irAcemA - Dom Bosco
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ol1c - 08<br />
97<br />
iracema<br />
poti (camarão) – Guerreiro pitiguara, amigo de martim. convertido ao<br />
cristianismo, recebeu o nome de Antônio Filipe Camarão. Historicamente,<br />
participou, ao lado dos portugueses, da guerra contra os invasores holandeses,<br />
com a patente de capitão-mor dos índios. em iracema, poti simboliza a amizade<br />
sincera e inquebrantável.<br />
o valente poti, resvalando pela relva, como o ligeiro camarão, de que ele tomara<br />
o nome e a viveza, desapareceu no lago profundo. A água não soltou um murmúrio, e<br />
cerrou sobre ele sua onda límpida.<br />
araquém – pajé dos tabajaras e pai de iracema. recebe martim em sua tribo,<br />
julgando-o ser um convidado de tupã. simboliza a sabedoria adquirida com a<br />
velhice (como todo pajé em uma tribo). É o responsável, no bosque sagrado, por<br />
distribuir os sonhos no momento em que os guerreiros tabajaras bebem o licor<br />
da jurema, preparado por Iracema. Com a partida da filha, sua cabeça vergou para<br />
o peito e não se ergueu mais.<br />
o ancião fumava à porta, sentado na esteira de carnaúba, meditando os sagrados<br />
ritos de tupã. o tênue sopro da brisa carmeava, como frocos de algodão, os compridos e<br />
raros cabelos brancos. de imóvel que estava, sumia a vida nos olhos cavos e nas rugas<br />
profundas.<br />
Caubi (senhor do caminho) – Irmão de Iracema. É designado por seu<br />
pai, Araquém, para ser o guia de martim até o encontro com poti. mais tarde,<br />
reencontra a irmã, quando pela primeira vez Martim a deixara para guerrear,<br />
trazendo-lhe notícias de seu pai Araquém.<br />
– filha de Araquém, escolhe para teu hóspede o presente da volta e prepara o moquém<br />
da viagem. se o estrangeiro precisa de guia, o guerreiro caubi, senhor do caminho,<br />
o acompanhará.<br />
andira (morcego) – Índio tabajara, irmão do pajé Araquém. Assim como<br />
o irmão, é prudente, mas acaba sendo ofendido por irapuã, por este não aceitar<br />
o seu conselho de não ir atrás dos pitiguaras e esperá-los para o combate.<br />
– Andira, o velho Andira, bebeu mais sangue na guerra do que já beberam cauim<br />
nas festas de tupã, todos quantos guerreiros alumia agora a luz de seus olhos. ele viu mais<br />
combates em sua vida, do que as luas lhe despiram a fronte. Quanto crânio de potiguara<br />
escalpelou sua mão implacável, antes que o tempo lhe arrancasse o primeiro cabelo? e o<br />
velho Andira nunca temeu que o inimigo pisasse a terra de seus pais; mas alegrava-se<br />
quando ele vinha, e sentia com o faro da guerra a juventude renascer no corpo decrépito,<br />
como a árvore seca renasce com o sopro do inverno. A nação tabajara é prudente. ela<br />
deve encostar o tacape da luta para tanger o membi da festa. celebra, irapuã, a vinda<br />
dos emboabas e deixa que cheguem todos aos nossos campos. então Andira te promete o<br />
banquete da vitória.