Sociodrama Temático - Profint
Sociodrama Temático - Profint
Sociodrama Temático - Profint
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICODRAMA<br />
Maria Dolores Cunha Toloi - mdtoloi@hotmail.com setembro/2010<br />
Rosana Mantilla de Souza - rosane@pucsp.br<br />
<strong>Sociodrama</strong> <strong>Temático</strong>: Procedimento de pesquisa qualitativa, clínica e social<br />
Maria Dolores Cunha Toloi – Psicodramatista-didata-supervisora (Febrap), Mestre em<br />
Psicologia pela Universidade de Michigan (EUA), Doutora em Psicologia Clínica pela<br />
PUCSP<br />
Rosane Mantilla de Souza – Mestre e Doutora em Psicologia Clínica pela PUCSP,<br />
Professora Titular do Programa de Pós Graduados em Psicologia Clínica pela PUCSP<br />
Resumo<br />
O objetivo deste trabalho é apresentar o <strong>Sociodrama</strong> <strong>Temático</strong> como um<br />
procedimento de pesquisa qualitativa. Baseado no estudo sobre como os adolescentes<br />
compreendem e enfrentam conflitos conjugais, quarenta e cinco estudantes participaram de<br />
quatro <strong>Sociodrama</strong>s <strong>Temático</strong>s direcionados a obter respostas à investigação científica.<br />
Neste estudo, o <strong>Sociodrama</strong> <strong>Temático</strong> demonstrou ser um instrumento apropriado na<br />
abordagem aos temas desenvolvidos em pesquisa qualitativa/clínica/social. Demonstrou<br />
também ser útil na proteção aos aspectos de vulnerabilidade dos participantes, na<br />
compreensão das dinâmicas familiares e no desafio em obter um procedimento educacional<br />
e terapêutico aos envolvidos na coconstrução do conhecimento científico. Através da ação<br />
criativa do teatro espontâneo os participantes puderam expressar como são constituídas as<br />
diferentes concepções de família e como os papéis familiares são por eles compreendidos.<br />
Descritores: sociodrama temátivo, pesquisa, teatro espontâneo, conflitos conjugais,<br />
adolescentes.<br />
Abstract<br />
The aim of this work is to present the Thematic <strong>Sociodrama</strong> as a procedure in<br />
qualitative research. Based on a study about how the adolescents comprehend and cope<br />
with conjugal conflicts, forth five students participated of four Thematic <strong>Sociodrama</strong>s in<br />
order to obtain answers for a scientific investigation. In this study, the Thematic<br />
<strong>Sociodrama</strong> demonstrated to be an appropriate instrument by developing the themes in<br />
1
qualitative/clinical/social research. It also demonstrated to be useful in protecting the<br />
vulnerable aspects of the participants, in comprehending the family dynamics as well as in<br />
challenging the researcher to obtain an educational and therapeutic procedure for all those<br />
involved together under the construction of the scientific knowledge. Through the creative<br />
action of the spontaneous theatre the participants could express how are constructed their<br />
different conceptions of family and how the familiar roles are comprehended by them.<br />
Index terms: thematic sociodrama, research, spontaneous theatre, conjugal conflicts,<br />
adolescents.<br />
Introdução<br />
Este trabalho destina-se especialmente aos interessados em desenvolver pesquisas<br />
utilizando <strong>Sociodrama</strong> <strong>Temático</strong>. O leitor talvez entenda o procedimento que apresento a<br />
seguir, demasiadamente detalhado nas etapas de execução, porém a intenção é garantir o<br />
maior número de informações para que pesquisadores, não psicodramatistas, possam<br />
utilizá-lo e serem beneficiados pelo sociodrama como procedimento de pesquisa<br />
qualitativa, clínica e social.<br />
Jacob Levy Moreno (1992), pai da Sociometria, da Psicoterapia de Grupo e do<br />
<strong>Sociodrama</strong>, ao definir o sociodrama enfatiza que “o sociodrama tem sido definido como<br />
método profundo de ação que trata de relações intergrupais e de ideologias coletivas” (p.<br />
188). Paralelo a isto, Menegazzo, Zuretti, Tomasini e Cols. (1995) consideram o<br />
sociodrama como “um procedimento dramático específico, baseado nos conceitos da teoria<br />
dos papéis e da antropologia vincular” (p. 197). Acrescentam que o sociodrama “ ... indica<br />
especificamente os papéis sociais que interagem no desenvolvimento das atividades<br />
comuns do grupo estudado” e também “ .... permite visualizar seus conflitos e fazê-los<br />
emergir à compreensão para serem resolvidos.” (p. 198). Desta forma, o sociodrama se<br />
caracteriza como um instrumento que potencializa a expressão das questões<br />
pessoais/relacionais/familiares, da mesma forma com que amplifica os aspectos<br />
encontrados no contexto grupal, quer sejam em grupo de trabalho, grupo familiar, grupo<br />
operativo, etc.<br />
2
Dentre as múltiplas utilizações do instrumento, o objetivo deste artigo é apresentar o<br />
<strong>Sociodrama</strong> <strong>Temático</strong> como um procedimento de pesquisa qualitativa, clínica e social<br />
construído como meio de obter informações na investigação científica sobre conflitos<br />
conjugais na perspectiva dos filhos (Toloi, 2006). Temática em que se baseou a pesquisa<br />
realizada com este procedimento.<br />
O uso do sociodrama na pesquisa qualitativa nos remete à análise das diferentes<br />
