ballet gulbenkian - Gulbenkian Música - Fundação Calouste ...
ballet gulbenkian - Gulbenkian Música - Fundação Calouste ...
ballet gulbenkian - Gulbenkian Música - Fundação Calouste ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
TEMPORADA<br />
02.03<br />
BALLET<br />
GULBENKIAN<br />
PROGRAMAS 01 02 0UT.NOV
FUNDAÇÃO<br />
CALOUSTE GULBENKIAN<br />
Serviço de <strong>Música</strong><br />
Director ><br />
Luís Pereira Leal<br />
Directores adjuntos ><br />
Carlos de Pontes Leça . Rui Vieira Nery<br />
Assessor ><br />
Miguel Sobral Cid<br />
PROGRAMAS<br />
01. 2<br />
+<br />
><br />
+<br />
+<br />
+<br />
+<br />
TEMPORADA<br />
2002.03<br />
OUTUBRO.NOVEMBRO<br />
Espectáculo para maiores de 3 anos<br />
Em caso de atraso, só poderá tomar o seu lugar<br />
após a conclusão de cada uma das obras em<br />
programa, de acordo com as instruções dos<br />
arrumadores da sala.<br />
Não é permitido tirar fotografias nem fazer<br />
gravações sonoras ou filmagens durante os<br />
espectáculos.<br />
A qualidade dos espectáculos poderá ser<br />
gravemente prejudicada por ruídos que<br />
perturbem a concentração dos bailarinos e<br />
afectem a audição musical.<br />
Por favor desligue o alarme do seu relógio, pager<br />
ou telemóvel antes do início dos espectáculos.<br />
Programas sujeitos a alterações sem aviso prévio.
BALLET GULBENKIAN<br />
> +<br />
Directora Artística<br />
Iracity Cardoso<br />
Bailarinos<br />
Mayra Becker<br />
Ângela Clemente<br />
Paula Fernandes<br />
Barbara Griggi<br />
Sofia Inácio<br />
Laura Marín<br />
Pascale Mosselmans<br />
Cláudia Nóvoa<br />
Ana Cláudia Ribeiro<br />
Sandra Rosado<br />
Teresa Alves da Silva<br />
Ann de Vos<br />
Lindanor Xavier<br />
Allan Falieri<br />
Bernardo Gama<br />
Bruno Guilloré<br />
Josep Humet<br />
Hillel Kogan<br />
Sébastien Mari<br />
Rui Pinto<br />
Carlos Prado<br />
Rui Reis<br />
Romeu Runa<br />
Jermaine Spivey<br />
Estagiário<br />
Abine Leão Ka<br />
Pedro Mendes *<br />
Coreógrafos convidados<br />
Mauro Bigonzetti<br />
Itzik Galili<br />
Cesc Gelabert<br />
Henrique Rodovalho<br />
Didy Veldman<br />
Ensaiadores<br />
Vítor Garcia<br />
Pascale Mosselmans<br />
Professor de Dança convidado<br />
Georges Garcia<br />
Assistentes da Direcção Artística<br />
João Costa<br />
Margarida Abadesso<br />
Pianistas<br />
João Paulo Soares<br />
Humberto Ruaz<br />
Técnico Paramédico<br />
José Ziegler Raimundo<br />
Directora de Produção<br />
Isabel Ayres<br />
Assistente de Produção **<br />
Patrícia Alves<br />
Director de Cena/Coordenador<br />
Técnico<br />
João Frango<br />
Assistente das Direcções de Cena<br />
e de Produção<br />
Ilídio Araújo<br />
Mestra de Guarda-Roupa<br />
Florinda Basílio<br />
Assistente de Guarda-Roupa<br />
Deodata Saião<br />
Costureiras<br />
Josefina Revez<br />
Mª Eugénia Tomás<br />
Chefe da Equipa de Maquinistas<br />
Alfredo Figueiredo<br />
Equipa de Maquinistas<br />
João Gonçalves<br />
Fernando Madeira<br />
Américo Matias<br />
Vitor Pereira<br />
Leonel Picareta<br />
Ricardo Rosa<br />
Luís Santos<br />
Carlos Silva<br />
José Silva<br />
Luís Torres<br />
Chefe das Equipas<br />
de Electricistas<br />
e de Audiovisuais<br />
Clemente Cuba<br />
Electricistas<br />
Luís Alonso<br />
Luís Fradique<br />
João Galvão<br />
João Marcelo<br />
Fernando Nobre<br />
Operadores<br />
Pedro Antunes<br />
Paulo Baía<br />
Jorge Gonçalves<br />
José Gouveia<br />
Tiago Jónatas<br />
Jorge Martins<br />
* bolseiro ao abrigo do programa de<br />
estágios profissionais promovido pelo<br />
IEFP - Instituto do Emprego e<br />
Formação Profissional<br />
** colaborador eventual
BAILARINOS<br />
Mayra Becker<br />
Ângela Clemente<br />
Paula Fernandes<br />
Barbara Griggi<br />
Sofia Inácio<br />
Laura Marín<br />
Pascale Mosselmans<br />
Cláudia Nóvoa<br />
Ana Cláudia Ribeiro<br />
Sandra Rosado<br />
Teresa Alves da Silva<br />
Ann de Vos<br />
Lindanor Xavier<br />
Allan Falieri<br />
Bernardo Gama<br />
Bruno Guilloré<br />
Josep Humet<br />
Hillel Kogan<br />
Sébastien Mari<br />
Rui Pinto<br />
Carlos Prado<br />
Rui Reis<br />
Romeu Runa<br />
Jermaine Spivey<br />
Abine Leão Ka
BALLET GULBENKIAN<br />
O Ballet <strong>Gulbenkian</strong> foi fundado em 1965, e até 1969 a direcção artística foi confiada ao<br />
coreógrafo britânico Walter Gore. Sob a sua direcção o agrupamento adquiriu e consolidou um<br />
autêntico profissionalismo. Tendo em atenção as carências então existentes no meio balético<br />
português, o Ballet <strong>Gulbenkian</strong> chamou a si a responsabilidade de, a par de novas criações<br />
coreográficas, apresentar diversos bailados do reportório tradicional. Exerceu assim uma acção<br />
divulgadora desse reportório junto de vastos sectores de público que de outro modo não teriam<br />
oportunidade de o apreciar ao vivo.<br />
Sob a direcção artística do coreógrafo croata Milko Sparemblek (1970-75), o Ballet <strong>Gulbenkian</strong><br />
volta-se decididamente para a dança moderna, continuando, no entanto, a repor alguns clássicos,<br />
sendo o próprio Sparemblek responsável por inúmeras criações para o reportório.<br />
Entre 1977 e 1996, o cargo de director artístico foi exercido pelo bailarino e professor português<br />
Jorge Salavisa. Acentuou-se, ao longo desses anos, a orientação estética da Companhia segundo<br />
uma linha de contemporaneidade sem submissão a uma directriz monolítica, antes pelo contrário com<br />
abertura a escolas e estilos muito diversos. Salavisa encorajou a revelação e apoiou o<br />
desenvolvimento da carreira de coreógrafos nacionais, fomentando, ainda, a formação de bailarinos<br />
portugueses através de cursos especiais anexos ao Ballet <strong>Gulbenkian</strong>. Beneficiando deste facto, o<br />
actual elenco da Companhia é maioritariamente composto por bailarinos portugueses.<br />
Desde Março de 1996 a direcção artística é da responsabilidade da professora brasileira Iracity Cardoso.<br />
Sem prejuízo da orientação preexistente, o reportório do Ballet <strong>Gulbenkian</strong> tem incorporado outras<br />
linguagens coreográficas, sempre preservando a actualização, diversidade e aposta em obras que<br />
possam explorar as características específicas deste conjunto de bailarinos experiente, versátil e maduro.<br />
Entre os coreógrafos a quem o Ballet <strong>Gulbenkian</strong> tem confiado, ao longo dos mais de trinta anos da<br />
sua existência, a criação de novos trabalhos, destacam-se três portugueses, quer pelo número de<br />
bailados coreografados quer pela importância tida no desenvolvimento da identidade e estilo da<br />
Companhia: Carlos Trincheiras, Vasco Wellenkamp e Olga Roriz. A par deles, e pela assiduidade com<br />
que têm colaborado nos anos mais recentes, caberá ainda referir os nomes de Paulo Ribeiro e Rui<br />
