pelo inconsequente<br />

e imediatista estilo <strong>de</strong> vida<br />

adotado; os cristãos, em geral,<br />

têm-se preocupado mais com a<br />

re<strong>de</strong>nção espiritual do ser humano,<br />

nem sempre consi<strong>de</strong>rando o<br />

ser humano e a vida em todos os<br />

seus aspectos.<br />

Por fim, CONCLAMAMOS que<br />

os cristãos <strong>de</strong> toda a Terra busquem<br />

compreen<strong>de</strong>r que o Evangelho<br />

todo é para todo ser humano<br />

e para o ser humano todo, incluindo<br />

a sustentabilida<strong>de</strong> da<br />

vida humana e da natureza; cada<br />

ser humano assuma o compro-<br />

Universitária. Nem Dom<br />

Joaquim, nem Monsenhor<br />

estavam preparados para<br />

enten<strong>de</strong>r o espírito da<br />

Ação Católica, trabalho<br />

dos leigos sob a égi<strong>de</strong><br />

episcopal.<br />

A polêmica chegou aos<br />

jornais, nomeadamente A<br />

GAZETA. Em 23 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 1960 Márnio Fortes<br />

<strong>de</strong> Barros, estudante<br />

da UFSC e membro da<br />

Equipe Regional Sul <strong>de</strong><br />

JUC, escreve uma carta<br />

aberta, na qual, entre outras<br />

afirmações, <strong>de</strong>nuncia:<br />

“Nestes lados do mar,<br />

uma gran<strong>de</strong> parte da Igreja<br />

burocratizou-se. Tornouse<br />

“bem”... E é por isso que<br />

certas verda<strong>de</strong>s doem”.<br />

Um dos redatores do jornal,<br />

também ele da JUC, assim<br />

conclui a apresentação da carta:<br />

“Ficaremos com a ação, trabalhando<br />

no meio universitário em<br />

prol <strong>de</strong> Cristo e da Igreja. Porque<br />

sabemos distinguir entre Igreja e<br />

Homens da Igreja”.<br />

Padre amigo e fiel<br />

À primeira vista, o porte majestoso<br />

e o título <strong>de</strong> “Monsenhor”<br />

passavam a imagem <strong>de</strong> um homem<br />

duro, burocrático, inacessível.<br />

Não era verda<strong>de</strong>. Monsenhor<br />

era um homem simples, que não<br />

se <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong>vorar pelos cargos<br />

que ocupou. O centro <strong>de</strong> sua vida<br />

misso <strong>de</strong> cuidar com sabedoria,<br />

criativida<strong>de</strong> e sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua vida, <strong>de</strong> seus relacionamentos<br />

e da natureza; os empresários<br />

assumam o compromisso <strong>de</strong><br />

participar da preservação do ambiente<br />

em seus mais variados aspectos<br />

- social, ecológico, distribuição<br />

justa <strong>de</strong> bens e oportunida<strong>de</strong>s<br />

para todos; os empreendimentos<br />

imobiliários sejam planejados<br />

e executados <strong>de</strong> modo a<br />

preservar o meio ambiente e a<br />

transformar o Planeta Terra numa<br />

habitação segura para a vida humana;<br />

que a educação ambiental<br />

e para a vida seja incluída na formação<br />

do sujeito histórico <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a sua infância em nossa Nação;<br />

as autorida<strong>de</strong>s governamentais,<br />

<strong>Mar</strong>ço 2011 <strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />

Monsenhor Fre<strong>de</strong>rico Hobold – Lealda<strong>de</strong> e Fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />

Mons. Fre<strong>de</strong>rico Hobold -<br />

servidor fiel<br />

Batistas se comprometem com proteção do planeta<br />

Durante a 91ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira<br />

(CBB), os batistas brasileiros aprovaram a “Carta <strong>de</strong><br />

Niterói”, documento por meio do qual assumem uma posição<br />

clara em prol da preservação da criação <strong>de</strong> Deus.<br />

Divulgação/JA<br />

foi a Igreja e a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> ao Arcebispo.<br />

Evi<strong>de</strong>nte que as “novida<strong>de</strong>s”<br />

do Concílio, e o espírito <strong>de</strong><br />

contestação que ingressava na<br />

vida eclesial, o <strong>de</strong>ixavam magoado.<br />

Fora acostumado a obe<strong>de</strong>cer<br />

e a respeitar e, agora, até seminaristas<br />

criticavam a Igreja.<br />

Em 3 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1965 foi<br />

solenemente celebrado seu Jubileu<br />

<strong>de</strong> Prata presbiteral com<br />

solene Missa na Catedral. Dom<br />

Joaquim homenageou o amigo<br />

com entusiástico Sermão<br />

Gratulatório, publicado na íntegra<br />

na imprensa local (cf. A GAZETA,<br />

24 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1965).<br />

O que aconteceu em 12 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 1970 foi verda<strong>de</strong>ira tragédia:<br />

Monsenhor não se levantou<br />

à hora costumeira. Desconfiados,<br />

forçaram a porta do quarto<br />

e o encontraram morto. Infarto<br />

fulminante, que o colheu com<br />

apenas 54 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Monsenhor Fre<strong>de</strong>rico Hobold<br />

foi sepultado no Cemitério da Irmanda<strong>de</strong><br />

do Senhor dos Passos<br />

e, anos <strong>de</strong>pois, seus restos mortais<br />

foram levados para São<br />

Ludgero, sua terra natal. A história<br />

da Igreja na arquidiocese <strong>de</strong><br />

<strong>Florianópolis</strong> muito <strong>de</strong>ve a esse<br />

padre leal, fiel, trabalhador, que<br />

foi Mons. Fre<strong>de</strong>rico Hobold. Um<br />

padre <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />

Pe. José Artulino Besen<br />

(acesse o texto na íntegra no blog:<br />

pebesen.wordpress.com)<br />

em todos os níveis, lutem contra<br />

a inépcia, a corrupção, o imediatismo,<br />

estabelecendo legislação<br />

sábia, séria e respeitosa à vida<br />

humana, à preservação e ocupação<br />

do meio ambiente; as autorida<strong>de</strong>s<br />

assumam com serieda<strong>de</strong><br />

o papel <strong>de</strong> agente fiscalizador do<br />

uso sustentável da natureza <strong>de</strong><br />

modo a preservar também a vida<br />

humana, evitando assim os <strong>de</strong>sastres<br />

ambientais como os que<br />

ultimamente temos sofrido.<br />

Tudo isso para que conquistemos<br />

a VIDA PLENA e salvemos<br />

o MEIO AMBIENTE.<br />

Niterói (RJ), 91ª Assembleia<br />

da Convenção Batista Brasileira,<br />

25 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2011.<br />

Comissão da Carta <strong>de</strong> Niterói:<br />

Mere Márcia Prado Bello, Norton<br />

Riker Lages, Lourenço Stelio<br />

Rega (relator)<br />

Fonte: vidaemeioambiente.<br />

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<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>Mar</strong>ço 2011<br />