perspectivas, vantagens e limitações do próprio processo de investigação científica. Em<br />
geral, as dissertações e teses, realizadas no contexto acadêmico pelos psicodramatistas<br />
brasileiros, têm trazido grandes contribuições para o estudo e pesquisa, bem como, os<br />
autores têm enfrentado inúmeros desafios na investigação dos temas relacionados às<br />
Ciências Humanas e Sociais, sob o enfoque Moreniano. Para citar alguns autores, podemos<br />
mencionar os trabalhos teóricos de Seixas (1992) e Knobel (2004); epistemológicos de<br />
Nery (2007) e Wechsler (2007) e os sociodramas realizados por Zampieri (1996 e 2002);<br />
Ramos, Costa, Marra e Monteiro (1998); Scaffi (2002); Lima (2002); Fillipini (2003);<br />
Marra, (2004); Fontes (2004 e 2008); Nery e Conceição (2006); Falivene, (2006); Contro<br />
(2009); dentre outros. Mais recentemente, Nery e Wechsler (2010) apresentam uma análise<br />
exaustiva e refletem sobre a pesquisa com sociodrama a partir da pesquisa epistemológica e<br />
da pesquisa-ação.<br />
Considerando a questão metodológica devemos lembrar que os escritos deixados<br />
por Moreno deram pouca ênfase ao caráter científico de sua obra, mesmo porque, ele viveu<br />
num momento histórico de forte influência positivista, posição epistemológica antagônica<br />
aos parâmetros fenomenológicos (1) de seu legado. A investigação empírica baseada no<br />
dado/comportamento observável e mensurável, passível de generalização e replicação,<br />
assim como, o distanciamento/separação entre o pesquisador e seu objeto de estudo eram os<br />
pressupostos básicos na construção do conhecimento da época.<br />
(1)Vide Monteiro, 2000; Marra e Costa, 2004.<br />
3
Em 1931, Moreno (Marineau, 1992) iniciou um estudo qualitativo e quantitativo das<br />
relações interindividuais com um grupo de prisioneiros da prisão de Sing Sing, nos E.U.A.<br />
Neste trabalho esboçou os primeiros passos de um posicionamento fenomenológico/social<br />
nas investigações, a partir da Sociometria. Em 1934, na publicação do “Quem sobreviverá”,<br />
Moreno descreve a relação entre as Ciências Sociais e o conhecimento científico através da<br />
ação revolucionária/científica em que concebia uma ciência a serviço do denominado<br />
“socialismo revolucionário científico” (Marineau, 1992).<br />
Nesta obra, enfatiza que a Sociometria (Moreno, 1992) passou a ser reconhecida<br />
através de estudos quantitativos sobre as estruturas dos grupos, a sociométrica. Os termos e<br />
técnicas sociométricas eram aplicados, como referência básica para estudos não-<br />
sociométricos, porém, sem a devida denominação de sua autoria. Concebe, então, o<br />
movimento sociométrico através do percurso e ampliação da definição de sociometria,<br />
desenvolvida na sociedade norte-americana onde os pequenos grupos desfrutavam um<br />
“grau maior de independência de ação” (p. 129), transformando, assim, os parâmetros<br />
científicos quantitativos aplicáveis nos estudos dos fenômenos sociais. Desta forma, coloca<br />
o significado histórico da sociometria na posição intermediária entre a sociologia e o,<br />
denominado, socialismo científico.<br />
Ao discutir o surgimento do método científico, Moreno (1992) considera que a<br />
observação e análise, de cunho positivista, são consideradas “ferramentas incompletas para<br />
explorar os aspectos mais sofisticados de relações interculturais” (p. 189), enquanto o<br />
sociodrama permite explorar e tentar mudar os conflitos surgidos, por meio da ação. Diante<br />
disto, considera que o potencial da pesquisa dramática e a de papéis, no sociodrama, podem<br />
“fornecer indícios para métodos através dos quais a opinião e as atitudes do público podem<br />
ser influenciadas ou mesmo modificadas” (p. 189), porém, ainda, não eram suficientemente<br />
reconhecidas pela comunidade científica.<br />
Na ocasião, Moreno percebia que teria o legítimo reconhecimento de sua obra,<br />
parâmetros e referenciais, porém não viveu o suficiente para ter a constatação de tal<br />
abrangência. De qualquer forma, apesar de ter mencionado a sociometria em termos de<br />
4
parâmetros para estudos quantitativos, iluminou os caminhos na direção da pesquisa<br />
qualitativa por meio do sociodrama.<br />
Dando continuidade ao seu universo de pensamento, poderíamos imaginar como<br />
seria, então, se atualmente, Jacob Levy Moreno estivesse vivo e ativo, orientando pesquisas<br />
qualitativas, nas Universidades, para alunos de pós-graduação? De certa forma, todos os<br />
psicodramatistas, conduzem um pouco, senão muito, da utopia Moreniana criando métodos<br />
e procedimentos que possam estimular e promover transformações sociais.<br />
Nos estudos já citados, o sociodrama foi utilizado primordialmente como estratégia<br />
de pesquisa-ação, em que a problemática é extraída e conduzida a partir do contexto<br />
expresso pelos participantes, de modo que o próprio grupo determina o direcionamento da<br />
ação.<br />
Diferentemente, o <strong>Sociodrama</strong> <strong>Temático</strong> que apresento a seguir, é uma estratégia de<br />
pesquisa qualitativa, que demonstrou ser particularmente útil no campo da investigação<br />
clínica-social (2), na medida em que foi criada para a obtenção direta dos resultados<br />