Horta. No que se refere a coreógrafos estrangeiros de renome internacional, John Buttler, Lar<br />
Lubovitch, Birgit Cullberg, Hans Van Manen, Maurice Béjart, Christopher Bruce, Louis Falco, Jirí<br />
Kylián, Nacho Duato, Paul Taylor, Mats Ek, Ohad Naharin, William Forsythe, Itzik Galili e Mauro<br />
Bigonzetti são alguns dos autores cujas obras têm sido dançadas pela Companhia.<br />
Entretanto, consciente das suas responsabilidades no sentido de contribuir para a consolidação de<br />
uma arte de raiz portuguesa, o Ballet <strong>Gulbenkian</strong> tem contado, também, com a frequente e<br />
importante colaboração de compositores musicais e artistas plásticos portugueses.<br />
Desde 1982 diversos bailados do reportório foram gravados pela RTP, tendo alguns deles sido<br />
mostrados internacionalmente.<br />
Para além das habituais temporadas em Lisboa, o Ballet <strong>Gulbenkian</strong> efectua, anualmente, digressões<br />
por várias cidades portuguesas. A nível internacional a Companhia foi chamada, desde a sua criação, a<br />
actuar, com reconhecido êxito, em metrópoles como Londres, Paris, Nova Iorque, Bruxelas, Amesterdão,<br />
Madrid, Barcelona e São Paulo, e festivais internacionais em Haia (Holland Dance Festival), Wiesbaden,<br />
Cannes, Aix-en-Provence, Taormina, Lodz, Turim (TorinoDanza), Budapeste, Innsbruck, Memphis (EUA),<br />
Macau, Bregenz e Joinville, bem como noutras cidades europeias e africanas.<br />
><br />
DIRECTORA ARTÍSTICA:<br />
IRACITY CARDOSO<br />
Iracity Cardoso nasceu em São Paulo onde começou a estudar dança na Escola<br />
Municipal de Bailado, dirigida por Marília Franco e Vaslav Veltchek. Prosseguiu a<br />
sua formação artística com Tatiana Leskova, Ismael Guiser, Gilberto Mota, Lennie<br />
Dale, Renée Gumiel e Yoshi Morimoto.<br />
Em 1965, viaja pela primeira vez até à Europa, dançando na Ópera de Marselha,<br />
no Staats Theater Bonn e no Stadt Theater Karlsruhe.<br />
Regressa ao Brasil, participa no espectáculo Dança Viva, com coreografia de António<br />
C. Cardoso e Marilena Ansaldi, e integra o Grupo Coreográfico Afirmação, dirigido por<br />
Ismael Guiser, Marika Gidale e Adi Ador. Entre 1972 e 74 trabalha como bailarina e<br />
professora no Ballet Stagium, primeira companhia independente de São Paulo.<br />
A partir de 1974, e até 1980, a convite de António C. Cardoso, assume os cargos<br />
de assistente da direcção, ensaiadora e bailarina do Corpo de Baile do Teatro<br />
Municipal de São Paulo.<br />
Entre 1980 e 88, Oscar Araiz convida-a para sua assistente e bailarina solista no<br />
Ballet du Grand Théâtre de Genève. Participa nas gravações, para a Télévision<br />
Suisse-Romande, das obras mais importantes coreografadas por Araiz e realiza<br />
digressões por toda a Europa, América do Sul, China e Rússia. Remonta bailados<br />
de Araiz para companhias como o Ballet da Cidade de São Paulo (Brasil), Teatro<br />
Colon de Buenos Aires (Argentina), Maggio Fiorentino (Itália), Óperas de Berlim e<br />
Wiesbaden (Alemanha), Ballet du Rhin e Ballet Nacional de Nancy (França), Ballet<br />
Nacional da Finlândia (Finlândia) e Ballet Nacional Chileno (Chile).<br />
Entre 1988 e 93, Iracity Cardoso desempenha as funções de co-directora do<br />
Ballet du Grand Théâtre de Genève, sendo assistente de coreógrafos como<br />
Christopher Bruce, Rudi Dantzig, Mats Ek, Jirí Kylián e Vasco Wellenkamp, entre<br />
outros. A convite de Christopher Bruce remonta o bailado Rooster, por ele criado<br />
para o Ballet du Grand Théâtre de Genève, em companhias como o London<br />
Contemporary Dance Theatre e o Ballet Rambert, em Inglaterra, e o Houston<br />
Ballet nos Estados Unidos.<br />
Em 1994, assume uma carreira independente. Nessa condição, é convidada a<br />
remontar diversas obras do reportório do Ballet de Genève, e colabora com o<br />
Theaterhaus de Estugarda, como Mestre de Bailado na obra Othello, de Ismael Ivo<br />
e Hans Kresnick.<br />
Em Março de 1996, a convite da <strong>Fundação</strong> <strong>Calouste</strong> <strong>Gulbenkian</strong>, assume o cargo<br />
de Directora Artística do Ballet <strong>Gulbenkian</strong>.<br />
+
PROGRAMA<br />
01.<br />
OUT.NOV. 2002<br />
Grande Auditório <strong>Gulbenkian</strong><br />
[Lisboa]<br />
30 [Quarta]: 21.00h<br />
31 [Quinta]: 21.00h<br />
01 [Sexta]: 21.00h<br />
02 [Sábado]: 16.00h+21.00h<br />
PRUMO<br />
> intervalo<br />
CHARMES<br />
> intervalo<br />
CANTATA
PROGRAMA<br />
02.<br />
NOV. 2002<br />
Grande Auditório <strong>Gulbenkian</strong><br />
[Lisboa]<br />
07 [Quinta]: 21.00h<br />
08 [Sexta]: 21.00h<br />
09 [Sábado]: 16.00h+21.00h<br />
SEE BLUE THROUGH<br />
> intervalo<br />
CHARMES<br />
> intervalo<br />
CANTATA
NOV. 2002<br />
Grande Auditório do Europarque<br />
[Santa Maria da Feira]<br />
15 [Sexta]: 22.00h<br />
16 [Sábado]: 22.00h<br />
Grande Auditório do Centro<br />
de Artes e Espectáculos<br />
[Figueira da Foz]<br />
22 [Sexta]: 22.00h<br />
23 [Sábado]: 22.00h<br />
CHARMES<br />
> intervalo<br />
CHAMELEON<br />
> intervalo<br />
CANTATA
CANTATA<br />
Coreografia > Mauro Bigonzetti<br />
<strong>Música</strong> > Cristina Vetrone*, interpretada ao vivo<br />
pelo grupo AS.SUR.D [Cristina Vetrone, Lorella<br />
Monti, Enza Prestia, Enza Pagliara]<br />
Figurinos > Helena Medeiros<br />
Desenho de Luzes > Carlo Cerri<br />
Montagem musical > Roberto Monari<br />
Direcção de ensaios > Vítor Garcia<br />
Estreia absoluta pelo Ballet <strong>Gulbenkian</strong>,<br />
no Teatro Municipal Rivoli, Porto,<br />
a 29 de Junho de 2001<br />
* Agradecimentos a Marcello Ciervo,<br />
autor de “Serenata”, e a Eugenio Bennato,<br />
autor da letra de “La Primavera”
CANTATA “Mas<br />
eu creio que, para se estar bem neste mundo, ou todos os homens deveriam ser<br />
mulheres, ou todas as mulheres deveriam ser homens, ou não deveriam ser nem homens nem<br />
mulheres, para todos terem uma vida tranquila. E tenho dito.”<br />
[ Concetta Barra, artista napolitana.<br />
As mulheres, em Cantata, não são estáticas, imóveis, olhos fixos num ponto vago. Nem o seu<br />
lugar é o fim do mundo. Esbracejam, correm, erguendo-se como quem castiga a morte no<br />
júbilo e na agonia de viver. Prolongadas pelas mãos, as linhas do movimento devoram um corpo<br />
outro, o da certeza de que se derrota o pânico no caos dos ossos que contêm a carne, como<br />
se propriedade sua fossem, quando se revelam e esmagam na sabedoria de dar à luz. Dançam<br />
com homens-fetos, rente ao chão, pés «en dedans», ritmadamente, o sol reflectido nos seus<br />
braços e pernas, doces frutos aquecidos pela cor da terra na linha poeirosa do horizonte. E as<br />
mulheres, ao recebê-los, a eles, os homens, dão.<br />
Fala do amor, Cantata, criada ao som de canções tradicionais napolitanas (interpretadas ao vivo),<br />
