irAcemA - Dom Bosco
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ol1c - 08<br />
99<br />
iracema<br />
ci – personagem de macunaíma, do modernista mário de Andrade<br />
(1893-1945) –, chefe das amazonas, é seduzida por Macunaíma, apaixona-se por<br />
ele, mas “sobe ao céu por um cipó” após perder o seu filho recém-nascido, que<br />
mamara em seu peito envenenado pela grande cobra preta.<br />
portanto, quatro índias unidas pelo mesmo sofrimento, que se desencadeia,<br />
inevitavelmente, para a morte, como podemos notar nos três trechos a seguir:<br />
cansada de viver, tinha escolhido<br />
para morrer a mísera lindóia.<br />
(...)<br />
o desgraçado irmão, que ao despertá-la<br />
conhece, com que dor! no frio rosto<br />
os sinais do veneno, e vê ferido<br />
pelo dente sutil o brando peito.<br />
(...)<br />
e por todas as vezes repetido<br />
o suspirado nome de cacambo.<br />
inda conserva o pálido semblante<br />
um não sei quê de magoado e triste,<br />
Que os corações mais duros enternece<br />
tanto era bela em seu rosto a morte.<br />
tão dura ingratidão menos sentira<br />
e esse fado cruel e doce me fora,<br />
se o meu despeito triunfar não vira<br />
o uraguai<br />
essa indigna, essa infame, essa traidora.<br />
por serva, por escrava, te seguira.<br />
se não temera de chamar senhora<br />
A vil paraguaçu, que, sem que o creia,<br />
sobre ser-me inferior, é néscia e feia.<br />
Enfim, tens coração de ver-me aflita,<br />
flutuar, moribunda, entre estas ondas;<br />
A um ai somente, com que aos meus respondas.<br />
bárbaro, se esta fé teu peito irrita,<br />
nem o passado amor teu peito incita