relativos ao objeto de investigação. Esta estratégia propiciou, concomitante ao<br />
desenvolvimento do trabalho, uma efetiva intervenção/vivência pedagógica e terapêutica<br />
para todos os participantes do estudo, inclusive o pesquisador.<br />
A escolha do procedimento<br />
Na elaboração da pesquisa sobre conflitos conjugais na perspectiva dos filhos,<br />
considerei como passo inicial as questões éticas envolvidas no contato com os<br />
participantes. A primeira preocupação foi ponderar a delicadeza da situação de contato e<br />
execução considerando os aspectos de vulnerabilidade da população. Inúmeros<br />
questionamentos surgiram e ao mesmo tempo as respectivas respostas serviram como<br />
norteadoras do trabalho.<br />
(2) Vide Lévy, 2001; Araújo e Carreteiro (Orgs.), 2001<br />
5
Como abordar, investigar de maneira profunda e fidedigna as questões pessoais e<br />
íntimas desta população, ainda em seu processo de formação e desenvolvimento, sem<br />
contudo, correr risco de causar dano físico, moral ou psicológico? Considerando que os<br />
filhos sofrem o impacto e são influenciados pelos efeitos dos conflitos interparentais, como<br />
seria investigar este contexto do ponto de vista deles? Como pesquisar a maneira como<br />
compreendem e enfrentam as discórdias sem tocar diretamente em lembranças ou marcas,<br />
talvez dolorosas, das vivências familiares? Como motivá-los de tal forma que pudessem<br />
expor as idéias, opiniões e sentimentos sem comprometer a integridade moral e<br />
psicológica? De que maneira os participantes poderiam ser beneficiados pelo procedimento<br />
da pesquisa, ou seja, de que modo o procedimento poderia ser educacional e terapêutico?<br />
A preocupação efetiva em proteger o público alvo na abordagem do tema,<br />
reconhecendo as vulnerabilidades e incapacidade legal, foi o guia principal nas decisões do<br />
estudo. Considerei, primordialmente, o modo sobre como abordar o problema em obter os<br />
resultados parcimoniosos, e ao mesmo tempo, contribuir construtivamente para a tomada de<br />
consciência da questão familiar. O compromisso com o máximo de benefícios e o mínimo<br />
de danos e riscos envolveu todos os passos realizados na escolha dos participantes e<br />
construção do método e procedimento.<br />
A primeira decisão foi determinar a faixa etária a ser abordada. De acordo com os<br />
estudos levantados no capítulo anterior, pude constatar que conflitos conjugais, separação e<br />
casamento apresentam efeitos diversos nas diferentes faixas etárias, de acordo com a fase<br />
de desenvolvimento cognitivo/emocional dos filhos. Os estudos também demonstraram que<br />
os adolescentes conseguem expressar melhor os sentimentos e conseguem discriminar, com<br />
mais clareza, a situação entre os pais se comparados com as crianças pequenas. Desta<br />
forma, o critério estabelecido para a escolha da faixa etária visa garantir que os<br />
participantes tenham um processo cognitivo desenvolvido que os capacite expressar,<br />
claramente, os conteúdos internos.<br />
Um segundo aspecto de relevância foi o como investigar os conteúdos desta<br />
população. Como detectar valores, crenças e temas familiares, diminuindo o impacto da dor<br />
6
emocional contida nas expressões, a fim de garantir a preservação psicológica e a menor<br />
exposição das experiências pessoais. A alternativa encontrada para a questão foi elaborar o<br />
trabalho com sociodramas temáticos. De fato, o trabalho com sociodrama minimiza tanto a<br />
tensão na expressão quanto no contato pessoal se comparado com a entrevista individual ou<br />
em grupo, como também, possibilita a expressão dos conteúdos internos respeitando o nível<br />
de envolvimento e a adesão de cada participante.<br />
A escolha do teatro espontâneo, nos <strong>Sociodrama</strong>s <strong>Temático</strong>s com estes<br />
adolescentes, consistiu num passo importante do procedimento. Este recurso foi criado e<br />
denominado por Moreno, inicialmente como Teatro do Improviso (Marineau, 1992), depois<br />
Teatro da Espontaneidade (Moreno, 1984) e, posteriormente, Teatro Espontâneo (Davoli,<br />
1995; 1999; Aguiar, 1998). A utilização do teatro espontâneo se justifica como um<br />
instrumento adequado no trabalho com jovens de uma mesma escola, visto que eles<br />
poderiam expor intimidades da experiência familiar, durante os encontros, e depois disto<br />
estariam juntos na jornada diária das salas de aula. A construção de um contexto protegido<br />
onde pudessem ocorrer expressões espontâneas dos conteúdos pessoais, do público alvo,<br />
deveria ser garantida. Desta forma, a alternativa do teatro espontâneo permitiu a maior<br />
aproximação e contato com conflitos conjugais, do ponto de vista dos filhos, sem que<br />
fossem tocadas diretamente as feridas mais íntimas e dolorosas da vivência dos<br />
participantes.<br />
É importante salientar que um passo anterior à realização dos <strong>Sociodrama</strong>s<br />
<strong>Temático</strong>s, o pesquisador deve determinar os limites e temas relacionados ao problema de<br />
investigação. Estes limites são tênues e necessitam ser previamente delineados para que não<br />
ocorra uma exposição desnecessária dos participantes ou mesmo um direcionamento<br />
