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Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep

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há opressão em muitos países, muitas vezes com grande sacrifício pessoal.<br />

Contudo, é preciso confessar que alguns missionários refletem em si mesmos<br />

uma atitude neocolonial e, inclusive, a defendem, juntamente com os postos<br />

avançados da força e da exploração ocidentais, tal como na África do Sul.<br />

Sendo assim, o que deveríamos fazer? A única resposta honesta é dizer que<br />

não sabemos. A crítica de gabinete cheira a hipocrisia. Não temos soluções<br />

prontas a oferecer para um problema mundial como esse. Na verdade,<br />

sentimos que nós mesmos somos viítimas do sistema. E, no entanto, somos<br />

parte dele. De maneira que só podemos fazer alguns comentários.<br />

Primeiro, o próprio Jesus se identificava constantemente com os pobres e os<br />

fracos. Aceitamos a obrigação de seguir suas pegadas nesse assunto, como<br />

em todos os demais. Pelo menos, através do amor que ora e dá, pretendemos<br />

fortalecer nossa solidariedade para com eles.<br />

Porém, o que Jesus fez foi mais que uma obra de auto-identificação. Em seu<br />

ensinamento, bem como no dos apóstolos, o corolário das boas novas aos<br />

oprimidos foi uma palavra de juízo contra o opressor (p.ex. Lc 6:24-26; Tg<br />

5:1-6). Confessamos que, em situações econômicas complexas não é fácil<br />

identificar os opressores, a fim de denunciá-los, sem cair numa retórica<br />

estridente que não leva a lugar algum. Não obstante, concordamos em que há<br />

ocasiões em que nosso dever de cristãos é falar, de alto e bom som, contra a<br />

injustiça, em nome do Senhor que é o Deus da justiça tanto quanto da<br />

justificação. Nele procuraremos a coragem e sabedoria para agirmos assim.<br />

Terceiro, esta Consulota expressou sua preocupação sobre o sincretismo nas<br />

igrejas do Terceiro Mundo. Mas não nos esquecemos de que as igrejas<br />

ocidentais caem no mesmo pecado. De fato, a forma mais insidiosa de<br />

sincretismo no mundo de hoje talvez seja a tentação de mesclar um<br />

evangelho privatizado de perdão pessoal com uma atitude mundana (ou<br />

mesmo demoníaca) para com a riqueza e o poder. Não estamos nós mesmos<br />

isentos de culpa nesse assunto. Mas desejamos ser cristãos integrados, para<br />

os quais Jesus seja realmente Senhor de tudo. De maneira que nós, que<br />

pertencemos ao Ocidente, ou somos oriundos dele, precisamos examinar a<br />

nós mesmos e procurar nos libertar do sincretismo ao estilo ocidental.<br />

Concordamos que: “A salvação que afirmamos usufruir deve produzir em nós<br />

uma transformação total, em termos de nossas responsabilidades pessoais e<br />

sociais. A fé sem obras é morta” (Pacto de <strong>Lausanne</strong>, §5º).<br />

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