Missão<br />

Aspectos Culturais e Religiosos do Japão<br />

Pe. Francisco Gomes fala da mística da terra do sol nascente, on<strong>de</strong> viveu por quatro anos<br />

Os costumes locais e a situação<br />

dos estrangeiros e brasileiros<br />

resi<strong>de</strong>ntes no Japão, bem como o<br />

trabalho missionário junto a eles:<br />

este é o relato do Pe. Francisco<br />

Gomes, missionário do Pontifício<br />

Instituto Missões Exteriores –<br />

PIME, diretor do <strong>Jornal</strong> Missão Jovem,<br />

para o <strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Ele viveu no país por<br />

quatro anos e estudou sua cultura<br />

e idioma.<br />

<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> -<br />

Fale-nos um pouco das diferenças<br />

religiosas e culturais que<br />

você encontrou.<br />

Pe. Francisco - A cultura japonesa,<br />

por ser milenar, é<br />

riquíssima. Aprendi a gostar dos<br />

MATSURI, os festivais, espalhados<br />

por quase todas as cida<strong>de</strong>s.<br />

Alguns festejam a cultura, a natureza;<br />

outros, pe<strong>de</strong>m graças e<br />

proteção contra males, doenças<br />

etc. Participei <strong>de</strong> um, em<br />

Nagayama, que surgiu com a primeira<br />

visita do Imperador àquela<br />

cida<strong>de</strong>. Mil mulheres <strong>de</strong><br />

quimono, com um tipo <strong>de</strong> chapéu<br />

com lanterna acesa na cabeça,<br />

dançando, acolhem o Imperador.<br />

A origem <strong>de</strong> cada matsuri varia<br />

<strong>de</strong> lugar para lugar. Por exemplo,<br />

o <strong>de</strong> Kyoto, um dos mais famosos<br />

e antigos, nasceu <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mia. O povo criou o<br />

matsuri, pedindo às divinda<strong>de</strong>s<br />

que eliminassem a epi<strong>de</strong>mia e<br />

lhe trouxessem saú<strong>de</strong> e prosperida<strong>de</strong>.<br />

Outro aspecto cultural é a<br />

famosa timi<strong>de</strong>z do japonês, que,<br />

por exemplo, jamais esten<strong>de</strong> a<br />

mão nos cumprimentos, mas faz<br />

uma leve reverência com a cabeça<br />

em sinal <strong>de</strong> cortesia. A gente,<br />

que logo vai esten<strong>de</strong>ndo a mão,<br />

no início estranha, mas <strong>de</strong>pois<br />

acaba se acostumando.<br />

JA - Como é a aceitação dos<br />

costumes religiosos oci<strong>de</strong>ntais<br />

pelos japoneses?<br />

Pe. Francisco - O Japão está<br />

se oci<strong>de</strong>ntalizando muito rápido.<br />

O país tem copiado o Oci<strong>de</strong>nte em<br />

muitos aspectos. A gente brinca,<br />

dizendo que o japonês nasce<br />

xintoísta, casa-se cristão e morre<br />

budista. Nasce xintoísta, pois o recém-nascido<br />

é levado ao templo<br />

para a purificação e a bênção divina.<br />

Casa-se cristão porque, ultimamente,<br />

muitos casais querem<br />

copiar o estilo festivo do casamento<br />

oci<strong>de</strong>ntal, com festas, a noiva<br />

vestida <strong>de</strong> branco, e não tanto porque<br />

compreendam o valor do sacramento.<br />

E morre budista, porque<br />

a maioria dos japoneses não-cristãos<br />

celebra o funeral budista para<br />

seus mortos. Os japoneses têm<br />

um gran<strong>de</strong> senso religioso: tudo o<br />

que é bom, não importa <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

provenha, eles acolhem <strong>de</strong> braços<br />

abertos.<br />

Na foto acima, o Templo <strong>de</strong> Tókio, capital do Japão, ícone da sua cultura.<br />

Lá, por quatro anos, Pe. Francisco exerceu o seu pastoreio como padre<br />

missionário, em atendimento aos milhares <strong>de</strong> brasileiros que lá vivem.<br />

A Igreja católica no Japão permite<br />

o casamento <strong>de</strong> japoneses<br />

não-cristãos, mas enten<strong>de</strong> que<br />

não há o sacramento naquele<br />

rito, já que o matrimônio exige o<br />

prévio sacramento batismal. No<br />

entanto, permitindo essa experiência,<br />

após a preparação do casal<br />

aos valores cristãos para a<br />

vida a dois, muitos retornam, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> algum tempo, para conhecer<br />

melhor e a<strong>de</strong>rir à fé cristã.<br />

JA - Qual é a realida<strong>de</strong> dos<br />

cristãos estrangeiros?<br />

Pe. Francisco - Os bispos estão<br />

preocupados porque vêem o<br />

aumento <strong>de</strong> católicos estrangeiros<br />

no Japão, os quais, ficando<br />

sem padre, acabam absorvidos<br />

por seitas locais ou igrejas evangélicas.<br />

Na diocese <strong>de</strong> Saitama,<br />

80% dos católicoss são estrangeiros.<br />

Por isso, o seu bispo,<br />

<strong>Mar</strong>celino Tani, criou a “Igreja<br />

Multicultural”, formada por japoneses,<br />

filipinos, brasileiros, peruanos,<br />

entre outros. Ele vê que é<br />

necessário um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

Igreja, e ainda não sabe como ela<br />

será no futuro, mas já <strong>de</strong>u os primeiros<br />

passos.<br />

JA - E a realida<strong>de</strong> dos brasileiros?<br />

Pe. Francisco - Dom Tani veio<br />

ao Brasil e ao Peru, alguns anos<br />

atrás, em busca <strong>de</strong> padres para trabalhar<br />

no JAPÃO. Além disso, enviou<br />

padres da sua diocese ao Brasil,<br />

para estudarem o português. O<br />

padre Ya-maguti, com quem trabalhei,<br />

estudou português no Brasil,<br />

por dois anos, e retornou ao Japão<br />

para trabalhar com os brasileiros.<br />

Enquanto aprendia a língua japonesa,<br />

ainda no meu primeiro ano<br />

no Japão, eu saía com o padre<br />

Domenico Ciserani para visitar a<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> brasileiros, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> japoneses, <strong>de</strong> nikeis (filhos<br />