paralelo, à temática a ser abordada, que venha satisfazer a mera curiosidade ou despertar<br />
outro interesse no diretor do sociodrama. Assim sendo, como resultado desta abordagem, os<br />
jovens utilizaram a dramatização para a expressão espontânea de suas<br />
experiências/vivências/idéias/opiniões pessoais sem se sentirem demasiadamente<br />
comprometidos com a realidade vivenciada nas próprias famílias.<br />
7
A problemática investigada foi, então, iniciada no contexto grupal, pela inter-<br />
relação de seus elementos partindo da questão proposta sobre conflitos conjugais para sua<br />
subjetivação. O conteúdo do grupo foi considerado a partir de como seus elementos se<br />
inter-relacionaram, sendo possível através da representação dos papéis sociais no cenário<br />
sociodramático (Zampieri, 2002).<br />
O trabalho de pesquisa<br />
O estudo foi composto por quarenta e cinco adolescentes, entre treze e dezesseis<br />
anos, sendo vinte e sete do sexo feminino e dezoito do masculino. Os adolescentes foram<br />
divididos em quatro grupos (dois grupos de filhos de pais de primeiro casamento e dois de<br />
pais separados/divorciados/segundo casamento) de alunos de uma instituição particular de<br />
ensino na zona oeste da cidade de São Paulo, pertencentes às camadas médias (média-alta,<br />
média-média e média-baixa) da população.<br />
Os quatro <strong>Sociodrama</strong>s <strong>Temático</strong>s, referentes a “conflitos conjugais”, foram<br />
gravados e contaram com a participação de dois profissionais técnicos em áudio, assim<br />
como, o acompanhamento da orientadora da pesquisa. Após a realização dos trabalhos<br />
foram requisitados aos participantes os consentimentos para a utilização das falas gravadas,<br />
garantindo o cuidado com a não identificação pessoal, nem mesmo com as histórias<br />
familiares construídas e/ou relatadas. Caso os participantes não concordassem teriam a<br />
opção de não preencherem uma ficha contendo os dados pessoais, porém, todos<br />
concordaram com o procedimento. Cabe mencionar que havia concordância prévia dos pais<br />
dos jovens, permitindo sua participação na pesquisa e o consentimento, neste momento, se<br />
referia à liberdade de permitir ou não que suas ações e falas fossem utilizadas no estudo, a<br />
despeito da autorização e permissão anterior.<br />
Os sociodramas foram realizados em cinco etapas: aquecimento inespecífico,<br />
aquecimento específico, dramatização, compartilhamento e inquérito. Os quatro grupos do<br />
estudo passaram por todas as etapas. O primeiro grupo serviu de modelo e parâmetro para<br />
8
os demais. Algumas modificações foram feitas, a partir das sugestões dos participantes a<br />
fim de compor um procedimento mais integrado.<br />
O Aquecimento Inespecífico foi utilizado no preparo do grupo para o trabalho<br />
proposto. Inicialmente, a pesquisadora se apresentou e pediu aos demais participantes que<br />
se apresentassem, através de um “crachá” colocado na blusa a fim de facilitar a<br />
identificação daqueles que não se conheciam. Feito isto, discutimos a proposta,<br />
esclarecemos as dúvidas e estabelecemos o período de trabalho, assim como, o<br />
consentimento verbal do grupo para a utilização da gravação.<br />
No Aquecimento Específico foi dado início ao preparo do grupo para o trabalho<br />
com o tema de pesquisa: conflitos conjugais. No primeiro grupo (Grupo 1) o aquecimento<br />
foi corporal: em pé, todos caminharam respirando profundamente e sentindo o próprio<br />
corpo, experimentando sensações de calor, frio, chuva, etc. Finalizaram num círculo em<br />
que passaram a construir verbalmente uma história coletiva sobre conflitos conjugais de<br />
uma família fictícia. Cada participante determinava um aspecto da trama e aos poucos o<br />
enredo surgiu, contendo os personagens por eles definidos. Neste grupo foi possível<br />
perceber que o iniciador corporal, do aquecimento, deixou os participantes extremamente<br />
tensos. Com isto, a construção do enredo, dos personagens e o início da dramatização<br />
foram longos, impossibilitando a participação ativa na cena dramática daqueles que<br />
ficaram, inicialmente, na platéia.<br />
A queixa apresentada por este grupo foi considerada, pois apenas cinco<br />
participantes representaram seus papéis psicodramáticos da família fictícia, enquanto os<br />
outros assistiam. Para eles era importante dramatizar, visto que, no final do trabalho<br />
sugeriram que todos deveriam representar um personagem na trama. Este grupo foi<br />
significativo na construção do procedimento visto que, a partir deste ponto, o instrumento<br />
pode ser efetivamente adaptado aos demais participantes.<br />
Nos demais grupos (Grupos 2, 3 e 4) o procedimento foi alterado nesta etapa do<br />
aquecimento. Cada participante escrevia, individualmente numa folha de papel, os temas<br />
relacionados com conflitos conjugais, ou seja, uma listagem sobre os assuntos que<br />
9
poderiam envolver conflitos entre os pais. Feito isto, cada grupo (Grupos 2, 3 e 4) se<br />
dividia em dois sub-grupos (a e b, contendo 5-6 participantes cada) e contavam, aos demais<br />
colegas dos sub-grupos, os temas escritos sobre conflitos. Neste momento, havia a troca de<br />