música que poderia ser originária de uma qualquer aldeia do Portugal profundo? Claro que sim.<br />
Fala do amor e desse poder sobre as coisas, na cadeia do tempo, que faz ganhar volume no<br />
corpo, depois de tudo se aquietar na evocação do esplendor, ou do abraço fecundo no rumo<br />
amargo de um frio sibilante. Tem sempre os contornos de olhar perdido, a condição feminina. E a<br />
coreografia, para além de se debruçar sobre o relacionamento entre os dois sexos, desvenda a<br />
ausência nos rostos que acompanham como mortalha o regresso da mulher à terra de onde veio.<br />
Face contra face, a seguir ao caos, a maciez, o acerto no silêncio vegetal. Mauro Bigonzetti<br />
quis criar uma atmosfera que poderia ser enquadrada num qualquer filme neo-realista do pósguerra,<br />
quando - afirmou o criador - as mulheres lutavam pelo direito de voto que lhes era<br />
negado. Não que a coreografia se integre num demasiadamente óbvio contexto históricopolítico,<br />
mas possui resquícios de uma realidade sociológica. Há, no entanto, insinuações, na<br />
gestualidade e no tratamento do espaço que, sem contextualização narrativa, remetem para o<br />
devir da História, com as contradições que a nutrem e as motivações económico-sociais que<br />
lhe subjazem. E essa característica advém da forma como se distribui e organiza o tempo, num<br />
esforço de contemporaneidade.<br />
Uma espécie de faina vai-se revelando no palco. Os corpos partem-se pelos rins, corta-se o<br />
gesto à força do pulso e do lançar das pernas, com movimentos abruptos, como se as mulheres<br />
e os homens andassem de empreitada. Apropria-se do temor, o discurso coreográfico, mas<br />
ouve-se o riso e a galhofa, pressentem-se cenas de rua, a pequena discussão de quase mão na<br />
anca, desenvolve-se um ritmo a lembrar o trabalho não à maneira lírica de um quadro de Millet,<br />
mas, mais cruamente, na peculiaridade psicológica que interfere na configuração do simbólico.<br />
O restante é corpo agitado e musical na recordação do cheiro das flores e da terra molhada,<br />
no imaginário múltiplo de uma inocência brusca que assiste à presença de mitos arcaicos,<br />
como, aliás, sucede na pintura de Graça Morais e de uma forma mais linear em Jardi Tancat,<br />
de Nacho Duato. Não está longe a actualidade, neste ritual, que herda uma memória próxima<br />
da história de uma intersubjectividade. Porque o Outro possui o conhecimento do que somos e<br />
é, para o Eu, na acepção sartriana, aquele que roubou o seu ser. Cantata não se alheia da<br />
temática das relações de poder, nem da ideia da apropriação de alguém, porque esse alguém<br />
nos faz viver. O amor também busca súbditos, por entre o grito rutilante do desejo ou de uma<br />
calma quotidiana. Ninguém quer, porém, a servidão, porque «o amante simboliza o mundo». Esta<br />
obra fixa-se também aí, na afirmação de uma liberdade que rejeita o cativeiro da transformação<br />
do Outro em escravo. E fá-lo na verdade secreta de uma terra-mãe, na demarcação de um<br />
território materializado por uma tão subtil como quase rude violência, que nos reconduz ao<br />
húmus existencial e a uma poética de reminiscências e imagens, ainda com assento nas<br />
sociedades modernas. A mulher é retratada por Mauro Bigonzetti como memória, mas também<br />
destino, frágil e forte, presença telúrica e paisagem nascente.<br />
[ Ana Marques Gastão, Not@s Soltas, Lisboa, 03.Março.2002.
e Desenho de Luzes > Itzik Galili<br />
<strong>Música</strong> > John Cage (1912-1992),<br />
In a Landscape (1948)<br />
Figurinos > Natasja Lansen<br />
Direcção de ensaios > Vítor Garcia<br />
Estreia absoluta pelo Galili Dance, no<br />
Stadsschouwburg em Heerlen, Holanda,<br />
a 12 de Fevereiro de 1998<br />
Estreia em Portugal pelo Ballet <strong>Gulbenkian</strong>,<br />
no Grande Auditório <strong>Gulbenkian</strong>,<br />
em 08 de Novembro de 2000<br />
CHAMELEONCoreografia
CHAMELEON Em<br />
Chameleon Itzik Galili desafia as<br />
bailarinas a mostrarem a sua versatilidade<br />
através de contínuas metamorfoses. As<br />
nuances da música de John Cage são<br />
enfatizadas pela coreografia.<br />
“Em Chameleon, é como se tudo oscilasse<br />
entre Dr. Jekyll e Mr. Hyde, tanto ao nível<br />
de um psicologismo feminino como em<br />
termos de uma linguagem teatral, mimética,<br />
assente na expressão facial: “Tem a ver<br />
com um trabalho de conhecimento de mim<br />
próprio e com as oscilações de<br />
comportamento e a sua exteriorização.” Um<br />
pouco de humor, enfim, ao som de In a<br />
Landscape, de John Cage, cenário<br />
invulgarmente “romântico” para um músico<br />
preocupado com a introdução do acaso na<br />
composição.”<br />
[ Ana Marques Gastão, Diário de Notícias,<br />
Lisboa, 08.Novembro.2000.<br />
“Múltipla personalidade parecem ter as<br />
intérpretes de Chameleon. São sete<br />
bailarinas que gravitam em torno das suas<br />
cadeiras, como se de simples peças de<br />
mobiliário tivessem passado a extensões<br />
dos seus corpos. Chameleon é uma<br />
coreografia que trabalha “o maneirismo<br />
feminino”, procurando descobrir com que<br />
rapidez se pode mudar de uma expressão<br />
para outra, de uma emoção para a oposta.”<br />
[ Lucinda Canelas, Público, Lisboa,<br />
08.Novembro.2000.
CHARMES<br />
Coreografia > Cesc Gelabert<br />
<strong>Música</strong> > Frederic Mompou (1893-1987),<br />
Souvenirs de l’exposition (1937),<br />
Scènes d’Enfants (1915-1918),<br />
Charmes (1920-1921),<br />
interpretada ao vivo pela pianista Bárbara Dória<br />
Cenário > Jon Berrondo<br />
Figurinos > Lydia Azzopardi<br />
Desenho de Luzes > Samantha Lee<br />
Assistente do Coreógrafo > Sarah Taylor<br />
Estreia absoluta pelo Ballet <strong>Gulbenkian</strong>,<br />
no Gran Teatre del Liceu, em Barcelona,<br />
Espanha, a 26 de Setembro de 2002<br />
Estreia em Portugal,<br />
no Grande Auditório <strong>Gulbenkian</strong>,<br />
em 30 de Outubro de 2002<br />
Agradecimentos:<br />
Carmen Bravo (viúva de Frederic Mompou) e IT Dansa<br />
+ +
CHARMES “Pour<br />
endormir la soufrance”. O universo de Mompou sempre me<br />
adormeceu o medo, me abriu uma porta para a introspecção.<br />
Charmes cria-se sobre algumas das suas peças da época de Paris, do<br />
período entre-guerras: “Souvenirs de l’exposition”, “Scènes d’enfants” e<br />
“Charmes”. Pretendo fazer, como diria Mompou, dança de qualidade,<br />
simples, transparente, essencial. As três obras que escolhi estão cheias<br />
de sugestões, de sensações que não desejo ilustrar mas tão só<br />
compartilhar.<br />
[ Cesc Gelabert .<br />
“Charmes com música de Frederic Mompou, é um trabalho artesanal em<br />
que a música e a dança formam uma união esteticamente<br />
contemporânea, emocionalmente intima. Interpretada por dez bailarinos,<br />
