Sociodrama Temático - Profint

Dentre as múltiplas utilizações do instrumento, o objetivo deste artigo é apresentar o
Sociodrama Temático como um procedimento de pesquisa qualitativa, clínica e social
construído como meio de obter informações na investigação científica sobre conflitos
conjugais na perspectiva dos filhos (Toloi, 2006). Temática em que se baseou a pesquisa
realizada com este procedimento.
O uso do sociodrama na pesquisa qualitativa nos remete à análise das diferentes
perspectivas, vantagens e limitações do próprio processo de investigação científica. Em
geral, as dissertações e teses, realizadas no contexto acadêmico pelos psicodramatistas
brasileiros, têm trazido grandes contribuições para o estudo e pesquisa, bem como, os
autores têm enfrentado inúmeros desafios na investigação dos temas relacionados às
Ciências Humanas e Sociais, sob o enfoque Moreniano. Para citar alguns autores, podemos
mencionar os trabalhos teóricos de Seixas (1992) e Knobel (2004); epistemológicos de
Nery (2007) e Wechsler (2007) e os sociodramas realizados por Zampieri (1996 e 2002);
Ramos, Costa, Marra e Monteiro (1998); Scaffi (2002); Lima (2002); Fillipini (2003);
Marra, (2004); Fontes (2004 e 2008); Nery e Conceição (2006); Falivene, (2006); Contro
(2009); dentre outros. Mais recentemente, Nery e Wechsler (2010) apresentam uma análise
exaustiva e refletem sobre a pesquisa com sociodrama a partir da pesquisa epistemológica e
da pesquisa-ação.
Considerando a questão metodológica devemos lembrar que os escritos deixados
por Moreno deram pouca ênfase ao caráter científico de sua obra, mesmo porque, ele viveu
num momento histórico de forte influência positivista, posição epistemológica antagônica
aos parâmetros fenomenológicos (1) de seu legado. A investigação empírica baseada no
dado/comportamento observável e mensurável, passível de generalização e replicação,
assim como, o distanciamento/separação entre o pesquisador e seu objeto de estudo eram os
pressupostos básicos na construção do conhecimento da época.
(1)Vide Monteiro, 2000; Marra e Costa, 2004.
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