informações a respeito dos assuntos indicados e cada um dos sub-grupos construiu uma<br />
história contendo o maior número de elementos assinalados. Assim sendo, cada história<br />
deveria representar os conflitos assinalados pelos participantes de cada um dos sub-grupos.<br />
Em seguida, eles escolhiam e assumiam o papel de um personagem na história a ser<br />
dramatizada e todos representaram o papel psicodramático escolhido.<br />
A Dramatização foi constituída por três fases. Nesta etapa as histórias foram<br />
dramatizadas através de cenas. Na primeira fase, do Grupo 1, após a definição dos<br />
personagens da história e a escolha de quais participantes fariam a representação de cada<br />
personagem, cinco participantes passaram a se “fantasiar” com as roupas específicas que<br />
caracterizavam seu próprio personagem. Estas fantasias foram compostas por vestes e<br />
adornos (caixas contendo roupas masculinas e femininas adultas, roupas masculinas e<br />
femininas para crianças e adolescentes e ainda roupas e objetos que aludiam a bebês e<br />
idosos bem como, trabalhadores domésticos) disponibilizados pela pesquisadora, enquanto<br />
os demais participantes assistiam como platéia.<br />
Nos demais grupos (Grupos 2, 3 e 4) após a definição dos personagens, nos sub-<br />
grupos “a” os participantes passavam para o momento de “escolher as roupas” e em<br />
seguida iniciavam a dramatização, tal qual o Grupo 1, enquanto os sub-grupos “b”<br />
assistiam como platéia. Após a dramatização dos sub-grupos “a”, a situação se invertia, ou<br />
seja, nos sub-grupos “b” os participantes escolhiam as vestimentas e se preparavam para a<br />
dramatização, enquanto os sub-grupos “a” ficavam como platéia. Desta forma, obtivemos<br />
uma história dramatizada do Grupo 1 e duas histórias em cada um dos três grupos<br />
subseqüentes, perfazendo o total de sete histórias construídas e dramatizadas sobre<br />
conflitos conjugais. Este total, corresponde a três cenas de filhos de pais de primeiro<br />
casamento e quatro de filhos de pais separados/divorciados/ segundo casamento.<br />
10
O momento de escolha das roupas serviu como aquecimento para a “tomada do<br />
papel” de cada personagem, ou seja, cada participante saía, gradativamente, de seu papel de<br />
pessoa privada (aluno/participante de pesquisa) e passava a assumir seu papel<br />
psicodramático (pai, mãe, filho, avó, etc) do personagem escolhido.<br />
Este momento é, também, considerado como aquele em que os participantes<br />
assumem os seus papéis sociais, na dimensão da interação social de pais, mães, filhos, etc,<br />
mesclados aos papéis internalizados de pais, mães, filhos, etc, construídos na experiência<br />
vivida e/ou percebida no cotidiano.<br />
Na segunda fase foi feita a montagem da cena. Em sua concepção originária a cena<br />
provém do teatro e, a partir daí, Moreno passou a transformá-la em unidade básica de ação<br />
tendo como principais componentes: a determinação do espaço, tempo, personagens e<br />
argumento (Bustos, 2001). Assim sendo, os participantes assinalavam o espaço, local onde<br />
cada cena iria ocorrer, o tempo, a hora suposta da ocorrência da cena, o posicionamento<br />
físico e a definição dos personagens no espaço do cenário dramático, como também, o<br />
roteiro a ser desenvolvido.<br />
Após a definição do tempo, espaço, personagens e enredo no “aqui e agora” da cena<br />
dramática, os participantes faziam a auto-apresentação dos personagens. No papel<br />
psicodramático cada participante se apresentava como sendo pai, mãe, filho, avó, tios etc,<br />
dizendo nome, idade, profissão (ocupação), situação familiar, etc. Eles descreviam os<br />
problemas familiares e a dinâmica dos relacionamentos entre os personagens envolvidos no<br />
enredo. A técnica da auto-apresentação (Moreno, 1999) possibilitou com que cada<br />
participante pudesse construir e expressar seu personagem a partir dos próprios papéis<br />
sociais e psicodramáticos internalizados. Após a apresentação dos personagens, a cena<br />
transcorria livremente, sem interrupção, por 15-20 minutos aproximadamente. Neste<br />
momento, os personagens atuavam, contracenando com os demais membros da cena,<br />
desenvolvendo, assim, o enredo espontâneo da história.<br />
11
Na terceira fase, após transcorrer os 15-20 minutos, de livre atuação dos<br />
personagens, a pesquisadora no papel de diretora da cena, interrompia a dramatização.<br />
Nesta interrupção, pedia o “congelamento da cena”, ou seja, os participantes paravam de<br />
interagir e ficavam imobilizados no cenário. Na imobilização física e verbal, pedia-se<br />
primeiramente que cada personagem fizesse um “solilóquio” e depois se realizava a<br />
entrevista com cada um deles, ainda, em seus papéis psicodramáticos (pai, mãe, filhos, tio,<br />
avó, empregada, amante/namorada, râmister, etc).<br />
Na técnica do solilóquio, os personagens verbalizavam seus pensamentos e<br />
sentimentos mobilizados pela cena a partir do desenvolvimento dos papéis psicodramáticos.<br />
Cada personagem expressava os pensamentos e sentimentos sobre si mesmo e/ou sobre o<br />
que estava acontecendo ao seu redor, ou seja, o contexto do qual fazia parte. Este momento<br />
implicava no esclarecimento dos conteúdos ocultos dos personagens que não apareciam na<br />