a peça inclui o mundo pessoal onírico do criador catalão, no qual se<br />
associam sofisticação e sobriedade, loucura e sensatez. Três partituras<br />
de Mompou – Souvenirs de l’exposition, Scènes d’enfants y Charmes –<br />
situam o público no período dos loucos anos vinte, em Paris. A poética<br />
cenografia de Jon Berrondo, um enorme postal invertido de uma das<br />
pontes do Sena, em cujas águas se reflecte a cidade, enfatiza o<br />
ambiente mágico que irradia da obra.<br />
As personagens femininas são mulheres frívolas, vestem peles, cetim e<br />
rendas blonde ou usam boinas elegantes. Os homens revelam diversos<br />
caracteres, uns introvertidos, outros comunicativos. Os coloridos<br />
desenhos de Lydia Azzopardi conferem o adjectivo de chic aos<br />
protagonistas. Mas, para além da cenografia e dos figurinos, reina a<br />
essência da pureza do movimento criado por Gelabert, subtil e<br />
carismático, que acentua o trabalho coral, mostrando cada personagem<br />
como um ser único. As frases coreográficas entrelaçam-se em<br />
fragmentos trepidantes, em que o ritmo e a sensualidade da dança<br />
apache ou do charleston convivem com o silêncio e a serenidade do<br />
misticismo. Um mestre de cerimónias cristaliza em uma forma a febril<br />
inquietude criadora de uma época.”<br />
[ Carmen del Val, El País, Madrid, 29 de Setembro de 2002<br />
+
PRUMO<br />
Coreografia e Desenho de Luzes ><br />
Henrique Rodovalho<br />
<strong>Música</strong> original > Hendrik Lorenzen<br />
Cenário e Figurinos > Shell Júnior<br />
Direcção de ensaios > Vítor Garcia<br />
Estreia absoluta pelo Ballet <strong>Gulbenkian</strong>,<br />
no Grande Auditório <strong>Gulbenkian</strong>,<br />
em Lisboa, a 23 de Janeiro de 2002
Distribuídos num determinado espaço cénico, os<br />
prumos são elementos pontuadores de referências e<br />
por vezes de interferências ao longo do desenvolvimento<br />
de toda a obra.<br />
A sua necessidade diante de estruturas formais e<br />
lógicas, por vezes perde-se ou transforma-se perante<br />
estruturas com outras formas de organização que são<br />
apresentadas neste mesmo espaço.<br />
Seja num movimento proposto, seja numa reacção de<br />
“personagens” instantâneas que surgem, ou seja na<br />
correlação existente entre corpo/ espaço/ música, o<br />
prumo faz-nos procurar respostas deliciosamente<br />
“irresponsáveis”.<br />
[ Henrique Rodovalho.<br />
“Nesta coreografia, tudo se desenha na intempestiva<br />
desconstrução do gesto. Porque se gira em torno da<br />
ideia de um eixo correcto, funcionando a movimentação<br />
como contraponto da verticalização.<br />
(...) Não há aqui pressupostos teóricos, trata-se de dar<br />
lugar à subversão do vocabulário coreográfico e de<br />
dançar utilizando alinhamentos frontais, laterais,<br />
oblíquos no contraponto entre linhas e formas. Como<br />
se houvesse um propósito de indeterminação na<br />
afirmação vocabular, uma certa precisão no caos, um<br />
virtuosismo calculado, que dá lugar a alguma ironia,<br />
sem espaço para meditações nostálgicas ou<br />
derramamentos sentimentalistas.<br />
(...) Cunningham e Forsythe não estão ausentes deste<br />
universo que aposta não no jogo de conceitos, mas no<br />
aproveitamento do espaço como realidade vital. E aí,<br />
tenta aliar-se o rigor técnico à desconstrução, o riso ao<br />
prazer da dança, fazendo de Prumo uma coreografia<br />
fluida e musical, atenta ao contraponto da luz, cujo<br />
desenho é, aliás, de Henrique Rodovalho.<br />
O coreógrafo dir-se-ia, antes de mais, nesta peça, um<br />
investigador do movimento, fragmentado e distorcido,<br />
alguém empenhado no impacte visual da<br />
movimentação do corpo e no assumir de uma tensão<br />
entre corpos indefinidos.<br />
Não é o corpo como memória que vive em Prumo, mas<br />
como acção e subversão. Daí nasce a reformulação<br />
das frases e das sequências coreográficas. Por isso há<br />
uma responsabilidade colectiva e, portanto, de cada um<br />
dos elementos na estruturação criativa. Sem qualquer<br />
intenção narrativa, o corpo limita-se a ser ele próprio na<br />
combinação da técnica com o engenho. Desafiando as<br />
possibilidades físicas dos bailarinos.”<br />
[ Ana Marques Gastão, Diário de Notícias, Lisboa,<br />
23.Janeiro.2002.<br />
PRUMO +
SEE BLUE THROUGH<br />
Coreografia > Didy Veldman<br />
<strong>Música</strong> > Alfred Schnittke (1934-1988),<br />
Sonata para violino e orquestra de câmara (1968)<br />
Composição e arranjos de música original ><br />
Paul Kendall<br />
Cenário e Figurinos > Stijn Celis<br />
Desenho de Luzes > Ben Ormerod<br />
Direcção de ensaios ><br />
Pascale Mosselmans e Iracity Cardoso<br />
Estreia absoluta pelo Ballet <strong>Gulbenkian</strong>,<br />
no Grande Auditório <strong>Gulbenkian</strong>,<br />
em Lisboa, a 24 de Janeiro de 2001
+<br />
SEE BLUE THROUGH<br />
À superfície, o mar assemelha-se a uma vasta<br />
extensão de azul. Por debaixo das ondas existe uma<br />
incrível diversidade de vida. Dependendo da luz, pode<br />
ver-se um reflexo ou o que acontece sob esse<br />
mesmo reflexo.<br />
[ Didy Veldman.<br />
“São fragmentos de um universo escondido,<br />
recuperado para a luz nos gestos demorados de um<br />
par. São duas formas que se vestem de<br />
transparências para se despirem da escuridão que as<br />
entrega ao solo e as afasta do dueto. Juntas, formam<br />
um corpo. Separadas não existem.<br />
Didy Veldman inspirou-se no universo subaquático<br />
para criar See blue through, uma coreografia que<br />
levou os bailarinos da <strong>Gulbenkian</strong> a ultrapassarem a<br />
superfície partilhada pelos olhos, chegando àquele<br />
lugar sem nome, sem tempo e sem mapa onde a<br />
intenção do movimento é, em si mesma, movimento.<br />
Procurando em cada um dos intérpretes as camadas<br />
que lhe dão forma, Veldman coloca-os num ambiente<br />
em que os peixes e homens se reconhecem uns nos<br />
outros, se confundem uns nos outros, se abandonam<br />
uns nos outros. Num ambiente em que uma bailarina<br />
se afasta do seu cardume para aprender a nadar, em<br />
que um peixe se junta a um trio para dançar sozinho.<br />
Volta e meia, a água troca-lhes as voltas e peixes e<br />
homens encontram-se por instantes num espelho<br />
suspenso. E conversam. Conversam sobre as viagens<br />
feitas, os medos assumidos, as descobertas falhadas<br />
e as ternuras confessas na entrega a um “pas de<br />
deux” em que os olhos não são precisos para ver.<br />
Cegos, os bailarinos-peixe voltam a envolver-se e<br />
deixam de ter princípio e fim.<br />
Partindo do corpo dele, ela fecha-se num casulo<br />
transparente que criaram sem olhar em redor. Como<br />
se assim ainda fosse possível voar debaixo de água.<br />
Voar debaixo da pele.”<br />
[ Lucinda Canelas, Público, Lisboa, 4.Fevereiro.2001.
