Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep
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questão como tirania. O fato de que isso não é proposital, nem mesmo<br />
percebido, ilustra perfeitamente como todos nós (quer saibamo-lo ou não)<br />
nos envolvemos na cultura que fez de nós o que somos. Opomo-nos<br />
resolutamente a essa “estrangeirice”, onde quer que exista, como sério<br />
obstáculo à maturidade e missão, e como forma de dissipar o Espírito Santo<br />
de Deus.<br />
Foi como um protesto contra a continuidade do controle estrangeiro que,<br />
alguns anos atás, foi feito um apelo para que se retirassem todos os<br />
missionários dos campos de missão. Neste debate, alguns de nós procuram<br />
evitar a palavra “moratória”, porque ela se tornou um termo emotivo e<br />
algumas vezes revela um ressentimento contra o próprio conceito de<br />
“missionário”. Entretanto, há outros que desejam reter a palavra a fim de<br />
enfatizar a verdade que ela expressa. Apra nós, ela significa não uma rejeição<br />
de dinheiro e pessoal missionário em si mesmos, mas só de seu mau uso, que<br />
sufoca a iniciativa local. Todos nós concordamos com a declaração do Pacto<br />
de <strong>Lausanne</strong> de que “uma redução do número de missionários estrangeiros e<br />
de verba... pode às vezes ser necessária para ensejar o crescimento da igreja<br />
nacional na área da autoconfiança...” (§9º).<br />
d. A missão e as estruturas de poder<br />
O que acabamos de escrever faz parte de um problema muito mais amplo,<br />
que não podemos ignorar. O mundo contemporâneo não consiste em<br />
sociedades atomizadas e isoladas mas sim num sistema global interrelacionado<br />
de macroestruturas econômicas, políticas tecnológicas e<br />
ideológicas que sem dúvida alguma resulta em muita exploração e opressão.<br />
O que isso tem a ver com a missão? E por que levantamos essa questão aqui?<br />
Em parte porque se trata do contexto dentro do qual o evangelho deve ser<br />
pregado a todas as nações hoje. Em parte também porque quase todos nós ou<br />
pertencemos ao Terceiro Mundo, ou vivemos e trabalhamos lá, ou já o<br />
fizemos antes, ou ainda porque já visitamos alguns países do Terceiro<br />
Mundo. Vimos com nossos próprios olhos a pobreza das massas, sentimos<br />
com elas e por elas, e temos consciência de que sua situação se deve em parte<br />
a um sistema econômico controlad, na maior parte, pelos países do Atlântico<br />
Norte (embora outros agora estejam envolvidos também). Aqueles dentre<br />
nós que são cidadãos da Amédica do Norte ou da Europa não devem evitar<br />
um certo em baraço ou constrangimento em virtude da opressão que nossos<br />
países, em graus diversos têm desenvolvido. Naturalmente sabemos que hoje<br />
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