dramatização, assim como, possibilitava uma maior compreensão do sistema familiar a<br />
partir do ponto de vista de cada um (Barberá e Knappe, 1997). A expressão dos conteúdos<br />
do “mundo interno” ofereceu uma abertura para que a diretora pudesse penetrar nos<br />
conflitos latentes dos próprios personagens e direcionar/ampliar sua percepção para<br />
compreender melhor a dinâmica familiar, questionando as interações familiares dos temas<br />
protagônicos.<br />
Após o solilóquio, foi feita uma entrevista com cada personagem. Esta entrevista<br />
teve a finalidade de esclarecer a dinâmica dos relacionamentos dramatizadas, compreender<br />
como os participantes construíram seus respectivos papéis psicodramáticos e os indicadores<br />
das principais temáticas, na maneira de pensar e atuar nos diversos papéis familiares.<br />
Segundo Menegazzo, Zuretti, Tomasini e Cols. (1995) a entrevista ou reportagem é uma<br />
técnica fundamental dos procedimentos psicodramáticos. É normalmente praticada por<br />
meio do diálogo entre o diretor e o protagonista para diagnóstico, compreensão terapêutica<br />
e contextualização da ação dramática.<br />
As perguntas da diretora de cena dirigidas a cada um dos personagens também<br />
possibilitou o questionamento dos conteúdos que apareciam camuflados ou desconhecidos,<br />
12
possibilitando uma maior compreensão de como os filhos/personagens compreendem e<br />
enfrentam ou enfrentariam os conflitos conjugais surgidos nas dramatizações.<br />
Neste tipo de Dramatização, de acordo com Zampieri (2002), o mundo das<br />
realidades vividas e os significados específicos estão comprometidos em tornar o<br />
conhecimento objetivo e a verdade como resultantes das várias perspectivas dos integrantes<br />
do grupo, onde as diferenças coexistem e são legitimadas. Nesse momento acontece um<br />
saber transformador e intersubjetivista onde os significados aparecem na construção grupal.<br />
A presença da diretora/pesquisadora nas situações interativas facilita a participação ativa<br />
dos integrantes no percurso da pesquisa. Os participantes realizam suas construções num<br />
processo complexo de cocriação, num clima de segurança e confiança.<br />
Nas dramatizações foram utilizadas quatro técnicas básicas: auto-apresentação,<br />
congelamento, solilóquio e entrevistas dos personagens. As demais técnicas<br />
psicodramáticas (inversão de papeis, duplo, espelho, etc) não foram utilizadas em função<br />
das cenas terem sido conduzidas, unicamente, na direção do objetivo da investigação. Essas<br />
técnicas não foram consideradas, pois poderiam ultrapassar os limites da temática proposta<br />
e conduzir os participantes a níveis de expressão/exposição além daqueles demarcados<br />
inicialmente, desviando-os do foco estabelecido pelo estudo.<br />
No Compartilhamento, os personagens e a diretora saíram de seus papéis<br />
psicodramáticos, constituídos na etapa da Dramatização, e voltaram a agir em seus papéis<br />
de pessoas privadas (alunos/participantes da pesquisa e pesquisadora). No momento de<br />
intimidade do grupo os participantes construíram seus relatos afetivos. Expressaram as<br />
reflexões pessoais sobre cada participação na experiência dramática, se despiram dos<br />
personagens e falaram sobre o que houve de presente e/ou pessoal na experiência (Monteiro<br />
e Brito, 2000). Compartilharam seus sentimentos, idéias, pensamentos e emoções ocorridos<br />
durante as dramatizações. Neste compartilhar, eles também expressaram as identificações<br />
mais significativas e o conhecimento foi coconstruído, elaborado e sistematizado<br />
(Zampieri, 2002).<br />
13
Uma quinta etapa foi introduzida ao <strong>Sociodrama</strong> <strong>Temático</strong>, denominada Inquérito.<br />
Nesta etapa, pesquisadora e orientadora da pesquisa participaram ativamente através da<br />
formulação de perguntas que pudessem dar maiores esclarecimentos e indícios voltados ao<br />
problema de investigação. Foi possível confirmar as identificações estabelecidas em outros<br />
grupos, verificar a presença ou não de aspectos assinalados na literatura e coconstruir<br />
ativamente os resultados sobre como os adolescentes compreendem e enfrentam conflitos<br />
conjugais.<br />
Fase de análise do procedimento de pesquisa<br />
A análise tem sido a fase mais complexa para a sistematização e compreensão dos<br />
resultados da pesquisa qualitativa quando utilizamos o sociodrama. Esta complexidade se<br />
deve ao fato de que os grupos apresentam inúmeras possibilidades de significações diante<br />
das relações estabelecidas no contexto dramático. Nery e Wechsler (2010) apresentam<br />
inúmeras modalidades de análise das complexidades envolvidas nos resultados das<br />
pesquisas onde o sociodrama é utilizado. As autoras apresentam um gráfico (fl.92),<br />
produzido por Nery (2008), em que os indicadores são representados em seus diversos<br />
elementos e contextos.<br />
No trabalho aqui apresentado (Toloi, 2006), todas as etapas de pesquisa foram<br />
gravadas. As gravações do áudio foram transcritas na íntegra para que fosse possível obter<br />
o material completo de cada encontro. A partir deste material, foram realizadas diversas<br />
