Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep
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dar e receber” (Fp 4:15). Nenhuma igreja é, ou deveria ser, auto-suficiente.<br />
De maneira que todas as igrejas desenvolveriam entre si relações de oração,<br />
companheirismo, intercâmbio de ministério e cooperação. Visto que<br />
partilhamos as mesmas verdades centrais (incluindo o senhorio supremo de<br />
Cristo, a autoridade da Escritura, a necessidade de conversão, confiança no<br />
poder do Espírito Santo, e as obrigações de santidade e testemunho),<br />
deveríamos procurar a comunhão de forma decidida e aberta,e não<br />
timidamente. Deveríamos também partilhar nossos dons e ministérios<br />
espirituais, nosso conhecimento, nossas habilidades, experiências e recursos<br />
financeiros. O mesmo princípio se aplica às culturas. Uma igreja necessita ser<br />
livre para rejeitar formas culturais alienígenas e desenvolver formas<br />
próprias. Também precisa ser livre para receber de outras culturas. Nisso<br />
consiste a maturidade.<br />
Um exemplo disso diz respeito à teologia. Testemunhas transculturais não<br />
devem tentar impor uma tradições teológica já pronta à igreja em que<br />
servem, seja através do ensino pessoal, seja através de literatura ou do<br />
controle de currículos dos seminários e escolas bíblicas. Pois toda a tradição<br />
teológica tanto contém elementos biblicamente questionáveis e<br />
eclesiasticamente divisionistas, como omite elementos que, embora não<br />
tenham conseqüência no país de origem, podem ser de grande importância<br />
em outros contextos. Ao mesmo tempo, embora os missionários não devam<br />
impor sua própria tradição a outros, tampouco devem negar-lhes acesso a ela<br />
(na forma de livros, confissões, catecismo, liturgias e hinos), uma vez que,<br />
sem dúvida, ela representa uma rica herança de fé. Além disso, embora não<br />
se deva exportar as controvérsias teológicas das velhas igrejas para as novas,<br />
uma compreensão dos problemas e da obra do Espírito Santo na história da<br />
doutrina cristã serviria para protegê-las contra a repetição inútil das mesmas<br />
lutas.<br />
Assim, deveríamos procurar com igual cuidado, evitar tanto o imperialismo<br />
quanto o provincianismo teológicos. A teologia de uma igreja deveria ser<br />
desenvolvida pela comunidade da fé a partir da Escritura, em interação com<br />
outras teologias do passado e o presente e com a cultura local e suas<br />
necessidades.<br />
f. O risco do sincretismo<br />
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