BIOGRAFIAS<br />
© Rodrigo César<br />
Mauro Bigonzetti nascido em Roma, em 1960,<br />
estuda e diploma-se na Scuola del Teatro<br />
dell’Opera da sua cidade natal. Entra de imediato<br />
na companhia interpretando obras de Roland Petit,<br />
Leonide Massine, Aurel Milloss, entre outros. Na<br />
temporada 1982/83 ingressa na companhia<br />
Ater<strong>ballet</strong>to destacando-se como um dos<br />
principais solistas interpretando criações de Alvin<br />
Ailey, Amedeo Amodio, William Forsythe, Lucinda<br />
Childs, Jennifer Muller, Glen Tetley e dançando<br />
obras de Bournonville, Balanchine, Massine<br />
integradas no reportório da Companhia. No<br />
Ater<strong>ballet</strong>to inicia e desenvolve a sua carreira de<br />
criador. As suas primeiras experiências<br />
coreográficas permitiram-lhe encetar colaborações<br />
com as mais prestigiosas companhias a nível<br />
internacional, como o English National Ballet de<br />
Londres, a Deutsche Oper de Berlim, o Ballet du<br />
Capitole de Tolouse, o Ballet Teatro Argentino,<br />
Stuttgart Ballet, Staatsoper de Dresden, Teatro<br />
dell’Opera di Roma, Ater<strong>ballet</strong>to, Balletto di<br />
Toscana, Balletto del Teatro alla Scala. Em Maio de<br />
2002 coreografou pela primeira vez para o New<br />
York City Ballet. Desde 1985 foi distinguido, quer<br />
como bailarino quer como coreógrafo, com<br />
prémios como Positano, Danza & Danza e Gino<br />
Tani. Em 1997 foi nomeado Director Artístico do<br />
Ater<strong>ballet</strong>to, posição que ainda mantém. Cantata é<br />
a sua primeira criação para o Ballet <strong>Gulbenkian</strong>.<br />
Itzik Galili é natural de Telavive, tendo terminado aos 23 anos de idade, três anos<br />
de serviço militar no exército israelita. Até então, o seu único contacto com dança<br />
resumia-se à tradicional de raiz popular. O seu interesse pela dança cresceu e,<br />
quando entrou para a Bat Dor Company e mais tarde para a Batsheva Dance<br />
Company, Itzik desconhecia que estava a abraçar uma carreira que acabaria por<br />
levá-lo para fora de Israel e percorrer todo o mundo. Entrava no meio profissional<br />
de uma arte no qual já mereceu a designação de “arquitecto-mestre do espaço e<br />
do tempo dos corpos”. A sua primeira obra, Double Time, coreografou-a em 1990<br />
sem qualquer preocupação sobre as capacidades para desenvolver a sua<br />
actividade como criador. Depois deste trabalho já coreografou mais cerca de<br />
quatro dezenas de outras criações, caracterizadas por uma combinação de<br />
extremos: por um lado os espectáculos são abstractos, acrobáticos e<br />
espectaculares, por outro lado associativos, íntimos e poéticos. Director Artístico,<br />
desde 1998, da companhia de dança do Norte dos Países Baixos, sediada em<br />
Groningen, Galili tem sido convidado a coreografar para agrupamentos como o<br />
Ballet Nacional da Holanda, o Nederlands Dans Theater, o Ballet du Grand<br />
Théâtre de Genève, a Batsheva Dance Company e Les Grands Ballets Canadiens.<br />
O Ballet <strong>Gulbenkian</strong> dançou os seus seguintes trabalhos: Perureim (1994),<br />
Through Nana’s Eyes (especialmente criado para a companhia em 1995), Earth<br />
Apples (1996), The Butterfly Effect (1997), see under X (especialmente<br />
coreografado para o Ballet <strong>Gulbenkian</strong>, em 1997), Until...with/out.enough (1998),<br />
Chameleon e Fragile (2000) e For Heaven’s Sake (criado para o Ballet <strong>Gulbenkian</strong><br />
e a Galili Dance em 2001). Itzik Galili diz que continua a coreografar porque ainda<br />
não encontrou razão para parar, reclamando que “somos todos lunáticos embora<br />
pensemos que não”. Talvez a coreografia seja o método usado por Itzik para “dar<br />
asas” à sua loucura e significando, consequentemente, uma forma de<br />
sobrevivência. Qualquer que seja a razão, a sua viagem continua.
BIOGRAFIAS<br />
© Annuska Steixner<br />
Cesc Gelabert é um dos coreógrafos e bailarinos<br />
mais relevantes da dança contemporânea<br />
espanhola. Um artista emblemático, polifacetado e<br />
comprometido com o seu tempo, que contribuiu<br />
de forma notável para a, e na, criação de uma<br />
cultura de dança em Espanha. A sua primeira<br />
coreografia data de 1972, após vários anos de<br />
estudos de dança e arquitectura. Entre 1978 e<br />
1980 foi membro activo da comunidade da dança<br />
em Nova Iorque. Em 1980 inicia a sua<br />
colaboração com Lydia Azzopardi com quem, cinco<br />
anos mais tarde, fundou a Companhia de Dança<br />
Gelabert - Azzopardi. Como reconhecimento pelo<br />
seu trabalho artístico foi distinguido com os<br />
seguintes prémios: Prémio Cidade de Barcelona<br />
em 1987, uma bolsa de estudo da DAAD em<br />
Berlim no ano de 1992, Medalha de Ouro de<br />
Mérito em Belas Artes em 1994, Prémio Nacional<br />
de Dança em 1996, Prémio Nacional de Dança da<br />
Catalunha em 1997, Medalha FAD – Fomento das<br />
Artes Decorativas em 1998, e Prémios Max das<br />
Artes Cénicas em 2000. Para além de criar as<br />
suas próprias criações, Gelabert coreografou para<br />
outras companhias e para espectáculos de ópera,<br />
vídeo, cinema e cabaret. Charmes constitui a sua<br />
primeira colaboração com o Ballet <strong>Gulbenkian</strong>.<br />
© Rodrigo César<br />
Henrique Rodovalho é natural de Goiânia, no estado brasileiro de Goiás. O seu<br />
contacto com a dança inicia-se em 1983, quando cursa a Universidade de<br />
Educação Física. No ano seguinte, Rodovalho ingressa no Grupo Energia de<br />
Goiânia, onde trabalha pela primeira vez com dança contemporânea. Em 1986 é<br />
convidado para trabalhar como bailarino e actor no Rio de Janeiro, integrando o<br />
grupo “Nós da Dança”. Em 1988 regressa à sua terra natal fundando a Quasar<br />
Companhia de Dança. Até à data é o autor de todas as obras apresentadas por<br />
esta companhia, tendo conquistado os prémios Mambembe 95 e 97. A sua<br />
actividade como coreógrafo inclui colaborações com agrupamentos brasileiros<br />
como a Companhia de Dança de Diadema, em São Paulo, a Companhia de Dança<br />
Roda Viva, em Natal, as Companhia 1 e 2 do Balé da Cidade de São Paulo. Fora<br />
do Brasil, Henrique Rodovalho coreografou para o Ballet Teatro del Spacio, na<br />
cidade do México. No México, foi também distinguido com o XXI Prémio INBA –<br />
UAM de Composición Coreográfica, como melhor coreógrafo, com o seu trabalho<br />
Mulheres. Prumo foi a sua primeira colaboração com o Ballet <strong>Gulbenkian</strong>.<br />
Didy Veldman, coreógrafa e bailarina holandesa, formou-se em dança clássica,<br />
dança contemporânea e técnica jazz na Academia Scapino, em Amesterdão.<br />
Integrou o elenco de três das mais reconhecidas companhias europeias de dança<br />
moderna: o Scapino Ballet Rotterdam, o Ballet du Grand Théâtre de Genève e, a<br />
partir de 1994, a Rambert Dance Company. Em 1987 iniciou a sua carreira<br />
coreográfica criando trabalhos para os repertórios destas três companhias e<br />
também como coreógrafa independente. Em 1991 fundou, com Guilherme<br />
Botelho, a sua própria pequena companhia de dança, denominada Alias. O<br />
primeiro trabalho, En Manque, foi apresentado com grande êxito em Londres,<br />
Glasgow, Zurique e Lausanne, e galardoado com os prémios “Dance Exchange<br />
International 1993” e “Prix Romande des Spectacle Independent 1994”. Como<br />
bailarina, Didy trabalhou com alguns dos maiores coreógrafos mundiais como Jirí<br />
Kylián, Ohad Naharin e Christopher Bruce. Deu aulas na Holanda e no Brasil, e<br />
para além da Europa efectuou digressões nos Estados Unidos da América,<br />
América do Sul, Tailândia, China, Coreia e Rússia. Em 1995, Mark Stephenson e a<br />
sua orquestra London Musici, encomendaram a Didy uma criação com o<br />
compositor Adam Gorb. Como consequência do sucesso alcançado, Kol Simcha<br />
viria a ser integrado no reportório da Rambert Dance Company. A Radio Danmark<br />
gravou-o para televisão. Em 1997, em colaboração com o compositor Philip<br />
Feeney e o cenógrafo Lez Brotherston, coreografou Greymatter, o seu segundo<br />
grande êxito para aquela companhia britânica. Para o British Gas Ballet Central<br />
criou Somna e In Square Out. O seu último trabalho de longa duração, Carmen,<br />
criado para o Northern Ballet Theatre e estreado na cidade de Leeds em<br />
Fevereiro de 1999, foi apresentado numa longa digressão por toda a Grã-<br />
Bretanha, tendo a estreia em Londres sido recebida com críticas extraordinárias.<br />
Didy, que no Verão de 2000 abandonou o Rambert para se concentrar<br />
exclusivamente na carreira coreográfica, criou um novo trabalho para esta<br />
companhia no Outono de 2000 e repôs Carmen para Les Grands Ballets<br />
Canadiens. Após a sua primeira criação para o Ballet <strong>Gulbenkian</strong> em Janeiro de<br />
2001 – See blue through -, os mais recentes projectos da coreógrafa incluem a<br />
criação de A Streetcar named Desire, para o Northern Ballet Theatre, novos<br />
trabalhos para Les Grands Ballets Canadiens e para o Ballet Cullberg, a reposição<br />
de Carmen e, eventualmente, uma nova versão de Romeu e Julieta para o New<br />
Zealand Ballet.