leituras e sínteses das narrativas a fim de se obter um relato condensado das informações<br />
mais significativas, na forma e seqüência, apresentadas pelos participantes. Estes relatos<br />
foram acompanhados das anotações realizadas após os encontros, relativos à forma e<br />
conteúdo das apresentações e impressões da pesquisadora.<br />
Em cada grupo foram considerados como material de análise: estrutura das cenas,<br />
dinâmica dos relacionamentos, respostas dadas aos inquéritos de esclarecimento, histórias<br />
construídas, seqüência das histórias e relato final dos participantes nas fases de<br />
“Compartilhamento” e “Inquérito”. Nesta dimensão, a análise passa a ser Sociodinâmica<br />
14
cujo objeto é a estrutura, evolução, funcionamento dos grupos (Marra e Costa, 2004) e<br />
estudo das relações interpessoais (Baptista, 2003).<br />
Após esta etapa, foram feitas comparações entre: os temas escritos no papel nas<br />
etapas de “Aquecimento Específico”, com os conteúdos e dinâmica dos relacionamentos<br />
das cenas na “Dramatização”, com as identificações pessoais e relatos verbalizados no<br />
“Compartilhamento” e, finalmente, com as respostas dos participantes no “Inquérito”.<br />
O relato de cada grupo foi codificado e analisado segundo: seqüência da narrativa<br />
nas construções das cenas e análise estrutural utilizando indicadores de conflitos conjugais<br />
referentes ao como os filhos compreendem e enfrentam as discórdias por eles construídas.<br />
Foi feita a reelaboração das sete cenas do sociodrama de maneira a retratar as<br />
concordâncias e discordâncias quanto à seqüência, conteúdo expresso e à dinâmica dos<br />
relacionamentos.<br />
Considerando a faixa etária dos participantes, foi realizada uma reanálise dos grupos<br />
identificando a maneira como as concepções sobre família foram construídas nas cenas<br />
dramáticas e as similaridades com o contexto pessoal/familiar mais amplo dos participantes<br />
dos grupos de pais separados/divorciados/segundo casamento e de primeira união. Foram<br />
consideradas as concordâncias e discordâncias das respostas, dos conteúdos e significados<br />
dados pelos participantes das sete cenas dramatizadas.<br />
As histórias construídas nas etapas de “Dramatização” foram comparadas com os<br />
relatos das etapas de “Compartilhamento” e “Inquérito” a fim de se obter as falas<br />
significativas quanto à diferenciação apresentada pelos filhos nas cenas construídas. Foram<br />
realizadas diversas leituras e comparações entre as etapas de “Aquecimento Específico”,<br />
“Dramatização”, “Compartilhamento” e “Inquérito” quanto aos conteúdos e significados<br />
referentes ao problema de pesquisa.<br />
Feito isto, foram produzidas abstrações que pudessem refletir a compreensão sobre<br />
os grupos num contexto mais amplo, considerando os significados dados pelos<br />
15
participantes no que se referem às concepções sobre família e papéis familiares, assim<br />
como, a maneira como eles compreendem e enfrentam conflitos conjugais.<br />
Considerações finais<br />
O <strong>Sociodrama</strong> <strong>Temático</strong>, como procedimento de pesquisa, possibilitou ir além da<br />
proposta inicial de pesquisa. O dinamismo e o envolvimento dos participantes com a co-<br />
construção do conhecimento propiciou uma profunda investigação das dinâmicas dos<br />
relacionamentos e dos conflitos e, a partir disto, a consciência dos conteúdos passou a fazer<br />
parte do processo de transformação.<br />
A fluidez com que os participantes se expressaram possibilitou detectar, de forma<br />
significativa, como atuam as concepções de família e papéis familiares construídas no<br />
imaginário dos adolescentes. A espontaneidade e riqueza das interpretações denunciam os<br />
padrões sociais e morais que alicerçam a vida familiar contemporânea.<br />
Neste processo de investigação, o <strong>Sociodrama</strong> <strong>Temático</strong> permitiu a construção de<br />
um procedimento dinâmico, educacional e terapêutico, possibilitando a aproximação da<br />
intimidade psíquica, a expressão dos conteúdos pessoais e o conhecimento dos “segredos”<br />
familiares comuns ao contexto clínico. Concomitante a isto, no contexto de pesquisa, as<br />
respostas ao problema de investigação foram espontâneas e os participantes incorreram no<br />
menor risco de danos psicológicos e morais.<br />
Por outro lado, as modificações pessoais/sociais ocorridas a partir destas<br />
experiências e dos resultados da pesquisa não podem ser objetivamente observáveis, porém<br />
sentidas e percebidas como fenômeno social em transformação, talvez mais próximo do<br />
denominado “socialismo revolucionário científico” de Moreno.<br />
Este trabalho de pesquisa demonstrou alguns aspectos dos desafios dos<br />
pesquisadores. As significações dos conteúdos expressos, através da espontaneidade dos<br />
participantes no procedimento sociodramático, amplificam a qualidade espontânea e<br />
16
criativa na coconstrução do conhecimento científico. Moreno, certamente, estaria orgulhoso<br />
ao constatar a abrangência de suas idéias para o desenvolvimento de pesquisas qualitativas<br />
que, certamente, possibilitam transformações sociais, por ele, mencionadas e fortemente<br />
almejadas.<br />
Referências Bibliográficas<br />