<strong>de</strong> japoneses) ou <strong>de</strong> sanseis<br />

(netos <strong>de</strong> japoneses), chamados<br />

“Dekassegui”. São brasileiros que,<br />

isoladamente ou com a família,<br />

acorreram ao Japão em busca <strong>de</strong><br />

trabalho. Outros, apesar da crise<br />

econômica, continuam a chegar<br />

em gran<strong>de</strong> número. Eles já são o<br />

terceiro grupo estrangeiro mais<br />

Ritual <strong>de</strong> casamento na cultura japonesa. A maioria dos brasileiros que lá<br />

resi<strong>de</strong>m não falam a língua e, por isso, não participam da comunida<strong>de</strong><br />

Divulgação/JA<br />

numeroso no Japão, com mais <strong>de</strong><br />

200 mil indivíduos.<br />

Na diocese <strong>de</strong> Yokohama,<br />

40% dos católicos são brasileiros.<br />

Mas os que participam dos sacramentos<br />

não chegam a 10%. Alguns<br />

alegam que não sabem on<strong>de</strong> está<br />

a igreja. Outros sabem, mas não<br />

freqüentam a comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido<br />

ao trabalho, por falta <strong>de</strong> tempo<br />

ou <strong>de</strong> fé. No segundo ano, a<br />

pedido <strong>de</strong> Dom Umemura<br />

Masahiro, bispo da Diocese <strong>de</strong><br />

Yokohama, iniciei o trabalho com<br />

brasileiros. Esse bispo criou um<br />

grupo <strong>de</strong> padres e freiras - chamados<br />

“operadores pastorais” - somente<br />

para trabalhar com estrangeiros.<br />

Eu ficava dois finais <strong>de</strong> semana<br />

na paróquia, com japoneses<br />

e filipinos, porque já conhecia<br />

melhor a língua japonesa, e outros<br />

dois com os <strong>de</strong>kassegui <strong>de</strong><br />

quatro paróquias, em três províncias<br />

da diocese <strong>de</strong> Yokohama.<br />

JA - Como é a inserção dos<br />

<strong>de</strong>kassegui no contexto social japonês?<br />

Pe. Francisco - O <strong>de</strong>kassegui<br />

vai ao Japão em busca <strong>de</strong> trabalho.<br />

São <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> japoneses,<br />

ou pessoas casadas com japoneses,<br />

ou – ainda – brasileiros<br />

contratados por firmas japonesas.<br />

Com o dinheiro ganho, a maioria<br />

volta ao Brasil e monta o próprio<br />

negócio, compra casa própria, adquire<br />

carro ou investe em alguma<br />

ativida<strong>de</strong> no país. O problema é<br />

que, como são itinerantes, muitos<br />

não estudam a língua japonesa,<br />

que po<strong>de</strong>ria ajudá-los na socieda<strong>de</strong><br />

ou na vida comunitária e na<br />

vida paroquial. Não sabendo a lín-<br />

Divulgação/JA<br />

13<br />

gua, têm problemas para relacionar-se<br />

com os nativos e participar<br />

das Missas dominicais, celebradas<br />

em japonês. Há também os<br />

que vão e vêm, mas voltam <strong>de</strong><br />

novo, porque per<strong>de</strong>ram o investimento<br />

feito no Brasil. Formam família<br />

no Japão. Nem sempre falam<br />

o japonês, mas seus filhos<br />

nascem lá, sem ser brasileiros ou<br />

japoneses. As crianças não apren<strong>de</strong>m<br />

direito nenhuma das línguas<br />

e per<strong>de</strong>m o referencial cultural. Os<br />

padres japoneses bem que po<strong>de</strong>riam<br />

ajudá-los, se soubessem falar<br />

português ou espanhol. Se não<br />

são os missionários, os brasileiros<br />

ficam lá como ovelhas sem<br />

pastor, meio abandonados. Aí vêm<br />

as seitas, que já inva<strong>de</strong>m o país<br />

com universida<strong>de</strong>s até para formar<br />

pastores. Algumas igrejas evangélicas,<br />

por exemplo, fazem o seu<br />

eficiente trabalho proselitista.<br />

JA - Como ocorre a organização<br />

dos trabalhos entre os missionários?<br />

Pe. Francisco - Na diocese<br />

<strong>de</strong> Yokohama, éramos somente<br />

três padres brasileiros, que já citei.<br />

Nas dioceses do centro (Tóquio,<br />

Saitama, Osaka, Kyoto e Nagoia),<br />

existem outros padres brasileiros<br />

e não-brasileiros, que estão fazendo<br />

esse trabalho. A gente que trabalha<br />

com estrangeiros, sobretudo<br />

com brasileiros, peruanos e<br />

filipinos, se encontra uma vez por<br />

ano, durante três dias, para discutir,<br />

partilhar experiências, ver as dificulda<strong>de</strong>s<br />

e possíveis soluções.<br />

Isso tem dado muito resultado.<br />

Esse trabalho já absorve todo o<br />

tempo do missionário. Mas não é<br />

suficiente. Todo missionário <strong>de</strong>ve<br />

dominar a língua japonesa, cuja estrutura<br />

é, <strong>de</strong> fato, muito difícil para<br />

os oci<strong>de</strong>ntais. Há mais <strong>de</strong> dois mil<br />

i<strong>de</strong>ogramas oficiais. Um missionário<br />

que não conhece a língua do<br />

povo é um missionário pela meta<strong>de</strong>,<br />

porque o testemunho é importante,<br />

sim, mas também o anúncio,<br />

feito <strong>de</strong> palavras, é essencial.<br />

JA - Diante <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estrangeiros e japoneses, qual<br />

apelo você faria aos católicos, leigos,<br />

consagrados e or<strong>de</strong>nados?<br />

Pe. Francisco - O Japão é um<br />

gran<strong>de</strong> DESAFIO missionário e precisa<br />

<strong>de</strong> pessoas, padres, freiras e<br />

leigos consagrados, que contribuam<br />

e se disponham a ajudar, pessoalmente,<br />

na evangelização, nem<br />

que seja por alguns anos. O país já<br />

foi celeiro espiritual na década <strong>de</strong><br />

20, enviando, inclusive, missionários<br />

ao Brasil e hoje precisa <strong>de</strong> pessoas<br />

que aju<strong>de</strong>m na evangelização<br />

do seu povo. Se você foi CHAMA-<br />

DO, não tenha medo <strong>de</strong> dizer sim,<br />

pois Aquele que chama e nos envia<br />

também nos dá a graça e a certeza<br />

da Sua presença.