BIOGRAFIAS<br />
Paul Kendall compôs e trabalhou música em áreas muito<br />
diversas. As suas colaborações, que incluem composição<br />
musical, estendem-se a obras como Metamorphosis de Steven<br />
Berkoff, Bloodlines de Ashley Page, e Middlesex Gorge de<br />
Stephen Petronio. Por outro lado, enquanto produtor e<br />
engenheiro de som, colaborou com Depeche Mode, Nine Inch<br />
Nails, Nick Cave, Barry Adamson, Boris Grebenichov e Meira<br />
Asher. A sua editora discográfica “Parallel Series” tem como<br />
objectivo a exploração de sons entre a música de vanguarda<br />
baseada em parâmetros convencionais e a nova música<br />
electrónica. Recentemente tem trabalhado com o compositor e<br />
produtor associado Dimitri Tikovoï em variados projectos com o<br />
intuito de criar uma atmosfera equivalente ao impacto visual de<br />
Reservoir Dogs.<br />
Hendrik Lorenzen nasceu em 1962 em Hamburgo, Alemanha.<br />
Entre 1995 e 1999 compôs as bandas sonoras para diversos<br />
trabalhos da coreógrafa Angela Guerreiro. Em 1997, iniciou uma<br />
colaboração com Henrique Rodovalho, compondo para a<br />
companhia Quasar as músicas das peças Registro, em 1997,<br />
Divíduo, em 1998 e Empreste-me teus olhos, em 2001. Em<br />
2000, compôs para orquestra sinfónica, a música de In Pulso,<br />
coreografado também por Rodovalho para o Balé da Cidade de<br />
São Paulo. Enquanto autor, director e compositor é responsável<br />
pelas obras radiofónicas Schaum, em 1996, e Deutsch Südwest,<br />
em 1998. Hendrik Lorenzen tem editado o CD intitulado<br />
Bastard Memory. Relativamente a colaborações com autores<br />
portugueses, as mesmas estendem-se à participação como<br />
músico e assistente do compositor João Lucas, em Recentes<br />
Desejos Mutilados de João Fiadeiro, no projecto de Dança-<br />
Teatro, em Salvador no ano de 1994, dois concertos no Centro<br />
Cultural de Belém com Nuno Rebelo, e a música para a criação<br />
de Aldara Bizarro, no âmbito da Expo’98, Bruxaria. Reality Check.<br />
© Roberto Sartori<br />
AS.SUR.D foi fundado em 1993 e é composto por Cristina Vetrone, Lorella Monti,<br />
Enza Prestia e Enza Pagliara. Desde cedo se torna reconhecido como entre os<br />
melhores intérpretes de música tradicional e popular italiana. Na realidade esta<br />
música é o fruto de uma vivacidade típica do mundo rural do Sul de Itália e dos<br />
trabalhadores dos velhos bairros da cidade de Nápoles: reúnem-se, tocam, cantam<br />
e festejam! O essencial está representado no espirito carnal destes cantos e desta<br />
música que transportam naturalmente a gestualidade do corpo, a dança. O grupo<br />
AS.SUR.D tem participado em numerosos festivais internacionais tais como o<br />
Festival Quasimodo de Berlim, Festival de Goerlitz, os Encontros Internacionais de<br />
Saint-Cartier, Les Nuits de Nacre di Limoges, Le Festival des Musiques et Danses<br />
du Monde di Ris-Orangis, Les Rencontres de Chants Polyphonique de Calvi et<br />
Festivoce, o Festival Internacional de <strong>Música</strong> Tradicional de Neuchatel, o Festival<br />
de <strong>Música</strong> do Mediterrâneo em Samos, o Festival do Sintonia di Bologna, o<br />
Carnevale di Venezia e o Festival Internacional de Palau. Os membros do grupo<br />
têm colaborado também, e entre outros, com a Nuova Compagnia di Canto<br />
Popolare, Daniele Sepe, Beppe Barra, Giovanna Marini, Nando Citarella, e o<br />
Gruppo Operaio E. Zezi di Pomigliano d’Arco. Em 1991 AS.SUR.D gravou o CD<br />
Cantata, a partir do qual Mauro Bigonzetti coreografou para o Ballet <strong>Gulbenkian</strong> o<br />
bailado com o mesmo título.<br />
Bárbara Dória tem vindo a afirmar-se como uma das mais relevantes pianistas da<br />
sua geração. Desde o seu recital a solo aos 16 anos no Teatro Municipal de S.<br />
Luís, em Lisboa, Bárbara Dória apresenta-se nas maiores salas do país, em quase<br />
todos os festivais internacionais de música em Portugal, bem como com as<br />
principais orquestras portuguesas, tendo tocado igualmente em importantes salas<br />
e festivais na Bélgica, Áustria, Cabo-Verde e E.U.A.. Actuou com o célebre<br />
violoncelista Janos Starker, com quem se apresentou em Portugal em 1999 e nos<br />
E.U.A. a convite deste mestre. Aluna em Portugal de Helena Costa, concluiu o<br />
Curso Superior de Piano com vinte valores. Galardoada com numerosos primeiros<br />
prémios obteve consequentemente uma bolsa de estudos da <strong>Fundação</strong> <strong>Calouste</strong><br />
<strong>Gulbenkian</strong> e da F.L.A.D. para se aperfeiçoar nos E.U.A.. Desde 1990 estuda com<br />
Dmitry Paperno em Chicago e na Indiana University-Bloomington obtendo o<br />
Performer Diploma, Artist Diploma e Master’s in Piano. Foram seus mestres Lev<br />
Vlasenko, Leonard Hokanson, Menahem Pressler e Leon Fleisher, este último no<br />
Peabody Institute em Baltimore.
BIOGRAFIAS<br />
Lydia Azzopardi, artista, coreógrafa e professora, nasceu na Grã-<br />
Bretanha. Desde 1980 que tem desenhado figurinos para a<br />
Companhia de Dança Gelabert - Azzopardi, e para outras<br />
companhias internacionais como o Balletto di Toscana, a<br />
Tanzfabrik, a Komische Oper Tanztheater, e vários eventos como<br />
vídeos, inaugurações e diversificados projectos cénicos. Estudou<br />
dança clássica na Escola de Dança Contemporânea de Londres,<br />
entre 1972 e 1976. Em digressões pela Europa interpretou<br />
© Ros Ribas © Isabelle Meister<br />
© Ros Ribas<br />
trabalhos de Robert North, Rober Cohan, Jane Dudley, Janet<br />
Smith e Anna Sokolow, entre outros, tendo sido ainda<br />
professora residente de dança contemporânea, de 1977 a 1979,<br />
na escola Mudra dirigida por Maurice Béjart em Bruxelas.<br />
Durante um curto período colaborou como coreógrafa, em<br />
Roma, com a Companhia Lindsay Kemp, e ministrou inúmeros<br />
cursos de composição e improvisação pela Europa. Em 1980<br />
colaborou e actuou em conjunto com Cesc Gelabert, tendo sido<br />
em 1985 fundada a Companhia de Dança Gelabert - Azzopardi.<br />
Lydia Azzopardi foi distinguida com numerosos prémios como<br />
Prémio Cidade de Barcelona, Prémio Nacional de Dança da<br />
Catalunha e FAD - Fomento das Artes Decorativas, como<br />
reconhecimento da proeminência da Companhia de Dança<br />
Gelabert - Azzopardi e da sua contribuição na criação de uma<br />
cultura de dança em Espanha.<br />
Jon Berrondo é natural de San Sebastian onde nasceu em Abril<br />
de 1961. Diplomado em cenografia pelo Instituto de Teatro em<br />
Barcelona, aí exerce actualmente as funções de professor. Entre<br />
as inúmeras criações de sua autoria destaca Lulu, A Little Night<br />
Music, Top Dogs, La Reina de Bellesa de Leenane e Sweeney<br />
Todd, encenadas por Mario Gas, Kurt Weill 2000, encenação de<br />
Gerardo Vera, Así que pasen cinco años e De poble en poble,<br />
dirigidas por Joan Ollé, e Paraules Encadenadas, sob a direcção<br />
de Tamzin Townsend. Charmes constitui a sua primeira<br />
colaboração com Cesc Gelabert.<br />
© Satina<br />
Stijn Celis, de nacionalidade belga, nasceu em 1964, e estudou dança no Stedelijk<br />
Instituut Voor Ballet, em Antuérpia. Em 1985, após completar o serviço militar,<br />
obteve uma bolsa de estudo para a Escola de Verão de Martha Graham em<br />
Florença, onde teve a oportunidade de trabalhar com aquela coreógrafa norteamericana<br />
e participado na remontagem de duas das suas obras datadas do início<br />
dos anos 30. Em 1986 ingressa como bailarino no Ballet de Zurique, que<br />