AGUIAR, M.(1998) Teatro Espontâneo. São Paulo: Agora<br />
ARAÚJO, J.N.G., CARRETEIRO, T.C. (Orgs.) (2001) Cenários sociais e abordagem<br />
clínica. São Paulo: Escuta; Belo Horizonte: Fumec<br />
BAPTISTA, T.T. (2003) Psicodrama com grandes grupos. Revista Brasileira de<br />
Psicodrama, Vol. 11, n. 2, 159-164<br />
BARBERÁ, E.L.; KNAPPE, P.P. (1997) A escultura na psicoterapia: Psicodrama e<br />
outras técnicas de ação. São Paulo: Ágora<br />
BUSTOS, D.M. (2001) Perigo…Amor à vista!: Drama e psicodrama de casais. São<br />
Paulo: Ed. Aleph, segunda edição ampliada.<br />
CONTRO, L.C. (2009) Grupos de apoio ao processo de trabalho em saúde:<br />
articulações teórico-práticas entre Psicodrama e Análise Institucional. Tese de<br />
Doutorado (Departamento de Medicina Preventiva e Social) Universidade Estadual de<br />
Campinas.<br />
DAVOLI, C. (1995) O teatro espontâneo e suas terminologias. Revista Brasileira de<br />
Psicodrama, Vol. 3, Fascículo I, 15-20<br />
____________ (1999) Aquecimento – caminhos para a dramatização. In: Almeida W.C.<br />
de e col. Grupos: A proposta do psicodrama. São Paulo: Ágora, 77-88.<br />
FALIVENE, L.R.A. (2006) Grupo: Lócus da saúde e da doença do homem. In: Revista<br />
Brasileira de Psicodrama. Vol. 14, n. 1, 131-139.<br />
FILLIPINI, R. (2003) Grupo de apoio para crianças na situação de divórcio ou<br />
separação parental. Dissertação de Mestrado pela PUCSP<br />
FONTES, F.C.C. (2004) A força do afeto na família: Uma possibilidade de interrupção<br />
da trajetória infracional de adolescentes em liberdade assistida. Dissertação de<br />
Mestrado pela PUCSP<br />
17
______________ (2008) Laços intergeracionais na família em contexto infracional:<br />
Quando a relação avós e netos pode ser liberadora. Tese (Doutorado em Serviço Social).<br />
PUCSP.<br />
KNOBEL, A M. A C. (2004) Moreno em ato: A construção do psicodrama a partir das<br />
práticas. São Paulo: Ágora<br />
LÉVY, A (2001) Ciências clínicas e organizações sociais: Sentido e crise do sentido.<br />
Belo Horizonte: Autêntica/Fumec.<br />
LIMA, N.S.T. (2002) Inclusão e teatro espontâneo: novos regimes de verdade? Revista<br />
Brasileira de Psicodrama, Vol. 2, nº 2, 11-23.<br />
MARINEAU, R.F. (1992) Jacob Levy Moreno – 1889-1974: pai do psicodrama, da<br />
sociometria e da psicoterapia de grupo. São Paulo: Ágora.<br />
MARRA, M.M. (2004) O agente social que transforma: O sociodrama na organização<br />
dos grupos. São Paulo: Ágora.<br />
____________ ; COSTA, L.F. (2004) A pesquisa-ação e o sociodrama: Uma conexão<br />
possível? Revista Brasileira de Psicodrama, Vol. 12, nº 1, 99-116.<br />
MENEGAZZO, C.M.; ZURETTI, M.M. TOMASINI, M.A. e Cols. (1995) Dicionário de<br />
Psicodrama e <strong>Sociodrama</strong>. São Paulo: Ágora.<br />
MONTEIRO, AM. (2000) Projetos psicodramático e conexões epistemológicas com o<br />
pós-modernismo. Revista Brasileira de Psicodrama, Vol. 8, nº 2, 83-97.<br />
______________ ; BRITO, V. (2000) Ética no psicodrama: Contextualizando o<br />
processamento. Revista Brasileira de Psicodrama. Vol. 8, nº 2, 41-43.<br />
MORENO, J.L. (1978) Psicodrama. São Paulo: Cultrix.<br />
_____________(1984) O teatro da espontaneidade. São Paulo: Summus<br />
____________ (1992) Quem sobreviverá? Fundamentos da sociometria, psicoterapia<br />
de grupo e sociodrama. Goiânia: Dimensão, volume 1.<br />
_____________ (1999) Psicoterapia de grupo e psicodrama. Campinas: Ed. Livro Pleno.<br />
NERY, M.daP. (2007) Epistemologia da socionomia e o psicodramatista pesquisador.<br />
In: Revista Brasileira de Psicodrama, Vol. 15, n.2, 79-92.<br />
______________; CONCEIÇÃO, M.I.G. (2006) <strong>Sociodrama</strong> da inclusão racial:<br />
Quebrando a inércia. Revista Brasileira de Psicodrama. São Paulo, Vol. 14, nº 1, 105-119.<br />
18
_____________; Wechsler, M.P. da F. (2010) Análise de sociodrama para pesquisas:<br />
Uma proposta. Revista Brasileira de Psicodrama, Vol. 18, n. 1, 89-102.<br />
RAMOS, E.; COSTA, L.; MARRA, M.; MONTEIRO, A (1998) O psicodrama com<br />
metodologia de intervenção no trabalho comunitário. Revista Brasileira de Psicodrama,<br />
Vol. 6, nº 1, 111-127. Revista Brasileira de Psicodrama, Vol. 6, nº 1, 111-127.<br />
SCAFFI, N. (2002) Assumindo as diferenças: índios, Aids, programas de<br />
prevenção....uma contribuição metodológica a partir dos pressupostos do psicodrama.<br />
Dissertação de Mestrado. Campo Grande, MS: Universidade Federal de Mato Grosso do<br />
Sul.<br />
SEIXAS, M.R.D. (1992) <strong>Sociodrama</strong> familiar sistêmico. São Paulo: Aleph.<br />
TOLOI, M.D.C. (2006) Filhos do divórcio: Como compreendem e enfrentam conflitos<br />
conjugais no casamento e na separação. Tese de Doutorado em psicologia Clínica,<br />
PUCSP.<br />
WECHSLER, M.P.F. (2007) Pesquisa e Psicodrama. Revista Brasileira de Psicodrama,<br />
Vol. 15, n.2, 71-77.<br />
ZAMPIERI, AM.F. (1996) <strong>Sociodrama</strong> da aids: Método de construção grupal na<br />
educação preventiva da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Dissertação de<br />
Mestrado em Psicologia Clínica pela PUCSP.<br />
_______________ (2002) <strong>Sociodrama</strong> construtivista da sexualidade conjugal na<br />
prevenção de HIV e de Aids no casamento. Tese de Doutorado em Psicologia Clínica<br />
pela PUCSP.<br />
19