14 Geral<br />

Pe. Paulo De Coppi<br />

Um missionário italiano que escolheu<br />

a <strong>Arquidiocese</strong> para realizar a sua obra<br />

No dia 18 <strong>de</strong> março, Pe. Paulo<br />

De Coppi estará celebrando 50<br />

anos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação presbiteral. A<br />

comemoração será no mesmo dia<br />

às 19h30min, na Catedral <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>,<br />

junto com a celebração<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida <strong>de</strong> Dom Murilo. Missionário<br />

do Pontifício Instituto das<br />

Missões Exteriores - PIME, Pe. Paulo<br />

é italiano <strong>de</strong> nascimento. Mas<br />

resi<strong>de</strong> no Brasil há quase 50 anos.<br />

Na <strong>Arquidiocese</strong>, está há 26 anos e<br />

foi aqui que criou sua principal obra<br />

missionária: o <strong>Jornal</strong> “Missão Jovem”,<br />

que é distribuído para todo o<br />

Brasil e para outros cerca <strong>de</strong> 30<br />

países on<strong>de</strong> há missionários brasileiros.<br />

Na entrevista abaixo, ele fala<br />

da sua trajetória pastoral, da missão<br />

e do uso dos meios <strong>de</strong> comunicação<br />

pela Igreja.<br />

<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> -<br />

Quase todos os seus 50 anos <strong>de</strong><br />

presbítero foram no Brasil e 26<br />

<strong>de</strong>les na <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>.<br />

Fale-nos com se <strong>de</strong>u isso.<br />

Pe. Paulo - É verda<strong>de</strong>! Em<br />

1961 fui or<strong>de</strong>nado na Catedral <strong>de</strong><br />

Milão. Comigo, foram or<strong>de</strong>nados<br />

mais 113 padres: 90, da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> Milão, alguns<br />

capuchinhos e 12 do Pontifício Instituto<br />

das Missões Exteriores -<br />

PIME. Todos, italianos. É interessante<br />

constatar como, em 2010, 50<br />

anos <strong>de</strong>pois, o PIME teve o mesmo<br />

número <strong>de</strong> novos missionários,<br />

mas nenhum <strong>de</strong>les era italiano:<br />

quatro eram brasileiros e os<br />

outros, africanos e asiáticos! Isso<br />

Amar<br />

Santa Teresinha do Menino Jesus<br />

dizia que “amar é dar tudo e<br />

dar-se a si mesmo”. E ela viveu isso!<br />

Quando já não temos mais nada,<br />

quando até a nós nos <strong>de</strong>mos, aí<br />

estamos amando. No entanto,<br />

quanto mais temos, quanto mais<br />

queremos ter-nos a nós mesmos,<br />

menos temos e menos somos,<br />

porque quem não ama, quem não<br />

se dá, nada é e nada dá.<br />

Desocupação<br />

Nas enxurradas <strong>de</strong> janeiro,<br />

uma multidão <strong>de</strong> irmãos <strong>de</strong>salojados<br />

e <strong>de</strong>sabrigados, que a dor<br />

atingiu em cheio. Na vida, uma<br />

multidão muito mais numerosa<br />

pa<strong>de</strong>ce <strong>de</strong> outro mal terrível e inverso:<br />

nunca chega a <strong>de</strong>socuparse<br />

<strong>de</strong> si mesma. Como somos tristes,<br />

quando o eu é o centro da<br />

vida; como a alegria se faz companheira,<br />

quando damos ao outro<br />

a primazia!<br />

mostra como os países, assim chamados<br />

"<strong>de</strong> missão", já tomaram a<br />

dianteira! Naquele mesmo ano fui<br />

enviado ao Brasil, para o Amapá.<br />

Aquela terra foi o meu primeiro<br />

amor missionário! De lá, em 1975,<br />

voltei à Itália para um serviço <strong>de</strong><br />

animação missionária em Belluno,<br />

diocese <strong>de</strong> Dom Albino Luciani, o<br />

futuro Papa João Paulo I. Depois<br />

<strong>de</strong>ssa temporada, solicitado por<br />

Dom Afonso Niehues, o PIME me<br />

enviou a <strong>Florianópolis</strong> para trabalhar<br />

na Animação Missionária.<br />

JA - Aqui, há 25 anos o senhor<br />

criou o <strong>Jornal</strong> "Missão Jovem".<br />

Agora, há cinco anos, o senhor<br />

assumiu um novo <strong>de</strong>safio,<br />

ao criar o jornal “O Transcen<strong>de</strong>nte”.<br />

Como surgiu essa idéia?<br />

Pe. Paulo - “O Transcen<strong>de</strong>nte”<br />

é a nova criatura da equipe Missão<br />

Jovem. A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> editá-lo<br />

veio dos professores <strong>de</strong> Ensino<br />

Religioso, que assinavam e usavam<br />

como subsídio o jornal “Missão<br />

Jovem”, mas que, diante das<br />

novas exigências do MEC, solicitavam<br />

<strong>de</strong> nós um subsídio que apresentasse<br />

o universo religioso <strong>de</strong><br />

forma mais aberta ao ecumenismo<br />

e ao diálogo com todas as expressões<br />

religiosas do mundo. Foi mais<br />

uma iniciativa que muito exigiu <strong>de</strong><br />

nós, mas, como sempre digo, muito<br />

nos ensinou, pois nos faz enxergar<br />

<strong>de</strong> forma mais completa e<br />

ampla a ação do Espírito Santo na<br />

humanida<strong>de</strong>, através das diversas<br />

religiões e culturas.<br />

Pe. Paulo na redação das suas duas obras missionárias: jornal “Missão<br />

Jovem” e jornal “O Trascen<strong>de</strong>nte”, ambos criados aqui, na <strong>Arquidiocese</strong><br />

“<br />

Se pu<strong>de</strong>sse escolher, faria tudo da<br />

mesma forma, sobretudo quanto<br />

aos Meios <strong>de</strong> Comunicação”<br />

JA - O senhor é um entusiasta<br />

da comunicação. Como vê a<br />

comunicação na <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Florianópolis</strong>, hoje?<br />

Pe. Paulo - Nos 26 anos que<br />

estou trabalhando na <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

posso afirmar que houve<br />

uma constante preocupação<br />

em <strong>de</strong>senvolver os mo<strong>de</strong>rnos<br />

meios <strong>de</strong> comunicação. Como<br />

não apreciar e se <strong>de</strong>ixar contagiar<br />

pelo entusiasmo <strong>de</strong> Mons. Agostinho<br />

Staehelin,no qual encontrei o<br />

maior apoio. Há muitos anos esse<br />

sacerdote vem realizando, e com<br />

vivacida<strong>de</strong>, ativida<strong>de</strong>s significativas<br />

nos MCS. Foram se multiplicando<br />

os sites nas paróquias e as<br />

rádios comunitárias. Merecedora<br />

<strong>de</strong> elogios é a "Rádio Cultura AM<br />

1110", dirigida pelo Pe. Márcio<br />

Vignoli, e o que o Pe. Francisco<br />

Wloch vem realizando na Cate-<br />

Retalhos Retalhos do do Cotidiano<br />

Cotidiano<br />

Retalhos do Cotidiano Carlos <strong>Mar</strong>tendal<br />

Interesse<br />

O médico aten<strong>de</strong> com zelo o paciente que vai consultá-lo ou<br />

que está hospitalizado, o taxista mostra-se cortês com o passageiro<br />

e cuidadoso no trânsito, o professor escuta com atenção a dúvida<br />

do aluno e oferece-lhe a resposta com carinho, a mulher passa<br />

a camisa do marido com amor, o estudante esforça-se nos <strong>de</strong>veres<br />

