Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep
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Há muitas maneiras pelas quais a igreja local ou regional pode vir a discernir<br />
hoje a vontade de Deus em sua própria cultura. Cristo ainda indica pastores e<br />
professores em sua igreja. E em resposta a orações cheias de expectativa, ele<br />
fala com seu povo, especialmente através da pregação de sua palavra no<br />
contexto da adoração. Além disso, há lugar para ensinarmos e aconselharmos<br />
uns aos outros (Cl 3:16), tanto em estudos bíblicos em grupo quanto na<br />
consulta a igrejas irmãs. É necessário também ouvir, silenciosamente a voz<br />
de Deus nas Escrituras, o que é um elemento indispensável na vida cristã<br />
daquele que crê.<br />
A igreja é também uma comunidade histórica. Do passado recebeu uma rica<br />
herança de teologia, liturgia e devoção cristãs. Nenhum grupo pode<br />
negligenciar essa herança sem se arriscar a um empobrecimento espiritual.<br />
Ao mesmo tempo, essa tradição não pode se recebida de maneira acrítica,<br />
quer venha ela na forma de um conjunto de características denominacionais,<br />
ou de outra forma qualquer. A tradição precisa ser testada pela Escritura que<br />
ela alega expor. Tampouco deve ser imposta a qualquer igreja. O que é<br />
preciso é torná-la disponível aos que se utilizam dela como um recurso<br />
valioso como contrapeso ao espírito de independência e como vínculo com a<br />
igreja universal.<br />
Assim o Espírito Santo instrui seu povo através de uma variedade de mestres<br />
tanto do passado como do presente. Precisamos uns dos outros. Só “com<br />
todos os santos” é que podemos começar a compreender as dimensões<br />
plenas do amor de Deus (Ef 3:18,19). O Espírito “ilumina a mente do povo de<br />
Deus, em todos os meios culturais, para receberem a sua verdade (i.e. a<br />
verdade da Escritura) em primeira mão, por si mesmos, e assim revela a toda<br />
a Igreja mais e mais da multiforme sabedoria de Deus” (Pacto de <strong>Lausanne</strong>,<br />
§2ª, fazendo eco a Efésios 3:10).<br />
d. Os silêncios da Escritura<br />
Consideramos também o problema dos silêncios das Escrituras, isto é,<br />
aquelas áreas de doutrina e ética sobre as quais a Bíblia nada tem de<br />
explícito a dizer. Escrita na antiga tradição judaica e Greco-romana, a<br />
Escritura não se dirige diretamente, por exemplo ao hinduísmo, ao budismo<br />
e ao islão de hoje, nem à teoria sócio-econômica marxista ou à tecnologia<br />
moderna. Não obstante, acreditamos que é justo a igreja, guiada pelo Espírito<br />
Santo, procurar nas Escrituras precedentes e princípios que a capacitem a<br />
desenvolver a mente do Senhor Jesus, e assim ter condições de tomar<br />
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