abandona, em 1990, para integrar o elenco da Contemporary Dance, na mesma<br />
cidade. Entre 1990 e 1993 colabora como professor convidado dos Cursos de<br />
Verão de Zurique. Em 1992 ingressa no Ballet du Grand Théâtre de Genève. Nos<br />
workshops desta companhia a partir de 1993, Stijn Celis inicia a sua carreira de<br />
coreógrafo criando para o efeito diversos trabalhos. Entre 1996 e 1998 foi<br />
bailarino do Ballet Cullberg na Suécia, onde teve a oportunidade de apresentar um<br />
desenvolvimento de L’odeur de l’ombre – criação inicialmente realizada para o<br />
agrupamento de Genève -, que viria a ser incluído no respectivo reportório. Para a<br />
companhia sueca coreografou, em 1997, Ubiloz Vanilla, tendo também criado dois<br />
trabalhos para o Ballet do Stadttheater Bern. Stijn Celis possui a pós-graduação<br />
em cenografia do Hoger Instituut voor Dramatische Kunsten, em Antuérpia. Desde<br />
1998, ano em que, para o Ballet <strong>Gulbenkian</strong>, coreografou e desenhou o cenário<br />
de Pra Lá e Pra Cá (There and Back Again), Celis tem desenvolvido um assíduo<br />
trabalho de cenografia intervindo em produções de dança, teatro e ópera.<br />
Carlo Cerri nasceu em Roma, no ano de 1957. Após algumas experiências em<br />
óperas, em 1987 iniciou a sua colaboração com a companhia de Fabrizio<br />
Monteverde, desenhando as luzes para todos os espectáculos do coreógrafo<br />
romano. Entre 1989 e 2000 foi o criador de luzes residente do Balletto di<br />
Toscana, tendo desenhado para trabalhos de Fabrizio Monteverde, Mauro<br />
Bigonzetti, Virgilio Sieni, Roberto Zappalà, Vasco Wellenkamp, Cesc Gelabert e<br />
Stephan Toss. Para além do seu trabalho com a referida companhia italiana, Cerri<br />
tem colaborado com Mauro Bigonzetti nas suas criações para o English National<br />
Ballet, o Théâtre du Capitol em Toulouse, o Staatstheater de Dresden e o<br />
Ater<strong>ballet</strong>to de Reggio Emilia, com Fabrizio Monteverde para o Maggio Musicale<br />
Fiorentino e o Teatro dell’Opera di Roma, e com Luciano Cannito em trabalhos<br />
para o Teatro S. Carlo di Napoli e para a companhia Bat-Dor, em Telavive.<br />
Shell Júnior é brasileiro e iniciou a sua formação profissional como cenógrafo<br />
durante o Curso de Arquitectura e Urbanismo em Goiânia. Trabalhou com vários<br />
encenadores e nos últimos anos vem colaborando assiduamente nas criações<br />
de Henrique Rodovalho, para a Quasar Companhia de Dança. Tem ainda<br />
participado em produções cinematográficas como Brava Gente Brasileira de<br />
Lucia Mourat e Abril Despedaçado de Walter Salles. Actualmente dirige o Museu<br />
de Arte de Goiânia.<br />
Natasja Lansen graduou-se, em 1994, no departamento de desenho para teatro<br />
da Academia de Arte Gerrit Rietveld, em Amsterdão. Concluiu o segundo grau<br />
como professora de desenho em 1991 e um estudo de moda em 1986. Como<br />
autora de figurinos e cenários tem trabalhado em variados projectos que<br />
abrangem peças teatrais mímica, teatro infantil e espectáculos de dança.<br />
Chronocratie foi o seu primeiro projecto com o coreógrafo Itzik Galili. Desde 1996<br />
desenhou figurinos para alguns agrupamentos como Scapino, Galili Dance, Ballet<br />
Nacional da Holanda e Ballet <strong>Gulbenkian</strong>.
BIOGRAFIAS<br />
Samantha Lee, após concluir os estudos de desenho de<br />
iluminação no Reino Unido de onde é natural, iniciou um<br />
percurso de inúmeras colaborações com companhias de teatro<br />
que a levou, ao longo de dez anos, a percorrer todo o mundo.<br />
Em 1989 fixou-se em Barcelona e desde então trabalhou com<br />
as mais variadas companhias abrangendo os mais diversos<br />
âmbitos. Em 1994 desenha pela primeira vez as luzes de uma<br />
criação de Cesc Gelabert: Armand Dust/Sed II estreado no<br />
Teatro Hebbel em Berlim. Em 2002 e no mesmo local foi<br />
estreada Preludis a sua última colaboração com Gelabert, antes<br />
de Charmes para o Ballet <strong>Gulbenkian</strong>.<br />
Helena de Medeiros é natural do Porto, onde nasceu em 1954.<br />
Estudou Desenho de Moda, em Londres, e na Escola Superior<br />
de Artes e Design, em Matosinhos. Possui o curso de<br />
Psicologia da Faculdade de Psicologia do Porto. Concebeu<br />
colecções de Moda – vestuário do quotidiano – e desenhou<br />
figurinos para a Companhia Nacional de Bailado, a Companhia<br />
de Dança do Tejo, para o Teatro Ensemble, para o Balleteatro<br />
Companhia e para o filme Dupla Viagem de Teresa Garcia. Os<br />
figurinos do bailado Cantata de Mauro Bigonzetti, constituem a<br />
sua primeira colaboração com o Ballet <strong>Gulbenkian</strong>.<br />
Ben Ormerod nasceu em Londres. Apesar de autodidacta tem<br />
criado inúmeras luzes para dança, ópera e teatro. Entre muitas<br />
outras destacam-se God’s Plenty, para a Rambert Dance<br />
Company, Cosi Fan Tutte e Il Trovatore, para a Scottish Opera,<br />
The Mask of Orpheus, para a BBC Symphony Orchestra, Baa<br />
Baa Black Sheep, para a Opera North/BBC Television, The<br />
Coronation of Poppea, para o Quarteto Purcell no Japão,<br />
Remembrance of Things Past, Uncle Vanya e Bent, para o Royal<br />
National Theatre em Londres, Henry V e The Two Gentleman of<br />
Verona, para a Royal Shakespeare Company, The Beauty Queen<br />
of Leenane, para o Druid Theatre na Irlanda, Broadway, Sydney<br />
e Toronto, Silence, Silence, Silence, para o Mladinsko Theatre em<br />
Ljubljana, Oedipus Tyrranos, para o Epidaurus na Grécia, The<br />
Colleen Bawn, para o Abbey Theatre em Dublin e para o Royal<br />
National Theatre. É, ainda, de sua responsabilidade a iluminação<br />
do Museu Calico de Têxteis, em Ahmedebad.<br />
© Amir Sfair Filho,<br />
Agência Espetaculum<br />
© Rodrigo César<br />
ENSAIADORES<br />
Vítor Garcia nasceu em Lisboa onde começou a<br />
sua formação profissional. Como bailarino trabalhou<br />
com diversas companhias e sob a direcção de<br />
individualidades como Rui Horta, Mark Haim, Paulo<br />
Ribeiro, Joachim Schlömer, Michael Schumacher,<br />
Amanda Miller, Paul Selwyn Norton, Truus Bronk<br />
Horst e Katie Duck. Enquanto professor e ensaiador<br />
tem colaborado com companhias europeias como o<br />
Batsheva Dance Company, Ballet du Grand Théâtre<br />
de Genève, Frankfurt Ballet, Freiburg Ballet/Pretty<br />
Ugly, Última Vez e Park Studio. Exerce desde Agosto<br />
de 1999 as funções de ensaiador do Ballet<br />
<strong>Gulbenkian</strong>.<br />
Pascale Mosselmans nasceu em Paris, iniciou a<br />
sua formação profissional no Conservatoire de la<br />
Danse de Grenoble, prosseguindo-a na Académie<br />
Princesse Grace de Mónaco. A sua primeira<br />
experiência como profissional ocorreu no Ballet<br />
Theatre Français de Nancy, e em 1985 ingressou no<br />
elenco do Nederlands Dans Theatre I. É desde<br />
1990 membro do Ballet <strong>Gulbenkian</strong> onde tem a<br />
categoria de primeira bailarina. Ao longo da sua<br />
carreira tem trabalhado com inúmeros professores e<br />
coreógrafos como Rui Horta, Olga Roriz, Vasco<br />
Wellenkamp, Gagik Ismailian, Didy Veldman, Ohad<br />
Naharin, Jirí Kylián, Hans van Manen e Itzik Galili,<br />
entre muitos outros. Paralelamente tem criado<br />
figurinos para várias obras de Gagik Ismailian.<br />
Ensinou make-up e desenho de figurinos na<br />
Academia de Dança Contemporânea de Setúbal.<br />
Mantendo as suas funções como bailarina do Ballet<br />
<strong>Gulbenkian</strong>, Pascale Mosselmans iniciou, em<br />
Setembro de 2001, uma colaboração como<br />
ensaiadora da Companhia.