<strong>de</strong> casa e presta atenção nas aulas... Quantos valorizarão cada um<br />

<strong>de</strong>sses gestos? Refletindo, ouço a voz do salmista: “Dos altos céus<br />

o Senhor olha e observa; Ele se inclina para olhar todos os homens.<br />

Ele formou o coração <strong>de</strong> cada um e por todos os seus atos se<br />

interessa” (Sl 32[33],14-15).<br />

Divulgação/JA<br />

dral. A imprensa tem sua significativa<br />

expressão no "<strong>Jornal</strong> da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>". Sem dúvida, a própria<br />

presença <strong>de</strong> Dom Murilo nos<br />

mais diversos MCS muito serviu<br />

para impulsionar a sua utilização<br />

tendo em vista uma evangelização<br />

que atenda às exigências<br />

da socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna.<br />

JA - A <strong>Arquidiocese</strong> tem um<br />

bom número <strong>de</strong> padres, mas são<br />

poucos os que se <strong>de</strong>dicam às<br />

missões. O que falta para que<br />

eles assumam esse trabalho?<br />

Pe. Paulo - Não é fácil respon<strong>de</strong>r<br />

a essa pergunta. Prefiro, porém,<br />

olhar para essa realida<strong>de</strong> com<br />

otimismo. Realmente são poucos<br />

os padres diocesanos que investiram<br />

sua vida, ou parte <strong>de</strong>la, na<br />

aventura missionária. O Pe. Lúcio<br />

é um gran<strong>de</strong> exemplo nisso, pois<br />

Elástico<br />

Há corações - também o meu<br />

- que parecem presos a um elástico.<br />

Dão-se até ali. Só. E, ainda<br />

nem bem esticados, já voltam<br />

para si...<br />

Calar-se<br />

Talvez eu já tenha feito outros<br />

calar-se, e não <strong>de</strong>veria. Por<br />

certo, tantas vezes falei quando<br />

o mais certo seria fazer a mim<br />

próprio calar. Gran<strong>de</strong> virtu<strong>de</strong> é o<br />

saber falar e, maior ainda, o saber<br />

calar.<br />

Fome<br />

A luz veio, o Natal passou, o<br />

Senhor está conosco. Temos<br />

fome <strong>de</strong> Luz? Se temos essa<br />

fome, busquemos saciá-la na<br />

Palavra, nos sacramentos, no<br />

serviço aos irmãos.<br />

<strong>Mar</strong>ço 2011 <strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />

Foto JA<br />

escolheu a Guiné Bissau, um dos<br />

países mais pobres do mundo.<br />

Apesar das dificulda<strong>de</strong>s, ele renovou<br />

por mais cinco anos seu compromisso<br />

nessa obra missionária.<br />

Dezenas são os nossos sacerdotes<br />

que foram em missão na Igreja<br />

Irmã <strong>de</strong> Barra, na Bahia. Centenas<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>res <strong>de</strong> nossa <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

seguindo seus exemplos, anualmente<br />

realizam semanas <strong>de</strong> missão<br />

naquela diocese. Sem dúvida,<br />

é esse um dos gestos mais significativos<br />

<strong>de</strong> nossa animação<br />

missionária. Quero acreditar que,<br />

<strong>de</strong>vido ao novo impulso missionário,<br />

suscitado pela Conferência <strong>de</strong><br />

Aparecida, veremos crescer um<br />

novo e maior empenho missionário<br />

também em nossa Igreja Local.<br />

JA - Nesses 50 anos como<br />

padre, tem algo <strong>de</strong> que se arrependa<br />

ou, se pu<strong>de</strong>sse, faria diferente?<br />

Pe. Paulo - Sem dúvida! O padre,<br />

pela missão que recebeu <strong>de</strong><br />

Deus, é chamado a ser santo <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>. O nosso povo acredita e,<br />

justamente, exige isso <strong>de</strong> seus sacerdotes!<br />

No entanto, ao completar<br />

50 anos <strong>de</strong> sacerdócio, pelas<br />

tantas falhas, constato o quanto<br />

ainda me falta para alcançar essa<br />

meta. Isso dói! O que me conforta<br />

é a convicção <strong>de</strong> que os acertos,<br />

com a ajuda <strong>de</strong> Deus, foram bem<br />

mais numerosos. Isso faz crescer<br />

em mim uma maior auto estima.<br />

Entretanto, se eu pu<strong>de</strong>sse repetir<br />

essa caminhada, gostaria <strong>de</strong> engatar<br />

mais uma ou até duas marchas!<br />

Quanto aos trabalhos realizados,<br />

sobretudo através dos MCS,<br />

repetiria tudo novamente, pois<br />

acredito cegamente que isso veio<br />

<strong>de</strong> Deus, como o foi a minha escolha<br />

para a vida missionária, a melhor<br />

aventura <strong>de</strong> minha vida!<br />

Missionário<br />

Quando vejo um casal que se<br />

ama, que vence dificulda<strong>de</strong>s junto,<br />

que vivencia alegrias um ao<br />

lado do outro, que se suporta e<br />

se apoia, encho-me <strong>de</strong> um contentamento<br />

que só o amor explica:<br />

ali está um casal missionário!<br />

Quantos têm necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les<br />

para acreditar em Deus... São<br />

"evangelhos" lidos por muitos.<br />

Pena<br />

Quando César foi assassinado,<br />

o poeta Virgílio, em versos<br />

belíssimos, escreveu que “também<br />

o sol sentiu pena <strong>de</strong> Roma”.<br />

Quando nós matamos a graça em<br />

nossos corações, o Sol sem ocaso<br />

sente pena <strong>de</strong> nós e nos convida<br />

a ressuscitar para a vida em<br />

abundância. Se aceitamos o convite,<br />

po<strong>de</strong>remos cantar alegremente:<br />

“On<strong>de</strong> está, ó morte, tua<br />

vitória?” (1Cor 15,55).


<strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>Mar</strong>ço 2011<br />

Geral<br />

Índios realizam graduação na UFSC<br />

Guaranis, Kaigangs e Xoklengs realizam o curso criado para contemplar as necessida<strong>de</strong>s indígenas<br />

Dos dias 14 a 27 <strong>de</strong> fevereiro,<br />

120 índios das etnias Guarani,<br />

Xokleng e Kaingang estiveram reunidos<br />

na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Santa Catarina - UFSC, em <strong>Florianópolis</strong>,<br />

para realizar a primeira<br />

etapa do curso <strong>de</strong> Licenciatura<br />

Intercultural Indígena do Sul da<br />

Mata Atlântica. Essa é a primeira<br />

etapa do curso, que tem duração<br />

prevista para quatro anos.<br />

Realizado em sistema intensivo,<br />

com aulas nas manhãs e<br />

tar<strong>de</strong>s, o curso terá duração <strong>de</strong><br />

quatro anos e reúne índios das<br />

várias regiões do Estado. Eles<br />

prestaram vestibular no dia 14<br />

<strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2010, que foi<br />

aberto ao público em geral, mas<br />

com redação em língua indígena.<br />

Foram <strong>de</strong>stinadas 40 vagas<br />

para cada etnia. Além da aprovação<br />

no vestibular, eles tiveram <strong>de</strong><br />

comprovar a sua pertença a uma<br />

comunida<strong>de</strong> indígena. “Isso, para<br />

garantir que darão algum retorno<br />

para a comunida<strong>de</strong>”, disse Clovis<br />

Brighenti, do Conselho Indigenista<br />

Missionário - CIMI (ligado<br />

à CNBB), uma das entida<strong>de</strong>s parceiras<br />

na formação.<br />

O curso foi gestado ao longo<br />

<strong>de</strong> quatro anos pela Comissão<br />

Interinstitucional para Educação<br />

Superior Indígena - CIESI, formada<br />

por representantes do po<strong>de</strong>r<br />

público como a UFSC, Secreta-<br />

ria <strong>de</strong> Estado da Educação e<br />

Fundação Nacional do Índio -<br />

FUNAI, e instituições não-governamentais,<br />

como o CIMI, Conselho<br />

<strong>de</strong> Missões Entre Povos Índios<br />

- COMIN, e a Comissão <strong>de</strong><br />

Apoio aos Povos Indígenas -<br />

CAPI, além da presença indígena<br />

durante sua formulação.<br />

As disciplinas são ministradas<br />

por professores da UFSC e<br />

outros convidados. Todos, com<br />

conhecimento da cultura indígena.<br />

Nos quatro anos do curso,<br />

no primeiro momento os estudantes<br />

terão disciplinas voltadas<br />

à licenciatura. Eles estão divididos<br />

por etnia, e algumas disciplinas<br />

são ministradas em suas<br />

línguas <strong>de</strong> origem.<br />

Depois, po<strong>de</strong>rão complementar<br />

seus estudos com três opções:<br />

Licenciatura das Linguagens,<br />

com ênfase nas línguas indígenas;<br />

Licenciatura em Humanida<strong>de</strong>s,<br />

com ênfase nos direitos<br />

indígenas; e Licenciatura do Conhecimento<br />

Ambiental, com ênfase<br />

em gestão ambiental. Nesse<br />

momento, a formação será<br />

conjunta com as etnias.<br />

A graduação específica para os<br />

povos indígenas já é comum no<br />

Brasil, mas é a primeira em Santa<br />

Catarina. É também a primeira<br />

vez que, numa segunda etapa do<br />

curso, as três etnias realizarão a<br />

Índios ficam atentos às orientações da professora, que tem conhecimento da língua e cultura indígena<br />

formação conjuntamente.<br />

Estima-se que haja no Estado<br />

cerca <strong>de</strong> 10 mil índios, divididos<br />

em três etnias: kaigang,<br />

xokleng e guarani. Na <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, há 9 comunida<strong>de</strong>s<br />

indígenas, oito <strong>de</strong>las<br />

guarani e outra, mista <strong>de</strong> guarani<br />

com kaigang. Estima-se que haja<br />

700 pessoas morando nessas<br />

comunida<strong>de</strong>s.<br />

Abbá Pai promove retiro <strong>de</strong><br />

espiritualida<strong>de</strong> contemplativa<br />

Nos dias 19 e 20 <strong>de</strong> fevereiro,<br />

a Comunida<strong>de</strong> Católica Abbá Pai<br />

realizou o seu primeiro retiro <strong>de</strong><br />

espiritualida<strong>de</strong> contemplativa, na<br />

Casa <strong>de</strong> Retiros Recanto Champagnat,<br />

em <strong>Florianópolis</strong>. O evento<br />

foi voltado a formar os vocacionados<br />

da comunida<strong>de</strong> no conhecimento<br />

da vida íntima com<br />

Cristo. O retiro reuniu 20 vocacionados<br />

e dois amigos da Abbá Pai.<br />

O pregador do retiro foi Francisco<br />

Catão, doutor em teologia<br />

e professor <strong>de</strong> cristologia e teologia<br />

espiritual no Instituto Teológico<br />

Pio XI, dos padres salesianos,<br />

em São Paulo, amigo da Abbá Pai<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007 e colaborador na formação<br />

dos seus vocacionados.<br />

Nos dois dias, o assessor falou<br />

da Palavra <strong>de</strong> Deus, do modo<br />

<strong>de</strong> viver <strong>de</strong> Cristo e da contempla-<br />

Retiro reuniu 20 vocacionados e dois amigos da Comunida<strong>de</strong><br />

Divulgação/JA<br />

ção. “A vida ativa, visando o testemunho<br />

da Verda<strong>de</strong>, é rica quando<br />

nasce da contemplação”, disse.<br />

“Nós precisamos ser iniciados na<br />

Verda<strong>de</strong> para dar testemunho da<br />

Verda<strong>de</strong>, pois ela é que há <strong>de</strong> nos<br />

libertar”, acrescentou.<br />

Segundo Ivano Alves Pereira,<br />

coor<strong>de</strong>nador da Abbá Pai,<br />

esse retiro pretendia completar<br />

a formação realizada, <strong>de</strong> julho a<br />

<strong>de</strong>zembro do ano passado, em<br />

curso ministrado por Madre<br />

<strong>Mar</strong>lei, no Carmelo Cristo Re<strong>de</strong>ntor,<br />

em São José. “No curso refletimos<br />

sobre os ensinamentos <strong>de</strong><br />

Santa Teresa D’Ávila e <strong>de</strong> Santa<br />

Teresinha do Menino Jesus, seguindo<br />

a linha da formação<br />

contemplativa que agora foi<br />

complementada, neste retiro,<br />

com os ensinamentos <strong>de</strong> São Tomás<br />

<strong>de</strong> Aquino”, informou.<br />

O evento foi encerrado às 18<br />

horas, após missa presidida pelo<br />

orientador espiritual da Abbá Pai,<br />

Pe. Ney Brasil Pereira. Mais informações<br />

sobre o carisma e a<br />

espiritualida<strong>de</strong> da Abbá são encontrados<br />

no site www.abbapai.org.<br />

Protagonismo<br />

Indígena<br />

Uma das priorida<strong>de</strong>s do curso<br />

é que os povos indígenas sejam<br />

protagonistas <strong>de</strong> sua própria história.<br />

Com a graduação, eles terão<br />

um conhecimento mais aprofundado<br />

da realida<strong>de</strong> do homem branco<br />

e po<strong>de</strong>rão confrontá-la com a<br />

sua cultura. Assim, dialogarão em<br />

No dia 14 <strong>de</strong> fevereiro, Pe.<br />

Vilson Groh viajou para a Guiné-<br />

Bissau, na África, para pregar retiro<br />

espiritual para os 34 presbíteros<br />

da Diocese <strong>de</strong> Bafatá. Durante<br />

o retiro, ele falou sobre sua<br />

experiência como ativista social<br />

nas comunida<strong>de</strong>s empobrecidas<br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>. Ele retornou<br />

