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irAcemA - Dom Bosco

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ol1c - 08<br />

95<br />

iracema<br />

– teu corpo está aqui; mas tua alma voa à terra de teus pais, e busca a virgem<br />

branca, que te espera.<br />

martim doeu-se. os grandes olhos negros que a indiana pousara nele o tinham<br />

ferido no íntimo.<br />

– o guerreiro branco é teu esposo, ele te pertence.<br />

sorriu em sua tristeza a formosa tabajara:<br />

– Quanto tempo há que retiraste de iracema teu espírito? dantes, teu passo te<br />

guiava para as frescas serras e alegres tabuleiros: teu pé gostava de pisar a terra da<br />

felicidade, e seguir o rasto da esposa. Agora só buscas as praias ardentes, porque o mar<br />

que lá murmura vem dos campos em que nasceste; e o morro das areias, porque do alto<br />

se avista a igara que passa.<br />

iracema tem consciência de que faz do seu amado um infeliz. martim parte<br />

novamente para guerrear ao lado dos pitiguaras. enquanto martim guerreia,<br />

nasce o seu filho. Iracema dá-lhe o nome de Moacir:<br />

iracema, sentindo que se lhe rompia o seio, buscou a margem do rio, onde crescia<br />

o coqueiro.<br />

estreitou-se com a haste da palmeira. A dor lacerou suas entranhas; porém logo o<br />

choro infantil inundou sua alma de júbilo.<br />

A jovem mãe, orgulhosa de tanta ventura, tomou o tenro filho nos braços e com<br />

ele arrojou-se às águas límpidas do rio. depois suspendeu-o à teta mimosa; seus olhos o<br />

envolviam de tristeza e amor.<br />

– tu és moacir, o nascido de meu sofrimento.<br />

caubi, irmão de iracema, aparece, dando-lhe notícias de Araquém,<br />

que nunca mais ergueu a cabeça depois que a filha partiu. iracema pede<br />

a caubi que conte ao pai sobre a morte da filha, para, assim, aliviar o seu<br />

sofrimento.<br />

Iracema não tem leite para amamentar o seu filho. Filhotes de cachorro<br />

sugam o seu peito e:<br />

A feliz mãe arroja de si os cachorrinhos, e cheia de júbilo mata a fome ao filho. Ele<br />

é agora duas vezes filho de sua dor, nascido dela e também nutrido.<br />

Ao retornar para iracema, martim a encontra enfraquecida e ela, com grande<br />

esforço, entrega-lhe moacir. Antes de morrer, faz um último pedido:<br />

– enterra o corpo de tua esposa ao pé do coqueiro que tu amavas. Quando o<br />

vento do mar soprar nas folhas, iracema pensará que é tua voz que fala entre seus<br />

cabelos.

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