BALLET GULBENKIAN<br />
PRÓXIMOS ESPECTÁCULOS<br />
DEZEMBRO 2002<br />
TEATRO MUNICIPAL S. LUIZ .<br />
LISBOA<br />
07 [ Sábado . 19h30 ]<br />
08 [ Domingo . 19h30 ]<br />
Chameleon<br />
[ Itzik Galili. John Cage ]<br />
Cantata<br />
[ Mauro Bigonzetti. AS.SUR.D ]<br />
JANEIRO 2003<br />
GRANDE AUDITÓRIO GULBENKIAN.<br />
LISBOA<br />
[PROGRAMA 3]<br />
17 [ Sexta . 21h00 ]<br />
18 [ Sábado . 16h00+21h00 ]<br />
22 [ Quarta . 21h00 ]<br />
23 [ Quinta . 21h00 ]<br />
24 [ Sexta . 21h00 ]<br />
25 [ Sábado . 16h00+21h00 ]<br />
Psappha [estreia em Portugal]<br />
COREOGRAFIA [ Mauro Bigonzetti ]<br />
MÚSICA [ Iannis Xenakis, Psappha, interpretada ao<br />
vivo pelo percussionista Miguel Bernat ]<br />
FIGURINOS [ Kristopher Millar e Lois Swandale ]<br />
DESENHO DE LUZES [ Carlo Cerri ]<br />
+<br />
+<br />
Paradise Practice [ estreia mundial]<br />
COREOGRAFIA [ Stijn Celis ]<br />
MÚSICA [ a anunciar ]<br />
FIGURINOS [ Kathy Brunner ]<br />
DESENHO DE LUZES [ Erik Berglund ]<br />
Minus 7<br />
COREOGRAFIA [ Ohad Naharin ]<br />
MÚSICA [ colagem musical de diversos autores ]<br />
FIGURINOS [ Rakefet Levy ]<br />
DESENHO DE LUZES [ Bambi ]
© Bruno Varela<br />
TEMPORADA<br />
DE MÚSICA E DANÇA<br />
2002.2003<br />
PRÓXIMOS CONCERTOS<br />
11.11.2002, SEGUNDA<br />
>21.00 h<br />
CICLO DE MÚSICA ANTIGA<br />
[ ACADEMIA DAS CIÊNCIAS ]<br />
> La Reverdie<br />
Claudia Caffagni . Alaúde e voz<br />
Livia Caffagni, Vihuela . Flauta e voz<br />
Elisabetta de Mircovich . Rabeca e voz<br />
Ella de Mircovich . Harpa e voz<br />
Doron Sherwin, Corneto. Percussão e voz<br />
Matteo Zenatti . Recitante e voz<br />
> Viagem por Itália<br />
Obras de Guillaume Dufay<br />
e de compositores italianos<br />
do Século XV<br />
><br />
12.11.2002, TERÇA<br />
>19.00h CICLO DE PIANO<br />
[GRANDE AUDITÓRIO GULBENKIAN]<br />
Felicity Lott . Soprano<br />
Malcolm Martineau . Piano<br />
Canções, sobre textos<br />
de Victor Hugo, de:<br />
Edouard Lalo,<br />
César Franck,<br />
Gabriel Fauré,<br />
Richard Wagner,<br />
Hector Berlioz,<br />
Georges Bizet,<br />
Benjamin Britten,<br />
Camille Saint-Saëns,<br />
Maude Valerie White,<br />
Franz Liszt<br />
><br />
><br />
><br />
14.11.2002, QUINTA >21.00h 15.11.2002, SEXTA >19.00h ORQUESTRA GULBENKIAN<br />
[GRANDE AUDITÓRIO GULBENKIAN]<br />
Orquestra <strong>Gulbenkian</strong><br />
Günther Herbig . Maestro<br />
James Ehnes . Violino<br />
Gioacchino Rossini<br />
Sémiramide: Abertura da ópera<br />
Alexander Glazunov<br />
Concerto para Violino<br />
Ludwig van Beethoven<br />
Sinfonia Nº 6, em Fá Maior, op.68,<br />
Pastoral<br />
17.11.2002, DOMINGO<br />
>21.00h 17.11.2002, DOMINGO<br />
>21.00h > “Le Jardin des Voix”<br />
Les Arts Florissants<br />
William Christie . Maestro<br />
><br />
CICLO GRANDES<br />
ORQUESTRAS MUNDIAIS<br />
[GRANDE AUDITÓRIO GULBENKIAN]<br />
Soledad Cardoso . Soprano (Argentina)<br />
Céline Ricci . Soprano (França)<br />
Orlanda Velez Isidro . Soprano (Portugal)<br />
Blandine Staskiewicz . Meio-Soprano (França)<br />
Christophe Dumaux . Contratenor (França)<br />
Jeffrey Thompson . Tenor (E.U.A.)<br />
Marc Mauillon . Barítono (França)<br />
Gabriel Bermúdez . Barítono (Espanha)<br />
João Fernandes . Baixo (Portugal)<br />
Direcção Musical e Pedagógica:<br />
William Christie e Kenneth Weiss<br />
Obras de:<br />
Henry Purcell, Claudio Monteverdi, Jean-<br />
Baptiste Lully, Jean-Philippe Rameau, Georg<br />
Friedrich Händel, Georg Philipp Telemann<br />
><br />
><br />
><br />
><br />
19.11.2002, TERÇA<br />
>19.00h 19.11.2002, TERÇA<br />
>19.00h CICLO DE PIANO<br />
[GRANDE AUDITÓRIO GULBENKIAN]<br />
Zoltán Kocsis . Piano<br />
Ludwig van Beethoven<br />
Sonata Nº 27, em Mi menor, op. 90<br />
Franz Schubert<br />
Sonata Nº 7, em Mi menor, D.566<br />
György Kurtág<br />
Peças a anunciar<br />
Franz Liszt<br />
Rapsódia Húngara Nº 5, em Mi menor<br />
Ave Maria<br />
Aux Cyprès de la Villa d’Este<br />
Les Jeaux d’Eau de la Villa d’Este<br />
Sunt Lachrymae Rerum<br />
Csàrdàs macabre, S.224
Æ<br />
FUNDAÇÃO<br />
CALOUSTE<br />
GULBENKIAN<br />
SERVIÇO DE MÚSICA<br />
Av. de Berna, 45 A<br />
1067-001 Lisboa<br />
Telef. 21 782 30 00<br />
Fax 21 782 30 41<br />
www.musica.<strong>gulbenkian</strong>.pt<br />
musica@<strong>gulbenkian</strong>.pt<br />
Coordenação Geral<br />
> João Costa e Margarida Abadesso<br />
Design<br />
> Coyote designers<br />
Fotografia<br />
> Alceu Bett | Amir Sfair Filho | Agência Espetaculum<br />
[fotografias de Iracity Cardoso, Allan Falieri, Bruno Guilloré,<br />
Sébastien Mari, Jermaine Spivey, Ann de Vos, capa, Cantata, Charmes,<br />
Prumo, See blue through e páginas dos próximos espectáculos ]<br />
> Rodrigo César<br />
[fotografias dos bailarinos e Chameleon ]]<br />
Pré-impressão e Impressão<br />
> Guide Artes Gráficas<br />
Tiragem<br />
> 2200 exemplares<br />
Preço<br />
> € 2.50 [ 501$00 ]<br />
APOIO À DIVULGAÇÃO:
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN<br />
Serviço de <strong>Música</strong><br />
Prumo, coreografia de Henrique Rodovalho<br />
2