no dia 28 <strong>de</strong> fevereiro.<br />

15<br />

Foto JA<br />

pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e melhor reivindicarão<br />

os seus direitos.<br />

Para José Benites, cacique<br />

guarani da TI Kuri’y, localizada em<br />

Sorocaba <strong>de</strong> Dentro, em Biguaçu, a<br />

graduação é conquista <strong>de</strong> uma luta<br />

<strong>de</strong> há muito tempo. “É importante<br />

adquirir conhecimentos mais<br />

aprofundados, para po<strong>de</strong>rmos nos<br />

organizar interna e externamente e<br />

fortalecer a nossa cultura”, disse.<br />

Pe. Vilson prega retiro<br />

na Guiné-Bissau, África<br />

Pe. Vilson pregou retiro para 34 padres<br />

da Diocese <strong>de</strong> Bafatá, entre eles o<br />

Pe. Lúcio, nosso missionário na África<br />

Em princípio, Dom Murilo<br />

Krieger iria pregar o retiro. Com<br />

a sua nomeação para a <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong> Salvador, na Bahia,<br />

ficou impossibilitado. Pe. Vilson<br />

aceitou o convite e assumiu a<br />

missão.<br />

Entre os padres que participaram<br />

do retiro, estava o Pe.<br />

Lúcio Espíndola dos Santos,<br />

Arquivo/JA<br />

da nossa <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006 representa<br />

o Brasil como padre<br />

missionário na Guiné-<br />

Bissau. Ele é pároco da<br />

paróquia <strong>de</strong> Empada e<br />

trabalha com Dom Pedro<br />

Zilli, bispo brasileiro responsável<br />

pela diocese.<br />

Também está no país<br />

africano a Comunida<strong>de</strong><br />

Católica Divino Oleiro, daqui<br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>. No início<br />

<strong>de</strong> 2010, a comunida<strong>de</strong><br />

inaugurou uma fraternida<strong>de</strong><br />

na diocese e mantém<br />

três jovens missionários<br />

realizando os seus serviços<br />

para a comunida<strong>de</strong>.


16 Geral<br />

Uma Celebração Eucarística<br />

realizada na noite do dia 23 <strong>de</strong> fevereiro,<br />

na comunida<strong>de</strong> São Pedro,<br />

pertencente à paróquia NSra. da<br />

Imaculada Conceição da Lagoa,<br />

em <strong>Florianópolis</strong>, marcou a formatura<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z novas li<strong>de</strong>ranças para<br />

a Pastoral da Pessoa Idosa.<br />

Presidida pelo pároco, Pe.<br />

Val<strong>de</strong>ci Cardoso Vieira, a celebração<br />

contou com a presença<br />

<strong>de</strong> representantes das outras três<br />

comunida<strong>de</strong>s em que a Pastoral<br />

está presente. Por quatro dias, as<br />

lí<strong>de</strong>res receberam formação da<br />

equipe arquidiocesana, seguindo<br />

as dinâmicas do Manual do<br />

Capacitador. A formação será<br />

complementada com as reuniões<br />

mensais <strong>de</strong> espiritualida<strong>de</strong>.<br />

Boa parte das lí<strong>de</strong>res já realizavam<br />

visitas a idosos, mas sem<br />

uma formação a<strong>de</strong>quada. A partir<br />

do conhecimento da Pastoral, solicitaram<br />

a formação. “Ela foi muito<br />

importante, pois nos ensinou<br />

como realizar a visita e lidar a<strong>de</strong>quadamente<br />

com o idoso”, disse<br />

<strong>Mar</strong>ia Conceição Bitencourt.<br />

Para o Pe. Val<strong>de</strong>ci, a formação<br />

<strong>de</strong> pessoas para o atendimento<br />

ao idoso é muito importante, pois<br />

o principal na Igreja é a acolhida.<br />

<strong>Mar</strong>ço 2011 <strong>Jornal</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />

Pastoral da Pessoa Idosa forma novas lí<strong>de</strong>res<br />

Capacitação criou a Pastoral em mais uma comunida<strong>de</strong> da <strong>Arquidiocese</strong>. Agora ela já está em quatro<br />

“Muitos idosos <strong>de</strong>dicaram parte<br />

<strong>de</strong> sua vida à comunida<strong>de</strong> e hoje<br />

estão abandonados em suas casas.<br />

Visitá-los é dizer que a Igreja<br />

está com eles”, disse.<br />

As lí<strong>de</strong>res já realizaram um<br />

mapeamento <strong>de</strong> todos os idosos<br />

da comunida<strong>de</strong> e também já iniciaram<br />

a visitação a 24 <strong>de</strong>les,<br />

seguindo as orientações do manual.<br />

“Elas realizaram as visitas<br />

na comunida<strong>de</strong> São Pedro, mas<br />

a nossa esperança é que, a partir<br />

<strong>de</strong>ssa comunida<strong>de</strong>, outras da<br />

paróquia se sensibilizem para<br />

esse trabalho”, disse Carmen<br />

<strong>Mar</strong>y <strong>de</strong> Souza Souto, coor<strong>de</strong>nadora<br />

da pastoral.<br />

80 lí<strong>de</strong>res formadas<br />

A Pastoral da Pessoa Idosa está<br />

presente em outras três paróquias<br />

da <strong>Arquidiocese</strong>: na do Sagrado<br />

Coração <strong>de</strong> Jesus, nos Ingleses; na<br />

da Santíssima Trinda<strong>de</strong>; e na <strong>de</strong><br />

N.Sra. da Boa Viagem, no Saco dos<br />

Limões, todas em <strong>Florianópolis</strong>. Ao<br />

todo são cerca <strong>de</strong> 80 lí<strong>de</strong>res formadas<br />

e atuantes.<br />

Criada em 2004, após a<br />

Campanha da Fraternida<strong>de</strong><br />

2003, que teve como tema<br />

Mons. Bianchini e a<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

Mons. Francisco <strong>de</strong> Sales Bianchini nos <strong>de</strong>ixou dia 26 <strong>de</strong> outubro<br />

<strong>de</strong> 2010. As marcas <strong>de</strong> sua atuação apostólica, contudo, perduram<br />

em inúmeros corações. Disso dão testemunho inúmeros jovens<br />

e adultos que fizeram uma<br />

séria opção <strong>de</strong> vida cristã,<br />

graças ao testemunho e aos<br />

ensinamentos <strong>de</strong>sse nosso<br />

irmão sacerdote.<br />

Há, além disso, um outro<br />

legado que Mons.<br />

Bianchini <strong>de</strong>ixou à nossa<br />

<strong>Arquidiocese</strong>: seu patrimônio<br />

pessoal, fruto, especialmente,<br />

<strong>de</strong> seus anos <strong>de</strong><br />

magistério na UFSC, em<br />

<strong>Florianópolis</strong>. Deixou, especialmente<br />

para a obra das<br />

vocações sacerdotais, sua casa, seu carro e o dinheiro que tinha<br />

em uma conta poupança.<br />

Dou esse testemunho para homenagear a memória <strong>de</strong> Mons.<br />

Bianchini e, também, para assegurar a todos que a obra das vocações<br />

sacerdotais muito irá se beneficiar com essa herança<br />

material – herança que me foi entregue, está em po<strong>de</strong>r da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> e já está sendo usada na manutenção<br />

<strong>de</strong> nossos seminários.<br />

<strong>Florianópolis</strong>, 15 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2011.<br />

Dom Murilo S.R. Krieger, scj<br />

Administrador Apostólico <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

Celebração marcou a formatura <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>z lí<strong>de</strong>res da Pastoral da Pessoa Idosa. Elas realizaram um<br />

levantamento dos idosos a serem visitados na comunida<strong>de</strong> e já estão realizando as visitas semanais.<br />

“Fraternida<strong>de</strong> e Pessoas Idosas”,<br />

a Pastoral da Pessoa Idosa tem o<br />

objetivo <strong>de</strong> promover a dignida<strong>de</strong><br />

e a valorização integral das<br />

pessoas com mais <strong>de</strong> 60 anos,<br />

A Associação dos Ex-Alunos do<br />

Seminário <strong>de</strong> Azambuja – AESA,<br />

estará promovendo nos dias 01 a<br />

03 <strong>de</strong> abril a 16ª edição do encontro<br />

entre os ex-estudantes do<br />

Seminário. Durante o encontro, que<br />

é realizado a cada dois anos, ha-<br />

necessitadas. No Regional Sul IV<br />

da CNBB (SC), a Pastoral está<br />

presente em seis dioceses, realizando<br />

mais <strong>de</strong> 2.600 visitas.<br />

Os interessados em conhecer<br />

o trabalho ou solicitar a formação,<br />

<strong>de</strong>vem entrar em contato<br />

pelos fones (48) 9119-8029 ou<br />

3207-6200, ou pelo e-mail<br />

carmensouto58@yahoo.com.br.<br />

Pastoral Carcerária:<br />

40 anos da LAFAM/ASBEDIM<br />

Voluntários comemoraram aniversário <strong>de</strong> seu coor<strong>de</strong>nador<br />

arquidiocesano e da Associação São Dimas<br />

No dia 25 <strong>de</strong> fevereiro, os voluntários<br />

da Pastoral Carcerária<br />

(PCr) <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> reuniram-se<br />

na sua se<strong>de</strong> por dois motivos: primeiro,<br />

para comemorar os 55<br />

anos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação presbiteral do<br />

seu Coor<strong>de</strong>nador arquidiocesano,<br />

Pe. Ney Brasil e, segundo, para<br />

dar início à comemoração dos 40<br />

anos <strong>de</strong> fundação da LAFAM, “Legião<br />

<strong>de</strong> Assistência à Família”, criada<br />

por Irmã <strong>Mar</strong>ia Uliano em<br />

1971, continuada por Ir. Ana <strong>Mar</strong>ta<br />

e por Pedro Longo, e<br />

reconstituída em 2005, com o<br />

nome <strong>de</strong> “Associação Beneficente<br />

São Dimas”, ASBEDIM, com estatutos<br />

adaptados à nova lei das<br />

socieda<strong>de</strong>s civis.<br />

Além das visitas aos presos,<br />

finalida<strong>de</strong> principal da PCr, a<br />

ASBEDIM, presidida primeiro pelo<br />

Sr. Pedro Longo e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009,<br />

por Dna Leila Pivatto, tem levantado<br />

fundos e, mesmo, empreendido<br />

melhoramentos no Presídio<br />

Masculino. Construiu nova ala,<br />

com dois pisos, incluindo o pátio<br />

da galeria C, e espaços para aulas<br />

e oficinas. No momento empenha-se<br />

em concluir novo espaço<br />

para outra oficina e para um<br />

consultório odontológico.<br />

Voluntários <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> começaram<br />

também a visitar o Complexo<br />

Penitenciário <strong>de</strong> São Pedro <strong>de</strong><br />

Alcântara, às segundas feiras, para<br />

animar os voluntários <strong>de</strong> lá. A Pas-<br />

toral mantém, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> junho <strong>de</strong><br />

2004, o programa “Jesus liberta”,<br />

na rádio Cultura “Mais feliz com Jesus”,<br />

AM 2010, aos sábados, das<br />

16 às 16h30min, a cargo do voluntário<br />

Clésio <strong>de</strong> Luca.<br />

Agora, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> fevereiro, dispõe<br />

<strong>de</strong> um blog http://pastoral<br />

carcerariaflorianopolis.<br />

blogspot.com a cargo da Adv.<br />

Tamara R. Cardoso. O Presídio<br />

Feminino está sendo atendido,<br />

dois dias por semana, pela Assistente<br />

Social Taise Zanotto. Há<br />

ainda o site www.pastoral<br />

carceraria.org. Aos interessados<br />

em ajudar, também como voluntários<br />

para as visitas, ligar para (48)<br />

2107-2323 ou 3879-2168.<br />

Encontro dos Ex-alunos <strong>de</strong> Azambuja<br />

verá a inauguração da piscina, lançamento<br />

do novo site do Seminário<br />

e Assembleia Geral da Associação.<br />

O encontro será encerrado<br />

com missa solene presidida pelos<br />

bispos que estudaram no seminário.<br />

“Será uma oportunida<strong>de</strong> para<br />

os colegas <strong>de</strong> seminário se reencontrarem”,<br />

disse Ernesto José<br />

<strong>de</strong> Souza, presi<strong>de</strong>nte da AESA.<br />

Mais informações pelos fones (47)<br />

3396-6276, ou (48) 3228-4649/<br />

9915-4132, ou ainda pelo e-mail<br />

aesa-1975@hotmail.com<br />

Foto JA

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